Jorge de Sena in Os Paraísos Artificiais
Na minha terra, não há árvores nem flores.
As flores, tão escassas, dos jardins mudam ao mês,
e a Câmara tem máquinas especialíssimas para desenraizar as árvores.
O problema dos contentores não é o terem ou não terem ar condicionado.
Os dois problemas deles são (1) a sobrelotação dos espaços em que se dorme, que é favorável à propagação da epidemia, e (2) o eles estarem construídos sobre terrenos agrícolas, nos quais não é permitida a edificação.
Em qualquer parte do mundo civilizado, os trabalhadores temporários são alojados em guesthouses (grandes casas com quartos privados mas salas de estar e cozinhas comuns, nas quais podem viver umas poucas dezenas de pessoas) construídas nas povoações. E era assim que deveria também ser em Odemira.
Quem lhe disse que nos contentores haveria/ houve sobrelotação? No caso de Odemira a sobrelotação era em casas particulares alugadas pelos traficantes e sus muchachos que enfiam lá dentro o maior número de migrantes para os explorar ainda mais.
E vc como civilizado já devia ter comprado uma casa e ter oferecido alojamento em quartos privados para ver se era um bom negócio para si.
“Em qualquer parte do mundo civilizado, os trabalhadores temporários são alojados em guesthouses (grandes casas com quartos privados”
Claro que sim. Histórias de trabalhadores temporários a viver em habitações precárias, sobretudo em trabalho agrícola, é o que não falta pelo mundo civilizado. A não ser que França, Reino Unido, e Estados Unidos não sejam mundo civilizado.
Este comentador percebe tanto de alojamento de trabalhadores temporários como eu percebo do cultivo da papoila no Afeganistão.
Veja o que se passa com os trabalhadores temporários das grandes obras públicas em Portugal ou nas grandes obras de empresas estrangeiras (e portuguesas também) por esse mundo civilizado. Depois venha daí “arrotar umas postas de pescada”.
As pessoas? Quais pessoas? Os trabalhadores migrantes não são pessoas? Será que não vêm por sua livre vontade? Ou algu+em lhes prometeu casa com marquise e vista para o Tejo?
Ninguém consegue bater na falta de vergonha a esquerdalha do tomate cherry!
A barragem de Santa Clara, que dá água para o regadio de Odemira, foi inaugurada em 1969, ou seja, há 52 anos.
Quando eu passeei por essa região em 1985 já havia regadio, mas não estufas. Havia vacas leiteiras a pastar em terras irrigadas pela barragem.
O Plano de Rega do Alentejo é muito antigo, dos anos 1950 ou 1960.
Uma excelente entrevista a lembrar que uma nação sem um setor primários forte e o mais auto-suficiente possível, é uma nação e uma democracia débil que não serve os interesses primários do povo!
Pois, mas isso foi pensado por quem sabia o que fazer para que o país fosse o menos dependente possível do estrangeiro e não andasse de mão estendida como agora, desgraçadamente, anda.
O espaço político é o dos gestores dos impostos trazidos do esforço alheio, dos provedores de subsídios que sempre conhecem onde a justiça social acoberta os seus interesses, dos ‘mãos limpas’ de todo o trabalho ordeiro, continuado e exaltado como dever.
Aos poucos e poucos as entidades oficiais vão introduzindo a novilíngua nas suas relacções com os cidadãos, agora (provavelmente já há algum tempo) é o Instituto Português do Mar e Atmosfera que aderiu à moda das “alterações climáticas”, um instituto que deveria primar pela utilização e transmissão do seu conhecimento científico nas suas acções e deixar-se de narrativas abstratas.
Daqui mais umas semanas não se admirem portanto ver a notícia das “alterações climáticas em Lisboa no bairro da Bica” ou no “Porto, no Mercado do Bulhão”
Aos poucos e poucos as entidades oficiais vão introduzindo a novilíngua nas suas relacções com os cidadãos, agora (provavelmente já há algum tempo) é o Instituto Português do Mar e Atmosfera que aderiu à moda das “alterações climáticas”, um instituto que deveria primar pela utilização e transmissão do seu conhecimento científico nas suas acções e deixar-se de narrativas abstratas.
Daqui a mais umas semanas não se admirem portanto de ver uma notícia do tipo “alterações climáticas em Lisboa no bairro da Bica” ou no “Porto, no Mercado do Bulhão”
Agora disse tudo.
Sem subsídios à agricultura, e com os trabalhadores temporários a ganhar o suficiente para viver como os meninos do eixo Principe Real-Bairro Alto acham que se deve viver, o preço dos produtos agrícolas multiplicava por 4, pelo menos.
Ele deveria ter terminado a entrevista de forma épica: ‘ E quero é que essa gente toda de esquerda, pais e filhos, mães e filhas, e derivados diversos, SE F***M MAS É TODOS’.
Jorge de Sena in Os Paraísos Artificiais
Na minha terra, não há árvores nem flores.
As flores, tão escassas, dos jardins mudam ao mês,
e a Câmara tem máquinas especialíssimas para desenraizar as árvores.
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O problema dos contentores não é o terem ou não terem ar condicionado.
Os dois problemas deles são (1) a sobrelotação dos espaços em que se dorme, que é favorável à propagação da epidemia, e (2) o eles estarem construídos sobre terrenos agrícolas, nos quais não é permitida a edificação.
Em qualquer parte do mundo civilizado, os trabalhadores temporários são alojados em guesthouses (grandes casas com quartos privados mas salas de estar e cozinhas comuns, nas quais podem viver umas poucas dezenas de pessoas) construídas nas povoações. E era assim que deveria também ser em Odemira.
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Quem lhe disse que nos contentores haveria/ houve sobrelotação? No caso de Odemira a sobrelotação era em casas particulares alugadas pelos traficantes e sus muchachos que enfiam lá dentro o maior número de migrantes para os explorar ainda mais.
E vc como civilizado já devia ter comprado uma casa e ter oferecido alojamento em quartos privados para ver se era um bom negócio para si.
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Civilizado??
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“Em qualquer parte do mundo civilizado, os trabalhadores temporários são alojados em guesthouses (grandes casas com quartos privados”
Claro que sim. Histórias de trabalhadores temporários a viver em habitações precárias, sobretudo em trabalho agrícola, é o que não falta pelo mundo civilizado. A não ser que França, Reino Unido, e Estados Unidos não sejam mundo civilizado.
Este comentador percebe tanto de alojamento de trabalhadores temporários como eu percebo do cultivo da papoila no Afeganistão.
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Veja o que se passa com os trabalhadores temporários das grandes obras públicas em Portugal ou nas grandes obras de empresas estrangeiras (e portuguesas também) por esse mundo civilizado. Depois venha daí “arrotar umas postas de pescada”.
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Nos submarinos dormen 3 pessoas na mesma cama,
Tudo é relativo, menos a arrogância dos imbecis.
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As pessoas não são contra as estufas em Odemira. São sim contra as condições de contratação e de alojamento dos seus trabalhadores.
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os sem-abrigo vivem em palacetes
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As pessoas? Quais pessoas? Os trabalhadores migrantes não são pessoas? Será que não vêm por sua livre vontade? Ou algu+em lhes prometeu casa com marquise e vista para o Tejo?
Ninguém consegue bater na falta de vergonha a esquerdalha do tomate cherry!
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Interessante ler as repetidas referências aos “os projectos foram feitos há mais de 50, 60, 70 anos”. A chamada revolução não aconteceu há 47?
Afinal…
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A barragem de Santa Clara, que dá água para o regadio de Odemira, foi inaugurada em 1969, ou seja, há 52 anos.
Quando eu passeei por essa região em 1985 já havia regadio, mas não estufas. Havia vacas leiteiras a pastar em terras irrigadas pela barragem.
O Plano de Rega do Alentejo é muito antigo, dos anos 1950 ou 1960.
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Uma excelente entrevista a lembrar que uma nação sem um setor primários forte e o mais auto-suficiente possível, é uma nação e uma democracia débil que não serve os interesses primários do povo!
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Pois, mas isso foi pensado por quem sabia o que fazer para que o país fosse o menos dependente possível do estrangeiro e não andasse de mão estendida como agora, desgraçadamente, anda.
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O espaço político é o dos gestores dos impostos trazidos do esforço alheio, dos provedores de subsídios que sempre conhecem onde a justiça social acoberta os seus interesses, dos ‘mãos limpas’ de todo o trabalho ordeiro, continuado e exaltado como dever.
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GOSTEI
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Aos poucos e poucos as entidades oficiais vão introduzindo a novilíngua nas suas relacções com os cidadãos, agora (provavelmente já há algum tempo) é o Instituto Português do Mar e Atmosfera que aderiu à moda das “alterações climáticas”, um instituto que deveria primar pela utilização e transmissão do seu conhecimento científico nas suas acções e deixar-se de narrativas abstratas.
https://www.ipma.pt/pt/media/noticias/news.detail.jsp?f=/pt/media/noticias/textos/Acores_alteracoes_climaticas.html
Daqui mais umas semanas não se admirem portanto ver a notícia das “alterações climáticas em Lisboa no bairro da Bica” ou no “Porto, no Mercado do Bulhão”
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Aos poucos e poucos as entidades oficiais vão introduzindo a novilíngua nas suas relacções com os cidadãos, agora (provavelmente já há algum tempo) é o Instituto Português do Mar e Atmosfera que aderiu à moda das “alterações climáticas”, um instituto que deveria primar pela utilização e transmissão do seu conhecimento científico nas suas acções e deixar-se de narrativas abstratas.
https://www.ipma.pt/pt/media/noticias/news.detail.jsp?f=/pt/media/noticias/textos/Acores_alteracoes_climaticas.html
Daqui a mais umas semanas não se admirem portanto de ver uma notícia do tipo “alterações climáticas em Lisboa no bairro da Bica” ou no “Porto, no Mercado do Bulhão”
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O problema não é os escravos boçais quererem tomate cherry… é quererem-no ao preço da chuva!
Só mais um entretém que daqui a nada já passa! Afinal isto acontece há séculos e que se veja não temos nenhuma vontadinha de MUDAR.
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” é quererem-no ao preço da chuva”
Agora disse tudo.
Sem subsídios à agricultura, e com os trabalhadores temporários a ganhar o suficiente para viver como os meninos do eixo Principe Real-Bairro Alto acham que se deve viver, o preço dos produtos agrícolas multiplicava por 4, pelo menos.
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Ele deveria ter terminado a entrevista de forma épica: ‘ E quero é que essa gente toda de esquerda, pais e filhos, mães e filhas, e derivados diversos, SE F***M MAS É TODOS’.
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Mira Luís…..
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