Corporações
4 Setembro, 2008
Foi criada hoje uma nova ordem profissional: a dos Psicólogos. Só os profissionais inscritos na Ordem poderão exercer a “profissão de psicólogo” no território nacional. E só os Mestres em Psicologia ou os titulares de licenciaturas “pré-Bolonha” poderão inscrever-se na Ordem.
O Estado obrigou as universidades e politécnicos a reduzirem a generalidade das licenciaturas para três anos (incluindo a licenciatura em Psicologia). Agora, o mesmo Estado, diz aos novos licenciados que a licenciatura não serve para nada.
32 comentários
leave one →
Um bom psicólogo que contrate um psiquiatra para tratar essas mentes.
GostarGostar
Emprego garantido para uns quantos na direcção dessa ordem.
GostarGostar
3 anos = Licenciatura, apenas e só neste país à beira-mar plantado, com as suas idiossincrasias sociais e de estatuto. Lá fora, curso de Bolonha de 3 anos é simplesmente “bachelor”… Mas ai de chamar bacharéis aos meus meninos que entraram na faculdade, Deus me livre!
GostarGostar
Sim, deve ser muito importante ter 5 anos de “treta e inutilidades” porque é nos últimos dois anos que se aprende “merdas de gaja sem sentido nenhum”…
GostarGostar
Tonibler, já olhou para algum dos currículos dos novos Mestrados Integrados (aka cursos de 5 anos “à Bolonhesa”)? Tem ideia que os 3 primeiros anos são leccionadas as disciplinas-base transversais a todos os cursos, e nos últimos 2 anos é que são leccionadas as cadeiras específicas de cada curso?
Por exemplo, Engenharia do Ambiente: primeiros 3 anos – Matemática, Física, Química e todas as suas variantes; últimos dois anos – Saneamento, Gestão de resíduos, Poluição Atmosférica, Sistemas de Informação geográfica, Economia, etc.
GostarGostar
Tonibler, realmente tanto tempo para tanta “m*rda” é um exagero!
Alguém que me explique o que é Bolonha, é que para mim apenas mudaram os nomes (bacharel passou a chamar-se licenciado e licenciado passou a chamar-se mestre).
GostarGostar
Viva Bolonha! Em espanha mesmo com Bolonha os cursos são de 4 anos.
GostarGostar
O pedro gomes, no estrangeiro, pelo menos aqui no uk, n ha “licentiators”.
Ha bachelor, master e doctoral degree:
http://en.wikipedia.org/wiki/British_undergraduate_degree_classification
(e ja agora note que n deve traduzir mal undergraduate 😉
GostarGostar
Não era algo prevísivel?
Onde se viu 3 anos para uma licenciatura?
Por isso mm, continuam a existir cursos, onde se fazem os 5, e pt se sai obrigatóriamente com o mestrado, ou não se sai nada, nem licenciatura têm, já por causa das confusões
GostarGostar
Então e nas engenharias é a mesma treta. Os alunos pós-Bolonhesa saem mestres ao fim de uma licenciatura de 5 anos. Aos pré-Bolonhesa, que é o meu caso, se quiserem obter equivalência ao mestrado têm que voltar a suar as estopinhas. Eles não são é bem da cabeça. Ainda por cima voltar a aturar doutores e catedráticos que nunca foram verdadeiros engenheiros, pois nunca passaram por uma empresa na vidinha santa deles.
GostarGostar
Um clip dedicado ao Pinto e companheiros que cegamente juram pelas “vantagens” dos spy-chips, provavelmente convencidos que vão conseguir descobrir infractores “aos molhos” e sem levantarem os rabinhos das secretárias.
Quando lhes começarem a cair no colo as queixas de roubos de identidade e a mais do que evidente, para quem tenha 2 dedos de testa, falta de fiabilidade destas “identificações” lhes derem o quadruplo do trabalho anterior, convinha que não esquecessem a convicção com que as defenderam publicamente e à priori. 😉
Cumprimentos. 🙂
http://blog.wired.com/sterling/2008/08/arphid-watch-my.html
http://www.digitalcitizen.info/2008/09/02/rfid-your-privacy-is-up-for-grabs/
“What is more, once the tag’s ID number is associated with an individual’s identity—for example, when the person carrying the license makes a credit-card transaction—the radio tag becomes a proxy for that individual.”
GostarGostar
Mas isto é um país de caca… e de doutores, sim porque fica sempre bem Xor Doutor ou Xor Enginheiro, dá estatuto, apesar de se trabalhar com BIGMac’s ou nas pipocas do cinema.
GostarGostar
Ainda não pude ler com toda a atenção os regulamentos da Ordem, mas como licenciado em Psicologia, vou ter interesse em ver como se vão safar com algumas questões.
Para começar, parece que para além dos 5 anos (o que eu considero normal, a idiotice das licenciaturas de 3 é que ó lembra aos imbecis que as propuseram só para ter um nome chique) será necessário, para entrar na Ordem, um estágio profissional de 12 meses ou experiência profissional de 18 meses na área de Psicologia. Só se forem eles a garantir os estágios profissionais! O que não faltam são licenciados em Psicologia ainda sem experiência porque simplesmente não há empregos ou estágios! A menos que contem o trabalho como voluntários para a contabilização do tempo, vai ser bonito vai!
GostarGostar
“Agora, o mesmo Estado, diz aos novos licenciados que a licenciatura não serve para nada.”
Servem sim.
Podem ir para Primeiros Ministros e nem precisam de faxear nada!
GostarGostar
Percebo-o, mas não é o Estado que diz que a Licenciatura não serve para nada.
São as Corporações, Ordens, é que se arregimentam, para controlar mais as hostes.
GostarGostar
“Lá fora, curso de Bolonha de 3 anos é simplesmente “bachelor”… Mas ai de chamar bacharéis aos meus meninos que entraram na faculdade, Deus me livre!”
Os porcos querem é que alguém lhes dê de comer. As pessoas comem tudo e agradecem.
Em cursos de especialização de 3 anos em Portugal, os alunos andam a aprender estatística, matemática do 10º ano e contabilidade, porque se esqueceram que tudo isso é essencial para o dia-a-dia e deveria fazer parte do ensino obrigatório. No 3º ano começam a entrar a fundo nos temas do curso e no fim é o resultado que está à vista. No 12º de matemática andam a tratar de matérias esotéricas.
GostarGostar
Coitados, lá vao ter que pagar cotas todos os anos à ordem para usn tantos viverem à custa disso.
GostarGostar
De certeza que nao foi o estado que criou a ordem dos psicologos. É assim mesmo os psicologos todos a pagar cotas para a ordem. Vao ver o que é bom.. lol
GostarGostar
Caro J,
O estatuto da ordem, que exige licenciatura pré-bolonha ou mestrado é uma lei, aprovada pela assembleia da república.
GostarGostar
“Tem ideia que os 3 primeiros anos são leccionadas as disciplinas-base transversais a todos os cursos, e nos últimos 2 anos é que são leccionadas as cadeiras específicas de cada curso?”
Isso é uma questão de nomenclatura do curso. Também sempre fui da opinião que só deveriam existir 3 ou 4 cursos e o resto seriam mestrados.
GostarGostar
É verdadeiramente ridículo. Em Portugal quem tem grau mais baixo da universidade não é doutor nem é nada. Lembremo-nos dos bachareis do antigamente… nem eram carne nem peixe!
GostarGostar
Então e a Ordem dos sociólogos?
Com tantos ministros a (des)governar não metem umas cunhas extras ao Gago?Pós doutoramentos e “investigação” já têm aos montes que isto de africanizar Portugal é uma tarefa árdua para controlar os reaças…
GostarGostar
Talvez fosse mais correcto estabelecer-se o número de horas de aulas em vez do número de anos.
Mesmo contando as horas em que um gajo vai para lá dormir.
GostarGostar
E quando tivermos 50% dos alunos em ensino não-regular (vias profissionalizantes e outras tretas que tais), tal como o governo pretende, e essa cambada começar a ir para as univs e politécnicos?
Com a falta de preparação que a maioria tem, vai ser bonito vai. Vamos ter licenciados em barda, sem saberem fazer uma conta de dividir ou conjugar um verbo. E alguns vão chegar a doutores!
GostarGostar
Com a total desregulação que já estava instalada no sector, via total balda no ensino superior publico e privado, já não era sem tempo. (Eu) estou de parabens. Já posso solicitar á Ordem a minha carteira profissional.
GostarGostar
heheheheh,
À primeira vista parece uma piada.
À segunda vista talvez não tanto. Qual é o espírito de Bolonha?
Daquilo que ouvi falar, o processo de Bolonha tenta abrir um novo paradigma no conhecimento, assim as pessoas valem pelo que sabem e não pelo grau academico que têm. Aquelas pessoas que adquiriram o saber por outros veiculos que não via de ensino(experiencia profissional, vivências, …)tem oportunidade de se equiparar através de obtenção de creditos.
O paradigma do grau academico passou para o paradigma do conhecimento e da formação constante.
Assim, a inscrição na ordem não é só para os que tem a licenciatura pre Bolonha, mas sim para todos os que tiverem um número mínimo de creditos. Até eu poderia, para isso bastaria casar-me com uma louca que ao fim de 40 anos ou era louco ou especialista em psicologia clinica.
É claro que enquanto o Bolonha não estiver a funcionar – De facto não está, ainda não existem os creditos…, isto tudo parece um filme cómico.
Mas o passo da ordem está certo, só faltou dizerem que aguardam pela completa execução da convenção de Bolonha para poderem mudar o acesso à ordem e poderem inscrever quem der provas que sabe.
GostarGostar
Se os Professores tivessem uma Ordem o poder político não os estaria a afrontar… Bem tentaram liquidar outras profissões mas tiveram que recuar!
GostarGostar
“inginheiro “……………… como eu o entendo !!
GostarGostar
E os licenciados pré bolonha com Mestrado de Bolonha. Como apelidar? Academicamente falando…
GostarGostar
Num: 10
O q acontece cmg, é certamente o q acontece consigo, o meu curso continua a ser de 5 anos, e não existe licenciatura. Pt os alunos ou saiem de lá com o grau de mestre, ou saiem sem nada.
E nós o antes de bolonha e q tb fizemos 5 anos……..??
GostarGostar
Ohh Paulo, então fazemos assim: ninguém vai à escola durante os primeiros 30 anos de vida, fazem o que bem entendem, e depois, vão à universidade, contam aquilo que andaram a fazer e pumba, passam-lhe um diploma para certificar que esteve vivo durante 30 anos e até aprendeu umas coisas.
A meu ver, um grau académico serve como atestado de que a pessoa que o detém adquiriu formalmente um conjunto de conhecimentos, de modo estruturado e sistematizado, numa determinada área do saber. A pessoa que trouxer uma bagagem de experiências pessoais enriquecedora terá naturalmente uma maior facilidade em adquirir esses conhecimentos.
É que se as universidades passarem a ser meros certificadores (e não verdadeiros centros de saber, com investigação a sério e currículos apropriados para transmitir esses conhecimentos), então para que servem?
E já agora, se uma pessoa não está interessada num percurso académico superior, preferindo seguir de livre e espontânea vontade outros caminhos (tão válidos e relevantes para a sociedade como os outros), porque motivo vem depois pedir à instituição que não quis frequentar uma certificação para aquilo que andou a fazer? É que para mim, um diploma é um papel, cada um dá-lhe o valor que quiser (vejamos o caso do excelentíssimo primeiro-engenheiro).
GostarGostar
num 31, o nosso primeiro, é licenciado em engenharia mas não é engenheiro !
GostarGostar