Alegria de curto prazo
20 Julho, 2012
Os que ficaram preocupados com o elevado número de professores com horário zero são os mesmos que há uns dias andavem felizes com a decisão do Tribunal Constitucional sobre o corte de subsídios. Mas basta fazer as contas. Por um lado são 3 mil milhões de euros (brutos) que não se cortam. Por outro são cerca de 2000 euros * 14 meses * 10 000 horários zero = 280 milhões de euros. Já só falta arranjar onde cortar 2720 milhões de euros.
22 comentários
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Quem tem filhos na escola, preocupa-se em saber um pouco do que por lá se passa (digo eu…). Por isso mesmo, tive curiosidade em saber o porquê desse fenómeno (horários zero) que não é percetíviel a quem está de fora. Ora, á medida que me explicavam, foi aumentando o meu espanto. Pensava eu que tudo se resumia à diminuição da população jovem, dando inevitavelmente origem à menor necessidade de professores. Puro engano. Desde erradas colocações de professores por parte do ministério, até à inexistência de mecanismos de substituição rápida de professores de baixa médica, passando pela ausência de uma bolsa de professores para acorrerem à necessidade de apoios temporários, há de tudo um pouco. A ideia que fica é que o minisrério da Educação, na sua ânsia de tudo centralizar, comete disparates sucessivos devido ao desconhecimento de especificidades locais. Com as reduções exigidas este ano, a coisa agravou-se de tal modo, que o ministro já teve que recuar na primeira diretiva que regulamentava o número de alunos de cada turma. E pensar eu que o Crato é o mesmo que um dia disse ser necessário implodir o ministério da Educação (entenda-se, aparelho central) e aumentar a autonomia das escolas. Pois…
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“Já só falta arranjar onde cortar 2720 milhões de euros”…
Na mesma hora em que foi conhecido o acórdão do TC o líder da maioria governamental explicou como era…
Ou não foi?
Que seja do conhecimento público só foi pedida ao PS ajuda para a elaboração do OGE 2013. Não se percebe, portanto, a existência de tantos exercícios contabilisticos e de tantas ansiosas alternativas em redor de uma coerciva redução salarial dos FP, dos aposentados e pensionistas (estes provenientes do sector privado).
Estará alguma coisa a fracturar-se?
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o dr. paulo morais,que deve ter sido censurado no blasfémias,explica onde cortas 3 mil milhões:
Rendimento máximo
QUARTA, 18 JULHO 2012 10:45 ACESSOS: 379 ARTIGOS DE OPINIÃO
O destino do país está na mão de aposentados. O presidente Cavaco Silva, a primeira figura do Estado, é reformado. A segunda personalidade na hierarquia protocolar, Assunção Esteves, é igualmente pensionista. Também nos governos nacional e regionais há ministros que recebem pensão de reforma, como Miguel Relvas ou até Alberto João Jardim. No Parlamento, há dezenas de deputados nesta situação. Mas também muitas câmaras são presididas por reformados, do Minho, ao Algarve, de Júlia Paula, em Caminha, a Macário Correia, em Faro.
É imensa a lista de políticos no activo que têm direito a uma pensão. Justificam este opulento rendimento com o facto de terem prestado serviço público ao longo de doze anos ou, em alguns casos, apenas oito. Esta explicação não convence, até porque uma parte significativa deste bando de reformados não só não prestou qualquer relevante serviço à nação como ainda utilizou os cargos públicos para criar uma rede clientelar em benefício próprio. Foi graças a esta teia que muitos enriqueceram e acederam a funções para que nunca estiveram curricularmente habilitados. A manutenção até hoje destes privilégios e prebendas é inaceitável, em particular nos tempos de crise que atravessamos. Sendo certo que a responsabilidade por este anacronismo não é de nenhum destes políticos e ex-políticos em particular – também é verdade que todos têm uma culpa partilhada por não revogarem este sistema absurdo que atribui tenças milionárias à classe que mais vem destruindo o país. Urge substituir este modelo pelo único sistema admissível que é o de que os titulares de cargos públicos, quando os abandonam, sejam indemnizados exactamente nos mesmos termos que qualquer outro trabalhador.
E que passem a reformar-se, como todos os restantes cidadãos, quando a carreira ou a idade o permita. É claro que dirigentes habituados a acumular reformas de luxo com bons salários jamais compreenderão os problemas dos que têm de viver com salários de miséria; ou sequer entenderão as dificuldades dos que sobrevivem apenas com pensões de valor ridículo. Não serão certamente estes reformados de luxo que conseguirão proceder às reformas estruturais de que Portugal tanto está a precisar.
Paulo Morais, Professor Universitário | Correio da Manhã | 17-07-2012
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Rendimento máximo
…
O destino do país está na mão de aposentados. O presidente Cavaco Silva, a primeira figura do Estado, é reformado. A segunda personalidade na hierarquia protocolar, Assunção Esteves, é igualmente pensionista. Também nos governos nacional e regionais há ministros que recebem pensão de reforma, como Miguel Relvas ou até Alberto João Jardim. No Parlamento, há dezenas de deputados nesta situação. Mas também muitas câmaras são presididas por reformados, do Minho, ao Algarve, de Júlia Paula, em Caminha, a Macário Correia, em Faro.
É imensa a lista de políticos no activo que têm direito a uma pensão. Justificam este opulento rendimento com o facto de terem prestado serviço público ao longo de doze anos ou, em alguns casos, apenas oito. Esta explicação não convence, até porque uma parte significativa deste bando de reformados não só não prestou qualquer relevante serviço à nação como ainda utilizou os cargos públicos para criar uma rede clientelar em benefício próprio. Foi graças a esta teia que muitos enriqueceram e acederam a funções para que nunca estiveram curricularmente habilitados. A manutenção até hoje destes privilégios e prebendas é inaceitável, em particular nos tempos de crise que atravessamos. Sendo certo que a responsabilidade por este anacronismo não é de nenhum destes políticos e ex-políticos em particular – também é verdade que todos têm uma culpa partilhada por não revogarem este sistema absurdo que atribui tenças milionárias à classe que mais vem destruindo o país. Urge substituir este modelo pelo único sistema admissível que é o de que os titulares de cargos públicos, quando os abandonam, sejam indemnizados exactamente nos mesmos termos que qualquer outro trabalhador.
E que passem a reformar-se, como todos os restantes cidadãos, quando a carreira ou a idade o permita. É claro que dirigentes habituados a acumular reformas de luxo com bons salários jamais compreenderão os problemas dos que têm de viver com salários de miséria; ou sequer entenderão as dificuldades dos que sobrevivem apenas com pensões de valor ridículo. Não serão certamente estes reformados de luxo que conseguirão proceder às reformas estruturais de que Portugal tanto está a precisar.
Paulo Morais, Professor Universitário | Correio da Manhã | 17-07-2012
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Onde foi o sr João Miranda desencantar o número 2000 euros? Julga que é o vencimento médio de um professor? Não, não é. Informe-se primeiro, por favor. Eu dou uma ajuda: sou professora do último escalão (está previsto ainda um acima mas tanto quanto sei ninguém se encontra lá) e o meu vencimento líquido não chega a dois mil euros. E a maior parte dos professores contratados ganha cerca de 1000 euros, enquanto que os do quadro com horário zero são na sua maioria de escalões baixos ou intermédios, por isso ganham bem menos do que 2000 euros. Corrija as suas continhas, antes de mandar os outros fazê-lo.
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Srª Professora Maria Fernanda, se ganha quase 2000 liquidos isso significa que custa ao seu empregador mais de 3000 mês…
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Na próxima remodelação governamental vai deixar de haver Ministro das Finanças e em seu lugar iremos ter um Director Financeiro — “Companhia Portugal, S.A.” (capital chinês). O João Miranda tem todos os atributos de forte candidato…
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o teu problema, joão miranda, é que és o postador mais desonesto ( intelectualmente) que eu conheço.
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Sr Murphy
Então clarifiquem as coisas quando falam de vencimentos, porque o que interessa para as pessoas são os vencimentos líquidos. Tenho verificado que quando querem deitar abaixo um grupo profissional fazem uma confusão propositada para que o cidadão comum julgue que ganham mais. Além disso a maior parte do sobrante vai para o Estado à mesma .
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Eu vejo, de facto, a coerência dos que, repudiando a decisão do TC, se regozijam com os horários zero.
É uma coerência a que já nos vamos habituando, e a que estou cada vez mais atento (não vá ser necessário enfiar-lhes a coerência ao “correr da espinha”).
Mas, ó JM, onde está incoerência (sugerida) daqueles que, estando de acordo com o acórdão do TC, estranham/estão preocupados com tanto horário zero?
Faça lá um desenhito para aclarar o post…
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aremandus
Nem mais.
Sabemos de um ilustre Prof Hoário Zero,
de uma categorizada Univ do regime:
Catroga, o agora reformado Eléctrico do Chinês.
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Portugal,o jardim à beira-mar plantado, o sol dourado dos reformados de luxo.
se estes fulanos tivessem vergonha na cara, emigravam para as áreas ardidas da madeira!
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Os que ficaram preocupados com o elevado número de professores com horário zero são os mesmos que há uns dias andavem felizes…
O JM está enganado. Não são os mesmos.
Eu, que sempre trabalhei no privado, que descontei durante mais de 40 anos mais de um terço de tudo quanto ganhei para ter uma miserável Pensão de Reforma, e a quem até essa miséria me andam a roubar, fiquei menos infeliz com a decisão do Tribunal Constitucional,
mas não fico nada preocupado com essa história.
No entanto, se esses merdas-secas do governo querem cortar, já nem falo dos 400 milhões anuais na RTP, nem nos milhares de milhões em todas essas parcerias.
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Observatório da DGV?
a DGV não foi extinta?…
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Falta ali o
Observatório dos blogues
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Falta também o
Observatório dos posts de JM
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Qual é a taxa da “alegria de curto prazo”?
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Quanto ganham “eles”:
http://tretas.org/VencimentoCargosPoliticos
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Os horários-zero continuam a ser pagos, por isso esses cálculos não fazem sentido. Onde haverá poupança será com os professores contratados: se passarem de 36 mil para 11 mil, por exemplo, a redução de 25 mil terá este efeito contabilístico:
1325 euros x 14 meses x 25 000 = 463 750 000 euros.
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… nos cálculos da “poupança” não se esqueçam de deduzir os subsídios de desemprego ou outros que o contribuinte terá de pagar. Para ser ainda mais preciso considerar também o dinheiro que sai de circulação no “mercado interno” e os consequentes efeitos nas empresas privadas e nos impostos cobrados.
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A obsessão pelos ‘cortes a eito’ leva a contabilidades anedóticas que, infelizmente, antes disso são verdadeiramente trágicas. Nesse frenesim vale tudo.
Recorrentemente, omite-se a ‘contabilização’ da dimensão dos ‘estragos’. Depois, surgem ‘cândidas’ constatações, como p. ex.º, a escalada do desemprego não estava prevista no ‘modelo’ (ideológico, de ajustamento ou de ambos)!
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Os horários zero não existem! Este ano só apareceram porque o ministério aumentou o número de alunos por turma, e aumentou também, sem qualquer negociação, as horas lectivas que cada professor terá de dar. Os professores no secundário já chegaram a ter um máximo de 20 horas lectivas e agora estão com 24! Depois, este ministério fantástico que aprecia o trabalho escravo e fora-de-horas, também retirou um tempo lectivo à função de director de turma, ficando agora o DT com 45 minutos semanais para marcar/justificar faltas, abrir os livros de ponto e contactar os encarregados de educação. Também impediu primeiramente que as escolas secundárias abrissem cursos profissionais e EFA, e as básicas, cursos CEF. Isto no ano em que entra a escolaridade obrigatória para o 10º ano…. Aliás o problema deve ter sido esse o Crato e o Gaspar devem ter tido tanto medo que a escolaridade obrigatória no 10º obrigasse a contratar mais professores que inventaram as medidas que falei acima para impedir que isso acontecesse. Mas tiveram de recuar tal o “êxito”. Eu sou/era um horário zero e afinal agora tenho turmas atribuídas. Já agora, sou professora do ensino básico e secundário do quadro, dou aulas há 18 anos e ganho 1381 euros. Estou congelada e com um corte 3,5% no meu salário e não recebi/receberei subsídio de férias/Natal. Além do mais como a escola onde estou pertence a um mega-agrupamento serei obrigada a dar aulas em duas escolas diferentes, sem direito a pagamento de despesas de deslocações. Digo ainda que há muitos professores nas escolas a ganhar o que eu ganho ou muito menos….
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