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Inveja e preconceito – escrever um livro é duro (como uma barra de ferro)

9 Outubro, 2016

Segundo o noticiado, Domingos Farinho terá recebido 100.000€ para – e aqui o verbo é de primordial importância – ajudar Sócrates a escrever um calço para frigoríficos a que se convencionou denominar, sem qualquer denúncia de ironia, pelo termo “livro”. É necessário definir o significado de “ajudar”: se significa escrever, em parte ou no seu todo, trata-se de uma fraude académica que terá que culminar num severo processo disciplinar para Farinho e na remoção do título de Mestre a Sócrates. Porém, ninguém poderia escrever sobre a “confiança no mundo” sem possuir bastante desta confiança em que tudo corra bem, daí que a interpretação mais adequada para “ajudar” deva ser a de providenciar meios, recursos e disponibilidade para assegurar o bem-estar mental para a elaboração da obra. Tal ajuda pode ocorrer sob a forma de apoio informático, logístico, entrega de resmas de papel, preparação de chá, massagens, abertura dos shakras, libertação de tensão de escritor, carinho e – porque não? – homoerotismo – “Tu serás o Robin, eu sou o Batman. Foge, pequeno mascarilha, foge”. Não julgo. 

Como não acredito que um professor de Direito se metesse em fraudes, a resposta à acepção possível para o verbo “ajudar” parece-me óbvia. E, assim sendo, não temos nada a ver com isso.

21 comentários leave one →
  1. 9 Outubro, 2016 10:37

    “Foge pequeno mascarilha, foge”

    eheheheheh

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  2. Juromenha permalink
    9 Outubro, 2016 10:58

    O Bicharel na sua (habitual) fossa séptica – e sempre com “sidekicks” titulados…

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  3. Abre-latas permalink
    9 Outubro, 2016 11:15

    Não li o livro mas já vi o filme.

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  4. LTR permalink
    9 Outubro, 2016 11:22

    Henrique Neto no jornal O Diabo:

    -Tem personalidade de mentiroso compulsivo
    -É arrogante e imoral
    -Constitui uma mancha no passado e um perigo no futuro
    -Põe em causa o PS e a democracia portuguesa
    -Corrompe a atividade política com a sua presença
    -O país, que sofreu e sofre com a sua passagem pela vida política, levará muitos anos a resolver os problemas por ele criados

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    • Abre-latas permalink
      9 Outubro, 2016 14:48

      “Põe em causa o PS”
      Deve ser só ele, com os outros PS estamos descansados, só gente séria.

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  5. Colono permalink
    9 Outubro, 2016 11:37

    ” Um professor de Direito não se mete em fraudes”…

    Muito menos um juiz do Tribunal da Relação….

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  6. 9 Outubro, 2016 11:42

    Ouvi dizer que o Costa anda a escrever um romance de ficção com a ajuda do Jerónimo e da Catarina. O final já todos conseguimos adivinhar, mas até lá os capítulos continuam a ser escritos e vendidos como de uma obra prima se tratasse.

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  7. Expatriado permalink
    9 Outubro, 2016 12:44

    ” Um professor de Direito não se mete em fraudes”

    Depende do preço…

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  8. Artista português permalink
    9 Outubro, 2016 14:04

    Atenção Justiça! Vejam onde é que o gajo vai arranjar dinheiro para comprar toda aquela edição.

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    • Manuel permalink
      9 Outubro, 2016 14:12

      O ex-banqueiro Mário Conde, em Espanha, também não tinha nem bens nem dinheiro, mas distraiu-se, os familiares começaram a movimentar-lhe do estrangeiro grandes quantias para o seu uso pessoal, a justiça prendeu-o outra vez para dar explicações, espero que cá os juízes não sejam ingénuos.

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  9. licas permalink
    9 Outubro, 2016 16:21

    Manuel PERMALINK
    9 Outubro, 2016 14:12

    Não serão, não, Manuel, já têm dado provas disso.
    Porém, como todos nós, temos um limite definido,
    quanto à resistência à pressão a que decidam exercer
    sobre nós.
    Podem ameaçar-nos de afastamento do processo –
    já tentado – até de morte ou acidente grave dos juízes e/ou seus familiares

    ISSO EU TEMO BEM, dado o carácter do arguido principal . . .

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  10. bst permalink
    9 Outubro, 2016 16:41

    Portugal vie à margem da lei há muito. Do BPN (e compra e venda das acções pelo Aníbal) à imposição acordo ortográfico, passando pelos negócios da PT, BES, etc, não esquecendo que, pelo que se sabe agora, a acusação pelos Magistrados de Aveiro de crime contra o estado de direito não era um exagero como pareceu a muitos Portugal vive, com tranquilidade, vários escândalos semelhantes ao P2 em Itália.

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  11. carlos alberto ilharco permalink
    9 Outubro, 2016 21:26

    Livros “ajudados” há muitos em Portugal.
    Até há jornalistas-escritores que dizem ser alvo de calúnias de que é a própria mulher que os escreve.
    E há aqueles livros como por exemplo as crónicas de Cláudio Ramos que passo a citar a publicidade

    “Do despertar até ao final do dia, das refeições às relações com os colegas de trabalho, dos cuidados com o corpo às relações amorosas, este é um livro que Cláudio Ramos escreveu expressamente para o público feminino.”

    devia ser subsidiados.
    E há o livro do Saraiva
    O livro do 44 é isto tudo, ajudado, subsidiado, caluniado, só não tem sexo.
    Vendeu como pãozinho quente.

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  12. Arlindo da Costa permalink
    10 Outubro, 2016 02:33

    Depois de ler este belo naco de prosa fiquei tão «duro e hirto como uma barra de ferro».

    Obrigado, mestre Alexandrino 🙂

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  13. honi soit qui mal y pense permalink
    10 Outubro, 2016 15:42

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