Teresofobia

Após algumas semanas de especulação jornalística acabou por se confirmar a recusa do Governo em nomear Teresa Ter-Minassian para o Conselho de Finanças Públicas. Quando ouvi António Costa, na Assembleia da República, a explicar aos deputados que a reputadíssima economista italiana não tinha o perfil necessário para a função, mergulhei imediatamente na internet para analisar o caso. Não sob o ponto de vista curricular, que não levanta dúvidas a ninguém, mas para tentar perceber, através de imagens, que monstruosa alteração física teria sofrido o elegante perfil que nos safou da bancarrota em 1983. Infelizmente, não fiquei esclarecido. É verdade que passaram 34 anos e que a frase de Yourcenar – o tempo, esse grande escultor –, não foi dita a pensar no corpo dos mortais; mas também não me parece que a actual silhueta da chefe de missão do FMI durante o segundo resgate do país prejudicasse assim tanto a estética das nossas instituições.
Só agora, quando soube que o nome da social-democrata Teresa Morais foi igualmente vetado pelo PS para um cargo público (e pelo mesmo motivo de “perfil desadequado”, segundo as palavras de Carlos César), é que entendi o desacordo. Claro que o curriculum da deputada do PSD não é nada de especial (licenciada, mestre e doutoranda na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi apenas professora universitária, advogada, assessora jurídica da presidência do conselho de ministros, investigadora, secretária de estado, adjunta do provedor de justiça e ministra, tal como a generalidade dos cidadãos portugueses), mas com um bocadinho da boa vontade de outros tempos seria suficiente. Afinal de contas, nem todos têm amigos que financiem o aprofundamento dos estudos em Paris, ou a inteligência necessária para, tal como Carlos César, chegar longe apenas com os graus académicos concedidos pela Universidade da Vida.
O problema – inultrapassável, percebo agora –, é o nome: o Partido Socialista terá um assunto mal resolvido com alguma Teresa e todas as outras estão a pagar pela embirração! E no caso da economista italiana a situação é agravada pelo apelido, que parece estar propositadamente a provocar o Largo do Rato, como se fosse um falso gago irritante e zombeteiro.
Em 1992, talvez sob a influência de um desgosto de amor, Quim Barreiros lançou um dos álbuns de maior sucesso da sua carreira, O Sorveteiro. No tema mais conhecido desse trabalho discográfico, o influente artista popular utilizou os seus dotes linguísticos para exorcizar os fantasmas que lhe atormentavam o coração, colocando todo um povo a cantar “Chupa, Teresa!” a plenos pulmões. Vinte e cinco anos depois, o PS encontrou uma outra maneira de fazer a mesma coisa, embora de um modo mais prejudicial para o país e ligeiramente mais brejeiro.

Excelente post. Devia ser impresso e esfregado nas trombas de alguns “socialistas” geringonceiros.
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E essa da “Universidade da Vida” do “dotor” César…
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Não queremos cá pessoal capaz de esgravatar em números e desmontar ilusões… o povo está muito bem como está, sem saber de nada do que o espera em breve.
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Um espertalhão este César um xuxalista que dá os passos do Avô César metendo a famelga toda no Estado. Quem vier a seguir q apague a luz. O povão bate palmas.
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Ele sabe bem para quem se está dirigindo. . .
O “perfil adequado” para desempenhar um cargo nada tem a ver com a competencia técnica.
Não me admira nada a conclusão.
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O kosta é artista. Com todo o progresso que aí vem é natural que o bce deixe de financiar o recanto. Preparemo-nos. Para já é só estender as maturidades.
“Portugal’s government on Tuesday, March 21, extended the maturities on over 4 billion euros of its loans to the country’s bank resolution fund by nearly three decades to 2046, ensuring that banks can keep paying what they currently pay in fund contributions, the finance ministry said”.
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A propósito deste episódico –e não estabilizado– crescimento económico, continua o concubinato rosa MarceloCarmonaThomaz/AC-DC: “devemos evitar perder tempo a discutir quem teve mérito” — MCT dixit.
Ou seja, todo o mérito para o governo da geringonça, o país não teve governo entre 2011 e 2015, né ? Velhacaria pura.
Na próxima vez que o MCT enaltecer méritos deste governo e só deste governo, mando-o desde já bugiar ao luar. Sai sozinho da sua casa em Cascais até ao Bugio, é um saltinho, faz-lhe bem pensar no escuro.
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Nunca tive medo dessa Teresa. Sou muito homem!
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http://observador.pt/2017/05/16/saco-azul-do-ges-movimentou-32-mil-milhoes-de-euros-em-8-anos/

Estamos a falar de trocos. Olha para ele, está a rir-se para ti,
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E os outros, bafejados pela sorte? Já se riram mais.
Há pelo menos um pobretainas, ajudado pela mãe reformada, que é inocente.
Não lhe apanham a assinatura em lado nenhum, apostam?
Não passa de um perseguido, um injustiçado, um incompreendido.
Por pouco não salvou portugal, porra!
Não bastam os bombos de Vilar de Maçada? Toquem os sinos a rebate!
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Para o PS só interessa se usar avental.
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A malta quer lá saber disso, o Francisco esteve cá para cumprimentar o Marcelo e o Costa, ganhamos o tetra e o festival, ora toma….
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Enquanto os merdia apregoam os festejos o cozinhado do pito segue em banho maria até às eleições alemãs. Depois se passará ao assado no forno.
Une Europe à “vitesses différenciées”
Face aux impasses, aux blocages, à la crise, l’idée d’une Union Européenne à “vitesses différenciées” est avancée par certains. Selon les partisans de cette option, comme Jean-Claude Juncker, Macron e Merkel l’objectif est de sortir l’Europe de l’ornière, de lui apporter un souffle nouveau, de la régénérer et d’écarter le spectre de la paralysie. En tête de peloton, les plus motivés avanceront alors qu’à l’arrière, d’autres pays progresseront à un rythme différent. Au final, la construction européenne sera assurée afin d’offrir aux 27 la capacité d’affronter un monde en mutation. C’est à tout le moins, l’espoir qui transparaît à travers cette vision.
Rbert Baum
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Este PM é uma aberração animal 🙂
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Só entra gado do rebanho!
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Nesta fotografia acho piada ao olhar galanteador do Féfé…
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“Claro que o curriculum da deputada do PSD não é nada de especial (licenciada, mestre e doutoranda na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi apenas professora universitária, advogada, assessora jurídica da presidência do conselho de ministros, investigadora, secretária de estado, adjunta do provedor de justiça e ministra, tal como a generalidade dos cidadãos portugueses)”
Sim e esqueceu-se que essa deputada do PSD é mais uma marxista sexista. Pormenor sem importância não é?
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Este lucklucky passou-se dos carretos . Só pode . Ou então foi nomeado para substituto do Sr. do Sr. Rui Mão de Ferro (https://sol.sapo.pt/artigo/531482/socrates-pagava-blogue-para-elogiar-governo-e-atacar-inimigos).
Diz ele:
-“Sim e esqueceu-se que essa deputada do PSD é mais uma marxista sexista. Pormenor sem importância não é?”
De que se queixa, Sr lucklucky ? Dela ainda não o ter enrrabado?
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