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Pensar Portugal

20 Maio, 2018

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Fico sempre desconfiado quando se junta um grupo de pessoas para “pensar o país”. Desatam normalmente a descobrir políticas de “interesse nacional” e eu, confesso, já estou farto de me irem ao bolso…

Pus de lado o meu preconceito e admiti que o evento pudesse decorrer em São Mamede de Ribatua para demonstrar a preocupação desta gente pelo Interior, mas calha afinal que se juntaram nessa localidade periférica votada ao ostracismo que é Cascais.

Em luta contra as minhas próprias ideias feitas, reconheci que pelo menos os oradores principais certamente seriam pessoas normalmente sem palco mediático, distantes da oligarquia que nos pastoreia, indivíduos livres e com ideias inovadoras. E não é que eram mesmo?!

Vejam só: Marcelo Rebelo de Sousa; Manuel Caldeira Cabral; António Vitorino; Luís Marques Mendes; Luís Amado; Carlos Carreiras; Jorge Coelho; Guilherme d’ Oliveira Martins; Nunes Liberato; Pedro Reis; Rui Moura Ramos; entre outros. Nem sei como António Costa não se juntou ao acontecimento.

Percebi melhor o que moveu as pessoas a deslocarem-se ao hotel de luxo da Cidadela para assistirem às conferências quando um amigo (mais perspicaz e com maior talento do que o meu) sintetizou da seguinte forma: “é o equivalente a ir à ópera, mas sem a gorda a cantar”.

*

 

 

25 comentários leave one →
  1. Vitor permalink
    20 Maio, 2018 17:48

    tão bom

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  2. 20 Maio, 2018 18:11

    Os mesmos de sempre. Os mesmos que defenderam a política de mais despesa publica do governo socialista do Sócrates. Só faltou o Ricardo Salgado e uns quantos sábios que costumavam escrever cartas públicas a pedir TGV e aeroportos e outros que tais. O tuga engole tudo.

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    • Isabel permalink
      20 Maio, 2018 19:37

      Apoiado. Só espero que tenham tido a dignidade de pagar o aluguer da sala e etc do bolso deles. Porque se foi do meu…fico ainda mais estragada.

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  3. Monti permalink
    20 Maio, 2018 20:12

    O outro lado da moeda, depois dos estrategos dos Centros de Decisões Nacionais.
    Alguns, não tardaram a oferecer-se aos nossos vizinhos ibéricos.
    Seguidos pela nata do bloco central, na entrega amorosa aos chins.
    That is the economy…

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  4. Mario Figueiredo permalink
    20 Maio, 2018 20:46

    Mantêm-se a tradição; Para o regime abrilista, “pensar o país” é uma tarefa exclusiva da elite política. E para eles, a elite política é também a elite intelectual do país.

    Os raros elementos da sociedade civil presentes, se não forem os habituais animais de estimação, são escolhidos a dedos e previamente tranquilizados e amestrados. Pensar o país é acima de tudo uma tarefa de consensos e não de debate. Consensos esses que se verificam logo à partida da discussão, quando todos sem excepção começam por reconhecer para os seus umbigos como o país está tão mais-bom-melhor que antes. Isto para eliminar a tentação de algum mais distraído começar a querer pensar o país em ruptura com o que se tem feito até agora.

    Assim, são os abrilistas habitantes do castelo que pensam o país. Quem realmente vive no país, esse não tem que se preocupar a pensar coisa alguma. A sua única preocupação é não esquecer o pagamento da Talha e da Corveia. Impostos que não mudaram nada desde o feudalismo, apenas o seu nome.

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    • Mario Figueiredo permalink
      20 Maio, 2018 21:08

      Estava com uma dúvida no fundo da cabeça e fui confirmar: acima é preciso substituir “Talha e Corveia” por “Talha e Banalidades”.
      A corveia era trabalho semanal obrigatório na propriedade do senhor feudal. Embora se possam fazer paralelos aos dias de hoje, o meu objectivo era comparar os impostos e receitas não fiscais com os seus equivalentes na época medieval em pleno regime feudalista, que seriam a Talha e as Banalidades respectivamente.

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    • JgMenos permalink
      21 Maio, 2018 00:02

      «Para o regime abrilista» – corrija, esse regime não passou de uma catarse que acabou em no fim desse mês; segue-se até hoje o ‘regime abrilesco’.

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  5. 20 Maio, 2018 20:54

    parabens ao seu amigo pelo poder de sintese… e acerto.

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  6. 20 Maio, 2018 21:15

    Bom e oportuno post.

    Lembro-me bem do Compromisso Portugal no final de 2003. Carrapatoso, Diogo Vaz Guedes, Mexia, Filipe Boton, JSalgueiro, Nogueira Leite, Alexandre Relvas, entre outros, reunidos no Convento do Beato. Passados dias houve uns negócios no mínimo “esquisitos”, Portugal que se lixe. É é o que se tem notado…
    Por exemplo Carrapatoso (mentor e investidor do actual Observador), nunca se livrou da fama de ter usufruído dum perdão fiscal no total de 700 mil euros…

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    • Monti permalink
      21 Maio, 2018 06:47

      Quem os entendeu bem. E previu o futuro. Adam Smith, onde é que isso já vai.
      A bem do Comércio.

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  7. Arlindo da Costa permalink
    20 Maio, 2018 21:25

    Toda a gente sabe que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem.

    É pelo menos assim o que pensam aqueles que são contra a regionalização do país.

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  8. 20 Maio, 2018 21:40

    Hoje, num almoço em Lisboa, o Sócrates conseguiu ter 100 apoiantes. António Campos, Paulo Campos, Mário Lino, os únicos três conhecidos. Ah !, mais uns arlindos. Mais uma vez constata-se que está phodido, desprezado, só.
    Blá, blá, blá, disse nada de novo.

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  9. Procópio permalink
    20 Maio, 2018 21:52

    Pensar em mais trafulhice? Chega! “A pensar morreu um burro”.
    Nada de novo na trazeira dos falsos pulhíticos albardados do alto da vigarice contumaz.
    “No passado surgiram falsos profetas no meio do povo, como também agora surgirão entre vocês falsos mestres. Estes introduzirão secretamente heresias destruidoras, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. Muitos seguirão os caminhos vergonhosos desses géneros e, por causa deles, será difamado o caminho da verdade. Em sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram. Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda.” 2 Pedro 2:1-3
    “Eles cobiçam dinheiro e prestígio (2 Pedro 2:3), e: “… iludem os instáveis e têm o coração exercitado na ganância. Malditos! Eles abandonaram o caminho reto e se desviaram, seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o salário da injustiça.” (2 Pedro 2:14-15)

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  10. Procópio permalink
    20 Maio, 2018 22:14

    MJRB, não desprezemos quem nos pode dar esclarecimentos sobre o habilidoso nº 2.
    Dê lá por onde der, o nº 1 é que é o presidente da junta! Quero dizer, do Pêésse!
    Para ajudar o Pêésse, pode esclarecer uns pormenores. Ele sabe. Aguardemos.

    “Jamais desespere no meio das sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda. Provérbio Chinês

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    • 20 Maio, 2018 23:17

      Pois parece que na almoçarada o nº1 mandou uns “piquenos” bitaites incómodos sobre o nº 2.
      Não acredito que o animal feroz se cale quando na eminência de ser julgado notar absolutos desprezos do nº 2 e doutros.

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  11. André Miguel permalink
    20 Maio, 2018 22:36

    Pensar o país é pensar numa forma de sacar mais impostos, para inaugurar obras que não necessitamos, feitas pelos amigos do costume.
    Este povo é tão imbecil que não percebe que aplaudir uma obra paga com dinheiros públicos é o mesmo que agradecer ao multibanco quando levanta dinheiro.

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  12. Leunam permalink
    20 Maio, 2018 22:41

    Pensei que o que eles queriam, como rebate de consciência, era “aplicar ou renovar o penso” a um Portugal ferido de morte ou quase.

    Uma Geração que entrega diariamente a Soberania Nacional ao estrangeiro,pensa o quê?

    Uma Geração que entregou de mão beijada o seu mais valioso Património ao inimigo, que esbanjou perdulariamente a Herança poupada ao longo de quatro décadas, que se endividou ao estrangeiro em valores astronómicos, que vende constantemente o pouco património de que ainda dispõe, quando não a própria casa ou propriedades aos estrangeiros, que abandonou o interior do País, fechando Fábricas, Escolas, Estações de Correios, Agências bancárias, Tribunais, Centros de Saúde, Hospitais, Postos da GNR, Linhas de Caminho de Ferro, etc., que deixa morrer os velhos ao abandono nos Hospitais, que deixou de vigiar as suas Fronteiras, que que tem as Cadeias em regime de sobrelotação, que esbulha o Contribuinte com pesados impostos a favor de muitos parasitas, alguns de muito alimento, que tem listas de espera de 900 dias nos Hospitais, que tolera o “facilitismo” nas Escolas, que deixa partir para o estrangeiro o melhor da sua Juventude, pensa o quê?

    Uma Geração que fala muito em Liberdade mas não cuida da responsabilidade, visto que os filhos batem nos pais, os pais batem nos professores, os doentes batem nos Médicos e nos Enfermeiros, os jogadores de futebol batem no árbitro e os adeptos de futebol batem nos Jogadores e no Treinador, em que pensa esta geração?

    É uma geração de oportunistas cujo pensamento é, em exclusivo, dar boa imagem de si, sem nunca perder de vista o crescimento do seu próprio patrimoniozinho, que isso de Bem Comum era coisa do Estado Novo, facista e ditatorial.

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  13. Leunam permalink
    20 Maio, 2018 22:51

    Acrescento ainda:

    Uma Geração que tolera e pratica permanentemente o ABASTARDAMENTO da nossa bela Língua Portuguesa, a língua de Camões, de Pessoa, de Eça, de Ramalho e tantos outros Mestres, talvez o nosso melhor Património, pensa o quê?

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  14. Procópio permalink
    20 Maio, 2018 23:56

    Leunan, eles não pesam, fingem que pensam. A sua descrição exacta do sítio confrange.
    Confranger vem do latim, despedaçar. O problema é que só se sente despedaçado quem tem estrutura, quem preza valores, quem lamenta a desorientação de um povo cheio de gente boa, ingénua, heróica, virtuosa até. Gente que não merecia ser comandada, vilipendiada, desconsiderada pela escumalha avulsa.
    A ganância, de mãos dadas com a hipocrisia, são as imagens de marca.

    Pensar, já pensámos demais, até a cabeça doer.
    Não é a pensar que podemos fazer retroceder calamidades.

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  15. Expatriado permalink
    21 Maio, 2018 00:17

    Costa não foi porque estava ocupado com outras coisas…

    https://observador.pt/especiais/antonio-costa-comprou-casa-no-rato-e-vendeu-a-pelo-dobro-10-meses-depois/

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  16. 21 Maio, 2018 09:49

    Nesta noite o Sócrates provavelmente o Sócrates sonhou: porra, tive uma maioria absoluta numas legislativas, fui reeleito nas seguintes, fui secretário de estado, ministro, PM, abraçaram-me e beijaram-me milhares do maralhal, políticos tugas e outros mundialmente conhecidos, empresários, banqueiros, e neste almoço vêm-me apoiar só estes poucos pobres diabos e idiotas ?

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  17. carlos alberto ilharco permalink
    21 Maio, 2018 17:05

    Estes encontro são muito úteis.
    Fazem-se negócios muito simpáticos e os croquetes costumam ser bons.
    Se um dia me convidarem, aceito de mãos e braços abertos.

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