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Rigorosamente no mesmo lugar

15 Janeiro, 2020

No tempo em que os blogues eram populares, um artigo como o anterior geraria uma onda de indignação pelos outros blogues populares. Agora, como os blogues não são populares por ser muito mais recompensador debitar uma linha na parede do WC do que uns parágrafos espirituosos em livros, posso dizer o que quiser. Como, por exemplo: redução de impostos não pode ser objectivo de nada, só consequência da redução de encargos de empréstimos e despesa fixa.

Uma pessoa, nestas circunstâncias, habilita-se mesmo a ouvir que o Mises disse isto, que o Hayek disse aquilo e que o Oakeshott disse sabe-se lá o quê. É Keynes para aqui, Marx para acolá, Lenine para cima, Venezuela para baixo e o Ortega y Gasset entram num bar. Só não é Rothbard isto ou Hoppe aquilo porque as citações dos domínios da ficção são escassas. Nunca se ouve é que now is the winter of our discontent. É que there are more things in heaven and earth, Horatio, than are dreamt of in your philosophy. Ou, nas palavras imortais de Woody Allen: the food here is terrible, and the portions are too small.

Recordo, no tempo em que os blogues eram populares, da imensa pegada ecológica deixada pela corporação de um homem só em escárnio pela sugestão dos resultados inferiores no PISA na Suécia poderem ser causados pelo aumento da imigração. O desplante! A audácia! A guinada para o fascismo! Agora, que os blogues não são populares, já se pode dizer coisas evidentes: não há qualquer coragem em propor diminuição de impostos; coragem haveria se se propusesse a diminuição de efectivos na função pública. Contudo, o que se propõe é a criação de estruturas administrativas intermédias denominadas “regiões” que funcionarão como sorvedouro de despesa adicional e de uma série de tachos para boys (e girls à luz das quotas).

The lady doth protest too much, methinks.

Tal como Freitas do Amaral, continuo rigorosamente no mesmo sítio de sempre. Não é é culpa minha que o terreno debaixo dos meus pés continue a deslocar-se.

3 comentários leave one →
    • 16 Janeiro, 2020 05:41

      É um argumento a meu favor. Impedir aumento de despesa reduzindo a necessidade de obtenção de receita em vez de limitar a receita esperando com isso reduzir a despesa. A segunda pressupõe que problemas não são empurrados com a barriga para a administração seguinte.

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  1. JCA permalink
    17 Janeiro, 2020 00:36

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    É tao dificil aumentar impostos como baixá-los. Mas fins pessoais completamente opostos, ou seja lucros sobtre a forma de ordenados de trabalho ou investimento para quem ? Ou seja modelos de sociedade bem diferentes em termos de Liberdade do Cidadão sequer destrutiva do Estado Social entendido como garantia de Saude, Educação, Pensão quiça mesmo Habitação que podem encaixar nestes modelos opostos de sociedade sem qualquer problema.
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    Portanto é só escolher. Na corrente em poder, seja oposição ou situação, a proposta politica é muito pobre, resume-se a como e com quem dividir o bolo dos aumentos de impostos, sendo Esquerda, Direita, ou Extremos os atores desta cena, nenhum se preocupando com a sustentabilidade de Portugal, apenas com a repartição por não-criadores de riqueza sustentada do dinheiro emprestado pela Banca Internacional, ‘dado’ pela UEmais o criado pelos impostos que proibem s ustentabilidade de Portugal.
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    Por exemplo, nada de especial, Centeno correto do modelo de sociedade aceite por todos os Partidos, repete o Hoover’ismo porqiue sae que não Rooselvelt’ismo, situação possivel encostada à UE enquantio a esta lhe interessar, ou existir.
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    Pergunta simples que não tiram o sono aos Partidos ou Politicos,
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    se a UE falhar, ou falhasse, Portugal acontecia, ou acontecerá, o quê ?
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    viveria ou viverá de quê ?
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    Prontos mas se o caminho é o Hoover’ismo resta aguardar onde pára a bola na roleta de casino dos orçamentos &impostos &finanças bancarias &pseudoempresasprivadoestatais &empresasprivadas.
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    E portanto a carga fiscal ainda é pequena. Destrua-se o que ‘não presta’ a criar riqueza.
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    Tal qual as fantasias portuguesas com as fantasias das especiarias da India e os ouros do Brasil. Estranho é não se ter aprendido. E hoje Portugal são uns 800 Km de comprimento e uns 200 de largura. E porquê ?
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    Onde estão nos Partidos ou na Politica os lideres de destino ?
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    Quando quizerem sair, ou forem obrigados pelo resultado final do em curso, do Hoover’ismo em curso para o Roosevelt’ismo contem comigo. Nada contra ninguém, a vida são desafios mas não de palheta como assistimos na ‘dialetica’ de rato mickey a que ninguém liga nenhuma num divorcio absoluto entre Representantes do Sistema e Portugueses Infelizmente mas é a vida …
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