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Choradinho e Zappa

12 Dezembro, 2020

Leituras recomendadas.

De Henrique Pereira dos Santos:

E esse discurso do coitadinho aplicado à epidemia é, frequentemente, usado para me responsabilizar a mim pelas condições de trabalho de terceiros, como se fossem as minhas decisões sobre o Natal da minha família as responsáveis pelas doze ou mais horas seguidas de trabalho em condições extenuantes dos profissionais de saúde, e não as opções de Pedro Nuno Santos andar a brincar aos aviões com o dinheiro dos contribuintes, ou Marta Temido andar a ouvir o hino da Intersindical em vez de trazer os sectores privados para a resposta aos problemas de gestão do sistema de saúde.

É razoável e sensato que me digam para pensar bem de que maneira posso contribuir para gerir uma situação excepcional com o mínimo de custos, sobretudo custos injustos, para terceiros, e tenho toda a disponibilidade para adaptar o meu dia a dia a essa necessidade, mas choradinhos e chantagem emocional não, por favor, isso não é maneira de tratar as pessoas que, de maneira geral, até são bastante razoáveis e sensatas no seu dia a dia.

o texto completo aqui.

De Patrícia Fernandes:

(…) assenta na ideia perversa de que se alguém discorda da nossa opinião é porque está objetivamente errado. Se alguém apresenta argumentos que não colhem a nossa visão do mundo é porque tem um projeto oculto para nos enganar. Se alguém questiona a nossa noção de justiça é moralmente culpado.

Uma coisa é procurarmos desmontar informação falsa; coisa diferente é considerar como falsos argumentos com os quais não concordamos. Mas as fronteiras estão cada vez mais diluídas: para muitos bem-intencionados, os argumentos, os objetivos e o vocabulário usados ou são os seus ou o outro torna-se um alvo a abater. Para esses, o que realmente importa é não nos submetermos a uma opinião que nos desagrada ou não deixarmos que outros nos interpelem num sentido diferente do nosso.

O texto completo aqui.

18 comentários leave one →
  1. 12 Dezembro, 2020 15:29

    É engraçado que ande mais gente a lembrar-se do homem que começou a carreira pública a tocar bicicleta num programa televisivo. E, falando de um artista como Zappa, não é preciso, nem é curial, colocar as coisas em termos geracionais…

    Navegando no YouTube lá por casa, lembrei-me de Zappa depois de ter passado por uma paródia do Manuel João Vieira no Ena Pá 2000.
    A ‘esses olhos’, considero tão curioso como assustador, que muita gente que se diz democrata e que se bata pela liberdade de expressão, ande por aí a querer calar toda a gente a partir de pretensas boas intenções.

    Infelizmente, nos dias de hoje, Zappa, continua a ser sinónimo, aproximadamente 35 anos depois das sua últimas aparições, de liberdade e de transgressão.

    Sem saber do artigo do Observador, postei isto lá por casa:

    Coisas que não podem já ser feitas – Frank Zappa no seu melhor, quando a palavra ‘Liberdade’ não era oca:

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  2. Atento permalink
    12 Dezembro, 2020 16:42

    Em entrevista de 1971, Zappa anunciou a sua versão de revolução: “É tempo para uma revolução, mas não como… uma versão moderna de camponeses com forquilhas invadindo as propriedades dos ricos para redistribuir a sua riqueza pelos trabalhadores. Não é este o tipo de revolução que tenho em mente. Será uma espécie de infiltração.

    O que está errado hoje é que as pessoas que controlam os media e o governo, e que regulam a vida das pessoas, não estão a fazer um bom trabalho. Por isso, devemos substituí-las por pessoas das gerações mais novas que se interessem. O potencial está nessas gerações mais novas.”

    E cinquenta anos depois, que mudou? A geração que estava no poder defendeu e aumentou ainda mais o seu privilégio; desregulou o que faltava da canalha financeira e dos casinos a que chamam mercados; multiplicou a desigualdade e enriqueceu ainda mais obscenamente à sua custa.

    Nos anos 70 os media ainda investigavam e questionavam o status quo; onde estão hoje os Woodwards e Bernsteins? Onde podem estar, se os media e as redes sociais são controladas por uma dúzia de grupos e bilionários?

    As gerações que eram então mais novas limitaram-se a mamar também. Hoje são eles os maiores beneficiários da mama em roda livre a que chamam democracia liberal ou economia de mercado, na prática coutadas de mamões.

    Zappa, como outros optimistas, estava enganado: precisamos dos camponeses com forquilhas. Temos de redistribuir e limitar a riqueza. E terá de ser à força. Ou alguém vê outra maneira?

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    • chipamanine permalink
      12 Dezembro, 2020 16:54

      A dos camponeses com forquilhas –caso não se tenha apercebido — também já aconteceu e….– caso não se tenha apercebido —- limitaram-se e limitam-se (China) a mamar na economia do estado que chamam de democracia (escravocrata), beneficiários em roda livre dos seus despóticos desejos e práticas…….isto tudo caso não se tenha apercebido.

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    • Atento permalink
      12 Dezembro, 2020 17:17

      Não, não aconteceu. As revoluções são feitas por uma pequena minoria, para benefício de uma minoria ainda menor.

      Os regimes ditos comunistas limitam-se a impor capitalismo de Estado sob o controlo de uma clique, em vez de democratizar a gestão da sociedade e dos meios de produção.

      A riqueza nunca foi redistribuída, muito menos foi limitada. Uns poucos têm sempre muito. Isso tem de mudar.

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      • chipamanine permalink
        12 Dezembro, 2020 17:32

        Ahhhh bom …vc então continua a ser um bom comunista mas agora de quinta geração (5G) Afinal houve foi uns desvios …….do verdadeiro

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      • Zé Manel Tonto permalink
        12 Dezembro, 2020 20:12

        “Uns poucos têm sempre muito. Isso tem de mudar.”

        Chegue-se à frente.
        O Atento, vivendo em Portugal, estará certamente nos 5% mais ricos da população mundial.

        Não se acanhe, há muita gente em África e na Ásia que não diria que não a uma redistribuiçãozinha da sua conta bancária.

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      • lucklucky permalink
        12 Dezembro, 2020 22:54

        “Temos de redistribuir e limitar a riqueza.”

        Como sempre o ódio Marxista a quem consegue mais. especialmente se for legítimo.

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    • Zé Manel Tonto permalink
      12 Dezembro, 2020 20:10

      “Ou alguém vê outra maneira?”

      E que tal não redestribuir?
      É que de cada vez que essa redestribuição é feita, as coisas acabam com uns milhões a morrer à fome, outros tantos em gulags, mais umas execuções e purgas pelo meio…

      É aborrecido…

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      • chipamanine permalink
        12 Dezembro, 2020 21:20

        Mas na cabeça desta gente quando falam em redistribuir eles pensam apenas que os que mais tem que eles deveriam dar esse “excesso” a eles próprios. Estão-se a cagar para os africanos ou asiáticos ou mesmo latino americanos que tem um cagagésimo do que o Atento tem. O que eles querem é para eles o dos outros e os outros que tem muito menos que eles que se fo….

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    • Atento permalink
      12 Dezembro, 2020 22:22

      “de cada vez que essa redestribuição é feita…”

      Como já concluímos, nunca foi feita: uma pequena minoria mamona sempre ficou com muito mais que os outros. Daí a necessidade de redistribuir. É o novo TINA.

      Quanto ao chegar-se à frente, tem de começar por cima: pelos obscenamente ricos. Essas tretas dos 5% mais ricos não iludem ninguém. Ainda não conhece o Mister Gotcha?

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      • Zé Manel Tonto permalink
        12 Dezembro, 2020 23:31

        Não concluímos coisa nenhuma.

        Redistribuição acontece-me todos os meses, quando me tiram uma percentagem escabrosa do salário para manter o estado social obeso.

        Sou absolutamente contra impostos sobre os “ricos”, porque o conceito de rico é extremamente elástico.
        O IRS nos Estados Unidos começou por ser 7% para rendimentos acima de 11 milhões $ (ajustado à inflação), e agora vai em 37% para 466 mil $

        “tem de começar por cima”

        Não o faz do seu património, voluntariamente, mas está feliz da vida por obrigar os outros?
        É por isto que o direito de voto deve ser retirado a quem paga menos em impostos que o que recebe do estado social. É que conheço uns quantos Atentos que acham que quem ganha 1000€ por mês é rico.

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      • chipamanine permalink
        13 Dezembro, 2020 07:56

        Portantessss já concluímos que de cada vez que se tentou fazer a dita cuja redistribuição houve sempre uma minoria mamona que a sacou para ela própria e não fez a “real distribuição”. Poderemos concluir então que , se até agora nunca foi feita, porque seria feita se o tentassem outra vez?
        No caso da redistribuição “inglesa” isso faria com que esses mamões ficariam com rendimento de um completo mamão comparado com o de um país africano subsahariano. E assim por diante os ingleses teriam de redistribuir com um Zimbabueano senão seriam eles os mamões.
        Tudo muito bem feito até à miséria final…….um paraíso portanto.

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    • Atento permalink
      13 Dezembro, 2020 00:07

      É escusado tentar outra vez confundir ou mudar o assunto, este continua firme nos obscenamente ricos. É por aí que se começa.

      Depois os muito ricos, depois os ricos. Onde se pára, qual o critério? O salário e a riqueza média. Vive em Inglaterra, não é? Se aí a média são 30k /ano, ninguém devia ganhar mais de 300k /ano. Ninguém. E se a riqueza média é 500k, um limite total de 10 milhões será generoso. Muito generoso.

      Na época mais próspera dos Estados Unidos, o escalão máximo de IRS passava os 90%. Seria um bom começo, mas não chega: é preciso também limitar a riqueza. Acima de certo valor, uma taxa de 100%. O mesmo nas heranças.

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      • Zé Manel Tonto permalink
        13 Dezembro, 2020 10:02

        A maioria dos ladrões socialistas (passe o pleonasmo) tentam esconder as suas intenções.
        O Atento ao menos é honesto. Quer roubar, e assume-o.

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      • Zé Manel Tonto permalink
        13 Dezembro, 2020 10:12

        “se a riqueza média é 500k”

        Em que mundo é que vive?
        A riqueza dos muito ricos, dos ricos, e dos remediados, não é dinheiro debaixo do colchão, ou no banco para ser conquistado.

        São acções, obrigações, imobiliário avaliados em determinado valor.

        Se não forem vendidos, o que é que quer cobrar?
        Ou se as acções que uma pessoa tem subirem em bolsa acima de determinado valor o Estado fica com elas? Devolve-as quando o valor descer, ou é só roubar?

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      • chipamanine permalink
        13 Dezembro, 2020 10:50

        Não há problema pá ….no caso do imobiliário fica um tijolo para cada pessoa. Uma ação/obrigação para cada um e passamos todos a ser donos da Microsoft até ela fechar três meses depois. Podemos comer a ação ao pequeno almoço e depois nem “papel” temos para o almoço.(sempre nos restarão as forquilhas para comer que até podem ter uso no vizinho do lado para o pôr na panela.
        Esta gente navega na maionese ou usa produtos estragados

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  3. Expatriado permalink
    12 Dezembro, 2020 18:39

    Isto vai arrepiar muitos bem-pensantes mas ignorantes de História.

    Vamos mandar esta carta ao Mamado(r)?

    “ This is BRILLIANT!
    This was in the SA paper last week (Mercury). The main headline stated the following:
    It’s not too late for whites to say sorry for Apartheid………….
    Check the email that went around responding to the headline. It’s a kick ass response. The guy that wrote it has got it!!!

    ‘To the Previously Disadvantaged’
    We are sorry that our ancestors were intelligent, advanced and daring enough to explore the wild oceans to discover new countries and develop them.
    We are sorry that those who came before us took you out of the bush and taught you that there was more to life than beating drums,
    killing each other and chasing animals with sticks and stones.
    We are sorry that they planned, funded and developed roads, towns, mines, factories, airports and harbours, all of which you now
    claim to be your long deprived inheritance giving you every right to change and rename these at your discretion.
    We are sorry that our parents taught us the value of small but strong families, to not breed like rabbits and end up as underfed, diseased, illiterate shack dwellers living in poverty.
    We are sorry that when the evil apartheid government provided you with schools, you decided they’d look better without windows
    or in piles of ashes.
    We happily gave up those bad days of getting spanked in our all white Schools for doing something wrong, and much prefer these
    days of freedom where problems can be resolved with knives and guns.
    We are sorry that it is hard to shake off the bitterness of the past when you keep on raping, torturing and killing our friends and family members, and then hide behind the fence of ‘human rights’ with smiles on your faces.
    We are sorry that we do not trust the government… We have no reason to be so suspicious because none of these poor “hard working intellectuals” have ever been involved in any form of “corruption or irregularities”.
    We are sorry that we do not trust the police force and, even though they have openly admitted that they have lost the war against crime and criminals, we should not be negative and just ignore their corruption and carry on hoping for the best.
    We are sorry that it is more important to you to have players of colour in our national teams than winning games and promoting patriotism.
    We know that sponsorship doesn’t depend on a team’s success.
    We are sorry that our border posts have been flung open and now left you competing for jobs against illegal immigrants from our beautiful neighbouring countries.
    All of them countries that have grown into economic powerhouses after kicking out the ‘settlers’.
    We are sorry that we don’t believe in witchcraft, beet root and garlic cures, urinating on street corners, virginity testing, slaughtering of bulls in our back yards, trading women for cattle and other barbaric practices.
    Maybe we just grew up differently.
    We are sorry that your medical care, water supplies, roads, railways and electricity supplies are going down the toilet because skilled people who could have planned for and resolved these issues had to be thrown away because they were of the wrong ethnic
    background and now have to work in foreign countries where their skills are highly appreciated.
    We are so sorry that we’d like this country to fulfil its potential so we can once again be proud South Africans.

    The Previously Advantaged.”

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  4. lucklucky permalink
    12 Dezembro, 2020 23:02

    Não sei porque raio a autora do segundo texto lhes chama filhos de Zappa.

    Zappa não queria nada que ver com eles,
    Zappa gozou com os Marxistas e afilhados no “We’re only in it for the Money”

    Em 1978
    “hippies were pretty stupid. […] the people involved in [youth] processes […] are very sensitive to criticism. They always take themselves too seriously. So anybody who impugns the process, whether it’s a peace march or love beads or whatever it is – that person is the enemy and must be dealt with severely. So we came under a lot of criticism, because we dared to suggest that perhaps what was going on was really stupid.

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