Twitter e liberdade de expressão
A «esquerdalha» progressista anda a ter chiliques com a compra do Twitter e o facto de um sheik da Arábia Saudita deixar de ser um dos maiores accionistas da empresa. Já a Direita «cócózinha» está apreensiva com a possibilidade desta rede social não ter um Diácono Remédios a zelar pelo bom-comportamento dos seus utilizadores.
Elon Musk nasceu na África do Sul, tem 50 anos e é o homem mais rico do mundo. Isso chateia verdadeiramente a malta de esquerda, sobretudo depois do inovador empresário ter mudado a sede da Tesla (o seu maior negócio) da California para o Texas onde os impostos são muito mais baixos. E ao contrário do pessoal fofinho de direita, Elon Musk criticou fortemente a decisão do Twitter em banir o ex-presidente Trump assim como recusou bloquear órgãos de comunicação russos do seu serviço de internet por satélite.
O novo dono do Twitter já foi inspirador para os progressistas de esquerda e cambada histérica com as alterações climáticas, mas hoje está mais conotado com a direita e os movimentos liberais. Mas não precisamos de concordar sempre com as opiniões e a visão do mundo que Elon Musk tem para saudar com entusiasmo a sua aparente forte intenção de despoluir o Twitter do controlo de linguagem, cancelamento de opinião, banimento de utilizadores e pensamento de grupo que tem caracterizado esta plataforma.
Nos seus 16 anos de existência e com cerca de 250 milhões de utilizadores diários, o Twitter deu lucro apenas em dois exercícios. Apesar de ser expectável tenha uma gestão mais eficiente e eficaz retirando a empresa de cotação na bolsa, Elon Musk já declarou que não pretende torna-la uma máquina de gerar fortunas, mas ser antes seu objectivo “tornar o Twitter melhor do que nunca” e proteger o Twitter como uma “praça pública digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade”, onde “as pessoas tenham a possibilidade e a percepção de que podem falar livremente”.
Ao ser uma rede emotiva e hipócrita que promove um discurso de sinalização de virtude, o Twitter ficou infestado pela esquerda. Se Elon Musk resgatar o Twitter das pulsões fascistas contra a dissidência de opinião face ao consenso da esquerda, passando a permitir que as pessoas discordem sem partir imediatamente para uma guerra verbal onde o objetivo acaba por ser o de expulsar da plataforma quem tem opiniões de que se discorda, isso será um sucesso enorme e verdadeiro serviço público global. Musk entende (e bem!) que precisamos de mais e não de menos exposição a ideias desagradáveis.
Aparentemente Elon Musk ter-se-à decidido a comprar o Twitter cinco dias após uma conta humorística muito popular ter sido suspensa pelo Twitter depois de ter feito uma piada sobre um indivíduo transgénero (que passou de homem para mulher), e que é membro do governo de Joe Biden. Em reacção a este cancelamento Elon Musk lançou uma sondagem a partir da sua própria conta particular no Twitter perguntando aos seus mais de 80 milhões de seguidores se a liberdade de expressão é essencial para o funcionamento da democracia. A esmagadora maioria das respostas foi “sim”.
Se o humor sem espartilhos regressar ao Twitter, já haverá razões para agradecer a Elon Musk ter gastado 44 mil milhões de dólares na compra da empresa.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
“despoluir o Twitter do controlo de linguagem, cancelamento de opinião, banimento de utilizadores e pensamento de grupo que tem caracterizado esta plataforma”
Olhe, poderiam começar precisamente por aqui – ainda recentemente e sem QUALQUER RAZÃO (se é que alguma vez a há; na minha opinião rarissimamente ou mesmo NUNCA) – e prosseguir com caracter de urgência inadiável para o “Observador” (onde fui uma vez mais banido por nada ou coisa nenhuma e parece-me que pela última vez, pois perdi de vez a paciência; de mim nunca viram e nunca verão 1 cêntimo que seja, isso é certo).
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“O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita”, como teria dito o camarada Kant se tivesse nascido cá na paróquia, em vez de Kaliningrad.
Tal como a água corre para o esgoto, os profissionais da comunicação correm para o Twitter. Torna-se naturalmente um campo de tiro para profissionais pagos – o equivalente moderno do “comprar tinta de jornal aos barris”.
O Musk já tirou uns quantos coelhos da cartola. Desejo-lhe sorte com este, mas duvido que a coisa melhore muito.
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«passando a permitir que as pessoas discordem sem partir imediatamente para uma guerra verbal». Good luck with that…LOL. Aquilo é uma máquina geradora de disparates e má educação. Gente civilizada não frequenta esse antro.
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Que o twitter será muito melhor com liberdade de expressão, e se a comunada que toma decisões, e boa parte dos trabalhadores for de lá corrida, não há dúvidas.
Os trabalhadores que têm que ser expulsos o quanto antes não são os programadores que fazem a coisa funcionar, são o pessoal dos departamentos de diversidade e inclusão, os recursos humanos, as equipas que lidam com termos de serviço, etc.
Que o Elon Musk tenha como único motivo criar um espaço de livre discussão já duvido. Algum plano terá para fazer a empresa dar lucro.
Se o plano passar por permitir livre discussão para aumentar o tráfego tanto melhor.
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Até em Portugal no Pplware já temos censor de ideias…nem é preciso achincalhar ou insultar alguém, basta escrever determinadas ideias e pimba lápis vermelho.
Embora Musk não se tenha movido por nenhum ideal de liberdade de expressão, moveu-se por forma a fazer mais propaganda à sua persona e aos produtos que lança, também fico-lhe grato por custear um canal limpo de censura ideológica,
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Baniram-me duas contas com que comentava no Observador sem ter publicado insultos, ou ameças de violência.
Entretanto nas mesmas threads de comentários onde os meus eram apagados havia gente a insultar os outros de tudo, e os comentários estavam disponiveis.
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Exactamente o mesmo comigo, como referi no primeiro comentário. Mas acho que desta vez é de vez, já não tenho mais paciência para criar uma nova conta, comentar uma dúzia de vezes contra precisamente a censura, co comunismo-socialismo, o politicamente correcto, esta chusma de políticos e demais parasitas, etc, etc, e acabar da mesma forma de sempre, voltando o ciclo ao início.
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Há algum tempo, no Observador suspenderam-me a minha conta por via de associar o desejo de Vitalino Canas ao Tribunal Constitucional …onde sustentei ser tudo uma questão interna de aventais… e ele não foi/acedeu ao TC… e ainda bem que não foi
Resumindo e concluindo, está tudo dito sobre a democracia (será que está?) … e no espaço do Observador (com ou sem aventais) , muito mais estaria formalizado quanto ao espaço que pelo menos (formalmente) seria de liberdade… só que formalmente nada de isso se passa… e, assim repito
Nada disso se passa
JPPCH
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Acho que a compra será mais barata pois os salafrários e corruptos do Twatter andaram desde 2019 a aldrabar no número de utilizadores para assim conseguirem fazer aumentar o valor das acções… Coisas típicas dos mercados terroristas financeiros e corporações deste maravilhoso SISTEMA MONETÁRIO!
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Já vi tudo.
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Elon Musk é um bilionário. Num mundo mais racional, esta constatação seria tão estranha e chocante como dizer que ele é um senhor feudal.
O mero facto de existirem bilionários comprova o completo falhanço do sistema; é algo absurdo, grotesco, medieval. Num mundo onde mil milhões passam fome, é também obsceno. Mesmo nos EUA, um país rico, a riqueza média não passa dos $120.000. Musk vale dois milhões de vezes isso.
O Twitter é uma fossa de trampa, como quase tudo o que vem dos EUA. A Europa precisa é de alternativas aos Googles, Amazons, Facebooks, todos os mamões americanos que a carneirada consome ávida e acriticamente, enchendo ainda mais os seus lucros obscenos e offshorizados.
Logo, a questão não é o mamão Musk comprar o esterco chamado Twitter; é 1) o mamão existir quando não deve existir; e 2) o Twitter ter a importância que tem quando a não deve ter. Primeira solução: limitar a riqueza.
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Esquece lá essa ilusão de “limitar a riqueza”… Não há manada de escravos boçais com capacidade para tal.
Entretanto no mundo do terrorismo financeiro:
FANG stocks have lost over $1.6 trillion in market capitalization since their peak over $5 trillion in Nov 2021…
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“A Europa precisa é de alternativas aos Googles, Amazons, Facebooks”
A Europa não precisa de alternativas só para se dizer que são Europeias.
Faz lembrar a história de criar uma agência de rating Europeia aquando da crise das dividas soberanas, com o objectivo expresso de dar melhor nota à divida dos países Europeus. sabendo à partida que era esse o objectivo nunca seria levada a sério.
Se houver condições para criar essas alternativas, elas aparecem. Mas porque é que este género de empresas aparece nos EUA, e não na Europa? Porque a Europa é Europa, entre muitas outras coisas devido ao seu amado Estado Social, que carrega empresas e trabalhadores com impostos. Quem é bom foge daqui.
Porque a ideia de taxar, ou mesmo expropriar totalmente a riqueza criada não é pertença única da cabeça do Atento, até há deputados eleitos que concordam. Por isso quem tem uma empresa com potencial, quando é para lançar em bolsa, lança longe daqui.
O Atento no mesmo comentário diz que é preciso limitar a riqueza, mas queixa-se que a Europa precisa de alternativas a estas empresas. Parece o homicida que mata os pais, e pede clemência ao juiz porque é orfão.
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“Faz lembrar a história de criar uma agência de rating Europeia aquando da crise das dividas soberanas…”
Sem dúvida, Zé: um absurdo. Devíamos era ter acabado com o casino mamão chamado ‘mercados financeiros’, ou pelo menos regulado cada milímetro da sua existência como quem açaima um cão raivoso, e destruído de vez a influência dos parasitas chamados ‘agências de rating’.
Mas como sempre, ficou à vista o que não pode sequer ser discutido: o domínio americano, a hegemonia neoliberal, a financeirização da economia, os triliões inventados do ar, a mama dos mamões. O culto chamado TINA.
“Porque é que este género de empresas [mamões de TI] aparece nos EUA, e não na Europa?”
Porque a Europa implodiu em duas guerras, os EUA tomaram conta disto, levaram os melhores cientistas, concentraram poder e riqueza, e há décadas que chulam o mundo para manter o controlo financeiro, tecnológico e militar.
As IBMs, Oracles e Microsofts abriram o caminho, o Silicon Valley floresceu, os milhões criados do ar fluem para startups como nunca, geeks ambiciosos e investidores gananciosos desunham-se para ser o próximo Bezos ou Musk.
A Europa precisa de alternativa para não estar refém destes mamões e dos EUA, a maior fossa do planeta. Não é que faça falta um novo Facebook ou Twitter; são lixo. Mas precisamos de ferramentas para pesquisar, trabalhar, educar. O Youtube, por exemplo, devia ser público. Sem anúncios, sem mamões, sem parvoíces de ‘youtubers’ ou ‘influencers’.
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Se o Youtube fosse público e sem anúncios não existia no formato que existe.
O Youtube cresceu e atraiu utilizadores porque pagava, e paga, a quem lá ponha videos (desde que não seja comentário politico de direita).
Os muitos videos com grande valor de produção sobre História, ou Ciencia tem esse valor porque permitem aos seus criadores ganhar dinheiro com anuncios e patrocinadores.
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O Youtube cresceu porque a carneirada adora Beyoncés, Biebers, Sheerans e outras trampas pseudo-musicais; vídeos de gatos, futebóis, ‘celebridades’, conversas moles e brincadeiras parvas. A par do Facebook, deve ser o maior desperdício de tempo e energia do mundo.
O que lá há de jeito talvez chegue, com sorte, a 1% do total: bons concertos, documentários e programas pagos pelo público, da BBC e assim. Dos ‘criadores de conteúdo’ aproveita-se talvez 0,001%. E alguns mamam milhões pelos vídeos que fazem, o que é absurdo e inaceitável.
A ínfima minoria que produz conteúdo de jeito pode ser recompensada, de acordo: crie-se um sistema com limites razoáveis e sem anúncios a impingir tretas a carneiros.
Os outros que lá mamam, todos os ‘influencers’ e ‘celebridades’ e miúdos a abrir prendas, tudo investigado e devidamente expropriado.
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Ainda agora vi um video sobre a resitência jugoslava na 2ª guerra mundial. eu aprendi qualquer coisa, quem fez o video vive do seu trabalho, e o patrocinador publicitou o seu serviço com um anuncio de 30 segundos no inicio. Todos saimos a ganhar.
Porque é que se vai criar um sistema (e vindo do Atento cheira-me a mais impostos) para recompensar quem já está a ser recompensado?
O Atento não tem uma empresa de IT? Se alguma vez crescer ao ponto de haver outros Atentos a querer expropriá-la vou-me rir bastante.
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“Todos saimos a ganhar.”
Nesse exemplo é possível; mas o Youtube está repleto de vídeos da treta e riqueza imerecida.
Basta constatar que ser ‘youtuber’ é já uma ocupação; como se não bastasse futeboleiros, actores, pseudo-cantores e outros parasitas, milhões de jovens sonham agora copiar os MrBeasts, Jake Pauls e demais tralha.
Tudo financiado pelos mamões donos disto tudo, que impingem à carneirada não só as suas bugigangas, mas também as ilusões do capitalismo mais excessivo e decadente.
A sua miopia é comum: vendo um só caso não parece muito grave. Mas há que multiplicá-lo por mil, por um milhão, por mil milhões. Foi assim que chegámos onde estamos; é assim que os Musks continuarão a mamar.
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Direita vassala parece-me mais adequado.
Diversas contas conservadoras no Twitter viram o número dos seus seguidores aumentar dezenas ou, em alguns casos (Tim Pool, Trump Jr.), uma centena de milhares de seguidores nos 3/4 dias após a consumação (aceitação pelo board) do negócio.
O Twitter afirma que foi “crescimento orgânico” (novas adesões), e não o fim (ocultação) de um qualquer sistemático e algorítmico processo de manipulação e supressão de seguidores de contas conservadoras.
Mas no dia em que foi anunciada a conclusão do negócio (já publicitado e em negociações há vários dias) não houve qualquer alteração de números. Foi só mais de 24 horas depois, e tudo de repente.
O nível de manipulação pró-“aquele sector do espectro ideológico que não pode ser mencionado” tem camadas de profundidade e malignidade de que não suspeitamos ainda. Mas, pelo menos no Twitter, as cortinas vão ser abertas e essa tralha toda vai ser exposta à luz do sol.
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O Atento quer dizer que o Putin é que é bom.
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No final do dia Musk é apenas e só mais um salafrário, corrupto e terrorista a soldo do DONOS do SISTEMA MONETÁRIO…
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Pah, mas o tipo é mesmo bom vendedor.
Marte, pah!
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