O erro de “impor” o liberalismo reduzindo impostos
Imposto é roubo! A subtracção de propriedade alheia contra a vontade da pessoa alvo desse acto, é uma violação de um princípio ético fundamental. O facto de a legislação o permitir e a sociedade se ter organizado em torno do estado para praticar o roubo fiscal, não legitima a prática de extorsão, mas apenas absolve o criminoso.
E, se em Portugal, ainda não chegamos à apropriação de 100% do produto do nosso trabalho qual a percentagem de carga fiscal que permitiremos que os políticos nos imponham sem nos vermos a nós próprios como escravos do estado?
A Iniciativa Liberal, que eu saiba, nunca chegou a admitir esta premissa básica e nunca teve como ponto de partida para o seu programa político a ideia de imposto ser roubo. Todavia, até há uns tempos, este partido distinguia-se dos outros pela sua defesa contra a enorme carga fiscal a que os Portugueses são sujeitos e pela defesa da baixa de impostos.
O lema da IL pela redução dos impostos tem-se, no entanto, revelado profundamente ineficaz e, diria mesmo, contraproducente. E por culpa própria da Iniciativa Liberal. Ninguém baixa impostos sem primeiro reduzir a despesa pública. Baixar impostos sem primeiro reduzir a despesa é querer apenas que a transferência das nossas responsabilidades para o Estado seja mais barata.
A Iniciativa Liberal tem um pregão e grita pela baixa de impostos, mas está calada ou fala muito baixinho quando se trata de definir linhas de rumo para a redução da despesa pública de forma permanente e sustentada que vá muito além do caso TAP. O que importaria seria defender a retirada do Estado de inúmeros aspectos da nossa vida, desde logo através de uma redução do âmbito do estado social. Caso contrário, defender menos impostos é, na prática, pedir e defender a manutenção de um estado socialista e uma sociedade estatizada, mas apenas tentando que nos roubem menos.
Se a IL se leva demasiado a sério e acredita que a sociedade se transforma com tentativas de impor o “liberalismo” à força sobretudo por via da redução dos impostos, parece não entender que para preservar a Liberdade, o partido deveria antes ter como bandeira e mensagem fundamental a redução do Estado.
Mas isso seria talvez contra-natura, porque é da natureza das coisas, mesmo para um partido dito liberal, ter por objectivo conquistar posição de poder e influencia, que inexoravelmente leva à mesma vertigem de manter na órbita do estado decisões e opções que deveriam ser devolvidas à responsabilidade de cada pessoa e família, sem controlo ou orientação por parte dos políticos.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
Ena. Chamem o Hobbes, para explicar melhor o livro. Ou o Elon Musk, e peçam-lhe para pagar voluntáriamente a justiça, a segurança e a defesa cá da paróquia.
A inexistência na história humana de uma sociedade sem impostos devia dar alguma pista sobre a viabilidade do “princípio ético” – mais ou menos a mesma do comunismo científico e outros delírios.
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No Paleolítico já se pagavam impostos?
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Bem visto!
E as escolas, os hospitais, as estradas, os esgotos, tudo funcionava melhor… o socialismo deu cabo de tudo!
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No paleolitico o chefe da tribo comia uma porção maior, tinha mais acesso às mulheres da tribo.
Sim, mesmo no paleolitico havia uma elite politica primitiva que sacava aos restantes.
Havia pelo menos a hipotese de um tipo sair da tribo e tentar a sorte sozinho. Hoje nem isso.
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A Iniciativa Liberal deveria bater-se pela eliminação de empresas privadas penduradas na teta do estado isso sim! O ataque ao estado social é atirar areia para os olhos…acham mesmo que é a malta dos RSI (com os quais também não concordo) que suga a maior parte do orçamento do estado!?
Temos fundações e observatórios cujo a única verdadeira missão é pagar ordenados a boys!!!…mas não há que bater no estado social que vai mantendo justamente algumas pessoas à tona da água, injustamente outras tantas. A IL não tem valores apenas reclama valores aos negócios dos seus militantes! Não me serve.
Acham que é o desmantelamento do SNS que vai tornar o país numa Suiça!? Se determinados pulhas ligados a todo esse crime de colarinho branco bem badalado na comunicação devolvesse o produto roubado e com juros isso sim! E quem empresta dinheiro da forma que se viu na CGD também deveria ser engavetado…mas não há que atacar quem já vive na m+rda quer seja por fracas opções ou sorte na vida…sim há malandros no meio deles há, demasiados…mas lá está se o estado fiscalizasse funcionava mas está quieto! E quem é que vai fiscalizar? A Inspeções RSI, de Pinto e Filho, SA!?
Os libertários não são flor que se cheire!
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Concordo ,por mais volta que damos damos dar sempre ao mesmo , um regime podre com cravos vermelhos uma vez ano.
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Muito certo!
Nunca, que eu saiba, um partido levou ao parlamento um inquérito sobre a utilidade (custo / benefício) de uma qualquer instituição pública!
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Certíssimo. Mas acontece que a IL outra coisa não é que farinha do mesmo saco dos outros partidos.
Nos costumes tende mesmo a rivalizar com o bloco de extrema esquerda.
Claro que se fosse diferente dos demais, o que está longe de o ser, em simultâneo com a baixa de impostos, bater.se.ia pela redução drástica da despesa pública, como diz o Telmo, e bem. Mas isso não dá votos.
Todos uns chulos do erário público.
Estamos bem lixados!
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O direitinha Telmo às vezes passa-se e solta a Ayn que tem dentro dele.
Será ingénuo a ponto de pensar que os mamões privados são contra o Estado, ou apenas se faz de sonso? Haverá alguém que não saiba que eles precisam do Estado? E que os impostos nem lhes fazem cócegas?
Neste papel de liberoca ortodoxo e histriónico, para quem até a IL – esses lacaios de mamões – são perigosos esquerdistas, lembra os comunas mais jurássicos. A surgir um PCP liberoca, à direita da IL, o Telmo lá estará.
Para quem não sabe, a 1ª e última função do Estado é controlar a populaça e assegurar que a riqueza vai legal e ordeiramente de quem trabalha para quem mama. Em resumo, manter o status quo. O resto é secundário.
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“E, se em Portugal, ainda não chegamos à apropriação de 100% do produto do nosso trabalho”
Isso é falso como se pode ver na faixa de rendimentos entre 9870 euros e 11100 euros.
Essas pessoas levam praticamente o mesmo para casa 620 picos euros. Ou seja trabalhar mais 1200 euros nesta faixa, todos esses 1200 euros vão para o Estado. Uma taxa de IRS de 100%.
Uma pessoa que ganhe 10836 euros leva 619 euros para casa, uma pessoa que ganhe 9870 euros leva 627 euros para casa. Neste caso uma taxa de mais de 100% sobre o trabalho extra que fizeram.
Isto é apoiado pela esquerda e direita socialista e a censura dos jornalistas.
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Eu não concordo que um impostos seja roubo se o impostado concordar com o imposto e o valor do imposto.
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Impossivel baixar impostos (incluo segurança social, dêem as voltas que derem, é um imposto) pois o grosso dos gastos do estado é o estado social.
Saúde, educação, segurança social.
Do Bloco de Esquerda ao Chega, todos concordam, e querem mais.
Mesmo eleitores da IL, se lhes perguntar se querem cortar nas pensões, na saúde, ou na educação, poucos dirão que sim.
Se a população não quer cortar no grosso da despesa, não há baixa de impostos. É uma opção.
Eu respeito a opinião de quem se queixa dos impostos, e quer cortar nessas despesas.
Respeito a opinião de quem não quer cortar, mas não se queixa.
Não tenho qualquer respeito de quem se queixa de impostos altos, mas quer manter o estado social tal qual ele está.
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