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E fazer com que os sindicatos fossem serviço público?

18 Dezembro, 2014

Independentemente de fazer ou não sentido a requisição civil apresentada hoje para colmatar o mal já feito pelo pré-anúncio de greve da TAP na semana do Natal, greve esta tão moralmente censurável como greve aos exames nacionais ou ao serviço de urgência hospitalar, o argumento anti-privatização a partir do pressuposto que, ao fazer a requisição civil, o governo opta por evidenciar o serviço público imprescindível fornecido pela TAP, simplesmente não colhe frutos.

Ninguém diz que a TAP não faz um serviço público importantíssimo. A Ryanair também faz e não é por isso que deve ser nacionalizada. O que isto evidencia é que serviço público importantíssimo não pode ser gerido por grupos de interesse com poder suficiente para chantagear contribuintes. Dito de outra forma, se não é passível de requisição civil, não deve ser gerido pelo Estado; se é gerido pelo Estado deve ser consensual que é passível de requisição civil.

Aliás, nenhuma greve percepcionada como não possuindo risco acarreta qualquer poder reivindicativo. Uma greve só é consequente se há risco real de despedimento do grevista, que opta por aceitar esse risco em prol da possibilidade de benefício maior. As greves que se vêem na função pública e em empresas públicas são menos que teatro, são uma fantochada de privilegiados habituados a vacas gordas que apenas servem para alimentar a engrenagem dos palonços cuja função na vida é empecer por vício.

Em Portugal ninguém desvirtua mais a função sindical que os próprios sindicatos. Eu começaria por dissecar o financiamento destes antes de emprenhar pelos ouvidos qualquer ceninha que vos faça sentir bem com o que julgam ser magnânimas demonstrações espalhafatosas de bondade; mas cada um humilha-se com o que quer.

O PS alinhar na posição do papalvo inútil não é surpreendente: sempre tiveram dificuldade em distinguir o que é do Estado do que é do partido.

37 comentários leave one →
  1. Rui Silva permalink
    18 Dezembro, 2014 23:31

    Concordo plenamente.

    Em resumo , empresa do estado e função pública não poderia nunca recorrer á greve.

    cumps

    Rui Silva

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    • Bolota permalink
      18 Dezembro, 2014 23:43

      Onde fica aqui a democracia??? Está a falar em ditadura é isso???

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      • 19 Dezembro, 2014 00:06

        Sim. A ditadura praticada por essas bestas comunas que dominam os sindicatos e chegam a fazer de propósito para que as pessoas percam os processos jurídicos.

        Usam as pessoas como carne para canhão e vivem que nem tiranos ricos à conta de andarem sempre com os coitadinhos na boca.

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      • 19 Dezembro, 2014 00:09

        A democracia sindical da CGTP é tamanha que nem aceitam quem não seja militante do PCP na direcção.

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      • 19 Dezembro, 2014 00:29

        Porque é que haviam de aceitar se a CGTP pertence ao PCP?

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      • anónimo permalink
        19 Dezembro, 2014 06:47

        “Porque é que haviam de aceitar se a CGTP pertence ao PCP?”

        Verdade, alexandrino ? A CGTP pertence ao PCP ? Bolas, nunca me passou pela cabeça que tal pudesse acontecer.

        Se não fossem os alexandrinos deste mundo morríamos todos na ignorancia.

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      • Rui Silva permalink
        19 Dezembro, 2014 10:13

        Caro Bolota,
        É possível em democracia a FP não ter direito á greve.
        Imagine por exemplo um referendo que decida isso mesmo.
        Você aí já ficaria satisfeito porque era uma decisão democrática?
        Não confunda Democracia com Liberdade.

        cumps

        Rui Silva

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      • Bolota permalink
        19 Dezembro, 2014 14:00

        Rui Silva ,

        Não confundo nada. Em democracia o direito há greve, é um direito fundamental.
        Tudo o que invente a partir daqui é destorcer um direito. Agora se há referendo ou deixa de haver é invenção sua.

        O Rui disse isto:
        “empresa do estado e função pública não poderia nunca recorrer á greve.”

        Reforçado com o NUNCA, é uma medida só aplicável em ditadura.

        Daí eu ter perguntado: Onde ficava a democracia???

        Fado,

        Quem vai pagar com os teus cinismos, as tuas cegueiras ideológicas, as tuas ditadurazinhas á Massamá, são o teu filhos, mais ainda os teus netos.

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      • 19 Dezembro, 2014 14:04

        A democracia é um instrumento. Esse instrumento consiste em legitimar uma escolha que consiste na vontade de uns ignorando a vontade dos outros. Portanto, a democracia permite lançar uma bomba nuclear onde nos apetecer sabendo que a responsabilidade é de quem escolheu e não de quem executou.

        Lá na URSS faziam greves?

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      • Bolota permalink
        19 Dezembro, 2014 14:02

        zazie

        Vê bem o filme que tu fizeste com a minha simples pergunta: do que disse o Rui Silva ,onde ficava a democracia???

        Atina porra

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      • 19 Dezembro, 2014 14:11

        Pois não pertence ao PCP. Mas, a verdade é que impedem na direcção quem não seja militante do PCP.

        Dei este exemplo para calar a treta do “sindicalismo democrático”.

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      • 19 Dezembro, 2014 18:45

        “ A democracia é um instrumento “

        vitorcunha

        É um instrumento que foi maioritariamente aceite, dai a quadrilha se servir dele para fazer as patifarias que muito bem entende.Aliás, pior, está a fazer o contrario do que a democracia lhe permitiu

        Se é assim para a quadrilha e se a greve é um dos direitos fundamentais, tem de ser respeitada enquanto tal.

        O que tem a URSS a ver com a discussão??? Quanto á bomba se continuar a escolher mal, está sujeito a isso. O Amigo Obama está farto de atropelar a democracia á pala de se defender.
        Vá lá que chegou á conclusão ,que afinal o embargo a Cuba não sortiu o efeito desejado.

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  2. Sousa Pinto permalink
    18 Dezembro, 2014 23:36

    Perfeitamente de acordo.

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  3. 19 Dezembro, 2014 00:04

    Completamente.

    Desgraçado do trabalhador que precise mesmo de defender os seus interesses porque bem pode esperar sentado que o sindicato lhe ligue. Só lhes importa o colectivo holista para fazerem política.

    O mais anoral é esta gente ter poder para negociarem com o Estado tudo o que é lei.

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  4. 19 Dezembro, 2014 00:08

    Os sindicatos por cá ou são de elite que sabe que é difícil ser substituída- tipo maquinistas e pilotos; ou é comuna para a sabotar tudo. Quanto pior, melhor.

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  5. Artista Português permalink
    19 Dezembro, 2014 00:27

    Escusavas de ouvir isto, óh Bolota!

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  6. 19 Dezembro, 2014 00:34

    Uma greve só é consequente se há risco real de despedimento do grevista

    A frase do ano.
    Os empregados da Opel da Azambuja, agradeceriam se no devido tempo tivessem sabido disto.
    Estes ainda vão a tempo.

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    • anónimo permalink
      19 Dezembro, 2014 06:55

      Pronto, o Baptista da Silva da aeronautica agora também é o Baptista da Silva da industria automóvel.

      A Opel da Azambuja fecharia de qualquer modo, com greve ou sem greve, oh alexandrino.

      Os sindicatos fizeram um bocado de barulho apenas para fazer prova de vida. e para não terem dúvidas que seria mesmo aquela unidade que os americas iriam fechar em primeiro lugar, atenta a reestruturação mundial do grupo.
      É que as indemnizações pela extinção do posto de trabalho (ou despedimento colectivo), na época, ainda eram chorudas. Compensou receber a massa e arranjar emprego noutro lado, que pessoal com formação específica tende a arranjar emprego com facilidade.
      Só os cafés, pastelarias e comercio em geral da Azambuja é que tremeram.

      Convinha que fosses ler as notícias da época antes de largares as habituais banalidades e falares, como te é habitual, do que desconheces..

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  7. Carlos Dias permalink
    19 Dezembro, 2014 01:24

    Pior que os sindicatos e que os esquerdistas é o PS e a sua demagogia.

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  8. bgg permalink
    19 Dezembro, 2014 02:52

    “Dito de outra forma, se não é passível de requisição civil, não deve ser gerido pelo Estado; se é gerido pelo Estado deve ser consensual que é passível de requisição civil.”

    Isto não tem qualquer sentido: qualquer actividade elencada pela lei privada pode ser objecto de requisição civil. Por exemplo, os serviços de um médico particular podem ser requisitados – desde que verificados os restantes requesitos – alínea m) do artº 3º da respectiva lei – http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=novapol08

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  9. Castrol permalink
    19 Dezembro, 2014 10:16

    O PS tem tido um comportamento vergonhoso em todo este folhetim!

    Dá-se ares de importância e faz declarações como se fosse Governo, mas arrota opiniões avulso como um mero partido de oposição, sem ambições de vir a ser Governo.

    Uma vez mais estão certos da impunidade e da memória seletiva dos Media.

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  10. Incauto permalink
    19 Dezembro, 2014 12:39

    Em Portugal faz-se greves por três motivos: Ideológicos, manutenção de privilégios ou as duas alíneas anteriores juntas. E fazer greve por estes motivos é que constitui, isso sim, atentados, não só á democracia como á própria liberdade. Não sei mesmo se a CGTP e a FENPROF, por exemplo, não deveriam ser dissovidas por razões anti-constitucionais. Mas para isso sería preciso erradicar a ideologia vigente na Constituição e no Tribunal Constitucional. Portanto, resumindo e concluíndo, estamos feitos ao bife e continuaremos na mão dos sindicatos sempre que os governos não tiverem tomates para os contrariar. E enquanto não clonarem a Margaret Thatcher e a ensinarem a falar português.

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    • Bolota permalink
      19 Dezembro, 2014 14:10

      Incauto,

      Estas completamente baralhado, Salazar e Caetano , foram corridos já faz 40 anos. Agora está num regime que devia ser democrático e em democracia a greve é um direito.

      Deixa-me adiantar apenas isto: A quadrilha licenciou-se e atropelos ás lei e de tal forma que a requisição civil é mais uma.
      Com um presidente da Republica a tempo inteiro já tinham sido corridos nem que fosse por isto.

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      • Incauto permalink
        19 Dezembro, 2014 17:45

        Bolota,

        Estás completamente baralhada. O Salazar morreu e o Caetano foi corrido porque o PC queria entregar as nossas ex-colónias á URSS, e para isso organizaram e executaram uma coisa muito romântica chamada “revolução dos cravos” no dia 25/04/1974 sobre o pretexto de derrube de uma “ditadura fascista”. O processo de viragem do regime para uma democracia, pelo Caetano, já estava em curso, por isso é que aconteceu o 25/04. Porque os comunas estavam cheios de pressa para implementar uma ditadura comunista em Portugal. Falharam. Mas como a partir daí ficaram a ser considerados uns “gandas” heróis, resistentes anti-fascistas e mártires da liberdade… oops, “mártires” talvez não porque afinal de contas não morreu ninguém sobre o pé fascista opressor e eles andam todos por aí a dizer e a fazer asneiras. Todos excepto aqueles que morreram de causas naturais e tem agora nomes em ruas no Seixal e em Almada. Anyway, falharam nos seus propósitos primordiais mas apropriaram-se do controle dos sindicatos que usam como arma de arremesso para defesa dos ideais comunistas até ondem os podem implementar. Ou tu achas que eles estão cheios de boas intenções? Se o bem-comum fosse realmente o objectivo dos comunas, sabendo que o país está falido continuariam a defender uma função pública mastodônticamente desproporcional à população do país? E continuariam a manobrar os sindicatos para greves sem sentido que só fazem as empresas públicas ter cada vez mais prejuízos, que todos nós temos de pagar? Acorda Bolota.

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      • 19 Dezembro, 2014 18:35

        Incauto,

        Disseste isto: “ fazer greve por estes motivos é que constitui, isso sim, atentados, não só á democracia como á própria liberdade.”
        Eu Respondi assim:
        – Salazar e Caetano , foram corridos já faz 40 anos
        – A quadrilha licenciou-se e atropelos ás lei e de tal forma que a requisição civil é mais uma.
        – Com um presidente da Republica a tempo inteiro já tinham sido corridos nem que fosse por isto.

        Tu respondes com um chorrilho de banalidades

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      • 19 Dezembro, 2014 18:37

        Qual foi o governo que criou a TAP, a empresa de aviação pública?

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      • 19 Dezembro, 2014 18:54

        vitorcunha

        A avaliar pelo que diz Wikipédia, quem criou a TAP foi o Governo que estava em exercício em 1945.

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      • Incauto permalink
        19 Dezembro, 2014 19:14

        Bolota

        Tens toda a razão. É um chorrilho de banalidades. Mas as banalidades são argumentos usados para explicar devagar aquilo que os nossos interlocutores recusam-se a entender. Eu apenas limitei-me a revisitar as causas fundamentais para que neste momento em 2014, o governo seja forçado a fazer uma requisição civil, respondendo dessa forma ás tuas profundíssimas interjeições, como seja por ex. “Salazar e Caetano , foram corridos já faz 40 anos”. Se aqui alguma mensagem subliminar para justificares o teu desacordo com a requisição civil que eu não atingi, agradecia que me explicasses.

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      • Bolota permalink
        19 Dezembro, 2014 21:37

        ” Não sei mesmo se a CGTP e a FENPROF, por exemplo, não deveriam ser dissovidas ”

        Incauto

        Queres que explique o quê??? Só em ditadura isto seria possível.

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  11. Almeida permalink
    19 Dezembro, 2014 16:04

    Errado. A requisição civil pode ser decretada e aplicada para qualquer bem ou actividade em caso de interesse nacional. Os serviços/empresas privadas (transportes, por exemplo) não são excepção. O que está agora em causa é apenas o procedimento usado pelo governo. Só depois de definidos os “serviços mínimos” e em caso de recusa de cumprimento pode ser decretada a requisição civil.

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    • 19 Dezembro, 2014 16:13

      Mas agora ninguém lê o primeiro parágrafo?

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    • 19 Dezembro, 2014 16:16

      Os “serviços mínimos” numa empresa de transporte com o contribuinte como accionista são 100%. Menos que isso seria admitir má gestão de serviço público, que afinal não é assim tão essencial.

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      • Almeida permalink
        19 Dezembro, 2014 16:46

        O que quiserem. Mas façam-no como exige a lei.

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  12. Carlos Dias permalink
    19 Dezembro, 2014 17:49

    Hoje ouvi uma boa na quadratura do triângulo (ou do círculo).
    O PP concorda com a privatização da TAP desde que se garanta a continuidade dos schedules e da manutenção dos trabalhadores actuais.
    Presumo que quisesse dizer que desde que fique tudo na mesma não há qualquer inconveniente que alguém despeje lá dinheiro e fique à espera da próxima greve.
    Este PP nem ao fim de décadas de permanência junto ao arco do poder aprendeu que as coisas não giram à volta de cavaqueiras semanais.

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    • Almeida permalink
      20 Dezembro, 2014 10:20

      Finalmente alguém que diz alguma coisa de jeito. É precisamente pela sua conclusão que a TAP não deve ser privatizada.

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