Encalhados*
Vinte e seis ministros em três décadas e meia para um ministério onde os funcionários são mais de duzentos mil. Na sua maioria são mulheres, têm uma formação superior à da população portuguesa e são conhecidas como ‘stôras’. Não houve alteração política em Portugal que não percebesse o potencial e os perigos resultantes da dispersão regional e da extraordinária proximidade que os professores mantêm com a população. Os professores sempre foram vistos como um extraodinário veículo de propaganda ou como perigosos agitadores: a República pô-los a oficiar cerimónias maçónicas, o Estado Novo controlou-os e perseguiu-os mais do que a quaisquer outros funcionários e a democracia almejou que eles construíssem, em cada escola, aquele que era o seu modelo de sociedade ideal – um universo onde a disciplina surgia naturalmente, se trabalhava sem esforço e onde todos eram iguais. Não por acaso é um dos homens que não só associamos ao espírito da Primavera marcelista e que na democracia voltou a ser ministro, Veiga Simão, que encontramos a pôr em marcha a escola enquanto alter-ego duma sociedade que vê na igualdade uma espécie de estado de bondade irremediavelmente perdido para os adultos mas passível de ser recriado para as crianças e jovens.
Ao extinguir o chamado ensino técnico entendeu a geração de Veiga Simão que se estava a dar um forte contributo para acabar com as diferenças entre pobres e ricos, pois todos passariam a frequentar a escola unificada.
Simultaneamente a escala de avaliação de 1 a 20 foi condensada em 1 a 5. O resultado foi o 3 tornar-se nota universal para alunos que iam do mau ao bom. Se algo a 5 de Outubro conseguiu criar rapidamente nas escolas foi esses assustador centrão da mediocridade. Mas nada disto foi ou é suficiente para que o ministério se dê por derrotado nos seus desígnios de política social: em nome da igualdade, a actual equipa ministerial terminou com o ensino artístico, uma decisão que à semelhança do que sucedeu com o ensino técnico pode vir a ter implicações futuras calamitosas. Sob a batuta da 5 de Outubro o universo-escola criou uma linguagem própria que tornou apresentável este reino do absurdo, em que se tornaram indistintos não apenas os resultados mas também o que faz cada um na escola. Os professores e alunos passaram a ensinantes e aprendentes mútuos, a transmissão de conhecimentos deu lugar a uma situação relacional onde por vezes se ficava retido e a violência escolar passou ser encarada como uma uma forma não enquadrada da expressão de problemas. Para cúmulo o próprio saber dos professores entrou numa espiral de relativismo: o que importava era acumular créditos em acções de formação e não o conteúdo dessas acções. Assim era rigorosamente igual para um docente de alemão frequentar uma acção de formação em língua alemã, ecologia ou azulejaria. Isto numa versão relativamente bondosa do sucedido porque em alguns casos chegaram a fazer-se seminários para docentes ministrados por “terapeutas de energias” e astrólogos. Tudo isto devidamente avalizado e estimulado pelo ministério. Os professores não inventaram nada do monstro que anda para aí. Simplesmente se adaptaram a todas as reformas prontas a usar que lhes foram entregues pela 5 de Outubro. Os professores temem agora – e têm fortes motivos para isso – que a avaliação os torne nos bodes expiatórios do falhanço duma política, a da educação, que leva 11 por cento do investimento público português e não apresenta resultados minimamente satisfatórios. Diz a ministra que os professores não querem ser avaliados. Provavelmente tem razão a senhora ministra. Mas os professores apenas se limitam a fazer seus os princípios básicos do ministério. Durante quantos anos o ministério tentou que não fossem conhecidos os dados que permitem elaborar os rankings? E , por acaso, deixa Maria de Lurdes Rodrigues que os pais avaliem as escolas? Quando digo avaliar não falo de preencher fichas ou dar notas a professores. Falo da única forma que conheço de avaliação dum serviço: termos a liberdade de o trocar por outro. O critério da escolha das famílias – instituindo o cheque ensino e dando liberdade às escolas públicas para se organizarem consoante as necessidades daqueles que as procuram – é a única forma de se poder avaliar o trabalho duma escola e dos seus professores. Os professores serão avaliados no dia em que numa qualquer escola pública, em Portugal, um encarregado de educação possa dizer que quer transferir o seu filho para a escola Y seja ela pública ou privada, simplesmente porque ela é melhor e que, na sequência dessa transferência, os cinco mil euros que o estado português gasta anualmente com a educação do seu filho passarão a ser entregues na escola Y e não naquela que frequentou até então.
As fichas que tanta indignação têm suscitado não pretendem avaliar professores. São simplesmente um mecanismo de controlo por parte do ministério para com os seus funcionários. Mecanismo autoritário e legitimador de subjectividades várias como sempre aconteceu na relação entre o ministério e os professores. Mas aos pais e aos alunos essas fichas interessam tanto quanto o livro de ponto que os professores têm de preencher. Ou seja quase nada. Os pais e os alunos estão encalhados à espera que algo consiga quebrar esta concepção da educação que leva a que a mesma esteja reduzida a uma guerra entre a rua, onde os professores desfilam ao Sábado, e o ministério donde a ministra faz prova de vida nos noticiários da noite do fim-de-semana. Quer os professores quer a ministra sabem que não têm margem para muito mais. Entretanto de segunda a sexta, os alunos portugueses fazem o seu ensino obrigatório numa escola que não podem escolher. Será que a ministra e os professores querem mesmo falar de avaliação?
PS. Eduardo Correia, Vitorino Magalhães Godinho, Vasco Gonçalves, Rui Grácio, Manuel Rodrigues de Carvalho, José Emílio da Silva, Vítor Alves, Mário Sottomayor Cardia, Carlos Lloyd Braga, Luís Valente de Oliveira, Luís Veiga da Cunha, Vítor Pereira Crespo, João Fraústo da Silva, José Augusto Seabra, João de Deus Pinheiro, Roberto Carneiro, Diamantino Durão, Couto dos Santos, Manuela Ferreira Leite, Marçal Grilo, Guilherme D’Oliveira Martins, Santos Silva, Domingos Pedrosa de Jesus, David Justino, Maria do Carmo Seabra, Maria de Lurdes Rodrigues – eis os ministros da Educação desde Abril de 1974.
*PÚBLICO, 11 de Março
conheci o veiga em coimbra donde o regime que servia o mandou para filho do maputo. no sector das físicas fazia parte do trio “o velho, o rapaz e o burro”
a “inducação” está nesta situação que indicam verbetes da BNL (agora BNP) que possuo:
“livro ruído do bicho” devia ser do telemóvel
“passou para michelania” quem se passou fui eu com esta história do michel
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“As pessoas estão sempre a querer que os professores e a escola mudem. Raramente isto foi tão verdadeiro como o tem sido nos últimos tempos. Como todos os momentos de crise económica, os tempos actuais de competitividade global estão a originar um imenso pânico moral sobre a maneira como estamos a preparar as gerações do futuro nos nossos países. Em momentos como este, a educação, em geral, e as escolas, em particular, tornam-se naquilo a que A. H. Hasley chamou «o cesto de papéis da sociedade»; receptáculos de políticas nos quais são depositados, sem cerimónia, os problemas não resolvidos e insolúveis da sociedade. Pouca gente quer fazer algo relativamente à economia, mas todos — os políticos, os meios de comunicação de massas e o público em geral — querem fazer algo na educação.”
Andy Hargreaves
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Quem me desculpem, mas só consigo pensar nisto: Jorge Palma- Canção de Lisboa
«Os serões habituais
E as conversas sempre iguais
Os horóscopos, os signos e ascendentes
Mais a vida da outra sussurrada entre dentes
Os convites nos olhos embriagados
Os encontros de novo adiados
Nos ouvidos cansados ecoa
A canção de lisboa
Não está só a solidão
Há tristeza e compaixão
Quando o sono acalma os corpos agitados
Pela noite atirados contra colchões errados
Há o silêncio de quem não ri nem chora
Há divórcio entre o dentro e o fora
Há quem diga que nunca foi boa
A canção de lisboa
Mamã, mamã
Onde estás tu, mamã?
Nós sem ti não sabemos, mamã,
Libertar-nos do mal(bis)
A urgência de agarrar
Qualquer coisa para mostrar
Que afinal nós também temos mão na vida
Mesmo que seja à custa de a vivermos fingida
O estatuto para impressionar o mundo
Não precisa de ser mais profundo
Que o marasmo que nos atordoa
Ó canção de lisboa
As vielas de néon
E as guitarras já sem som
Vão mantendo viva a tradição da fome
Que a memória deturpa e o orgulho consome
Entre o orgasmo na gruta ainda fria
E o abandono da carne vazia
Cada um no seu canto entoa
A canção de lisboa
Mamã, mamã
Onde estás tu, mamã?
Nós sem ti não sabemos, mamã,
Libertar-nos do mal(bis)
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Num país onde há 20000000 de pobres e onde uma em cada 5 crianças é pobre, o “liberal turn” queria que a escola fosse a grande instância reparadora das injustiças e insucessos sociais endémicos.A promessa de engenharia social da escola pública sempre foi uma promessa mirífica que o liberal turn quis levar a sério para, mais tarde,apregoar a ineficiência do grande Leviatã – o Estado.
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Se o objetivo é apenas a avaliação das escolas pelos pais pela competição entre as mesmas, o cheque-ensino não é preciso para nada: basta que se autorize que um pai possa escolher uma qualquer escola. Não é preciso o estado sustentar as escolas privadas.
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O ensino é obrigatório.
Em média o Estado português gasta cinco mil euros ano por aluno.
O que estamos a discuter é o ensino obrigatórioa e sobretudo se o ensino obrigatório é +obrigatório nas escolas públicas ou nas escolas que as famílias escolherem.
O que leva a que se tenha tanto medo de afectar, a pedido dos pais, à escola pública, privada ou cooperativa a verba que o Estado português gasta com cada aluno?
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Brilhante “post”.
De facto, este é o melhor (pior) espelho de Abril! Ou se quiserem, Abril falhou completa e estrondosamente.
Salazar era um Ditador, indubitavelmente.
Abril criou um mundo inexistente e perfeito, em que todos são bons e não há hierarquia!
Agora na globalização, os Asiáticos aparecem destacados pelo esforço, empenho e dedicação.
Os portugueses querem viver à sombra de Bruxelas, como se os alemães, franceses e companhia, o aceitassem eternamente.
O “pântano” de Guterres está aí, para ficar, com um dos seus afilhados no comando! O Engenheiro falso!
PS Falta referir o nome de Benavente, que foi uma verdadeira miséria no Ministério do Sargeta Santos Silva.
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Todos esses ministros da educaçao devem ter sido educados nos tempos antigos em que as notas iam de 9 a 20 e o resultado é o que se ve.
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E muitos dos politicos e comentadores e gente que acha que agora é que está tudo mal, foram mal educados pelo antigo sistema educativo e nao repararm que o mal está é neles.
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Incrível o Vasco Gonçalves ministro da educação!
É mesmo aquele maluquinho do discurso de Almada?
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À ministra pelos vistos interessa captar é “alunos”.Mesmo que venham do paquistão, bangladesh e outros locais onde a afectividade e ops especiais laços de amizade com os portugueses sempre foram fortes… esses alunos “escolhem” o ano onde se querem inserir, recebem os apoios existentes para a “igualdade”, livros, refeições, apoio.Na turma também existem um ou dois deficientes, alguns da moleirinha.Agora o incompetente professor tem que mostrar serviço.
Cada vez que estes fulanos abanam o sistema é como um vendaval no pomar: começam a cair os frutos.A CGA que se prepare para mais umas centenas de reformas não esperadas, mesmo com as “penalizações” recentemente inventadas para levar o pessoal a morrer em serviço.
SE HOUVESSE POR PARTE DESTA MINISTRA SERIEDADE, EM VEZ DE ANDAR A PROPAGANDEAR “CURSOS PROFISSIONALIZANTES” SEM VALOR ACRESCENTADO, TINHA É RECONSTITUIDO AS ESCOLAS TÉCNICAS, UMA MAIS VALIA PARA OS QUE VÃO TER QUE CONTINUAR A FUGIR DESTE PAÍS.
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Ó J, as pessoas educadas no tempo de Salazar, sao uma lástima. Se nao fosse assim o país estava cheio de génios. E os génios contam-se pelos dedos das maos e alguns foi porque estudaram fora ou se fizeram a si próprios.
A maioria possui é a mania, e sao um zero que nem sabem ensinar, sao retrogados, parados no tempo, nao inovam… e passam o tempo a dizer mal do sistema educativo actual e que dantes é que era bom. Agora é o eduques. Mas a realidade é que eles nao prestam.
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O país está a começar a ressurgir agora em termos intelectuais, cientificos, de futuro com as geraçoes que começaram a ser ensinadas naquilo que dizem o eduques. É nos proximos anos que os genios vao ressurgir. Eles estao aí em todo o lado.
Só quem nao quer ver.
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Anónimo Diz:
12 Março, 2008 às 10:17 am
Ó J, as pessoas educadas no tempo de Salazar, sao uma lástima. Se nao fosse assim o país estava cheio de génios.
Nada mais falso. Estes indigentes que nos governam são os mesmos que tiraram o curso com o cravo na lapela, além de outras “licenciaturas independentes”.
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ó cruzado estamos a falar de ensino primário e secundário. A tal coisa que dantes é que era bom.
“Estes indigentes que nos governam são os mesmos que tiraram o curso com o cravo na lapela, além de outras “licenciaturas independentes”.”
E onde estao os outros? Sao inexistentes?! Onde estao os maravilhosos cerebros do antigamente e o que fizeram?
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Só depois de enterrada toda a geração traumatizada antes de Abril, o ar estará mais limpo.
E quando acabar a gasolina.
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O sistema educativo depois do 25 abril pode nao ser bom, mas o anterior era uma nulidade.
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Quem é que disse que o sistema de ensino do Salazar é que era bom?
Agora, dizer que o “novas oportunidades” é que é bom, é engarem-se a Vocês próprios.
E se a Ministra é assim tão boa, porquê que o célebre aparelho das DREN’s, DREL’s e afins, persiste? Esse aparelho é pior do que os Sindicatos.
Mas, Darwin explicou como é.
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Mas podemos ou não falar da avaliação dos professores?
Se cada um pudesse escolher a escola que quer e não a que tem de ser não será que se obtinha um resultado mais justo que estas fichas através das quais o ministério se avalia a si mesmo?
Por exemplo, a alimentação não é menos importante que a educação. Suponhamos que o Estado considerava sua responsabilidade criar uma rede de supermercados pois não podia correr o risco de deixar na mão dos privados algo tão importante quanto a alimentação.
O Estado consideraria que na versão estatal os supermercados não seriam tentados a comercializar produtos nocivos para a saúde nem aliciariam os consumidores com inutilidades.
Para que nada falhasse cada um de nós apenas podia ir ao supermercado da sua área de residência.
Concedia-se que quem quisesse abastecer-se doutro modo podia fazê-lo: perdia os talões que lhe garantiam o acesso gratuito aos supermercados estatais e procurava fazer compras numa espécie de lojas gourmet. Estas viam crescer a sua procura duma forma desmedida e davam-se ao luxo de rejeitar clientes. Estes na ânsia de fazerem parte dos escolhidos não hesitavam em passar noites à porta dessas lojas nas vésperas das inscrições para novos clientes.
Entretanto como os supermercados não estavam a atender satisfatoriamente os consumidores e como o estado não controlava os trabalhadores dos supermercados resolvia o respectivo ministério fazer umas fichas para avaliar esses trabalhadores. Como é natural estes protestavam… E os consumidores esperavam.
Pois. Tudo isto era uma grande tolice e um enorme desastre. Felzimente que tal não se aplica ao sector alimentar. Infelizmente aplicou-se à educação.
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Se fosse no supermercado e as coisas funcionassem mal, os trabalhadores eram despedidos. Como na escola nao podem ser despedidos. Podem ser avaliados e incentivados a melhorarem, para melhorar as avaliaçoes e a educaçao.
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Cara Helena:
Desculpe dar-lhe conselhos, mas evite as metáforas do João Miranda sobre padarias…
A sua analogia é fácil de desmontar. Um supermercado pode, em princípio, satisfazer um enorme aumento da procura. Uma escola não. O resultado do sistema que propõe é que as escolas começariam a selecionar os alunos a admitir, porque os lugares nas mesmas são limitados. Os alunos “problemáticos” seriam relegados para escolas periféricas e más. O que propõe não resolveria o problema da qualidade de ensino, apenas varreria o lixo para debaixo do tapete (ok, também tenho direito à minha metáfora….).
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Supermercado : Resolver : Formaçao. Nao resulta: despedir e contratar outros
Educaçao: Resolver: Formaçao. Nao resulta: Avaliar para ver se os estimulam a melhorar.
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Esta caixa de comentários está cheia de Apparatchiks Anónimos.
Ou será só um?
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a sinistra ministra já foi anarca. publiquem os textos referidos por francisco josé viegas no blogue a origem das espécies.
sócrates-cavaco uma dupla de sucesso: não há pobres, não há desemprego, as universidades e empresas criam high-tech, o ensino vai implementar o 25º ano, a oposição é a melhor maravilha (fizeram rija pega de caras, com o ribau a rabejador e o menezes à cernelha)
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Como os supermercados funcionam bem, ponham o Belmiro a ministro da Educação.
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“Piscoiso Diz:
12 Março, 2008 às 11:30 am
Como os supermercados funcionam bem, ponham o Belmiro a ministro da Educação.”
ahahaha!!
🙂
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Caro «jpt» nunca viu os supermercado vazios dos países de leste?
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1.O “ensino” na Tugalândia é uma metáfora. É um faz-de-conta. Não são avaliados nem conhecimentos nem competências. A esmagadora maioria dos alunos mal sabe ler e escrever.
2.O Governo está-se borrifando para a qualidade do dito. O que verdadeiramente interessa são as estatísticas finais, desde que reflictam uma “melhoria nos índices de aproveitamento e a diminuição do abandono escolar”.
3.O “ensino”, público e privado, está minado por uma lógica mercantilista, onde tudo é subvertido em nome do negócio.
4.O Min. da Educação transformou-se numa máquina, tentacular e controleira, que faria inveja a Estaline e sucedâneos. Criaram-se e criam-se Direcções, Comissões, Confederações (a CONFAP mais parece actualmente uma confraria de avôs), contratam-se estudos, pareceres, levantamentos (alguns até são pagos duas vezes) e caterings como se não houvesse amanhã.
5.A missão e função do docente foi completamente subvertida em nome desta nova ordem. Como dizia uma luminária no Prós: “hoje em dia é muito discutível o conceito em que os melhores passam e os piores não”.
6. Se em vez de Min. da Educação se chamasse Min. do Queijo da Serra, ninguém notaria a diferença.
7.Se os alunos só esporadicamente são “avaliados”, por uma questão de coerência porque razão os docentes o devem ser?
8.Em nome de quê se pretende transferir a função de educador dos pais para os docentes?
9.Quem avalia a qualidade dos conteúdos programáticos?
10.A Tugalândia é o país da UE que mais gasta (per capita) no ensino e também o que apresenta piores resultados.
11.Graças a Deus não sou professor.
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O cheque ensino incitava as escolas a trabalhar melhor,sem dúvida e com isso, os professores a deixarem a asa protectora dos sindicatos e burocratas do ME!
Enquanto uns e outros tiverem o vencimento assegurado ao fim do mês seja qual for a sua produtividade,a educação não melhora.
A avaliação é uma medida há muito testada na educação noutros países Europeus,
com resultados muito melhores.Fixar objectivos para as escolas e a partir destes para os professores, com progressões e incentivos correspondentes.
Esta tudo há muito estudado e a ser praticado!Quando não se quer ser avaliado até os pés atrapalham!
A avaliação é, mais tarde ou mais cedo, inevitável!
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E como as pessoas não passam se simples mercadorias (com um valor acrescentado bem inferior ao de tantos e tantos produtos), segundo a opinião de alguns e que está em conformidade com a ideologia dominante, é bom que tentemos perceber a lógica do mercado da Educação (e, por inferência, o das pessoas que não passam de simples coisas) fazendo algumas comparações deste com o de qualquer outro produto: nabos, rabanetes,… e, por que não, pãezinhos!
Abençoada sociedade que consegue valorizar muito mais uma qualquer maquineta do que o ser humano: de um dia para o outro, centenas (milhares e até milhões) de pessoas podem ser remetidas para a indigência e respectiva condição social e “humana” pelo aparecimento de uma máquina que produz mais e melhor do que todas elas! Em nome do MERCADO, da produtividade e do crescimento económico vale a pena condenar milhões de pessoas à mais pungente miséria!
E, meus senhores, não tenhais ilusões, nós, os que somos detentores da verdade e com elevados conhecimentos para decidirmos do futuro da humanidade, nós, que ao contrário dos outros, somos muito importantes e insubstituíveis, temos, para o comprovar, os cemitérios cheios de gente como nós!
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Gostei deste escrito. Ontem, quando o li, apeteceu-me glosar e transcrever partes. Não tive tempo, mas pelo menos fico a pensar que ainda há alguém capaz de “pensar diferente”.
Venham mais.
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Finalmente mais alguém que fala do desastre que foi a passagem da classificação dos 0 a 20 para 0-5.
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Afinal é fácil:
Muda-se a classificação para
0 a 40
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“a alimentação não é menos importante que a educação.”
sou obrigado a discordar. acho mesmo que a comparação não é muito boa, porque corremos o risco de cair na lógica da batata e continuarmos a formar nabos.
Se a alimentação faz bem ao corpo, a educação faz bem ao carácter. E entendo eu que um homem mal formado não é nada, por melhor que seja o corpo (eu sei que esta não é uma afirmação consensual).
Depois, acreditar que a verdadeira avaliação das escolas resultaria da livre escolha dos pais é um pouco ingénua, porque parte do princípio que os país seriam capazes de escolher o melhor. Ora, infelizmente, isso nem sempre acontece.
Repare que eu não estou a defender com isto que o estado deve definir tudo, e que não haja espaço para os país decidirem pela escola que entenderem ser melhor para os seus filhos. Mas tem de haver aqui algum equilíbrio.
Imagine que todos os pais queriam que os filhos frequentassem a mesma escola por ser a melhor. o que é que a helena propunha que se fizesse? que se aumentasse a escola até os putos caberem todos lá dentro? criar números clausus? que fosse só para os melhores?
Concordo consigo quando diz que “os professores não inventaram nada do monstro que anda para aí”. Porém foram cúmplices e coniventes. Nunca os vi protestar ou fazer grave para garantirem melhores condições de trabalho, mais material didáctico (que grande parte é pago pelos próprios professores), ou mesmo contra o atentado que tem sido as reformas curriculares. Os professores estiveram sempre calados. E agora é tarde. Eu não acredito neles.
O problema dos professores é que vão ser avaliados uns pelos outros. Esse é o medo deles. Quem já deu aulas ou tem professores na família sabe do que estou a falar: os professores são uma classe que não existe. uns pulhas uns para os outros. toda a gente sabe que o pior que pode acontecer a um professor é ter filhos de outros professores dentro da sala de aula, porque é quase garantido que lhe vão fazer a vida num inferno. Porque cada professor se acha um génio rodeado de incompetentes.Por isso temem agora que esta avaliação se transforme numa espécie de “noite das facas longas” e que a vingança se sirva fria.
acho muito bem que os professores sejam avaliados, porque eu também sou. e os critérios é o meu patrão que os define, não é o estado, nem sou eu. e sou avaliado por tudo: pela minha competência profissional, mas também pela forma como me relaciono com os outros.
lamento dizer, mas os professores estão é mal habituados.
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Concordo com esta análise da educação publicada pela Helena.
Como se constata o objectivo da avaliação proposta pelo ME é limitar a progressão das carreiras para poupar dinheiro. Uma avaliação (não só dos professores) é necessária desde que integrada num sistema que concorra para uma reforma coerente do sistema de ensino e não para um somatório de medidas avulsas.
Uma reforma do ensino arrastar-se-á por duas ou três legislaturas e os resultados só se começarão a revelar ao fim de 4/5 legislaturas. Essa reforma nunca poderá ser obra de um governo e por tal necessitará de um acordo parlamentar em que a AR terá um papel mais relevante para a sua concretização.
De facto não se vê a ministra a discutir a educação para a melhorar mas sim a confrontar os professores fingindo que está a reformar o sector.
Salvo melhor opinião os governos fazem as reformas com os governados e nâo contra os governados. As revoluções é que se fazem contra alguém mas que não costuma ser contra os governados mas sim por estes contra os governantes.
Se não hover outra abordagem detes problemas por parte do governo será certo que esta ministra será a 27ª mencionada numa futura análise do sistema educativo em tudo semelhante à elaborada actualmente pela Helena Matos.
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Uma questão: Escola pública ou ensino público? Porque como se sabe o ensino público pode ser feito nas escolas privadas do mesmo modo que o ensino privado pode ser feito em escolas públicas, aliás, como é feito em algumas para rentabilizar espaços e juntar mais uns cobrezitos. A questão está em saber que política educativa queremos. Ou melhor, saber qual é que podemos escolher perante aquelas que nos são propostas. O problema é mesmo as propostas que nos são apresentadas, as soluções e as metodologias. Com gente que se acha detentora da verdade absoluta, que estudaram por cartilhas enformadas, mas que na realidade há muito abandonaram o contacto directo com a maioria das escolas reais, para eles tudo parece funcionar. Todas as políticas parecem ser boas de pôr em prática. O problema é mesmo a sua prática, ou a falta dela. Não se resolvem problemas criando novos problemas, não se melhora a escola pública fugindo para a privada. Como qualquer bom gestor sabe, as transformações tem que partir de dentro e nunca contra quem queremos que participe. A chatice é que há muita gente que está dentro que devia estar fora, e muito que estão fora que nunca deverão entrar. Mas como tudo na vida, o caminho faz-se andando, mesmo que por vezes seja por caminhos errados, ou menos certos. Eduquemo-nos!
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E sucederam-se 26 ministros da educação, enquanto os professores são sempre os mesmos.
Quem são os “encalhados”?
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“Caro «jpt» nunca viu os supermercado vazios dos países de leste?”
Não percebi, esse facto prova o quê, exactamente?
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Ora até que enfim que alguém diz que a degradação do ensino começou com Viega Simão (ainda no tempo de Marcelo Caetano)!
Por alguma razão o regime revolucionário o foi pescar cara Ministro da Educação.
A ingorância é a melhor arma dum regime que quer a submissão do povo.
Hoje em dia, a grande maioria dos professores em funções é já o produto deste sistema. Não podem ensinar aquilo que não aprenderam.
Mesmo que se encontre um regime melhor, vai ser preciso várias gerações para dar a volta a isto.
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«professores e alunos passaram a ensinantes e aprendentes» – Helena Matos
Foi preciso estudar Sociologia na Universidade Aberta, na casa dos cinquenta e depois de terminado um percurso profissional no Estado, para ter apreendido esta aberração: que na escola, havia «ensinantes» e «aprendentes».
Pormenores como este, explicam bem a diarreia instalada no Ministério.O que eles/elas andaram a inventar no Ministério, para autojustificarem os seus postos de trabalho.Nada que Max Weber não tenha explicado há um século – estudo das burocracias.
Nunca pensei advogar o que estou agora a fazer, mas ocorre-me uma decisão de Ronald Reagan no governo dos EUA: «desregulamentação».
Desregulamentar a monumental teia burocrática vinda com a mudança do regime e com um exercício de poder político sem um módico de acção de poder.
Cortar o nó górdio desta estratégia de aranha. Pela raíz.
Claro é, que enquanto a Espanha aqui tão perto teve meia dúzia de governos em tres décadas, este Sítio foi sujeito ás brincadeias de vinte espécie de ministros da educação.
Porque a escola não devia representar autoridade, esforço, disciplina. Tudo numa boa, meia bola e força e fé em Deus.
Outro pormenor: basta olhar para o vestuário de tantos alunos e alunas, onde predomina o ordinário e o pindérico, a ausência de limpesa e apresentação. Fugindo à ‘castração’ das fardas ou uniformes de escola (um princípio de identidade social)e caíndo num pseudo liberalismo travestido em artigos de vestuário de marca.
Outro pormenor: que identidade, para uma escola EB:2+3 ou algo de semelhante? Para isto, quantas horas de trabalho no ministério, quantos cérebros profundamente ocupados. E pagos.
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Como legisla o nosso ME
Com a devida vénia ao signatário, o secretário de Estado Valter Lemos,
transcrevo o seu despacho normativo, cuja leitura em voz alta recomendo vivamente:
O Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 44/2004, de 25 de Maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 24/2006, de 6 de Fevereiro, rectificado pela Declaração de Rectificação nº 23/2006, de 7 de Abril, e pelo Decreto-Lei n.º 272/2007, de 26 de Julho, assenta num princípio estruturante que se traduz na flexibilidade de escolha do percurso formativo do aluno e que se consubstancia na possibilidade de organizar de forma diversificada o percurso individual de formação em cada curso e na possibilidade de o aluno reorientar o próprio trajecto formativo entre os diferentes cursos de nível secundário.
Assim, o Despacho n.º 14387/2004 (2.ª Série), de 20 de Julho, veio estabelecer um conjunto de orientações sobre o processo de reorientação do percurso escolar do aluno, visando a mudança de curso entre os cursos criados ao abrigo do Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março, mediante recurso ao regime de permeabilidade ou ao regime de equivalência entre as disciplinas que integram os planos de estudos do curso de origem e as do curso de destino, prevendo que a atribuição de equivalências seria, posteriormente, objecto de regulamentação de acordo com tabela a aprovar por despacho ministerial.
Neste sentido, o Despacho n.º 22796/2005 (2.ª Série), de 4 de Novembro, veio concretizar a atribuição de equivalências entre disciplinas dos cursos científico-humanísticos, tecnológicos e artísticos especializados no domínio das artes visuais e dos audiovisuais, do ensino secundário em regime diurno, através da tabela constante do anexo a esse diploma, não tendo, no entanto, abrangido os restantes cursos criados ao abrigo do Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março.
A existência de constrangimentos na operacionalização do regime de permeabilidade estabelecido pelo Despacho n.º 14387/2004 (2.ª Série), de 20 de Julho, bem como os ajustamentos de natureza curricular efectuados nos cursos científico-humanísticos criados ao abrigo do Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março, implicaram a necessidade de se proceder ao reajuste do processo de reorientação do percurso escolar do aluno no âmbito dos cursos criados ao abrigo do mencionado Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março.
Desta forma, o presente diploma regulamenta o processo de reorientação do percurso formativo dos alunos entre os cursos científico-humanísticos, tecnológicos, artísticos especializados no domínio das artes visuais e dos audiovisuais, incluindo os do ensino recorrente, profissionais e ainda os cursos de educação e formação, quer os cursos conferentes de uma certificação de nível secundário de educação quer os que actualmente constituem uma via de acesso aos primeiros, criados ao abrigo do Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 44/2004, de 25 de Maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 24/2006, de 6 de Fevereiro, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 23/2006, de 7 de Abril, e pelo Decreto-Lei n.º 272/2007, de 26 de Julho, e regulamentados, respectivamente, pelas Portarias n.º 550-D/2004, de 22 de Maio, alterada pela Portaria n.º 259/2006, de 14 de Março, n.º 550-A/2004, de 21 de Maio, com as alterações introduzidas pela Portaria n.º 260/2006, de 14 de Março, n.º 550-B/2004, de 21 de Maio, com as alterações introduzidas pela Portaria n.º 780/2006, de 9 de Agosto, n.º 550-E/2004, de 21 de Maio, com as alterações introduzidas pela Portaria n.º 781/2006, de 9 de Agosto, n.º 550-C/2004, de 21 de Maio, com as alterações introduzidas pela Portaria n.º 797/2006, de 10 de Agosto, e pelo Despacho Conjunto n.º 453/2004, de 27 de Julho, rectificado pela Rectificação n.º 1673/2004, de 7 de Setembro.
Assim, nos termos da alínea c) do artigo 4.º e do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 44/2004, de 25 de Maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 24/2006, de 6 de Fevereiro, rectificado pela Declaração de Rectificação nº 23/2006, de 7 de Abril, e pelo Decreto-Lei n.º 272/2007, de 26 de Julho, determino:
O que se segue é indiferente. São onze páginas do mesmo teor. Uma linguagem obscura e burocrática, ao serviço da megalomania centralizadora. Uma obsessão normativa e regulamentadora, na origem de um afã legislativo doentio. Notem-se as correcções, alterações e rectificações sucessivas.
Medite-se na forma mental, na ideologia e no pensamento que inspiram este despacho. Será fácil compreender as razões pelas quais chegámos onde chegámos. E também por que, assim, nunca sairemos de onde estamos.
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Já estou a ver o trabalho dos tribunais, a esgravatar os recursos e contra-recursos do ministério e dos sindicatos, entalados entre as correcções, as alterações e as rectificações desta autêntica diarreia mental completamente impenetrável.
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Anónimo da 5:13 é preciso inventar burocracia para justificar empregos. Enquanto nas empresas o custo de fazer algo tem vindo sempre a diminuir, no Estado tem vindo sempre a engordar apesar da evolução tecnológica. Uma das razões é a burocracia mirabolante, mas nem isso é já suficiente , agora quer ir mais além: Interferir em tudo o que uma pessoas livre faz.
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1. Os profs executam ou não as políticas definidas pelo ME?
2. Quantos processos foram levantados a professores por incumprimento?
Os políticos gostam de assobiar para o lado quando se trata de responsabilidades. Veja-se o exemplo recente dos “excessos” da ASAE: PS admite que houve excessos na actuação da ASAE (mas a ASAE diz que apenas cumpre a legislação em vigor…).
Se bem que haverão professores incompetentes, como em qualquer profissão, não acredito que sejam a maioria. Essa imagem tem resultado da estratégia que os diversos governos têm usado para colocar sector contra sector e assim concretizar as suas políticas: depois de enfraquecido um sector perante a opinião pública, podem-se fazer passar as medidas pretendidas, mantendo os danos eleitorais contidos. Claro que é irrelevante ter-se criado um clima de desconfiança com a tutela…
Aos professores foi imputada essa magna tarefa de ensinar e educar as crianças. E é nesta vertente que, na minha opinião, devemos procurar responsabilidades. Os pais demitiram-se de educar e ensinar, na visão do ME, consiste em obter bons números do sucesso educativo.
Neste contexto, cara Helena, penso que o cheque ensino não vai melhorar o nosso sistema de ensino nem vai avaliar os professores. Apesar de concordar com o seu diagnóstico, penso que a sua solução encerra um ponto fraco. Parte do pressuposto que os pais irão escolher as melhores escolas, talvez baseados num sistema de ranking. Há uma forte correlação entre o meio sócio-económico e o sucesso escolar, pelo que os actuais pais que já seguem o percurso dos seus filhos certamente hão-de fazer essa escolha. Creio, no entanto, que a grande maioria da população, que já actualmente se demitiu de educar os seus filhos, também se resignaria ao ver os seus filhos colocados na escola em que eles conseguiram entrar em vez de irem para a melhor das escolas. Sim, que essa escola fantástica haveria de ter limitações físicas, contornadas pela capacidade de escolher os seus alunos e lá vamos de novo bater no contexto sócio-económico dos alunos.
Portanto, e para não me alongar muito mais, eu diria que o cheque-ensino não serve, nem indirectamente, para avaliar os professores. A ideia é bela até, já que facilmente conseguimos imaginar um darwinismo escolar, com escolas a florescer e outras a definhar. Tem a beleza das coisas simples mas a realidade é mais complexa. Algumas escolas de “excelência”, para onde necessariamente seriam seleccionados os melhores alunos, poderiam dar-se ao luxo de contratar esses tais super professores, os Cadildac da docência. As outras escolas ficariam com os “outros” alunos e com os “outros” professores. Admito que a solução que defende criaria um mercado competitivo na docência mas, em simultâneo, criariam outros problemas. Como, por exemplo, a escola dos ricos e a escola dos pobres.
Como avaliar os professores, então? Pelo resultado do seu trabalho, claro: comparando estatisticamente os resultados obtidos pelos alunos em provas de relevo nacional, que contem para a avaliação do aluno e ajustando-os ao contexto específico de cada escola. Desta forma, desvios padrões acentuados poderiam detectar maus docentes, os quais poderiam ser individualmente acompanhados.
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Não existe solução para este assunto, se a ministra não fôr de férias, tem sorte de não ser a primeira, mas já não existe mão nos prof, se ela continua ali com aquelas falas mansas, que encobrem ódio a quem não cumpre o sei dixit.Rua!
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“Como, por exemplo, a escola dos ricos e a escola dos pobres.”
Vamos supor que ocorre como diz, o que até pode não acontecer(ver por exemplo o sistema Sueco de cheque ensino instítuido pelo Governo de Direita que depois quando os Sociais Democratas retomaram o poder mantiveram o sistema devido ao apoio popular.)
Você tem Carros de Ricos e Carros de pobres, mas o Fiat 500 de há 50 anos não é o Fiat 500 de hoje por causa da Competição. Quando não há competição tem o resultado de ter Trabants ou Ladas durante 40 anos, resultado um desastre. Porque a competição levanta a qualidade de todos. Pleo menos os Professores dos Pobres quererão ser Professores dos Ricos por isso terão de demonstrar em escola de Pobres que são bons. Haverá um patamar de qualidade reconhecido.
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Acabei de chegar da escola. Cansada, desmotivada, triste e com a sensação de que nada de bom se adivinha para os nossos alunos.
Helena Matos tem TODA a razão. De facto, um sistema de avaliação que não deixa que os clientes do serviço se pronunciem não é um sistema de avaliação: é uma seriação administrativa; uma fraude.
O que HM escreveu remete-me para Myron Magnet no “Paradigma Urbano”. Estamos quase lá!
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A mistra está a dar uma conferência de imprensa.
Diz ela que a avaliação é obrigatória, seja em que condições for, para contratados e os efectivos que mudem de escalão.
Aceitando esta obrigatoriede, que implica a definição de critérios específicos e à elaboração de todos os instrumentos necessários, que é o mais difícil, alguém me explica porque carga de água não devem, então, ser avaliados TODOS os professores?
Há dias em que tenho a sensação que este país é virtual…
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Dizia-me há tempos uma velha professora, muito experiente, que os bons e maus professores se avaliam pelos resultados obtidos com os alunos médios. Nem muito ricos, nem muito pobres, nem muito estúpidos, nem muito inteligentes, nem muito aplicados, nem muito cábulas.
Porque bons alunos até aprendem sozinhos, e de maus alunos é difícil retirar alguns resultados.
Daí que uma ideia para a avaliação da competência dos professores, seria fazê-la excluindo o topo e a cauda das tabelas.
É só uma ideia …
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Essa dos Trabant tem graça. Mas não tenho a certeza que possamos comparar bens de consumo com educação. Quanto à Suécia, há um pequeno detalhe: em Portugal não vivem os suecos.
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Izabel Coutinho
Se falar com o seu colega de matemática ele vai-lhe dizer que o que a sua colega lhe disse corresponde á chamada “distribuição padrão” ou “normal” em que uma percentagem á esquerda e á direita cai fora do universo com relevância estatística.E acredite que isso é muito usado.
Outra maneira é introduzir “factores de correcção” conforme o sítio social e o universo económico em que a escola está inserida.
Mas a melhor maneira de todas é estabelecer objectivos negociados e aceites por todos, mensuráveis,com critérios o mais objectivos possível.
Exemplo:Um dos objectivos da escola é que 70% dos alunos entrem nas universidades (1ª e 2ª prioridade).Após análise verifica-se que todas as disciplinas atingiram o nível exigido comparando com as outras escolas do mesmo nível) e que só a filosofia não atingiu esse níval.Temos uma questão objectiva detectada!Os professores da cadeira apresentam razões.Há faltas?Há furos? Deu-se matéria a menos?A matéria que saiu nos exames nacionais foi prioritária? Quais as turmas que não atingiram o objectivo?
Quem são os professores?Razões pessoais?
A seguir esta análise vai para o Conselho Pedagógico que analisa as conclusões dos professores da cadeira.Tira conclusões que apresenta á Direcção da Escola!E tudo pode recomeçar junto dos professores com vista a resolver o que está mal!
É um mar de soluções que uma avaliação séria pode trazer ás escolas!
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“em nome da igualdade, a actual equipa ministerial terminou com o ensino artístico”
Helena Matos, isto não é verdade, o que estava(desconheço a opção final) previsto é estas escolas passarem a ser predominantemente integradas, ou seja, os alunos estudarem todo o currículo na mesma escola!
Sou professor de uma Escola Artística. De resto, este governo, está a contruir neste momento novas instalações para a nossa escola.
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JpT tem razão na parte em que sustenta que o regime dos papassecos não se aplica aos alunos. São coisas diferentes. Digo eu, mesmo sujeitando-me ao tremedismo que costuma avassalar quem se atreve a apontar a nudeza do radical teorético…
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O discurso catastrofista da Helena Matos para defender a privatização do ensino não convence ninguém. Como mulher inteligente que é, deve estar consciente das múltiplas falácias da argumentação:
Está por provar que o ensino esteja hoje pior que há 30 anos. Eu, por mim, vejo uma população mais capaz, com mais hábitos de leitura, com muito menos analfabetos, com uma crescente procura de bens culturais, com mais licenciados, em que o acesso à escola deixou de ser um privilégio das elites. Os jovens de 20-30 anos sabem muito mais do que a população com a mesma idade sabia há 30 anos.
Já outros comentários perguntaram o óbvio. E se todos quisermos a mesma escola para os nossos filhos? Resultado: guetização inevitável, mas desejada por alguns. Será o caso da Helena? Não creio.
Está por provar que a melhoria da relação pedagógica conduza, necessariamente, a uma pioria nas aprendizagens. Não há dados nenhuns que o provem, mas há inúmeras práticas de sucesso que mostram que o acompanhamento pedagógico pode ser factor motivador para os alunos.
A escolha dos pais como única forma de avaliar o sucesso de uma escola é, no mínimo, naif. Saberá a própria Helena avaliar as aprendizagens dos seus filhos em todas as áreas? Ou limita-se a olhar para resultados? E outros tantos que eu conheço que se limitam a escolher a escola (porque já há alguma escolha no actual sistema) pelo que se diz, pela fatia da sociedade que a frequenta, pela farda do colégio ou pela garantia de que ocupam os meninos até mais tarde? Estar-se-á a fazer verdadeira avaliação? Pense apenas num dos colégios mais populares daqui de Lisboa, o Colégio Moderno, e ouça as barbaridades proferidas pela sua directora no último programa da Maria Elisa e como foram cilindradas pelos comentários do David Justino.
E claro, para o quadro demagógico-senso-comum ficar completo, faltavam os rankings! Esquece-se que está por provar que os rankings não estejam apenas a reflectir factores externos às escolas. Ou os professores serão diferentes nas escolas que estão no topo dos rankings? Alguns que eu conheço são exactamente os mesmos.
É tempo de começar a discutir as questões da educação com seriedade. E a seriedade devia ser o estandarte dos opinion-makers, tão saudosos do seu tempo, em que a escola ensinava, mas que não deixam de transparecer confusões e faltas de adequação de vária ordem, que só podem ser fruto de uma educação menos eficiente do que aquela que actualmente damos a alguns dos nossos alunos.
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Senhor! Aquele JR do comentário 34 não precisará de ajuda? Até a imagem o “desfavorece”… Tem raciocínio vampiresco, envolve vinganças, maldades várias, facas na conversa… Ainda bem que ele não confia nos professores que para nada precisam de “amigos como este”, e considerar que são todos uns pulhas, demonstra bem o reducionismo dos seus raciocínios. Spooky-creepy! GO HOME, WEIRDO!…
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