O nome das coisas*
Já o tinha pressentido mas tornou-se-me óbvio quando os vi tocar e cantar num daqueles programas televisivos que supostamente animam o nosso Verão. Respondiam pelo nome de Ciganos de Ouro. Os apresentadores do programa não paravam de repetir, entusiasmados, que os homens que ali cantavam e tocavam eram os Ciganos de Ouro e os ditos assim referidos estavam não só contentíssimos com tal definição como pareciam convictos de que a mesma era uma mais-valia para a sua actividade cantante. Fora do domínio musical e de umas abordagens sociológicas sobre a pobreza, jamais alguém pronunciará hoje publicamente o termo cigano de forma tão descontraída quanto aconteceu naquele programa. Cada época tem as suas coisas designadas por outros nomes. Nos anos 60 o adultério masculino era designado pela extraordinária expressão “ter uma amiga”, o que, entre muitas outras questões sobre os detalhes práticos da coisa – já imaginaram a disponibilidade que exige ter pelo menos duas casas com uma mulher em cada uma delas? -, deixa supor que a relação com a “amiga” era assim como um casamento feliz, sem discussões. Coisa de amigos, portanto. Numa pecha que durou até aos dias de hoje, não se morria de cancro mas sim de doença prolongada, sendo certo que um cancro pode ser bem menos prolongado que muitas outras doenças que igualmente nos levam à morte. Antes de chegarmos ao politicamente correcto das pessoas portadoras de deficiência – expressão infelicíssima que faz de cada deficiente uma espécie de transportador de deficiências – ou dos pretos que passaram a negros e depois a africanos, apesar de nascidos e criados em Portugal, tivemos a fase em que se procurava criar igualdade económica e social através da linguagem: as crianças deixaram de reprovar ou chumbar, passando a ficar retidas, e as companhias de transportes, com a aviação à cabeça, deixaram de ter 1.ª e 2.ª classes. O pior é que, em vez de criarem um serviço igualmente bom para todos, resolveram chamar executivos a quem antes viajava em 1.ª e turistas a quem segue no que era a antiga 2.ª. Enfim, já não basta não se ganhar o suficiente para se viajar com as pernas esticadas, ainda se tem de ouvir que vamos de férias, armados em descontraídos veraneantes! Tão hipócrita quanto a classe turística das companhias de aviação só conheço o termo “problemático” quando aplicado a equipamentos colectivos como escolas, carreiras de transportes públicos ou bairros. Devidamente traduzido para a realidade, um bairro ou uma escola problemáticos são espaços frequentados por pessoas que as autarquias e as políticas ditas de apoio aos desfavorecidos mantêm acantonadas nuns bantustões sociais, pois existem poucas estruturas mais segregacionistas que um bairro social ou tutelado pelos serviços públicos. Neste nosso falar dando outro nome às coisas, a passagem de bairro social a problemático acontece quando os desordeiros, que entretanto passaram a impor as suas regras no bairro, praticam alguns desmandos sobre aqueles que, de todo em todo, não podem evitar frequentá-lo, como os professores, os polícias ou os motoristas dos transportes públicos. Em resumo, um bairro problemático é aquele em que a agressão a um polícia é relatada não como uma agressão efectuada por uma ou mais pessoas mas sim como um incidente entre populares e a polícia.
*PÚBLICO

Se a linguagem não evoluísse, ainda falávamos como Gil Vicente:
“S’eles já estão em Restelo,
como pode vir a pêlo?
Melhor veja cu Jesu Cristo,
isso é quem porcos há menos.“
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O extracto anterior é do Auto da Índia.
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2 links sugestivos sobre Matéria não-identificada e Lulas que atacam,
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-MATÉRIA NÃO IDENTIFICADA aparece nos mares do Artico:
http://www.adn.com/arctic-alaska/v-gallery/story/864687.html?/1521/gallery/864688.html
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-LULAS ATACAM humanos nas praias da California
http://cosmos.bcst.yahoo.com/up/player/popup/?rn=3906861&cl=14561635&ch=4226722&src=news
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A erudição do Piscoiso confunde-me.
Deve ser influência da tia Aldegundes (dele), que tem uma loja de ourivesaria a retalho na Rua Escura.
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Os Ciganos de Ouro? E por onde anda o Ouro dos Ciganos?
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#4.
Saiba que não tenho nenhuma tia dona de ourivesaria.
Mas tenho uma que vende eruditos.
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A classe “executiva” nunca foi uma primeira classe. Mas, para ser justo, este serviço está em vias de extinção (vidé recente decisão da BA).
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a dona matos é mais auto dos índios, uma minoria étnica da raça tatamotors.
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Uma correcção… a designação “Africanos” já não é politicamente correcta. Agora a designação politicamente correcto para os do sexo masculino é “Jovens” independentemente da idade. Para o sexo feminino a designação politicamente correcto é “Damas”.
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Caro Piscoiso, adoramos ambos vasculhar nos Tempos e nos Passados. Creia uma contribuição ao que despoletou:
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“We know the Greeks believed that sex between men was “purer” than heterosexual sex. We also know that older, high-ranking males took in pubescent boys as lovers and pupils. Thus Socrates had sex with the young Plato; Plato later did the same with his disciple Aristotle and Aristotle with his student Alexander the Great. No doubt this practice created strong political emotional bonds between “teacher” and “student.”
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Dei-me à liberdade de não traduzir como no caso vertente do “Gil” do ‘cu e christo’, embora prefira aquela das partes podengas do auto da achada do Brasil. Gostos esteticos, nada a ver com outras opções como creio decerto também o seu caso. Se preferir em português actual (luso-afro-sulamericano-asiatico) é só manifestar vontade aqui.
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Sem ironia ou insulto. Piscoiso é indispensável o conflito de nivel basico do dualismo do “yin, yang”,”sim, não”,”positivo,negativo”. Falo a sério. É sempre bem vindo, pelo menos da minha parte.
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E neste sentido:
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“The question is what to do about this. In order to get a better insight into this culture largest homosexual saunas and observed the action must be observed. It would make a great thesis topic for an economist or game strategist to study the interactions between these ‘males’ as they decide whether or not to engage in sex acts with each-other. It is a win/win system where pleasure is traded for pleasure. There is a hierarchy with better looking young men tending to couple with each other and older, less attractive mean with each other. In other words there is a tendency towards trading equal amounts of pleasure (eg good looking for good looking). Spontaneous orgies are also apparently common (I did not see enough action to get a statistically valid number).
Clearly WHEN POWER STRUCTURE ARE INVOLVED, there is also a dominance issue that comes into play with the dominant males “mounting” their subordinates in a display of power. Such activities would tend to reinforce the hierarchical power structure of the organization.”
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Sem “bota-abaixo” o seu comentário esclarecedor é requerido.
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Estou à espera. Desafiei-o para um debate saudável, com nivel.
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Antigamente no tempo da outra senhora havia respeito as autoridades, quando se ouvia falar na guarda já se estavam a mijiar todos pelas pernas abaixo. Em Almada havia um que era conhecido pelo unha grande o gajo que lá fosse parar vinha de todo cagado, não tinha mais vontade de lá ir tão cedo, hoje se um guarda, manda um camaço de porrada num gajo destes – coitado ainda vai preso.
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Ciganos de Ouro ou Ciganos que vivem há conta de nós, que não produzem nada não pagam impostos nem agua nem luz nem nada e que têm tudo e mais alguma coisa, boas vidas bons carros passam os dias nos cafés ao tlm. a tratar dos “negócios”.
Os africanos ainda tem empregos e produzem alguma coisa e descontam para o estado
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Piscoiso,
Desconhecia que os alfinetes de peito que a sua tia faz e vende se chamavam agora assim.
Ao que chegou o negócio do pechisbeque…
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aposto que o Piscoiso sabe jogar (e bem) Xadrez.
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Proponho que a helena vá ate aos Estados Unidos e aborde um preto como diz e lhe chame de negro com o sotaque do ingles americano observe a resposta.O mais certo e fugir a sete pés.
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Claro que no tempo do fascismo era tudo pessimo, mas hoje no abrilismo, è uma maravilha!
Analisem-se os indices de uma e outra epoca e os tipos de 30 anos ficam de boca aberta, descobrindo como tem sido enganados!
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