Revisão Constitucional
A proposta de revisão aqui referida pode ser um bom ponto de partida para o debate, pois inclui muitas ideias interessantes (mas outras nem tanto), apesar de ser notório, em vários pontos, tratar-se de um projecto a várias mãos, do que resultam algumas incongruências. Como o texto ainda não foi aprovado (pelo PSD), deixo aqui alguns tópicos para reflexão, longe dos temas que marcaram as manchetes de hoje: Regionalização, Conselho Superior da República e fiscalização abstracta da constitucionalidade.
– As regiões administrativas mantêm-se praticamente inalteradas (exceptuada a exigência da sua criação simultânea, abrindo-se a porta para a criação de regiões modelo). A questão foi tratada com pinças pelos autores do Projecto: mantém-se o referendo obrigatório, mantém-se o representante do Governo junto de cada região (um sucedâneo do Governo Civil), mantém-se a assembleia regional como órgão de representação das assembleias municipais e não dos cidadãos e até se mantém a participação das regiões na elaboração dos “planos nacionais”, planos que o projecto suprime do texto constitucional… Muito aquém do relativo arrojo de outras partes do texto.
– A proposta prevê um novo órgão constitucional, de consulta obrigatória para a AR e Governo em várias matérias (designadamente nomeação de gestores públicos e reguladores): o Conselho Superior da República. Sendo composto por cinco membros do Conselho de Estado (dois nomeados pelo PR, três eleitos pela AR) e dois indicados pelo Conselho Superior de Magistratura, não percebo a necessidade de um novo órgão. Não seria mais simples reformular e alargar as competências do actual Conselho de Estado?
– Na fiscalização abstracta da constitucionalidade, há duas novidades principais:
i) O PR passa a ter o dever de apreciar a conformidade das normas que receba para promulgação não apenas com a Constituição, mas também com os Estatutos da Regiões Autónomas (cuja dignidade quase constitucional é assim reconhecida).
ii) Atribui-se legitimidade ao Bastonário da Ordem dos Advogados para requerer a fiscalização abstracta da constitucionalidade (ou da conformidade com os Estatutos da Regiões).
Atrevo-me a sugerir que se atribua também legitimidade para este efeito a grupos de cidadãos (em paralelo com o já existente poder de iniciativa legislativa). Por outro lado, considerando que as competências do Representante da República se resumem praticamente ao controlo da constitucionalidade e legalidade das normas regionais (cujo número é relativamente escasso), porque não acabar de vez com a figura (em vez de acabar apenas com metade, como faz o projecto) e transferir as respectivas competências para o PR?
Enquanto não se resolver a corrupção entre políticos, os grandes bónus dos gestores públicos e o elefante branco chamado Função Pública não se deveria mexer na constituição.
Saliento ainda que a educação e a saúde devem continuar gratuitas ou pagas através das taxas moderadoras.
Temos alguns milhares de milionários a viver em Portugal, todos deveriam ser taxados no máximo da tabela do IRS sem compadrios.
Regionalização SIM, responsabilização do trabalho dos políticos SIM, alteracção das actuais leis judiciais e aumento da pena penal para crimes graves SIM (não podemos continuar a punir um homicida com 25 anos de prisão sabendo que ao fim de 10 anos estará em liberdade)
GostarGostar
…
O Povo estará mais interessado em que a Constituição não permita a imposição de regimes – como o que vigora – sem ser consultado. Os regimes, como a república, e a própria constituição bem como as suas várias alterações deverão ser sufragadas pelo Povo.
O Povo é soberano e paga para que o sirvam.
Muita gente entende que a monarquia serve melhor a Nação do que este regime obsceno.
tácito
GostarGostar
Espero que a nova Constituição consagre uma republica federativa.
Três estados: Açores, Portugal e Madeira.
GostarGostar
Estado: Défice aumenta 6,6 %
O défice do Estado atingiu, nos primeiros seis meses do ano, o montante de 7763 milhões de euros, mais 462 milhões do que em igual período do ano passado. Este aumento de 6,6% significa que o buraco do Estado cresceu a um ritmo de 2,5 milhões de euros por dia, revelou ontem a Direcção-Geral do Orçamento (DGO).
GostarGostar
Acho que o Benfica também devia pronunciar-se.
GostarGostar
E o direito ao trabalho? Fica?!
Se fica temos de plantar mais umas dessas árvores de onde nasce o trabalho…ou talvez ele caia do céu.
GostarGostar