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Mais 2%, talvez 3%…

3 Outubro, 2010
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A seguir ao último PEC, escrevi aqui:

“Parece que a maior parte das pessoas ainda não percebeu o que aí vem. Uns porque andam distraídos, outros porque nunca compreenderam nada do assunto. Os “cortes” e aumentos de impostos deste PEC renovado, anunciado pelo governo com o assentimento do PSD, resolvem 1% de um défice de 8%. Os outros 7% também chegarão. Se não encontrarmos petróleo nas Berlengas, só há uma única possibilidade de o fazer: cortar no custo da função pública. Quanto? Contas grossas, 15% nos salários dos funcionários. Ou 15% dos funcionários, o que será mais complicado porque continuarão a receber subsídios. Ou então um mix dos dois. Não vale a pena chocarem-se ou pensarem que há outro caminho – não há. É disto que um dia teremos que falar e quem vos disser o contrario, mente. O corte dos salários pode fazer-se através da desvalorização do Novo Escudo. Nesse caso falemos de 30%. Ou então por um governo marxista – nesse caso, mais vale apostar nos 60%.”

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Parece que começou. As asneiras destes últimos 20 anos apresentam finalmente a conta. Infelizmente, começou aos bocadinhos e embrulhado em mentiras e medidas extraordinárias. Teremos resolvido mais 2% a 3% – talvez nem tanto – de um défice que afinal anda pelos 9%. Não sabemos. O orçamento que Sócrates exige ser aprovado ainda nem sequer existe. Com sorte, chegaremos ao fim de 2011 com um défice próximo dos 5%-6% – a não existirem outras surpresas no orçamento.

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Ou seja, José Sócrates continua a mentir quando diz, mais uma vez, que está “absolutamente convencido” que estas medidas são suficientes. E não me digam que é inconsciência. É mesmo uma questão de ADN.

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A iliteracia que tanta gente respeitável não se coíbe de mostrar sobre as contas do estado é, por vezes, aflitiva. Oiça-se, uma vez mais, o Contraditório da passada Sexta-Feira. Que eles não compreendem muito bem a situação em que estamos metidos, já sabíamos. Mas mesmo depois de tudo o que aconteceu, Luís Delgado continua a acreditar que o PEC era mais do que suficiente. Para ele, estava tudo a correr bem, as contas estavam a ir ao sítio, mais dois ou três meses e estávamos lá. Carlos Magno acredita que o que nos trouxe até este ponto – 36 anos consecutivos de défice público – foram politicas neoliberais e a culpa não é de quem nos desgoverna, mas dos banqueiros ultra-neoliberais de Chicago. Já Ana Sá Lopes pensa que um défice de 3% é uma coisa terrível, ‘baixíssimo, completamente baixíssimo’, que nos é imposta pela Alemanha, sem sentido nenhum.

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Esta incompreensão geral da situação a que os vários governos nos conduziram com particular culpa para o PS, é amplificada pela politica de permanente mentira propagandística dos governos de José Sócrates, e mostra-nos que Portugal não chegará a bom porto com facilidade. Se os fazedores de opinião não compreendem a amostra, o que acontecerá quando chegar o resto do encomenda?

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O objectivo das contas públicas portuguesas nunca poderá ser ‘atingir’ um défice de 3%.  Com um défice de 3% ao ano, a dívida pública portuguesa crescerá 3% do PIB, ao ano. E isto é tão simples e tão evidente, que o simples facto de tanta gente não o compreender é apenas mais uma demonstração do falhanço do sistema de ensino português. E não há privatizações que nos valham, CGDs, ANAs ou RTPs porque o problema não é conjuntural mas estrutural.

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Acontece que para Portugal recuperar e voltar a crescer com alguma consistência, terá que ter superavits, porque só assim o estado pode começar a diminuir o endividamento de forma consistente – algo que nenhum governo conseguiu desde 1974.

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Em resumo, desiludam-se aqueles que imaginam que o custo da dívida portuguesa vai voltar aos níveis da Alemanha apenas com estas medidas. Tudo indica que o governo (seja ele do PS ou do PSD) vai optar pelos despedimentos no estado, via encerramento de institutos e diminuição do tamanho da administração. Imagino que teremos um acordo entre PS e PSD para uma Revisão Constitucional que permita ao próximo governo executar as outras medidas de austeridade que inevitavelmente chegarão. Aguardemos. Não vai haver bonança sem maior tempestade.

59 comentários leave one →
  1. henrique pereira dos santos permalink
    3 Outubro, 2010 08:37

    No seu post há apenas uma questão que me suscita um comentário: o despedimento de funcionários públicos não é igual ao corte de salários porque, dependendo da maneira como é feito, pode ter um efeito muito importante na produtividade da administração.
    É certo que, como diz, os funcionários despedidos não passam a ter custo zero, mas a simples perspectiva de que o emprego público pode ser volátil teria um efeito tremendamente positivo na parte dos outros funcionários que não tivessem sido despedidos e que hoje não fazem nenhum (são uma minoria, a maior parte dos funcionários públicos são pessoas razoáveis e trabalham razoavelmente, há, isso sim, um problema gravíssimo de responsabilização das chefias. Mas a permanência desta minoria tem um efeito corrosivo brutal no desempenho da adminsitração).
    henrique pereira dos santos

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  2. O Silva permalink
    3 Outubro, 2010 10:25

    Tudo começou com o Cavaco… a fazer IPs e Autoestradas, centros culturais e outras coisas em vez de investir em pessoas…
    Depois vieram uma serie de políticos da treta, da esquerda à direita, onde o seu primário objectivo era enriquecer e ganhar notoriedade…
    A maquina do estado, onde se inclui todos os funcionários públicos, por culpa de muitos não produz o que devia…deixa-se sempre para amanha o que se devia ter feito na passada semana.
    Os muitos empresários são culpados, por não investirem nas suas empresas e nos seus funcionários…em vez disso compram mercedes com o dinheiro dos salários!
    Muitos dos funcionários das empresas e do estado não são trabalhadores, mas sim apenas empregados…
    Por isso que minguem se queixe, pois só estamos colher o que foi cultivado…e não me dêem exemplos dos outros países, pois eu não vivo lá, mas sim em Portugal!

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  3. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 10:45

    “corte de 15% nos salários”
    Podia cortar 25% dos Bens e serviços (25%x11.000.000.000=2.750.000.000 euros). Prefere cortar 15% nos salários (15%x18.000.000.000=2.700.000.000 euros. Podia eliminar a mama. Prefere prejudicar quem trabalha. São opções que têm significados opostos.

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  4. 3 Outubro, 2010 10:49

    Henrique

    Tem razão, sendo que ainda há outra razão a favor dos subsídios de desemprego – é que, pouco a pouco, estas pessoas vão encontrar alternativas e passar de receptores a contribuintes.

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  5. 3 Outubro, 2010 10:56

    Arnaldo

    Não vai consegui cortar 25% de nada – isso é uma pura ilusão. O que pode conseguir fazer é acabar com organizações da administração pública ou esvaziar algumas das suas competências. Até que tal aconteça, não acredito que haja muitas alternativas aos cortes salariais.

    E está enganado em relação ao que prefiro. Evidentemente não prefiro nada disto. Preferia era que não tivéssemos feito as asneiras do passado – principalmente os anos do guterrismo, com o aumento de 55% da despesa pública corrente. Agora não há muito a fazer. Espero, pelo menos, que apesar das várias discussões que tivemos, independentemente de concordar ou discordar das minhas opiniões, reconheça algum mérito aos diagnósticos.

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  6. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 11:45

    jcd
    Ao afirmar como como medida mais viável a redução dos salários dos fp’s, o jcd e outros comentadores políticos estão a ajudar o governo a resolver o problema, roubando quem trabalha e preservando a mama dos Bens e Serviços para os amigalhaços dos partidos.
    Quando se fala de fp’s, não estamos a falar de trabalhadores de uma empresa qualquer que, em caso de crise, têm menos trabalho e, naturalmente, se põe a questão de reduzir o salário. Quando se fala de função pública, é preciso saber que metade são polícias, professores, médicos e enfermeiros. Em época de crise financeira do Estado, o território e os criminosos são os mesmos, os estudantes são os mesmos e os doentes são os mesmos (ou mais). Portanto, o trabalho é o mesmo e apresentar como única opção viável a redução dos salários de quem trabalha é explorar (literalmente) estes trabalhadores. Além de que não resolve problema absolutamente nenhum, uma vez que é igual a dar aspirina a quem tem dores de cabeça, em vez de extirpar o tumor cerebral. E os efeitos perversos surgirão. Os médicos, os enfermeiros, os professores, produzirão menos nos hospitais e escolas (é o princípio liberal do ajuste entre o produto e o retorno) e mais nas clínicas privadas e nas explicações (a crise e as soluções não atingem todos por igual e continua a haver imensa gente com recursos para pagar consultas privadas e explicações). [Àparte – temos a maioria da população que não ganha para pagar os estudos dos filhos; e uma minoria que até está disposta a pagar mais do que o custo actual!]
    Se bem me lembro das conversas anteriores, discordo da sua ideologia económica, penso que uma boa parte da lógica económica dos neoliberais é falaciosa e uma boa parte do discurso é contrariado pela realidade económica dos paises. Por isso, também discordo frequentemente do Paulo Morais e do Luís Rocha. E, ainda esta semana, passámos uma noite num café do Porto a discutir estas coisas. Nós não confundimos as pessoas com as ideias.

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  7. razia permalink
    3 Outubro, 2010 12:18

    O “contraditório” é uma comédia negra. Aquelas três pobres alminhas estão sempre de acordo em tudo, sempre.
    Luis Delgado de 5 em 5 minutos a relembrar que é de direita, necessário porque quem o ouve pensa estar a ouvir um tipo do BE, entre os avisos, apoia as políticas de sócrates, acha que está sempre tudo bem e demonstra uma ignorância matemática atroz, que se estende aos outros participantes.
    Depois temos o Carlos Magno, o ícone do situacionismo da 3ªrépublica, o guru do consenso em torno das suas própeias ideias, ameaça fugir do país se certa direita, que ele não aprova, chegar ao poder (Deus queira que cumpra). Um verdadeiro crente nos défices eternos crescentes.
    E depois para ajudar à festa e completar o ramalhete temos uma representante do jornalismo Português. Enough said.

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  8. PMP permalink
    3 Outubro, 2010 13:07

    A solução mais correcta é a diminuição para metade de todas as entidades públicas por fusão, a diminuição para metade de todas as chefias, e o corte em 50% das avenças. O corte de pelo menos 20% em bens e serviços externos é perfeitamente possivel depois das medidas anteriores, basta responsabilizar todas as chefias por esse corte e despedir quem não reduzir.
    Não é necessário reduzir funcionários públicos antes destas medidas.
    Por outro lado continua a existir a falácia ignorante “neo-liberal” que com mais desemprego se cria emprego ! A criação de emprego numa economia em recessão só pode ser conseguida com ajudas públicas, ou para aumento das exportações industriais (muito dificil de fazer pois todo o mundo está a tentar o mesmo) ou para diminuição das importações (estratégia agricola-desenvolvimento rural-turismo ambiental).

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  9. Lopes permalink
    3 Outubro, 2010 16:43

    Os ricos que paguem a crise, pá! ganda slogan, será que ainda estará actualizado? Isto só tem uma solução ou um euro de 2.ª ou volta para os escudo, ditadura seja ela de esquerda ou de direita também resolve o problema, agora serem sempre os mesmo a pagar a crise da incompetência dos partidos do centro(PS e PSD), zé povinho revolta-te, pá!

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  10. Gasel permalink
    3 Outubro, 2010 17:06

    Boa tarde jcd

    desculpe lá, mas não compreendo (devo ser um resultado do tal falhanço da educação)
    Porque é que um déficit de 2 ou 3% não serve… ou não irá servir, ou não serviu? Porque o déficit , em si, não é um objectivo… é uma meio para o que se pretende obter!
    Sendo então, neste caso, a dívida pública o foco do objectivo.. qual é o objectivo? é ter 0 (zero) de dívida pública ??? é ter um tecto máximo absoluto, digamos 100 mil Milhões Euros??? Ou ter um tecto máximo relativo, digamos 50% do PIB???
    Porque se o objectivo for não exceder determinada percentagem de PIB, (não é esse o objectivo?)então podemos ter deficits anuais de 2-3%, se o crescimento do PIB for superior a 2-3%. Não é?
    Foi o que ocorreu em grande parte desta década, chegamos a ter a dívida inferior a 50% do PIB.. o q se passou assim de tão mau?
    Não é o q todos os estados com um economia semelhante à nossa fazem… ter deficit inferior ao crescimento do PIB?

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  11. Rui Vigário permalink
    3 Outubro, 2010 17:34

    Ao Sr. Arnaldo Madureira,

    Você afirma que com o corte de 10% dos salários da função pública …. Os médicos, os enfermeiros, os professores, produzirão menos nos hospitais e escolas …
    sinceramente fico com a ideia que você só conhece a realidade pública, pois desde 2004 que tenho assistido a várias empresas particulares a cortarem salários, ajudas de custo, aumentarem horas, … etc e os funcionários privados não diminuíram a produtividade.
    é preciso extinguir é formas de pensamento como a sua, cortaram-me o salário vou trabalhar menos.

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  12. ricardo permalink
    3 Outubro, 2010 17:54

    A nossa esquerda continua a não entender o efeito pernicioso da dívida.
    A dívida custa juros que pesam cada vez mais no orçamento e para além disso implica impostos futuros adicionais para o seu reembolso.
    Quem contrai dívida para consumir hoje, devia pensar que tem que apertar o cinto amanhã.
    Quando o dia de amanhã chega (é o nosso caso) não vale a pena estar com lamúrias. Tivessem pensado nisso antes.

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  13. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 18:51

    Sr Vigário
    Tem de ler tudo. Está escrito no meu post que é o princípio liberal do ajuste entre o produto e o retorno.

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  14. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 18:59

    Sr Vigário
    Se os trabalhadores ganham menos e a produtividade aumenta, quem beneficia dos ganhos de produtividade?

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  15. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 19:07

    Sr Vigário
    Se o seu patrão lhe pagar 1000 euros para trabalhar 40 horas e você trabalhar 45 horas, se o seu patrão lhe diminuir 10% ao salário e você passar a trabalhar 35 horas, acha que está a pensar mal?

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  16. PMP permalink
    3 Outubro, 2010 19:16

    A esquerda não entende que o déficit anual não pode exceder 3 a 4% pois não existem financiadores para valores superiores.
    A direita não entende que o mercado não resolve todos os problemas, principalmente o desemprego, a pobreza e o desenvolvimento tecnológico.

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  17. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 19:26

    PMP
    Bem dito.

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  18. 3 Outubro, 2010 19:49

    Arnaldo dixit

    “Além de que não resolve problema absolutamente nenhum, uma vez que é igual a dar aspirina a quem tem dores de cabeça, em vez de extirpar o tumor cerebral. E os efeitos perversos surgirão. Os médicos, os enfermeiros, os professores, produzirão menos nos hospitais e escolas (é o princípio liberal do ajuste entre o produto e o retorno) e mais nas clínicas privadas e nas explicações (a crise e as soluções não atingem todos por igual e continua a haver imensa gente com recursos para pagar consultas privadas e explicações).

    Independentemente de todas as considerações sobre como e onde gastar, a moral relativa dos diversos gastos públicos e os efeitos nas várias clientelas do estado (onde incluo os ‘clientes’ do ensino e da saúde), a solução do problema passa sempre por gastar menos. E neste caso, esse objectivo cumpre-se. Não chega, mas gastam menos.

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  19. 3 Outubro, 2010 19:55

    PMP dixit

    “Por outro lado continua a existir a falácia ignorante “neo-liberal” que com mais desemprego se cria emprego ! A criação de emprego numa economia em recessão só pode ser conseguida com ajudas públicas, ou para aumento das exportações industriais (muito dificil de fazer pois todo o mundo está a tentar o mesmo) ou para diminuição das importações (estratégia agricola-desenvolvimento rural-turismo ambiental).

    Esse só é evidentemente excessivo e na verdade é aí que está a falácia. O crescimento também se consegue se os recursos disponíveis, em vez de serem canalizados para pagamento de dívida ou para esbanjamento público forem deixados para os investidores. O estado não dá nenhuma ajuda exaurindo a economia para depois a querer ajudar. Aliás, as consequências do keynesianismo permanente estão bem à vista na dimensão assustadora da dívida pública (a publicada e a escondida).

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  20. 3 Outubro, 2010 20:00

    Gasel

    Não há crescimento da economia quando 50% dos recursos são canalizados para uma única entidade não produtiva. Com o actual nível de dívida pública e com as obrigações rígidas assumidas pelo estado para as próximas décadas, querer manter os actuais níveis de despesa seria suicidário. A necessidade de reduzir o endividamento obriga a superavits.

    Por outro lado, não se esqueça que o défice é medido em função do PIB e não em função da despesa. Um défice igual ao crescimento significa que todos os ganhos do PIB são consumidos pelo défice. Muito pouco saudável.

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  21. 3 Outubro, 2010 20:01

    Arnaldo

    “Está escrito no meu post que é o princípio liberal do ajuste entre o produto e o retorno.”

    Será desejável que muitos funcionários públicos se mudem para o sector privado, voluntariamente. Passam de consumidores a contribuintes líquidos do sistema.

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  22. 3 Outubro, 2010 20:04

    “A direita não entende que o mercado não resolve todos os problemas, principalmente o desemprego, a pobreza e o desenvolvimento tecnológico.”

    Até agora não vi nenhum estado criar riqueza, o emprego público é sempre a expensas de emprego privado e nunca vi desenvolvimentos tecnológicos significativos feitos pelo estado (excepto na área militar e aeroespacial, onde não há retorno).

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  23. 3 Outubro, 2010 20:12

    “Arnaldo Madureira
    PMP
    Bem dito.”

    De dois em dois anos, convém reler este magnífico livro, ‘Economics in One Lesson’, de Henry Hazlitt, para reenquadrar todas as falácias económicas que se vão instalando no senso comum. O Arnaldo e o PMP caem habitualmente em muitas destas falácias e sempre que se fala no papel do estado é tiro e queda.

    Este livro é dos anos 40 e foi renovado nos anos 70. É uma magnífica obra de um homem inteligente e está aqui, gratuito, em formato .pdf.

    (http://thepiratebay.org/torrent/4481444/Economics_in_one_Lesson.pdf)

    Recomendo-o vivamente. (Reli-o, pela terceira vez, em Setembro).

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  24. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 20:53

    jcd

    “a solução do problema passa sempre por gastar menos. ”
    É o seu desejo, não o meu. Pode passar por gastar o mesmo ou mais e fazer serviços melhores.

    “Será desejável que muitos funcionários públicos se mudem para o sector privado, voluntariamente.”
    É o seu desejo, não é o meu. O sector privado não tem nenhuma superioridade e em parte nenhuma do mundo é capaz de manter pleno emprego.

    “Passam de consumidores a contribuintes líquidos do sistema.”
    É a sua opinião, não é a minha.

    “Até agora não vi nenhum estado criar riqueza”
    Uma escola do estado e um hospital do estado produzem exactamente a mesma riqueza que uma escola e um hostital privados.

    “nunca vi desenvolvimentos tecnológicos significativos feitos pelo estado (excepto na área militar e aeroespacial, onde não há retorno).”
    Pode ver os desenvolvimentos tecnológicos significativos feitos pelos estados nas universidades e centros de investigação do estado.

    “(excepto na área militar e aeroespacial, onde não há retorno).”
    Deve ter uma definição muito “privada” de retorno…

    “para reenquadrar todas as falácias económicas que se vão instalando no senso comum. O Arnaldo e o PMP caem habitualmente em muitas destas falácias e sempre que se fala no papel do estado é tiro e queda.”
    Tem de dizer quais são as falácias, como eu lhe faço. O seu discurso só tem lógica interna. Quando quiser fazer uma verificação externa, descobrem-se as falácias. Diga-me onde é que as minhas ideias são divergentes da realidade.

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  25. PMP permalink
    3 Outubro, 2010 22:21

    O sr. jcd não percebe, por ignorância ou má fé, que todos os estados desenvolvidos têm déficits razoáveis e continusos desde há dezenas de anos e a economia e o bem estar melhoraram quase continuamente.
    Numa economia em recessão o sector privado não pode, por definição, assumir riscos acrescidos, cabendo ao sector público manter a procura total de forma a impedir uma depressão. Mas o sector público pode optar por esbanjar dinheiro em PPP’s, em empresas e institutos inuteis (doutrina Cavaco-Guterres-Socrates), ou pode promover o desenvolvimento económico e social, através de estratégias simples e correctas. Isto está inventado há muito tempo em vários países.
    A mitologia neo-liberal é uma falácia que provocou a crise financeira de 2008. Claro que nem mesmo os EUA, origem dessa religião falaciosa, seguiram as receitas que impuseram noutros países.

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  26. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 22:33

    Acho que não é ignorância, nem má fé. É uma utopia como outra qualquer. Os comunistas também têm a sua utopia, muito mais apelativa. Os comunistas têm muito mais adeptos do que os liberais deste tipo. Nem os partidos liberais são liberais como os blasfemos. A utopia comunista esbarrou no comunismo real há muito pouco tempo. Este tipo de liberalismo acabou há muito mais tempo, antes do Estado se tornar Social. Até se pode dizer que o Estado se tornou social para acabar com este liberalismo.

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  27. 3 Outubro, 2010 22:39

    Link actualizado para o Economy in one lesson (o do pirate bay é outro título de outro autor):

    Click to access Economics_in_one_lesson.pdf

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  28. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 22:41

    Os EUA não têm nada deste liberalismo. Gastam tanto em educação e saúde como os outros estados sociais. Com a agravante de em saúde os privados gastarem 3 a 4 vezes mais do que nos outros países desenvolvidos. A diferença é que os americanos são muito mais comedidos no estado não social e a despesa e a receita estão a níveis baixos. Quanto ao défice, é maior do que o da Suíça, Dinamarca, Finlândia ou Suécia, cujas receita e despesa públicas são mais elevadas. Nos EUA liberal é pré-socialista.

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  29. PMP permalink
    3 Outubro, 2010 22:44

    Sim concordo, deve ser uma utopia, pois eu próprio cheguei quase a acreditar nela à uns anos.
    A Grande Depressão dos anos 30 mostrou nos EUA e na Europa que o mercado tem limites, e que só a acção do Estado Social pode colocar de novo a economia no caminho da expansão e do bem estar.
    Os estabilizadores automáticos ( subsidio de desemprego, reformas, funcionários públicos), reduziram a profundidade das recessões depois da 2ª guerra.

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  30. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 22:48

    PMP
    Procure na internet o “Pânico da Bolsa (1907)”.

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  31. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 22:56

    PMP
    Antes de o Estado ser social, a educação e a saúde estavam ao alcance de muito poucos. O próprio F A Hayek explica que o princípio liberal (dele, obviamente) explica pelo acesso de todos a funções sociais e exige que sejam pagas por quem pode taxar.
    O Estado Social permitiu o acesso de todos às funções sociais. Há quem diga que as pessoas não têm esses direitos, que uma sociedade não pode sustentar a utilização de 30% do PIB em funções sociais acessíveis a todos. Até há quem diga que é um mito a educação acrescentar valor às pessoas! Muitos países com elevada carga fiscal, elevada despesa pública, bom crescimento médio até 2008 (mais recente crise bolsista), défices e dívidas moderados ou controlados mostram que o estado social é sustentável. Mas as pessoas têm o direito de, mesmo assim, não quererem. São uma minoria, é claro. E são dos extractos económicos mais altos da sociedade, obviamente.

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  32. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 23:00

    Quando confrontados com a realidade, salários médios de 900 euros, e a impossibilidade da maioria da população pagar escolas e hospitais, dizem que a sociedade civil encontraria formas de etc e tal. Antes de o Estado se ter tornado social, não encontrou. Vai encontrar agora só para lhes fazer a vontade?

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  33. PMP permalink
    3 Outubro, 2010 23:12

    A.M.
    Sim concordo, além disso temos o problema de estar no EURO e não podemos desvalorizar a moeda e vamos perdendo competitividade.

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  34. lucklucky permalink
    3 Outubro, 2010 23:20

    “O sr. jcd não percebe, por ignorância ou má fé, que todos os estados desenvolvidos têm déficits razoáveis e continusos desde há dezenas de anos e a economia e o bem estar melhoraram quase continuamente.”

    Você não percebe por “ignorância ou má fé” que:
    -Os Estados “desenvolvidos” andam a viver do aumento de impostos e da dívida à décadas. 4% num ano 3% no outro…
    -O Estado cresce sem parar há Décadas na maioria dos países.
    Quando se parte de baixos valores de impostos, dívida e demografia ajuda há muita margem para fazer asneiras.
    Isso acabou.

    Portugal com perto de 100% de Dívida em % do PIB e crescimento da economia a 1% não tem possibilidades algumas de ter défices.
    E tem de reduzir a Dívida para ser menos vulnerável à volatilidade dos juros.

    Logo precisa de superavites.

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  35. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 23:24

    Logo, basta que a despesa pública seja menor do que a receita. Os respectivos níveis são uma questão de gosto.

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  36. Arnaldo Madureira permalink
    3 Outubro, 2010 23:30

    O Estado cresce há décadas.
    Na UE o estado estava estabilizado desde há uma dúzia de anos até há 2 anos (ver dados eurostat). Estabilizado em despesa, receita e dívida. E com crescimento. Até à crise da bolsa, por coincidência.
    O João Miranda diz que o estado devia estar preparado com folga orçamental para uma qualquer crise. Nisso, concordo.

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  37. PMP permalink
    3 Outubro, 2010 23:32

    LL
    Sim claro, os Suecos , Dinamarqueses, Finlandeses são muito estupidos e só querem ser mais ricos e ter a melhor qualidade de vida do mundo, como se isso fosse bom !
    Para reduzir o déficit público basta cortar no desperdicio e nas PPP’s, mas para reduzir o deficit comercial aí é preciso mais, e não foram as receitas miticas neo-liberais que desenvolveram nenhum país até agora.

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  38. lucklucky permalink
    3 Outubro, 2010 23:37

    “Na UE o estado estava estabilizado desde há uma dúzia de anos até há 2 anos (ver dados eurostat). Estabilizado em despesa, receita e dívida. E com crescimento. ”

    Não não estava. Vá ver as contas de França,Inglaterra, EUA, Japão…e isto mesmo com a ajuda da Bolha do Crédito.

    “Até à crise da bolsa, por coincidência.”

    Qual crise da Bolsa? Está falar do fim anunciado da bolha do Crédito, aquela bolha que existiu só para os Estados se poderem financiar a juros baixos, além de aquecerem a economia e assim terem uma subida no nível de receita?

    Ainda não percebeu que estamos a caminho do normal. Não há crise alguma.

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  39. PMP permalink
    3 Outubro, 2010 23:44

    O LL acha que juros altos é que é bom, e juros baixos é mau.
    A especulação imobiliária que deu origem ao crash de 2008 deveu-se ao que Minsky chamava de “Ponzi investments”, e que cada época de prosperidade acaba num crash financeiro.
    Só uma regulação apertada e uma fiscalidade contrária à especulação (não dedução de juros no IRC para investimentos especulativos por exemplo) pode suavizar este tipo de crises.

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  40. lucklucky permalink
    4 Outubro, 2010 00:08

    Quem falou em Juros Altos? Os Juros deveriam ser os que forem segundo o Mercado.
    Mas nunca seriam tão baixos como os Reguladores os colocaram.
    Enquanto o Capitalismo tiver um sistema monetário socialiista com os reguladores a mexerem os cordelinhos para o facilitismo – nisto a evolução da cultura de uma sociedade tem grande importância -dá como resultado bolhas de grandes dimensões.
    As bolhas são inevitáveis fazem parte do processo de descoberta constante da economia* – apareceram os clubes de vídeo – inúmeras lojas são criadas e algumas irão à falência sucessivamente num determinado período – diminui o número de Clubes de Vídeo. Ouve uma bolha e a bolha foi eliminada. Se houvesse subsídios para criar Clubes de Vídeo a bolha seria muito maior.
    O importante é que as bolhas não atinjam grande dimensão.

    *pode-se aplicar a muitas outras actividades: arte, moda, música, podemos dizer que a bolha é a fase barroca.

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  41. PMP permalink
    4 Outubro, 2010 09:45

    Os juros baixos são necessários para facilitar o investimento público e privado em infraestruturas ou bens que tragam bem estar.
    Os investimentos especulativos não devem beneficiar de deduções dos juros.

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  42. Arnaldo Madureira permalink
    4 Outubro, 2010 09:51

    Lucklucky:

    “Na UE o estado estava estabilizado desde há uma dúzia de anos até há 2 anos (ver dados eurostat). Estabilizado em despesa, receita e dívida. E com crescimento. ”
    Seguem-se os seus comentários.
    – 1º EUA e Japão não pertencem à UE.
    – 2º http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/government_finance_statistics/data/main_tables
    Tem razão, não estabilizou. Melhorou.
    Dívida pública (%PIB) 1995/2007
    EU 71/60
    Euro 74/66
    FR 58/64
    UK 51/45
    Défice público (%PIB) 1998/2007
    EU -1,9/-0,8
    Euro -2,3/-0,6
    Fr -2,6/-2,7
    UK -0,1/-2,8
    Receita pública (%PIB) 1998/2007/2009
    EU 45,4/44,9/43,9
    Euro 46,3/45,5/44,4
    Fr 50,1/49,6/48,1
    UK 39,4/41,5/40,4
    Despesa pública (%PIB) 1998/2007
    EU 47,3/45,8
    Euro 48,6/46,1
    Fr 52,7/52,3
    UK 39,5/44,2
    ————————————
    Chama-se crises às fases desagradáveis dos ciclos económicos.
    Os ciclos económicos são normais. Tanto são normais as fases agradáveis como as desagradáveis.

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  43. 4 Outubro, 2010 10:32

    Arnaldo:

    “a solução do problema passa sempre por gastar menos. ”
    É o seu desejo, não o meu. Pode passar por gastar o mesmo ou mais e fazer serviços melhores.”

    Então vamos continuar a aumentar impostos. É a seu desejo, não o meu.

    “Será desejável que muitos funcionários públicos se mudem para o sector privado, voluntariamente.”
    É o seu desejo, não é o meu. O sector privado não tem nenhuma superioridade e em parte nenhuma do mundo é capaz de manter pleno emprego.”

    Mostre-me aí os grandes sucessos do sector público. Na indústria, que benefícios nos trouxe. Carros, frigoríficos, telemóveis, relógios, pratos, panelas, roupas, alimentação… Deve ter imensos exemplos para me dar. Nos serviços, também. As grandes empresas de consultadoria, as cadeias de hotéis, as empresas de construção… as melhores universidades do mundo também devem ser públicas, suponho.

    O pleno emprego pode acontecer de duas maneiras – por decreto – e obteremos um nível de vida cubano para todos os cidadãos, ou num mercado de trabalho tão desregulado quanto possível. mas tenho a certeza que me vai explicar que o que estou a dizer é uma falácia e, provavelmente, também não acredita na relação entre salário mínimo e desemprego. Aí, já não posso fazer nada.

    “Passam de consumidores a contribuintes líquidos do sistema.”
    É a sua opinião, não é a minha.

    Não me parece que isto seja propriamente uma questão de opinião. Um funcionário público que passa para o sector privado, deixa de ser um encargo para o estado e passa a pagar impostos.

    “Até agora não vi nenhum estado criar riqueza”
    Uma escola do estado e um hospital do estado produzem exactamente a mesma riqueza que uma escola e um hostital privados.

    Só pode fazer essa afirmação se essa escola ou esse hospital concorrerem num mercado livre com escolas e hospitais privados, sem ajudas diferentes do estado para os dois sectores. De outro modo, é uma suposição sua que considero muito pouco plausível.

    “nunca vi desenvolvimentos tecnológicos significativos feitos pelo estado (excepto na área militar e aeroespacial, onde não há retorno).”
    Pode ver os desenvolvimentos tecnológicos significativos feitos pelos estados nas universidades e centros de investigação do estado.

    Já passei por aí. Pelo menos em Portugal, o principal destino dos gastos públicos em R&D é o desperdício.

    “(excepto na área militar e aeroespacial, onde não há retorno).”
    Deve ter uma definição muito “privada” de retorno…

    Que retorno é que encontra nas guerras? Eu não encontro nenhum. E não me parece que a exploração da lua tenha dado grandes resultados.

    “para reenquadrar todas as falácias económicas que se vão instalando no senso comum. O Arnaldo e o PMP caem habitualmente em muitas destas falácias e sempre que se fala no papel do estado é tiro e queda.”
    Tem de dizer quais são as falácias, como eu lhe faço. O seu discurso só tem lógica interna. Quando quiser fazer uma verificação externa, descobrem-se as falácias. Diga-me onde é que as minhas ideias são divergentes da realidade.

    Até já lhe sugeri bibliografia sobre o tema. A principal falácia é a equivalência entre a riqueza criada pelos cidadãos numa economia livre e a riqueza criada pelo estado após apropriação de parte significativa dessa mesma riqueza. Não é, de modo algum equivalente.

    Após o cumprimento das funções básicas de soberania, há quase sempre uma perda líquida de riqueza quando o estado pretende substituir as decisões que seriam tomadas por milhões de agentes económicos descentralizados por aquelas que são tomadas por um grupo de burocratas iluminados.

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  44. 4 Outubro, 2010 10:33

    Arnaldo

    Em vez de comparar 1998, quando muitos países começaram a por travões nos excessos, compare 1960/1980/2000/2010.

    Veja o que lhe aparece. Não se esqueça dos países nórdicos.

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  45. 4 Outubro, 2010 10:34

    “Os juros baixos são necessários para facilitar o investimento público e privado em infraestruturas ou bens que tragam bem estar.”

    Para quê perder tempo com juros? Ponha a impressora a funcionar.

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  46. PMP permalink
    4 Outubro, 2010 10:38

    jcd
    para quê perder tempo com argumentos parvos !

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  47. Arnaldo Madureira permalink
    4 Outubro, 2010 20:16

    jcd 10:32

    “Então vamos continuar a aumentar impostos.”
    Não é preciso. Corte na despesa o que não tem objectivos sociais até equilibrar as contas.

    “Mostre-me aí os grandes sucessos do sector público. Na indústria, que benefícios nos trouxe…”
    Não invente. Nunca escrevi que o estado deve ir além de escolas e hospitais.

    “provavelmente, também não acredita na relação entre salário mínimo e desemprego.”
    Convença-me. Faça uma relação de países, respectiva taxa de desemprego e salário mínimo. Logo veremos.

    “Um funcionário público que passa para o sector privado, deixa de ser um encargo para o estado e passa a pagar impostos.”
    Isso teria alguma relevância se o salário líquido diminuísse. Se é o quer, escreva-o. Se não, é melhorar as contas públicas para piorar as das famílias. Se é o que quer, escreva-o. Ou é menos educação e menos saúde para todos. Se é o que quer, escreva-o.

    “Só pode fazer essa afirmação se essa escola ou esse hospital concorrerem num mercado livre com escolas e hospitais privados, sem ajudas diferentes do estado para os dois sectores.”
    Obviamente, não tem de ler tudo o que escrevo. Mas é isso mesmo que defendo. Agora, tem piada que na sua Suécia dos Vouchers 90% dos estudantes continuam a preferir estudar em escolas públicas. O mesmo nos “liberais” EUA.

    “Pelo menos em Portugal, o principal destino dos gastos públicos em R&D é o desperdício.”
    Lamento que pense assim. Conhece algum estudo credível que chegue a essa conclusão?

    “Que retorno é que encontra nas guerras? Eu não encontro nenhum. E não me parece que a exploração da lua tenha dado grandes resultados.”
    Ai não. Quer ver que as guerras não são para obter ganhos económicos?

    “Até já lhe sugeri bibliografia sobre o tema.”
    Lamento muito desiludi-lo: Economics in One Lesson não é a única bíblia. Sabe que toda a gente gosta de livros onde encontra ideias iguais às suas próprias ideias?

    “A principal falácia é a equivalência entre a riqueza criada pelos cidadãos numa economia livre e a riqueza criada pelo estado após apropriação de parte significativa dessa mesma riqueza. Não é, de modo algum equivalente.”
    Não invente. Nunca escrevi que era.

    “Após o cumprimento das funções básicas de soberania, há quase sempre uma perda líquida de riqueza quando o estado pretende substituir as decisões que seriam tomadas por milhões de agentes económicos descentralizados por aquelas que são tomadas por um grupo de burocratas iluminados.”
    Só descobriu agora? Ou julga que discordo?

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  48. Arnaldo Madureira permalink
    4 Outubro, 2010 20:23

    jcd 10:33

    Arnaldo

    “Em vez de comparar 1998, quando muitos países começaram a por travões nos excessos”
    Já lhe expliquei a minha posição. Os excessos não têm de ser travados. Têm de ser eliminados. É suficiente comparar 1998, porque estavam a dizer que os impostos aumentavam cada vez mais, a despesa aumentava cada vez mais, a dívida aumentava cada vez mais. Não é verdade, como os números demonstram. Até há 12 anos, pode ter sido. Nos anos de 1998 a 2008, já não foi, até pelo contrário.

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  49. 4 Outubro, 2010 20:40

    Arnaldo

    Então, nesse caso, ponha aí os números do endividamento dos países de grande crescimento, para compararmos (Irlanda, Espanha, Dinamarca). Já agora também os que estagnaram (Portugal, Grécia) e a Suécia, para vermos se é mesmo verdade que começaram a controlar a dívida pública.

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  50. Arnaldo Madureira permalink
    4 Outubro, 2010 20:47

    jcd 20:40
    Quer passar do agregado UE para os países isolados? Agora, é a sua vez de dar os dados para continuarmos a conversa.

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  51. Arnaldo Madureira permalink
    4 Outubro, 2010 20:52

    Uma questão para si. Ouvi o Medina Carreira dizer que o Estado Social é a melhor realização da Europa e que quer controlar as contas públicas para preservar o Estado Social. Dão-no como exemplo de quê?

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  52. 4 Outubro, 2010 21:36

    “O Medina Carreira é um tipo que sabe fazer contas Ouvi o Medina Carreira dizer que o Estado Social é a melhor realização da Europa e que quer controlar as contas públicas para preservar o Estado Social. Dão-no como exemplo de quê?

    É um exemplo de um tipo que sabe fazer contas.

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  53. 4 Outubro, 2010 21:37

    “Quer passar do agregado UE para os países isolados?”

    Claro. Quero ver se os que se saíram melhor durante esse período estavam numa fase expansionista ou contraccionista.

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  54. Arnaldo Madureira permalink
    5 Outubro, 2010 00:10

    jcd 21:36
    Eu dou-o como exemplo de um tipo que sabe fazer contas e não prescinde do Estado Social.
    jcd 21:37
    Fico à espera desses dados.

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  55. 5 Outubro, 2010 00:18

    Arnaldo, estava aqui:

    Até à crise:
    Dívida Pública
    1995 2007
    Dinamarca 73% 27%
    Irlanda 82% 25%
    Spain 63% 36%
    Sweden 72% 41%
    Estes saíram-se bem.
    E os grandes flops:
    Portugal 61% 63%
    Grécia 97% 96%
    E na despesa pública:
    1998 2007
    Dinamarca 56% 51%
    Irlanda 35% 37%
    Spain 41% 39%
    Sweden 59% 52%
    Portugal 43% 46%
    Grécia 44% 45%
    Suécia e Dinamarca em grande contracção, Portugal em crescimento.

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  56. Arnaldo Madureira permalink
    5 Outubro, 2010 20:54

    Quer dizer o quê? Que devemos aumentar a despesa de 46 para 52 e diminuir a dívida de 63 para 41? Não acho mal!

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  57. PMP permalink
    5 Outubro, 2010 21:39

    O desenvolvimento económico tem como base o desenvolvimento tecnológico e a inovação. Estas têm como base uma educação básica e superior de qualidade. Todos os países desenvolvidos concordam com esta tese. Uma população saudável e com reforma assegurada pelo estado é mais produtiva, situação em primeiro lugar pensada/teorizada e aplicada na Alemanha/Prussia por volta de 1860.

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