A conciensia sosial
A ortografia é um resquício fascista que oprime o livre arbítrio da interpretação individual. Apesar do enorme esforço do acordo ortográfico – aquele que permitiu alargar para 4 ou 5 as possibilidades de grafia de uma única palavra – muitas pessoas ainda conseguem determinar um único sentido para uma pequena frase. Isto tolhe a imaginação e a criatividade artística para, por exemplo, chegarmos ao ridículo de interpretação unívoca para a bula do metilfenidato do nosso (obviamente) hiperactivo filho.
Uma sociedade verdadeiramente evoluída já libertou os seus contribuintes das amarras de interpretação única dos factos através de uma abertura que permite uma infinidade de sentidos para todas as palavras, elas próprias uma limitação a um universo finito (um contra-senso) de conceitos abstractos para auto-expressão em primeiro, comunicação em segundo lugar.
Felizmente, um número crescente de proto-candidatos à docência, 62,8%, optou pelo caminho correcto, o do livre-arbítrio perante a escravatura da convenção ortográfica das 4 grafias; optaram pela 5ª, pela 6ª, pela 10ª. Os restantes 37,2% (ou, para cerca de 1500 proto-candidatos, os restantes 50%; ou, para a CGTP, os restantes 99%) continuam agarrados a velhos modelos de pensamento, como velhos do S. Francisco Xavier, retrogradamente delapidados de dignidade e conciensia sosial.
O constante distilar do seu ódio tolhe-lhe sempre o humor que em vão tenta ter.
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Eu adoro-vos a todos.
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Infelizmente, essa incapacidade de VC escrever para lá de um estrito número de assuntos, sempre com um dogmatismo inflexível que não se compreende em pleno século XXI, torna aquilo que diz irrelevante. E digo infelizmente porque tenho alguma pena nisso, que o Vítor deve ser dos que melhor escreve por aqui.
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Está a ser injusto, Justino: só tenho um assunto.
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Eu acho que não é ódio, mas antes o puro e simples desejo de ser polémico e, por conseguinte, obter «comments».
Por outro lado, o «post» sugere-me outra constatação. De facto, com exceção (ou excepção, ou exsessão, eissessão, etc.) da maioria dos profes de Português e de uma minoria disseminada pelas demais áreas do saber, a maioria dos docentes escreve e fala miseravelmente. Aliás, imagino o horror de um profe de Português, que tenta ensinar os seus alunos a fazer um uso correto da língua e depois se vê confrontado com colegas de profissão a desfazerem alegre e inconscientemente tudo o que ele tentou fazer de bom. Note-se, a título de exemplo, que eu já lidei com profes da carreira que diziam alegremente «tu fostes».
Convém também notar que há muito licenciado em ESE em Ed. Física que, à falta de melhor, se encontra a lecionar como profe titular a turmas do 1.º ciclo. Eu tenho um caso na família, afastada, mas família. Tipo porreiraço e tal, mas sem a mínima competência para ensinar Português e Matemática às crianças. O homem até foi objeto de uma passagem administrativa a uma disciplina, caso contrário ainda hoje lá andaria.
Por último, a prova a que os profes desempregados foram sujeitos é um NADA gigantesco. Encontra-se igual ou melhor numa revisteca qualquer.
P.S. Espero que isto não contenha muitos erros de ortografia, sintaxe e pontuação. Como um mau aluno, não vou rever a composição.
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Viva
Num post anterior a este, de João Miranda, lê-se “Como mencionado num post anterior, a legislação prevê os accionistas do banco mau têm direito a eventuais ganhos” .
O erro na construção da frase é evidente, mas isso não me faz classificar o blogue ou o João Miranda; ele enganou-se.
Só para realçar que acho algo apressadas as conclusões que se tiram das percentagens de provas com erros (acho até maldosa e lamentável essa divulgação, nos termos em que é feita).
Os lapsos como o acima transcrito e as não concordâncias com o A.O. explicarão em grande parte (acho eu…) a enorme percentagem encontrada.
Dito isto, acrescento que sou professor de matemática com muitos hábitos de leitura (normalmente não dou erros ortográficos ou sintáticos) mas ainda esta semana recorri a uma colega de português por causa de “despender” e “dispêndio”. Como estas há outras situações em que a nossa língua faz pensar e hesitar…
Passo quase todos os dias por aqui, para ver como se estrutura o pensamento contrário ao meu; confesso-me simpatizante de sempre do PS, atualmente da ala “tralha socrática” 🙂
Cumprimentos e desculpem a extensão do comentário, assim como um ou outro errozito…
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Tenha cuidado com os erros que esta malta não perdoa um único erro aos professores, esses ignorantes.
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Não foi um único erro: foram, pelo menos, 6438 erros ortográficos.
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A dividir por quantos?
Você, definitivamente, não é sério, VC.
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10220 fizeram a prova. 62.8% fizeram erros.
6418 pessoas fizeram um ou mais erros.
Multiplica-se 0,628 por 10220 (acho eu, que não sou sério e, da última vez, usei 63% em vez de 62.8%; pronto, ficam 6300 erros, OK?).
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Fazer erros?
Que nova língua é essa?
Ou pela boca morre o peixe?
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Socratizaram erros?
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não mudou nada 🙂
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confirma-se!
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