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Saudades dos carros que explodem

30 Novembro, 2019

Quando a ETA fazia explodir um carro tinha como objectivo um alvo específico. O sucesso da operação consistia em eliminar o indivíduo a quem tinha sido decretada a pena de morte pelos revolucionários, tornando a morte deste em simbólica de alguma coisa, ordenando o absurdo da carnificina no absurdo de um fim último. Havia mortes colaterais de civis, sendo que civis eram todos aqueles que não constavam na lista dos civis a abater. Era vil, horrível e macabro, mas tinha uma lógica, por muito distorcida que fosse, baseada no errado princípio revolucionário de que os fins justificam os meios.

Agora não temos nada disso. Agora, os alvos são os primeiros que aparecem à frente. Não são os desgraçados que, por destino ou azar, passaram à porta do ministério onde se encontrava o alvo; são, sim, os primeiros que, numa espécie de jogo de computador, se cruzam com o assassino quando este inicia o nível do jogo.

Não consigo defender a pena de morte em nenhuma circunstância, mas estaria disposto a abrir uma excepção a indivíduos que me fazem sentir que entre eles e a ETA escolheria o regresso dos terroristas bascos. O que é verdadeiramente injusto para mim e para outros como eu é permitirmos que se chegue ao ponto em que é possível afirmar isto sem parecermos um desses bandidos.

38 comentários leave one →
  1. 30 Novembro, 2019 09:50

    Só há um modo. Afastar essas pessoas. E isso não é impossível. Tem meramente a ver com políticas de imigração.

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  2. Velho do Restelo permalink
    30 Novembro, 2019 10:29

    Como medida provisória, ainda há a via americana com alguns melhoramentos :
    Licenciar armas de defesa pessoal com critérios justos.
    Todos sabemos que não é possível ter um polícia a cada esquina, e ainda que tivesse era o 1º a ser abatido (por estar fardado)!
    Os USA têm sido notícia pelas piores razões no que respeita à proliferação de armas, é certo, falham nos critérios de atribuição de licenças (se é que existem).
    Mas ainda há poucos dias,no Texas, um desses atiradores marados foi eliminado por um civil armado que o enfrentou depois do ataque.
    Quantas outras vítimas teriam padecido se o civil não estivesse armado ?
    Por ser inconveniente, a notícia teve muito menos impacto nos media do que é habitual !

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    • 30 Novembro, 2019 10:53

      Este estava mais que assinalado. Já tinha tentado outro atentado e sabiam perfeitamente a que grupo pertencia.

      O horror é este- a Lei. A protecção legal que toda esta malta tem.Os espantosos “direitos de cidadania”.

      O monstro foi criado há muito tempo. No pós-guerra, por causa do trauma, com todos os “Direitos Humanos” e “nunca mais”, e depois, nos anos 60 a esquerda começou a destruir com o multiculturalismo.

      Por cá, ninguém fala nem quer saber o que a “lei da nacionalidade” já propiciou e o que ainda querem aumentar.

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    • 30 Novembro, 2019 10:54

      Portanto, para que é que v. quer um polícia a cada esquina ou toda a gente armada se é a própria polícia que sabe quem são os terroristas e a justiça que os deixa livremente à solta?

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      • 30 Novembro, 2019 11:17

        Eu disse que “…não é possível ter um polícia a cada esquina …”, porque é essa a desculpa do estado quando a bronca acontece !
        Não disse que “eu queria”. E quem tenha lido os meus comentários sobre temas de segurança, sabe o que penso da PSP ! Estão em greve de zelo, deixam roubar as pp armas, raramente acertam nos criminosos e quando se zangam com a mulher alguns ainda usam a arma de serviço para resolver problemas domésticos ! É uma organização a precisar duma purga! Desde a escola de Torres Novas, até às esquadras de bairro há muito lixo para varrer …
        O problema é que são eles que gerem a atribuição das licenças (caça e defesa), as armas apreendidas (grande negócio), fiscalização de armeiros … e outras trapalhadas que agora não me apetece remexer 🙂

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  3. 30 Novembro, 2019 10:57

    Está aqui o horror. Basta isto para se ter a explicação mais simples da facilidade como pode acontecer:

    «Suspeito do ataque de Londres já tinha sido condenado por terrorismo
    O autor do esfaqueamento na London Bridge já tinha sido condenado por terrorismo e tinha ligações a grupos terroristas islâmicos, de acordo com o The Guardian. O mesmo jornal adianta que o suspeito usava, no momento do ataque, uma pulseira eletrónica — uma medida aplicada depois de ter sido libertado da prisão. O The Guardian diz ainda que o homem estava referenciado pelas autoridades, incluindo o MI5, os serviços secretos britânicos.
    »

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    • Velho do Restelo permalink
      30 Novembro, 2019 11:26

      ou seja, este fulano garantia o emprego a um monte de britânicos!
      Bem dizia o Obelix : “…estes britânicos são doidos”

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      • 30 Novembro, 2019 11:32

        Não são só eles. Está o Ocidente, para falarmos claro.

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      • 30 Novembro, 2019 11:33

        Na Alemanha e em França e na Bélgica tem acontecido o mesmo. São todos terroristas referenciados que nem sequer são deportados.
        Direitos de cidadania.

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  4. 30 Novembro, 2019 11:03

    Terrorista à solta, com pulseira electrónica e referenciado por serviços secretos e MI5

    O que querem mais?

    Só se quiserem esta liberdade toda, em nome da “democracia” e direitos humanos e coisas assim e depois andarem com feiticeiro a fazer danças e esconjuras apotropaicas para protegerem a população.

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      • 30 Novembro, 2019 11:23

        O quê? os imbecis é que o levaram para lá para recriarem uma palhaçada de crime e o tipo fez-lhes a vontade?

        Não posso crer!

        Isto ultrapassa tudo!

        E a notícia tem destaque? O que acontece aos teóricos da criminologia que facultaram o crime?

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      • 30 Novembro, 2019 11:35

        É verdade. É impressionante. Parece um filme, o “Parque Jurássico”, por exemplo.

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      • 30 Novembro, 2019 11:24

        Escrita criativa de reabilitação?

        C’um caraças!

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      • 30 Novembro, 2019 11:36

        E sabe uma coisa- basta pensar um pouco- isto acontece debaixo de 2 tipos de preconceito- os de esquerda- com a reabilitação e multiculturalismo de cidadania, e os liberais- com a liberdade individual intocável, debaixo do manto diáfano da democracia.

        Depois resolvem a questão à Texas- tudo armado.

        É por isto que tenho pó a cartilhas.

        Debitam sempre os mesmos chavões e fazem parte do mesmíssimo problema.

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      • 30 Novembro, 2019 11:47

        Isso são os malucos de Rothbard para cima. É possível defender um estado de direito liberal em que compete ao estado proteger as pessoas.

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      • 30 Novembro, 2019 11:41

        Pois parece.

        Mas não vi um único post acerca disto. Muito menos no facebook.

        Aqui foi v. que passou a notícia.

        Não é por nada, Vitor Cunha- passe esta porcaria em tom de ironia (como v. sabe) para a primeira página e para actualizar o mural.

        De outro modo ninguém liga e passa ao lado do “porte-de-arma” à Texas.

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      • 30 Novembro, 2019 11:52

        Pois são. São mesmo os malucos de Rothbard que se aliam ao gramscismo. E tudo tem uma origem comum no trotskismo.

        Mas isso diz v. e eu e mais uma meia dúzia de pessoas.

        Ninguém o escreve em grandes paragonas mediáticas.

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    • 30 Novembro, 2019 11:44

      São precisas duas coisas-

      1- Resistência à onda interpretativa mediática
      2- Ironia para desmontar toda a loucura.

      Sem isto, a loucura passa a banalizar-se e reage-se com novela ficcionada e os mesmos memes ideológicos.

      Os factos pura e simplesmente deixam de ser precisos.

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    • 30 Novembro, 2019 11:54

      Eu acho que é possível defender um Estado de Direito que defenda as pessoas.

      Só por coisas- já o tivemos no Estado Novo. Era um Estado de Direito onde se defendia as pessoas.

      Mas dizer isto é impossível porque falta lá a palavrinha mágica “democracia” e é-lhe logo acrescentada outras duas a par- “ditadura fascista”.

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      • 30 Novembro, 2019 12:21

        Pois, mas enquanto vocês brincam às filosofias, eu vou tratar de olear a fusca, porque essa é que me dá alguma protecção enquanto o “estado renovado” não volta !

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      • 30 Novembro, 2019 12:23

        Vai brincar que o teu mal deve mesmo ser esse- “falta de brincadeira”.

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      • Velho do Restelo permalink
        30 Novembro, 2019 12:27

        Não te excites, porque um orgasmo na tua idade pode ser fatal, e o Blas ainda precisa de ti … 🙂

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  5. 30 Novembro, 2019 11:39

    Já nem precisam de se informar. Prescindem dos factos.

    Nem querem saber quem era o tipo e como apareceu ali para poder matar à facada.

    Basta debitarem a cartilha de liberdade de porte-de-arma para toda a gente.

    E continuarem com a protecção altamente liberal e democrática aos terroristas e mais workshops de escrita criativa com convidados de pulseira electrónica e faca na liga.

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  6. MJRB permalink
    30 Novembro, 2019 12:03

    …E horas antes, esse assassino tinha participado como convidado (!) numa mesa-redonda sobre terrorismo na Universidade de Cambridge.

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    • 30 Novembro, 2019 12:05

      Está isso mesmo escrito mais acima e com todos os detalhes.

      Por isso é que eu pedi ao Vitor Cunha para passar a notícia para a primeira página e com o humor negro que ele sabe.

      Ninguém lê nada. Ninguém se preocupa com factos.

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      • MJRB permalink
        30 Novembro, 2019 16:54

        Claro, li, mas coloquei o bitaite para reforçar, chamar a atenção de quem não se apercebeu do estúpido convite da universidade.

        Há dias coloquei no Blasfémias o crescente e já estimulado apoderamento de “causas” estapafúrdias nas universidades tugas. Se ninguém (profs incluídos) tiver bom senso, as seitas vão imperar.

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      • lucklucky permalink
        30 Novembro, 2019 19:42

        Acordou tarde. Julga que os jornalismo é Marxista porquê?

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      • 30 Novembro, 2019 21:34

        Eu estive com tanto trabalho que nem li as notícias.

        Mas depois do Vitor Cunha contar, reparei que os jornais não falam nisso.

        É incrível. E ainda mais o que deveria seguir-se e como vai ficar.

        Aquela merda daquele curso e dos responsáveis era logo tudo fechado, tudo para a rua e com processo jurídico em cima.
        Cadeia. mais nada.

        Porque bem que gramava saber se o colete a fingir não serviu para a aula e até a faixa e mais a faca…

        Onde é que ele teve tempo de arranjar isso tudo se começou logo a atacar lá na universidade?

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  7. 30 Novembro, 2019 12:14

    E o assassino foi convidado por eles, na qualidade de criminoso, para partilhar as suas experiências com os estudantes e formadores em escrita criativa de reabilitação de criminosos.

    Esta merda ultrapassa tudo e o artigo nem está online à borla. Só para assinantes.

    Alguém que coloque isto online, de forma bem visível e os restantes que se “remetam ao silêncio”.

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  8. 30 Novembro, 2019 13:05

    A boa da lei do Estado de Direito:

    the trio as “the more serious jihadists” among the plotters, the judge said they should not be released until they were no longer a threat to the public.

    But the three appealed and on April 16, 2013, the Court of Appeal quashed Khan and Hussain’s indeterminate sentences and imposed determinate custodial sentences instead. Khan and Hussain were sentenced to 16 years, while Shahjahan was sentenced to 17 years and eight months.

    (…)
    This individual was known to authorities, having been convicted in 2012 for terrorism offences. He was released from prison in December 2018 on licence and clearly, a key line of inquiry now is to establish how he came to carry out this attack.

    (…)
    The event at Fishmongers’ Hall had been billed as ‘a day to celebrate, connect and collaborate’. It was intended to celebrate the work of the project in bringing together people in criminal justice and higher education institutions.

    Former prisoners were among those attending the alumni conference, alongside students, academics and representatives of the criminal justice system.

    Learning Together began in January 2015 by bringing together Cambridge graduate criminology students and students at HMP Grendon to learn criminology together over an eight-week programme.

    It has extended since within the University of Cambridge to include several other subjects across Grendon, Warren Hill and Whitemoor prisons.

    It has also spread to other universities and criminal justice organisations, and internationally.

    (…)In a statement released on Friday, the University of Cambridge said: “We are gravely concerned at reports that University of Cambridge staff, students and alumni were caught up in the incident at London Bridge.

    “We are urgently seeking clarification and further details. Our thoughts are with all those who have been affected by these terrible events.”

    Portanto- é reconstruir o caso- estava armado na sessão, com colete, facas e bandeira?

    A que horas se escapou da aula para matar na ponte?

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  9. 30 Novembro, 2019 14:18

    Falso! Não são os “que aparecem à frente”, são “os infieis”. Todos e qqer um!

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  10. André Silva permalink
    30 Novembro, 2019 14:37

    Eu defendo a pena de morte em várias – se não mesmo muitas – circunstâncias.

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  11. Zé Manel Tonto permalink
    30 Novembro, 2019 18:34

    “Não consigo defender a pena de morte em nenhuma circunstância”

    É por estas e por outras que os mouros vão ganhar esta guerra.

    Outro dos motivos pelo qual eles vão ganhar a geurra é por eles saberem e assumirem que estamos em guerra e nós, ocidentais, andarmos para aqui com paz e amor, que nem hippies.

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    • 30 Novembro, 2019 21:30

      Realmente, o medo que um bombista suicida há-de ter da pena de morte…

      Eles quando atacam são logo abatidos.
      O problema é nos entretantos.

      Este já tinha sido preso há 7 anos e continuava nas calmas por lá a treinar.

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  12. José Monteiro permalink
    30 Novembro, 2019 19:39

    Agora, é tarde.
    Para descanso de governos e dos mandarins de Bruxelas, dispensados de pensar, pensar e elaborar uma Politica de Imigração, no início quando as primeiras hordas surgiram nas caminhadas do sul para a Alemanha, já lá vai meia dúzia de anos,
    creio ter ouvido há não muito tempo, alguém de Bruxelas, levantar a questão. Política de Imigração. Words, words words.
    Parecia ser um problema de Mrs Merkel, para descanso e calmaria dos amados eleitos para a UE e seus fabulosos comissários.
    Para aliviar consciências, meteram as marinhas militares e guardas costeiras, a fazer de bombeiros no mare nostrum.
    Nada a ver com o que há para lá da costa do norte africana e dos mercadores que os empurram.
    De vento em pôpa.

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  13. Perigoso Neoliberal permalink
    2 Dezembro, 2019 03:53

    No Reino Unido, se um polícia perseguir um tipo de moto que cometeu um crime e o tipo tirar o capacete, deve abandonar a perseguição porque pode causar dano físico ao meliante e será responsabilizado por isso.

    Ou seja, o Reino Unido segue o caminho da França e da Alemanha e da Suécia e da maior parte da Europa ocidental. O caminho da decadência e da capitulação perante a barbárie. Este episódio é só mais um exemplo, macabro, disso. Resultado da dominação cultural da esquerda. Nada a ver com liberalismo e a defesa da liberdade individual. Liberais, que eu saiba, defendem que Segurança, Defesa e Justiça são atribuições do Estado e obviamente são para ser exercidas e não para fazer de conta. Não são os liberais que passam a vidinha a minar e distorcer estas atribuições, é a esquerda. Só essa turma da reabilitação e do bom selvagem é que poderia achar razoável “trazer o King Kong ao circo”. E a turma com atribuições na Justiça e Segurança que autorizou tamanha estupidez claramente não cumpriu o seu papel e devia ser processada e despedida.

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