A revolução dos (es)cravos

Hoje, começo o meu texto com um excerto de um documentário da RTP:

“As motivações da criação do Movimento dos Capitães começaram por estar relacionadas com problemas de carreira e com o descontentamento crescente nas Forças Armadas pela manutenção da guerra. A aprovação pelo governo de dois decretos-lei  – 353 e 409, de julho e agosto de 1973 – para responder às necessidades da guerra colonial criou um forte descontentamento profissional entre os oficiais que tinham tido uma formação militar de quatro anos. Estes não aceitavam poder vir a ser ultrapassados pelos novos oficiais milicianos, cuja formação seria feita apenas em dois semestres.

O Movimento dos Capitães, de natureza clandestina, organizado para a defesa dos seus interesses corporativos não se desfez, mesmo após terem conseguido que Marcello Caetano suspendesse os decretos. Os capitães continuaram a reunir-se para discutir o que se passava na guerra colonial.”

O que acaba de ler é a verdade dos factos sobre a dita “luta pela liberdade” do histórico 25 Abril de 74. Ou seja, a mentira do século sobre a “pseudo revolução pela liberdade” que não passou de uma luta corporativista dos militares. 

Nesta onda, surfaram todos os “artistas” políticos socialistas que não perderam a oportunidade de puxar os galões e fazer disto um feito heróico de Mário Soares que apesar de ter sido apanhado de surpresa enquanto estava no exílio dourado, e qual chico esperto, correu até Portugal para colher os louros numa recepção apoteótica dos camaradas. 

Por muita propaganda que tenham feito nas escolas, nos media, e no mundo artístico, haverá sempre alguém que lembrará as reais motivações dos militares. Otelo Saraiva de Carvalho, foi um deles (mas os media já limparam essas declarações “incómodas”). 

Assim, por muito que lhe custe aceitar, NÃO DEVE A SUA LIBERDADE a estes protagonistas – que em boa verdade estavam pouco se lixando para si pois apenas lutavam por interesses corporativos e conquista de PODER (fizeram o PREC logo a seguir à queda do Estado Novo para impor o comunismo). Deve, isso sim, aos bravos comandos que fizeram o 25 Novembro de 75 e que nos resgataram de uma ditadura comunista quase certa. Registe isto para nunca mas nunca se esquecer.

De lembrar também, que por terem sido derrotados nas suas VERDADEIRAS intencões pós Abril, Otelo criou as FP25, uma organização terrorista (que absorveu os membros terroristas das Brigadas Revolucionarias e do PRP), apoiada por Isabel do Carmo, uma “lutadora pela liberdade” com o seguinte currículo:

1. em 73 fundou o Partido Revolucionário do Proletariado que fundiu com as Brigadas Revolucionárias cujas actividades eram financiadas com assaltos armados a bancos e reparticoes públicas;
2. em Abril 74 liderou o PREC com Otelo e fez parte da folha de pagamentos do COPCON;
3. entre 27 Julho 75 a 78 concretizou 37 assaltos à mão armada que renderam 7 milhões de euros;
4. 90% das suas acções terroristas e 100% das suas vítimas mortais, ocorreram em plena democracia entre 75 e 78;
5. desviou 1000 metralhadoras G3 entre outro material do exército;
6. em Marco 78 foi detida;
7. em Abril 80 foi condenada a quase 11 anos de cadeia por co-autoria de assaltos à mão armada e ataques bombistas;
8. em Julho 81 foi amnistiada por um tribunal de 1ª instância contrariando um acórdão do Supremo Tribunal;
9. liderou, já livre, a Comissão Pró-Amnistia Otelo e Companheiros no processo das FP25 (estes terroristas também foram amnistiados);
10. em 25 Abril 2004 foi feita Comendadora da Ordem da Liberdade por Jorge Sampaio mesmo sendo alguém que liderou acções terroristas com vitimas mortais em plena democracia.

Mais: Isabel do Carmo prosseguiu na sua “luta armada” (clandestina por opção pois nunca quis legalizar o seu partido, o PRP, nem tão pouco concorrer a eleições) após as eleições de 25 Abril de 1975, que deram a vitória ao PS, seguido pelo PSD e cujos restantes partidos radicais todos juntos não expressaram mais do que 20% da votação, e sobre as quais proferiu, à época, o seguinte: “(..) o socialismo nunca se instaurou em sítio nenhum por eleições (…) o socialismo não é um presente de Natal, é uma conquista pela força”. Por isso, estes “defensores da liberdade” (a deles) chegaram mesmo a equacionar a execução de Jaime Neves.

É claro que os socialistas nunca lhe contarão a verdade porque os compromete seriamente. Acaba com a visão cor de rosa da dita “esquerda democrática” que “luta pelas liberdades individuais e colectivas” em nome da democracia. Tretas. 

Volvidos 50 anos deste dia onde não faltam festas (pagas a peso de ouro aos amigalhaços do regime)  e discursos (ocos e cheios de falsidades) para comemorar esse feito, pergunto: onde está a liberdade, a democracia e direitos fundamentais de que tanto encheram a boca?

Está aqui neste resumo:

1. liberdade de expressão condicionada com perseguição e cancelamento de indivíduos por divergência de opinião como foi o caso por cá da Dra. Margarida; 
2. imposição através dos media do mainstream de narrativas de pensamento único: criação do Polígrafo;
3. propaganda política 24h sobre 24h nos canais televisivos: “comentadeiros” a rodos nos media, de ideologia socialista ou alinhados nas narrativas socialistas. Veja-se a mais recente aquisição: António Costa ex-primeiro ministro do último desgoverno;
4. controlo da comunicação social mainstream com financiamento estatal;
5. desinformação (fake news) nos media como forma de propaganda (leia aqui, aqui e aqui);
6. doutrinação nas escolas;
7. reescrita da História através da infiltração do marxismo na educação pública (leia aqui, aqui e aqui);
8. inversão de valores: normalização do absurdo versus ridicularização da normalidade em nome da “igualdade de direitos”;
9. fragmentação da sociedade para criar guetos e caos social (dividir para reinar);
10. retrocesso civilizacional sob a batuta da agenda 2030 (de controlo absoluto dos recursos de todo o Planeta);
11. bipartidarismo e portas giratórias;
12. maior carga fiscal de que há memória;
13. menor liberdade económica: hoje tudo o que mexe é taxado, até o clima;
14. 50 anos de empobrecimento que nos colocou na cauda da europa: os menores salários versus as maiores cargas fiscais;
15. somos escravos modernos: trabalhamos para sobreviver, com cargas horárias maiores que a média europeia e dos piores salários da europa;
16. piores serviços públicos APESAR da maior carga fiscal de sempre e numa degradação acelerada desde a “conquista” da democracia; 
17. maior corrupção de sempre (e ainda só vimos a ponta do iceberg porque o jornalismo é agora avençado);
18. Estado obeso que não parou de crescer e absorver todos os recursos do país;
19. dívida pública que engorda (e quando baixa é por habilidades contabilísticas) a cada ano;
20. de mão estendida para a UE e perigosamente dependentes dos credores;
21. um país mais dependente do exterior porque delapidou todos os seus recursos;
22. SNS tecnicamente falido;
23. 3 bancarrotas;
24. Banco de Portugal com prejuízo operacional de 1.054 milhões euros;
25. degradação da escola pública: eventos com pessoas trans, influencers e maior precariedade profissional dos professores;
26. a quarta posição dos piores transportes públicos do mundo;
27. empresas públicas com prejuízos crónicos e obscenos;
28. assalto aos contribuintes no BES, BANIF, BPN;
29. justiça: sucessivos casos escandalosos de colarinhos brancos, no continente e ilhas, que escapam às malhas da lei;
30. reformas em queda por via da gestão danosa da Segurança Social: o valor das pensões é cada vez mais baixo e a idade legal de reforma cada vez mais alta.

Este é o retrato da herança do 25 de abril 74. E volto a questionar: onde está a democracia, a liberdade e a justiça social se todas estão comprometidas e outras ameaçadas? Não há dúvida que a propaganda tem sido muito boa.

Estamos muito longe de ser um país de LIBERDADE como apregoam. Numa nação onde trabalhamos MEIO ANO só para pagar impostos com praticamente nada em troca, que obriga a trabalhar até muito tarde para receber pensões cada vez menores, que condiciona a liberdade de expressão e de acção, não somos LIVRES, somos escravos modernos criados pela “democracia” que nos desgovernou nesses 50 anos.

Não deixa de ser irónico verificar que nos países liberais da europa,  com impostos baixíssimos, se constate uma MAIOR liberdade, democracia e qualidade de vida – Andorra, Irlanda, Suíça e Luxemburgo são disso exemplo. 

Podíamos ser um deles se, em vez de fazer política, tivéssemos governado o país. Sim, sim, a POLÍTICA é que nos empobreceu. Não fazemos a gestão do nosso país (como estes países que mencionei), fazemos política atrás de política e chamamos a isso “governar”. A política foi profissionalizada desde 74. Essa inutilidade (a política) a que derem utilidade (porque dá imenso jeito a quem quer “expandir negócios”), tem até curso superior (oh! valha-me Deus!). O parlamento encheu-se de indivíduos cuja experiência profissional fora da política é zero. Logo, falam do que ouvem, presumem ou lêem (inspirados em intelectuais mortos que viveram noutras sociedades distintas da nossa) e não daquilo que experienciaram no terreno. Mas mandam e decidem tudo (bem ou mal) sobre a vida daqueles que labutam todos os dias neste país. Isto nem ao diabo lembra.

O Parlamento encheu-se, também, e sobretudo, de advogados que fazem leis e desfazem leis (algo muito útil, não haja dúvida). Que gastam a maior parte da sua energia a estudar as malhas da lei para fazer passar o “peixe graúdo” e apanhar toda arraia-miúda, quando na verdade temos mais leis do que as necessárias e o que precisamos mesmo, mas não se verifica, é aplicar as leis que já temos. É para isto que serve a dita política.

A triste realidade é que não se gere o erário público porque não interessa. Quanto mais caos financeiro se criar, melhor para fidelizar clientelas que vão sendo alimentadas para estarem acorrentadas ao sistema. O poder gira sempre entre os mesmos (alguns já são dinossauros da política de tanto ano a arrastarem-se nela) independentemente das cores políticas. Dado que gerir com dolo não é crime, fazem-se dívidas colossais sem quaisquer problemas de consciência. Quem vier a seguir que apague a luz (melhor dito, que limpe a porcaria). São dias após dias apenas a fazerem discursos para para o seu eleitorado, como se estivessem a trabalhar para o bem comum mas, na realidade, estão orquestrados. Isto faz parte do jogo do faz de conta. É a verdadeira política a funcionar. Que não é útil senão para angariar os votos (votos são dinheiro) que os partidos necessitam para a sua sobrevivência.

Se realmente estivessem no Parlamento para trabalhar em prol do país teríamos GESTÃO em vez de política; gestores (muitos deles) em vez de políticos e começaríamos a gerir cada departamento, ao cêntimo, em vez do blá blá do costume, do alto do púlpito, do “vamos criar isto e aquilo”. Sem GESTÃO não há como dar nada a ninguém, mas eles, os políticos,  fingem que sim. 

O país, de lés a lés, precisa de GESTÃO responsável e rigorosa. E por não ter sido gerido (a última vez que o foi remonta ao Estado Novo), tem rios de dinheiros públicos a “evaporarem-se” por tudo quanto é lado (deve ser das “alterações climáticas”, cof, cof, cof) e por essa razão, não tem capacidade financeira para absolutamente nada (apesar da monumental carga fiscal e biliões vindos da UE) definhando a cada dia que passa.

Este é o país de “Abril”. O outro, que celebramos todos os anos, é uma mera fantasia socialista. Não existe.