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Então vamos lá escrever mais um texto “histórico”…*

4 Março, 2011
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Vivemos dias históricos. No mundo árabe? Talvez. Mas também aqui mesmo. Em Portugal. Nesta terra onde há quem julgue que tudo aquilo em que toca pode não ficar a luzir, como oiro, mas torna-se imediatamente “histórico”.

Não acreditam? Então recapitulemos alguns dos mais recentes feitos “históricos”. O último foi o resultado (provisório) da evolução das despesas públicas em Fevereiro. Apesar de a evolução se explicar em boa parte por a despesa com os juros da dívida terem descido (quando se sabe que vão subir, e muito, ao longo do ano), proclamou-se que a evolução das contas do Estado era “histórica”. E até com direito a foguetório em Berlim.

Antes tinha havido uma “cimeira histórica” da NATO. Um aprofundamento “histórico” das relações Portugal/Espanha por ocasião da inauguração de um laboratório. A ligação entre as barragens de Alqueva e do Roxo proporcionou também um “dia histórico” para o Alentejo. Tal como fora “histórico” o acordo para a instalação de duas fábricas da Embraer em Portugal. Ou o lançamento de mais uns lanços de auto-estrada em Leiria. A construção de uma ponte sobre o Tejo no Carregado foi considerada “uma obra mais histórica” do que a inauguração de 11 quilómetros de auto-estrada na mesma região. O banal Sharan, da Volkswagen, também já foi considerado “um carro histórico” por ser construído na Autoeuropa. Ainda há um ano o esquecido  Contrato de Confiança para o Ensino Superior era tido por um “acordo histórico”. Tal como a parceria especial entre a União Europeia e Cabo Verde. Ou o acordo sobre Cahora Bassa. A lei do casamento homossexual teve o mesmo estatuto de “histórica” que a ficção de uma parceria de empresas de telecomunicações para instalar redes de fibra óptica que terá ficado a 20 por cento dos objectivos. Podíamos prosseguir, mas não vale a pena. Vivemos mesmo tempos históricos, porventura heróicos.

Na verdade, já nos habituámos. De tal forma que, apesar de alguns máximos realmente históricos – como o défice de 9,3 por cento em 2009, a taxa de desemprego nos 11,2 por cento, o pico das taxas de juro ou o preço recorde da gasolina – não serem muito entusiasmantes, o facto de José Sócrates ter banalizado de tal forma a “História” levou-me a decidir, também eu, escrever um texto histórico. Porquê? Porque… sim. Ou mesmo por nada de especial, pois limitar-me-ei a sublinhar algumas evidências.

 

A primeira evidência é que o país está num compasso de espera. Todos sabem que o pesadelo destes anos Sócrates está a chegar ao fim, mas ninguém sabe quando chegará esse fim. O que faz com que tudo fique em suspenso. O Governo deixou verdadeiramente de governar, saltitando entre medidas “para Merkel ver”, anúncios desconexos (como os do ministro das Obras Públicas esta semana no Parlamento) e poupanças de curto prazo que muitas vezes têm efeitos negativos a médio e longo prazo. Sócrates apenas quer evitar ter de pedir formalmente ajuda (informalmente a ajuda já chegou, basta pensar que o BCE ficou em 2010 com quase 20 mil milhões de títulos da dívida publica portuguesa) para adiar ao máximo a convocação de eleições antecipadas.

A segunda evidência é que este clima de adiamento gera uma inelutável degradação da situação do país. A actual maioria já não tem uma gota de autoridade ou credibilidade, pelo que é absolutamente incapaz, apesar de tantos “momentos históricos” e de repetidas profissões de fé num optimismo bacoco, de criar um clima de confiança ou de mobilização. Na melhor das hipóteses espera-se o fim do pesadelo, na pior começa-se a descrer da própria democracia. Não mata, mas mói.

A terceira evidência é que a falta de rumo acentuou a clivagem entre a efabulação da propaganda e a dureza da realidade. Medidas como as que estão a ser tomadas no mercado do emprego, das relativas aos despedimentos às destinadas aos jovens estagiários, parecem uma coisa mas são outra. Ou seja, por regra fazem com que o mercado fique ainda mais rígido e tornam mais difícil, porque mais caro, criar novos empregos. É o tipo de ficção criada para ver se se consegue enganar “os mercados”, só que estes não se comovem. Viu-se ontem, de novo, como já nem a boa vontade de Merkel os amacia.

A quarta evidência é que Portugal aplicará as medidas de austeridade que lhe disserem para aplicar com ou sem pedido de ajuda externa. Já o está a fazer, mesmo que nem sempre da melhor forma, mesmo que atabalhoadamente. Com um problema adicional: tivesse vindo a ajuda e pagaríamos menos juros. O propalado orgulho dos “oito séculos de história” tem um preço, e um peso: vai custar-nos muito mais a pagar no futuro o dinheiro que estamos a pedir emprestado hoje.

A quinta evidência é que, apesar de muitos dizerem que a situação do país exige uma coligação ampla e acordos que envolvam o centro-esquerda e o centro-direita, a verdade é que nunca ninguém apertará a mão a Sócrates com medo da picada do escorpião. O primeiro-ministro seguiu uma política de terra queimada que, hoje por hoje, exclui o PS de qualquer acordo mais abrangente e condena-nos a todos a ter de esperar pela sua remoção. E pela ressurreição do PS.

A sexta evidência é que o PSD ainda não parece ter percebido que não lhe esperar que o Governo, e o PS, caiam de podres, tem também de conseguir mostrar como poderia fazer diferente e, sobretudo, de mostrar como fazendo diferente poderia devolver alguma esperança aos portugueses. Passos Coelho tem estado bem ao não mostrar pressa por chegar ao poder, mas tem estado mal ao não conseguir ainda mostrar o que faria com esse poder. E com quem (equipa, eventuais coligações) exerceria esse poder.

 

Deixemos porém o que é mais ou menos óbvio e passemos ao que é difícil: tentar perceber o que pode ser feito de forma diferente, estruturada, com uma visão sobre o futuro do país. A mobilização da chamada “geração Deolinda” fornece-nos uma boa oportunidade para o fazermos.

Há duas formas de olhar para os dilemas dos jovens retratados na canção. Uma é aquela de que já se apoderou o Bloco de Esquerda e se resume de uma forma muito simples: o problema dessa geração é a precariedade e o que devemos oferecer-lhe são os mesmos direitos e salários dos mais velhos. É a visão fácil e impraticável, pois o país está como está devido aos maus hábitos facilitados pelo regime dos “direitos adquiridos”. Não é o que está na canção – que é apenas um retrato de uma situação – e nem sequer corresponde ao que realmente deseja essa geração, que há muito percebeu que o tempo dos “empregos para a vida” (os únicos que não são precários) já lá vai.

A outra forma é dizer que o esforço de reforma tem de ser repartido por todas as gerações – e repartido globalmente, não apenas na casa de cada família onde os mais velhos vão aguentando os mais novos, o que não é saudável. Isso significa, por exemplo, que não se deve alterar a legislação laboral apenas para os novos contratos, como está em discussão, mas para todos os contratos. Isso significa que não se pode continuar a proteger as rendas antigas, atirando com os jovens para os subúrbios. Isso também significa que, como ontem aqui lembrava Helena Matos, que é necessário acabar com “a traição [geracional] dos mais velhos, ou conspiração grisalha, como a cunhou Fernando Ribeiro Mendes, ex-secretário de Estado da Segurança Social no primeiro Governo de António Guterres, num estudo que fez sobre a Segurança Social”.

Por4 outras palavras: isso implica, como aqui escrevi há um mês, incentivar o gosto das novas gerações por mudar, por testar e por arriscar, fazendo Portugal passar não por um processo de marcha-atrás, como o defendido pelo Bloco de Esquerda, mas por processo de reinvenção, deixando de ser “uma sociedade fechada e espartilhada por interesses e capelinhas”. Ora o que me espanta é assistir ora à desistência cobarde perante o discurso bloquista, ora à reacção assustada e, perdoem-me o termo, “velha”, de pessoas tão diferentes como Mário Soares e Pacheco Pereira.

Os mais novos estão zangados e têm razão para estar zangados. Os verdadeiros líderes políticos não lhes deviam vender ilusões, antes mostrar um outro caminho e acender uma nova esperança. Será que não percebem?

Público, 4 de Março de 2011

 

18 comentários leave one →
  1. Arlindo da Costa permalink
    5 Março, 2011 00:16

    Quem fizer melhor do que o Sócrates, que se apresente, ou então, «cale-se para todo o sempre»!

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  2. 5 Março, 2011 00:45

    O Pinócrates farta-se de utilizar a palavra “Histórico”…
    E tem razão.
    vai ficar na História.
    Obviamente, pelas piores razões.
    Levou Portugal à falência

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  3. JUSTIÇA DE FAFE permalink
    5 Março, 2011 01:40

    E não só…

    Licenc ao domingo…

    Exames em folhas A4…

    inglês técnico

    Professor -sócio do Pai.

    Exames com cartãozinho de sec de estado.
    Cova da beira…

    freeport

    face oculta
    mafia com experiência na maçonaria…(ganda H.Neto)

    offshócrates…

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  4. Arlindo da Costa permalink
    5 Março, 2011 01:58

    Saravá mermão!
    Para completar a «checklist» do justiçeiro de cima só falta que o Gajo que Puxa por Esta Carroça seja também proprietário duma casinha ali pr’os lados da Coelha Town!

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  5. ping pong permalink
    5 Março, 2011 03:57

    Da história, do presente (cleptocracia fiscal) e do futuro (pilhado no presente) .. pelo filósofo alemão Peter Sloterdijk: The Grasping Hand. City Journal, vol 20 (1), 2010.
    .
    …/At present, the main danger to the future of the system involves the growing indebtedness of states intoxicated by Keynesianism. Discreetly and ineluctably, we are heading toward a situation in which debtors will once again dispossess their creditors—as has so often happened in the history of taxation, from the era of the pharaohs to the monetary reforms of the twentieth century. What is new is the gargantuan scale of public debt. Mortgaging, insolvency, monetary reform, or inflation—no matter, the next great expropriations are under way. Today, the state’s grasping hand even reaches into the pockets of generations unborn. We have already written the title of the next chapter of our history: “The pillage of the future by the present.”

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  6. REVOLTA POPULAR permalink
    5 Março, 2011 04:31

    http://economia.publico.pt/Noticia/sp-corta-rating-de-empresas-publicas-portuguesas-para-lixo_1483334.
    Já sabíamos que as empresas estavam falidas.
    já sabíamos que os “administradores” e “técnicos” das mesmas ganham fortunas, apesar de falidas, com regalias muito acima da ´média dos portugueses, em especial dos coitados da função pública.
    Tb já sabíamos que estão superlotadas de PCPs, PSs, BEs e outros esquerdalhas desde o 11 de Março.75, autênticos chulos a viver à custa de impostos sem fazerem nada.
    Ou melhor, até fazem, mas só asneiras…
    Foi preciso um empresa de rating ( as tão odiadas…) ter a coragem de lhes aplicar o óbvio:
    FALIDAS…vivendo à custa dos impostos dos Portugueses honestos.
    Então, para que serve o Tribunal de COntas?
    E a Inspecção-Geral de Finanças?
    E o Ministro das Finanças? e o lacaio da máfia das Obras Públicas?
    O PSD/Governo não pode ter dúvidas.
    EXPULSAR TODA A CAMBADA DAS PRATELEIRAS DESTES MONSTROS.
    NÃO PERMITIR QUE OS PORTUGUESES HONESTOS PAGUEM IMPOSTOS PARA ALIMENTAR ESTES PARASITAS.
    carros de luxo….
    cartões de crédito..
    salários milionários…
    despesas de representação (???)
    e outras mordomias……ACABEM COM ISSO.

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  7. 5 Março, 2011 09:45

    Todos os momentos são históricos.
    A história dos livros tem critérios livreiros.
    Textos “históricos”, assim descritos pelo autor, é só cagança.

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  8. 5 Março, 2011 09:57

    A posição do PSD relativamente à reorganização curricular do ensino básico mostra o que vai fazer este partido quando formar governo.
    Tem razão o Paulo Rangel quando disse que o partido (PSD) esteve muito mal em chumbar o projeto do Governo sem apresentar nenhuma alternativa.
    O PSD por um lado diz, alto e bom som, que o Estado tem de poupar e por outro chumba os projetos que, também, visam essa poupança. Assim o PSD não vai lá…

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  9. Luis Marques permalink
    5 Março, 2011 10:46

    No DN de Hoje… Orçamento de Cavaco é 163 vezes superior ao de Eanes
    Para o primeiro ano deste segundo mandato e Cavaco Silva estão disponíveis 16 milhões de euros. Em 1976, havia apenas 99 mil euros para gastar. Mesmo sem contar com a inflação, em democracia, as despesas de Belém têm subido 18% por ano.
    Cavaco Silva tem quase 500 pessoas a trabalhar para si. É o Chefe do Estado Português, mas no palácio manda pouco ou quase nada. A gestão do dia-a-dia é da responsabilidade do secretário-geral. As contas são verificadas pelo Tribunal de Contas a cada quatro anos.
    A trabalhar para nós or para Cavaco Silva?
    Reitero: Não é suposto o Estado/Governo ser do povo/cidadãos, pelo povo/cidadãos, para o povo/cidadão? Ou será que hoje somos um povo/cidadãos (mais correctamente, nada mais que um número, ou melhor um contribuinte) do Estado, pelo Estado, para o Estado? Ou mais correctamente, um “Untermenschen” do “Übermenschen”, pelo “Übermenschen”, para o “Übermenschen”?
    Será que o Estado se esqueceu que a sua função primordial na sociedade é a segurança e justiça?
    Dado que os custos legais reais da Justiça são proibitivos, muito mais para quem é perniciosamente espoliado, descaradamente roubado de tudo… será esta a razão pela qual os “Madoff’s” nacionais, pedófilos, corruptos e os quantos mais com meios saem totalmente ilesos, descaradamente ilibados por tecnicidades e outros subterfúgios? E na total indiferença de um pseudo “Estado de Direito” e das suas instituições que deveriam intransigentemente defender quem foi espoliado, descaradamente roubado, violado ou privado dos seus Direitos… Meios de defesa esses, que foram espoliados e descaradamente roubados a outros, dão Direito a fabulosas defesas… Quantos milhares de espoliados, que tanto trabalharam e se esforçaram uma vida inteira, se encontram subitamente e tragicamente sem meios de sobrevivência e a meios para uma Justiça efectiva? O fruto do roubo se encontra na mãos do espoliador, e, o ónus de defesa e reclamação dos Direitos na mão das vítimas…
    Será que a nossa sociedade está efectivamente dividida entre “Übermenschen” e “Untermenschen”, dando o Estado um cartão de passe ao escalão de “Übermenschen” a quem “rouba ou ilude com arte”?
    Será que hoje em dia, o Ministério Público da República Portuguesa e o poder Judicial é mais um emprego, bem pago, do que a missão de fazer Justiça em nome do Povo Português?
    Facto é que, o Estado e as ditas instituições de soberania estão mais interessadas em si próprias, do seu destino, dos seus empregos, dos seus privilégios e imunidades, das suas remunerações, das suas promoções e de Justiça teórica e ilusória, do que na sua missão fundamental – segurança e Justiça – efectiva, real e prática.
    Será que toda essa prosa de Direitos Fundamentais, quer Portuguesa, quer da Comunidade Europeia não passa, como me foi expresso, e nada mais do é que “palavras”, sem verdadeira aplicabilidade, mas de facto, mais uns milhares de empregos para criar literatura abundante e ilusões desses ditos Direitos, a nós pobres “Untermenschen”? Verdadeira diarreia legislativa sem aplicabilidade real para quem foi violentamente desprovido dos seus Direitos, ou será que só há aplicabilidade, se diz respeito ao Estado e aos “Übermenschen”?
    Será, que hoje ser cidadão nacional nunca terá os seus Direitos inalienáveis protegidos? Não deveria ser a lei a organização do Direito Natural a uma defesa justa.
    Não é esta força colectiva, que é o Estado, “esta força comum, para fazer apenas o que as forças individuais têm um direito natural e legal para fazer: para proteger as pessoas, as liberdades e propriedades, para manter o direito de cada um, e fazer com que a justiça reine sobre todos nós?”
    Será que o Estado e as suas instituições legais glorificam, abonam e patrocinam o que os bárbaros de outrora glorificavam, Germanus Tacitus relata: “Pigrum quin immo et iners viditur sudore adquirere quod possis sanguine parare.” – “Não, eles realmente acham sem carácter e estúpido adquirir pelo suor do trabalho o que eles podem ganhar pelo sangue (pilhagem – roubo).”
    Não terá o President Calvin Coolidge muita razão em declarar:
    President Calvin Coolidge, in adequate brevity page 19, stated the following: “If ever the citizen comes to feel that our government does not protect him in the free and equal assertion of his rights at home and abroad, he will withdraw his allegiance from that government, as he ought to, and to bestow it on some more worthy object.”
    O presidente Calvin Coolidge, na página 19 brevidade adequada, declarou o seguinte: “Se alguma vez o cidadão passa a sentir que o nosso governo não o protege de maneira livre e igual na afirmação dos seus direitos no país e no exterior, ele vai retirar a sua lealdade a esse governo, como deveria, e concedê-la a algum objecto mais digno. ”
    Qual o benefício de ser Português a não ser de ser ab initio sujeito à servidão fiscal e a ser espoliado?
    Não será que a “lei hoje coloca todo o aparato de juízes, polícias, prisões e gendarmes nos serviços de saqueadores, e trata a vítima – quando ele se defende – como um criminoso.”

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  10. José Pinto Basto permalink
    5 Março, 2011 11:05

    Completamente de acordo com todas as evidências apresentadas.
    “O país está como está devido aos direitos adquiridos” é um lugar comum e, uma análise completamente errada. O país está como está devido às sucessivas incompetências dos sucessivos governantes que presidiram neste país e, que só lembraram de encher o seu c.
    Não sou bloquista mas, nesta matéria, o que o bloco defende está correcto. Devemos sim oferecer aos mais novos, em função do mérito, os mesmos salários e direitos dos mais velhos. Exigir competitividade e qualidade de serviço com salários ao preço da chuva, é utópico demais, para não lhe chamar estupidez.
    O esforço da reforma estrutural passa, efectivamente, pela imposição de tectos salariais máximos. Não faz sentido que um gestor no topo ganhe nem tanto nem tão pouco. e um trabalhador que contribuiu para o sucesso da empresa ganhe uma miséria. Profissional estimulado, produz mais e melhor.
    Também as pensões de reforma se devem confinar a uma só e, com tecto máximo e mínimo, digamos que, por exemplo, chegue para acabar a vida com dignidade, 1700 euros chega perfeitamente. Pensões de reforma de 10.000 euros é, por demais obsceno, comparadas com as de 236.
    Retirada imediata de todas as mordomias atribuidas aos políticos.
    Só assim.
    Implica uma revolução nas mentalidades ? Seja.
    O que precisamos é de governantes sérios e competentes que sirvam de exemplo…e não de trafulhas.
    Sem isso não há confiaça dos mais novos nos mais velhos…sem isso,
    É, CHOVER NO MOLHADO!

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  11. Tiradentes permalink
    5 Março, 2011 11:52

    O planfletario socialista de pulga na cueca por um lado defende a sua prima dona socratinisse e por outro ataca os ditadores do mesmo clube (internacional socialista).
    Não interessa….é da cor da bandeira dele portanto um democrata incorruptível, um génio das finanças,um defensor inaudito do estado social etc etc…isto não obstante a check list , nos governos em que esteve presente fazer 60% da divida pública, e naõ entregar a declaração de património e quando a entregar já com “tudo incluído” , inclusivé os apartamentos Castlllo Residence.(será rabit?).

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  12. Arlindo da Costa permalink
    5 Março, 2011 20:00

    Anda por aqui uma turma de gnomos sionistas (subcontratados em blogues cabalísticos, fantasiosos e esotéricos… não me admiraria que o rei ghob viesse desses círculos negros) que chamam «esquerdalha» a quem – durante toda a História (recente e remota) – sempre os salvou das várias tiranias.
    Mal-criados e mal agradecidos!
    O Franco é que conhecia a vossa ruindade.
    Já que achais que sois atacados pela «esquerdalha» peçam ajuda ao Le Pen, aos aliados do Berlusconni ou aos aliados da Srª Merkel!

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  13. A. R permalink
    5 Março, 2011 21:14

    O Túnel do Marão também “é uma obra histórica” (“é disto que Portugal precisa”) e o desemprego em níveis nunca vistos também é uma obra histórica e a calamidade a que o país foi conduzido é também absolutamente histórica, assim como sapatinho Prada e o fatinho Rodeo-Drive. É tempo de aliviar o homenzinho que se sente “a puxar o país sózinho” e lhe perguntar se os 80 biliões pedidos foram na ponta da vara para Angola.

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  14. 6 Março, 2011 04:27

    Luís Marques.

    A “notícia” do DN é capciosa, paranóica, sectária e frete ao gang mafioso.
    A questão é myuto simples:

    Entre Eanes e Cavaco, HOUVE DOIS P.R.s…..SOARES E SAMPAIO.
    Pq se fala só nesses dois?????
    sabendo-se ainda que Eanes fez campanha por Cavaco.
    Então as viagens às Seychelles….não são uma vergonha para o Estado Português?
    Que vantagens diplomáticas daí resultaram?
    E os passeios em elefantes na Índia? Que resultados trouxeram? Muito maus,,,basta relembrar o enxovalho que foram as comemorações dos 500 anos da chegada de Vasco das Gama à Índia…no tempo de sampaio e Guterres…
    O DN, já se sabe, constitui com a TSF e o JN, (mais até que a antena 1 –esta tem uns noticiários internacionais da pedra lascada– ou a RRenascença…) verdadeiros moços de recados da dupla de gangs do País:
    MAFIA SOCIALISTA COM EXPERIÊNCIA NA MAÇONARIA.
    MAFIA OLIVEDESPORTOS-FCP-PINTO DA COSTA.

    É que os patrões são os mesmos.
    OLIVEDESPORTOS.
    Os tais que fizeram fortuna a vender à RTP os jogos do campeonato….pagaram viagens e férias a árbitros… ( como provou a SIC)…fruta brasileira…estudos de filhos de árbitros…mercedes de luxo ao rosa santos, etc…………….etc………
    E agora, o J Oliveira, coitadinho dele, precisa de negociatas da mafia socialista…………….

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  15. Tiradentes permalink
    6 Março, 2011 12:17

    È assim que eles se vêem ao espelho. Distorcidos mas se acham os salvadores, os benfeitores, os donos da moral e do bem, inevitávelmente justos. Tais quais cruzados expansores da fé e mal agradecidos pagaos que não acreditam na salvação.
    Esta fé como todas as outras levou a humanidade em várias situações às suas páginas mais negras e escabrosas.
    Os iluminados sempre foram assim. E por isso os mais assassinos, mais desumanos para com o próximo, autores factuais de que de mais grave, triste e maléfico os homens poderam criar ou fazer.
    A última acha na fogueira desta faceta do homem foi acrescentada com o materialismo dialéctico que permite juntar á fé a suposta racionalidade justificativa da babarie.
    É assim que os verdadeiros barbaros se vêem como salvadores. Acima de tudo e de todos nunca foram ditadores, nunca paraticaram injustiças, sempre atenderam ao bem dos povos…uns benfazejos líderes.
    Instituiram o genocídio como um acto de limpeza bondosa e quiçá caritativa. A diferença no pensamento como um erro quiçá genético.A tolerância para com a diferença como uma praga a extreminar.

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  16. Luis Marques permalink
    6 Março, 2011 14:39

    Tiradentes: que definição tão bem posta dos “Übermenschen”… gostei imenso de ler o seu texto…

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  17. Pedro M permalink
    8 Abril, 2011 12:11

    O Bloco de Esquerda propôs que fossem fiscalizados o Estado e as empresas, por causa do trabalho ILEGAL que tira partido da utilização ILEGAL dos recibos verdes para postos permanentes.
    Eu voto habitualmente na direita e fiquei sem saber o que achar disto, por isso esperava que na votação houvesse algum consenso, pelo menos da parte do PP, que já mostrou preocupação pelo assunto.

    Não propôs mais direitos, nem contratos para a vida, nem sequer a extinção do recibo verde.
    Propôs a fiscalização ao trabalho ILEGAL. Todos os partidos votaram contra, com os seguintes argumentos:

    PS: “É inconstitucional”. ERRADO. Não é inconstitucional, e a ASAE tem um mandato semelhante.

    PSD: “Mais trabalho escravo e ilegal do que nenhum trabalho” FALSO, empresas que cumprem a lei competem artificialmente contra empresas que são impunes. Ou seja, se estas últimas falissem, as que cumprem a lei e são mais competitivas seriam recompensadas e poderiam absorver mais mão-de-obra.

    PP: “Mais vale prolongar o vínculo a prazo mais 3 anos”. ?? Isto nem sequer é o que estava em discussão e se fosse há que perguntar porque trabalham 20 anos as mesmas pessoas no mesmo emprego e porque não passam a efectivos. Gostava de comparar a produtividade do trabalhador nas duas modalidades…

    Resumindo: desilusão enorme. E agora, nem que tivesse sido o Rato Mickey a propor a fiscalização do trabalho ILEGAL, era nele que votava.

    Cumprimentos

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