Entradas grátis
Os restaurantes costumam servir entradas sem que os clientes as solicitem. Normalmente o cliente paga o que consome. A Associação Portuguesa do Direito do Consumo quer defender os consumidores desta prática altamente lesiva. De acordo com a associação, o consumidor não deve ser obrigado a pagar as entradas:
Daí que, em rigor, o «couvert» desde que não solicitado, tem de ser entendido como oferta sem que daí possa resultar a exigência de qualquer preço, antes se concebendo como uma gentileza da casa, algo de gracioso a que não corresponde eventual pagamento.
Na mente brilhante dos autores desta ideia, o consumidor ao não ser explicitamente obrigado a pagar as entradas não as pagaria. As entradas passariam a ser oferta da casa. Tal como as cadeiras, as mesas, os talheres, o prato, os copos e o serviço. Tudo coisas absolutamente gratuitas que o cliente também não paga. Se a ideia for para a frente, passarei a comer apenas entradas. Vou passar a almoçar de borla. Afinal há almoços grátis.
Acho que é uma excelente ideia. Os restaurantes deixarão de servir “entradas” não solicitadas, o que é ótimo. As pessoas passarão a apenas ser servidas daquilo que pedem. Acho muito bem.
GostarGostar
Ò JM, deixe de se fazer de estúpido que lhe fica mal.
Ninguém obriga os restaurantes a por as entradas na mesa, quando as mesmas não são pedidas. É uma “táctica” de venda agressiva que fica muito mal aos mesmos e, como não foi a pedido do cliente, não é passível de ser cobrada!
Quando for a um banco ou seguradora ou coisa do género e lhe oferecerem um café, queria ver se achava piada que depois lhe cobrassem o respectivo na conta…
GostarGostar
João Miranda,
O paralelismo com as cadeiras, as mesas, etc, não colhe, dado que isso faz parte do serviço e não é à borla, é incluído no preço da refeição.
O que a APDC diz em teoria está certo, na prática não.
GostarGostar
Carlos Duarte,
Ninguém o obriga a comer as entradas, pode mandá-las recolher e não pagá-las
GostarGostar
Mas no supermercado quando oferecem bolachinhas com queijo ou cafés, se a seguir vos pedirem dinheiro acham normal? Além de que há restaurantes que oferecem as entradas. Não vejo o problema de os donos passarem a perguntar no início da refeição se a pessoa quer entradas ou não (já me aconteceu isso várias vezes).
GostarGostar
Custa a crer como é que o senhor não compreende que tudo se resume a o prestador de serviços perguntar:
-Quer que lhe ponha na mesas as entradas que depois terá que pagar se comer, de acordo com a tabela que está na lista?
Até o senhor deve compreender o quão desagradável é ter que mandar as entradas de volta sem as ter pedido.
GostarGostar
Quando vamos ao Restaurante, tudo está incluido na conta, desde os alimentos, as bebidas, o serviços, os talheres, os copos, os guardanapos tudo…. ou o Sr. pensava que era oferta?
GostarGostar
Não é que eu seja particularmente “enojado” e até me mete espécie a mania de esterilização que corre pela cabeça de grande parte da nossa sociedade. (Amukinas, detergentes “antibacterianos”, etc., etc.)
Mas…
Faz-me confusão aqueles rissóis, croquetes e queijinhos que nos metem à frente e não se sabe quantas vezes o pratinho já andou para traz e para a frente, quantas horas de animadas conversações de terceiros terão aqueles salgadinhos assistido….
Que se pague em caso de consumo, ok, acho bem. Mas, por outro lado os produtos não embalados, como diz a lei, não deveriam voltar a ser servidos a novos clientes.
GostarGostar
Ó João,
vai um manualzinho de pricing?
Com o manual, vem também um pouco de coerência, inteiramente graaaaaaaaaaaaates!
GostarGostar
As entradas geralmente são:
-Colocadas antes do fornecimento da lista (com os respectivos preços).
-Compostas por várias peças distintas sendo norma o pagamento do conjunto.
-Colocadas sem a solicitação do ciente.
-Pagas quando total ou parcialmente consumidas.
A questão aqui põe-se se algo colocado à disposição do cliente sem indicação do seu pagamento deverá ser assumido como gratuito. Para mim parece-me que sim.
GostarGostar
“A questão aqui põe-se se algo colocado à disposição do cliente sem indicação do seu pagamento deverá ser assumido como gratuito. Para mim parece-me que sim.”
Uma vez uma caso destes foi a tribunal. O entendimento do juiz foi o contrário, que devia ser pago.
GostarGostar
Em princípio só como entradas feitas no momento.
Servir de entrada alimentos pré-embalados, só quando a refeição é também pré-embalada.
GostarGostar
Acontece que eu gosto de me sentar num restaurante e ter as entradas na mesa. É bom, começar a picar enquanto se escolhe. Mas também não me atraco ao presunto de chaves. Um pão e uma manteiga, quero e gosto.
E claro, só pago o que como. Se não quiser comer antes da lista, não como. Se não quiser comer nem antes nem depois, tudo bem.
Uma vez, num restaurante, cobraram-me uma fortune pelas entradas. Nunca mais lá voltei. Ninguém me mandou comer antes de ver os preços na lista.
Nos supermercados, também escolhemos o que queremos, não pedimos a ninguém. Não passa pela cabeça de ninguém não pagar o que tira.
Inventam cada uma…
GostarGostar
Já estou a imaginar os espertalhões a comer as entradas todas, e no fim dizer que sempre partiram do princípio que era oferta, e ameaçar pedir o livro para que os burocratas do estado os venham multar.
GostarGostar
A questão colocada pelo João Figueiredo para é pertinente.
Quantas vezes já chegaram a uma mesa onde estão previamente entradas?
Se os restaurantes colocam as entradas e depois os clientes só pagam o que consumirem o que acontece às que sobram? São prejuízo para o restaurante ou são servidas aos clientes seguintes?
Na minha opinião a melhor solução é os clientes pedirem explicitamente as entradas, tal como pedem a sopa, o pão, os pratos principais, as bebidas e as sobremesas (qual é afinal a diferença?). Uma vez colocadas na mesa a pedido dos clientes devem ser pagas na totalidade independentemente do que for consumido (tal como acontece com a restante comida aliás).
Se os restaurantes optarem por servir aos clientes uns aperitivos (como acontece, em algumas cervejarias, com os tremoços) sem serem solicitados então estes devem ser considerados ofertas.
Imagino no entanto que este princípio constitua para JM uma grave violação dos direitos dos donos dos restaurantes e portanto um atentado grave ao liberalismo. O ideal, segundo este ponto de vista, era efectivamente de cada vez que um cliente entrar num restaurante não ter a certeza de nada: lia (e assinava!) um contrato com todas as especificidades desse restaurante em particular e tinha de ter cuidado com as linhas pequenas onde poderia constar, por exemplo, que a utilização de cadeiras, de talheres adicionais,… era cobrada.
GostarGostar
Também falei disso no meu Blogue e é óbvio estou totalmente em desacordo consigo.
Detesto ir a um restaurante e ser bombardeado com entradas que por vezes até nem gosto e depois ainda querem que as pague.
O cliente é que tem que pedir o que quer, ou em último caso pedir a opinião do servente, sendo assim minha a responsabilidade do pedido.
GostarGostar
Caro Jcd,
Diz que “E claro, só pago o que como.” Como não há almoços grátis o que pensa que acontece ao que lhe é colocado na mesa e não come?
Ou seja, de onde pensa que vem o que come nessas circunstâncias?
GostarGostar
A questão pode até ser geradora de conflitos. Uma situação hipotética. Chega a um restaurante e senta-se numa mesa que já tem aperitivos (acontece muitas vezes com o pão). Passado meia hora não comeu nada e consegue finalmente ser atendido. Diz-lhe que prescinde das entradas (ou pão). No entanto ele afirma que, embora não as tenha consumido, “mexeu nelas” (ou “espirrou-lhes para cima”) e portanto já não podem ser servidas a outros logo têm de ser pagas por si. O que fazer?
GostarGostar
Na hotelaria da velha escola o “couvert” era sempre pago
(Em verdadeiros restaurantes onde imperava a etiqueta e não
em qualquer tasca ou snack-bar económico)
Chamavam-lhe “a toalha” pois internamente o couvert “pagava” a lavandaria da toalha e guardanapo de PANO.
Meter tudo no mesmo saco é errado pois os serviços prestados são totalmente distintos, inclusive o Cliente quando
vai ao RESTAURANTE espera que o “couvert” lhe seja servido e cobrado, quando vai à Tasca espera que apenas lhe
seja cobrado a pasta de sardinha que comeu, e não a manteiga que não comeu.
Imaginem então se cá por exemplo fosse como nos States onde os empregados de mesa chegam a ser de uma empresa distinta do restaurante e onde pelo serviço de mesa cobram sempre o “service” até 25% em cima da conta do restaurante.
A restauração é um sector muito específico.
GostarGostar
A questão para mim também tem a ver com os usos da nossa restauração, toda a gente sabe que nos restaurantes as entradas são pagas, salvo raras excepções, por isso, quem não manda para trás ou quem as come, já sabe que lhe vai ser debitado. Seia muita chico-espertice comer as entradas e depois dizer – não pagao porque foram oferecidas.
Nestas coisa e como diz o nosso PR: – Haja bom senso!
GostarGostar
Os brasileiros chamam-lhe o “GOLPE DO COUVERT”, que não é só com azeitonas e pão com manteiga.
Acontece em certos restaurantes, haver um tipo ao piano, ou um violinista, que depois é cobrado na conta a título de “couvert artístico”.
GostarGostar
“Quem tem vergonha passa fome” Teresa Guilherme
Ninguém é obrigado a comer as entradas que nos colocam na mesa. E se não as comermos também não as pagamos. Mais: quem não resiste a tentações manda-as para trás. Não há razão nenhuma para ter vergonha. Ou seja, neste caso das entradas não precisamos de nenhum proteccionismo. A defesa dessas estratégias “agressivas” é facílima.
GostarGostar
Em bom rigor não precisamos de proteccionismo em caso nenhum. O proteccionismo faz de nós uns mimados e irresponsáveis. Uma sociedade cujos cidadãos são tratados como uns seres coitadinhos e indefesos, não está apta para competir neste mundo globalizado. Só há uma maneira de aprendermos a nos defender das vicissitudes da vida: eliminar qualquer tipo de proteccionismo. Só assim activamos como deve ser todos os nossos sentidos, e só assim nos tornamos em indivíduos mais capazes, maturos e civilizados.
GostarGostar
“Diz que “E claro, só pago o que como.” Como não há almoços grátis o que pensa que acontece ao que lhe é colocado na mesa e não come?
Ou seja, de onde pensa que vem o que come nessas circunstâncias?”
É por isso que alguns restaurantes entregam os couverts cobertos em celofane, uma solução que me agrada. O resto, depende da confiança na casa. Também não sei se a posta de bacalhau que me servem foi tirada do prato de outro cliente sem fome. Se desconfio, nem vale a pena ir a tal sítio.
GostarGostar
“No entanto ele afirma que, embora não as tenha consumido, “mexeu nelas” (ou “espirrou-lhes para cima”) e portanto já não podem ser servidas a outros logo têm de ser pagas por si. O que fazer?”
Isso nunca me aconteceu, mas admito o risco, até o risco de comer pão mexido por outros. Como é que sabe, num supermercado, que o cliente antes de si não espirrou para cima das maçãs?
GostarGostar
Normalmente, quanto mais “chic” é o restaurante, maior é o assédio das entradas, esparrela em que os turistas estrangeiros, e não só, tantas vezes caiem.
Isso faz-me lembara uns versos que li há muitos anos e que eram assim:
” O que importa é não ter medo
Bater palmas e gritar
Gerente, este leite
Está azedo!”
Ora bem, é certo que o restaurante tem o direito de tentar essa táctica das entradas. Mas eu também tenho o direito de dizer alto e bom som (para os outros clientes ouvirem): “Pode levar tudo isso daqui para fora!”
Acreditem, meus Amigos, que dá um resultadão! E quanto mais “chic” for o restaurante mais depressa as entradas somem.
Experimentem!
GostarGostar
Red Snapper, obrigado.
Nem imagina a lufada de ar fresco que é ler o seu comentário no meio de tanta queixinha e donzela ofendida. Parece mesmo que andamos a tratar com criancinhas indefesas que precisam do paizinho para lhes dizerem o que devem fazer e como se comportar e para as defender de todos os papões que por aí andam.
Vá, peçam ainda mais regulação. Ela é-vos dada sem receios. Quando se fartarem dela e ela não se for embora, apesar da mudança de direcção das vossas birrinhas (bombardeado com entradas, por amor da santa…), depois queixem-se…
GostarGostar
Caro jcd,
“Como é que sabe, num supermercado, que o cliente antes de si não espirrou para cima das maçãs?”
Não sei, por isso é que as lavo em casa antes de as comer. O exemplo que dei pode parecer caricato, e eu não sou nem de perto nem de longe um fanático pela higiene (todo o tempo que passei em parques de campismo na minha juventude tornaria isso impossível), mas já reparou com que é que geralmente brincam as crianças num restaurante? Isto, claro, para não falar de actos “intencionais” de adulteração. O que mais me impressiona é que a solução é muito simples e, a meu ver, não coloca em questão direitos fundamentais dos donos dos restaurantes, não constitui um exemplo de neo-socialismo, ou um grave atentado ao liberalismo: só vem para a mesa o que for pedido pelos clientes.
GostarGostar
João Miranda e jcd, não vos percebo. Se eu vou a algum lado (seja um restaurante, uma sociedade recreativa ou uma casa particular) e me colocam à frente comidinha sem eu pedir, obviamente tenho toda a legitimidade para pensar que me estão a oferecer a coisa, ou não? Vou explicar melhor: o meu contrato com o dono do restaurante é o seguinte: eu peço, eu pago o que peço. É dificil de compreennder?
GostarGostar
“Se a ideia for para a frente, passarei a comer apenas entradas. Vou passar a almoçar de borla.”
Não. Se a ideia for para a frente, os restaurantes só levarão as entradas para a mesa se o cliente as pedir. Óbvio. Isto se não quiserem de facto fazer uma gentileza ao cliente…
GostarGostar
“que o cliente antes de si não espirrou para cima das maçãs?”
Jcd. as maçãs lavam-se, já os croquetes ou o presunto não dá grande jeito. 🙂
GostarGostar
Na primeira vez que fui a Madrid, entrei num daqueles bares que rodeiam a Plaza del Sol e cheguei-me ao balcão. Pedi uma caña, a cerveja a copo deles.
Juntamente com o copo de cerveja, foi-me colocado à frente um pires com um mexilhão de escabeche.
A minha primeira reacção foi pensar que eram os tremoços deles. Até porque verifiquei que todos os outros clientes a pedirem cerveja, o empregado, num gesto automático, dava o mexilhão.
Aquele avinagrado gosto de textura macia a saber a mar, ficou-me para sempre na hospitalidade de nuestros hermanos.
É claro que o mexilhão come-se de um trago e acabou, enquanto os tremoços prolongam-se e até se pode pedir mais.
GostarGostar
A APDC faz uma interpretação literal da lei que, de facto, afirma que os produtos não solicitados não têm de ser pagos nem devolvidos.
Fá-lo, porém, no contexto das chamadas vendas forçadas, não sendo claro que a mesma se possa aplicar indiscriminadamente às entradas não solicitadas, já que se um cliente entra num restaurante e se senta à mesa, tem a intenção de consumir.
Como já alguém referiu num comentário anterior, o maior problema (legal) desta prática dos restaurantes é a “devolução” dos produtos não consumidos que, não estando embalados (e alguns, como os pacotinhos de manteiga ou pastas estão-no), não deveriam poder voltar a ser servidos.
Provavelmente, a principal consequência da notícia em causa será mais um conjunto de intervenções da ASAE, agora para verificar quantas vezes é que os rissóis, os croquetes ou o pão vão e voltam às mesas.
GostarGostar
Caro Carlos Loureiro,
claro que “se um cliente entra num restaurante e se senta à mesa, tem a intenção de consumir.” A questão é “consumir o quê”. Eu quando entro num restaurante não tenho intenção de consumir tudo o que o restaurante serve. Tenho intenção de consumir aquilo que efectivamente peço.
Ainda respondendo ao JCD, nada garante efectivamente que a posta de bacalhau que me servem não tenha sobrado de outro prato. No entanto essa posta já terá sido paga, pelo que o incentivo (face ao risco de ser apanhado) do restaurante ma voltar a servir é baixo. O mesmo não se passa com as entradas (das quais volto a destacar o pão) que são recusadas depois de já estarem na mesa e que não foram pagas por ninguém. Ainda gostava de saber quantas vezes viajam entre mesas até alguém as consumir (provavelmente o JCD!).
GostarGostar
“A APDC faz uma interpretação literal da lei que, de facto, afirma que os produtos não solicitados não têm de ser pagos nem devolvidos.”
Exactamenete, carlos Loureiro, a APDC não descobriu a pólvora agora, nem nada que já não estivesse na lei há muito tempo. Sendo que é uma interpretação pro-consumidor de uma associação que se destina a proteger o mesmo consumidor. De certo que as associações que representam o sector da restauração garantem o contrário.
Para mim o ponto é saber se há ou não uma declaração de vontade por parte do consumidor no sentido de querer consumir e pagar as entradas. O Código Civil diz que além da declaração expressa, pode haver a declaração tácita “quando se deduz de factos que com toda a probabilidade a revelam”. Mais diz que o silêmncio vale como declaração negocial “quando este valor lhe seja atribuído por lei uso ou convenção.”
Ou seja importa saber se quando um “cliente entra num restaurante e se senta à mesa” e depois come as entradas (se não as comer o problema não se põe) está a emitir uma declaração negocial tácita ou se o seu silêncio (quem cala consente) também deve ter esse valor.
GostarGostar
Ainda bem que o JCD é um gajo diferente dos outros, feliz com a situação, e “só paga o que come”.
Gostava de o ver num restaurante que conheço, que traz para a mesa “tudo” desde o pacotinho de manteiga até às fatia de presunto, se o cliente tiver ar de pobre, ou até ao caviar beluga se tiver ar de abastado.
O JCD come um pãozinho com manteiga e paga por isso, como me aconteceu a mim 80 euros – dizem eles que é o preço de todas as entradas, já que o que não foi consumido “é destruído” e não volta à mesa.
Como eu acho que a vigarice não é liberal, deve ser proibida.
Possivelmente se eu me recusar a pagar vou ter que andar ao murro com o segurança.
O Jcd (e parece que o JM também) é um tipo forte e espadaúdo e pode dar-se ao luxo de recusar pagar e, como também é rico, pode simplesmente pagar, mas nem todos somos assim.
GostarGostar
O couvert deveria ser servido apenas quando pedido pelo cliente.
Já não me lembro se foi no Brasil ou em Espanha que me puseram na conta uma coisa chamada “couvert musical”. Põem uns senhores a tocar e depois cobram-nos por isso.
GostarGostar
Certo dia com mais dois amigos fomos almoçar a uma churrasqueira, como estávamos com fome encomendamos 3 frangos(com tamanho de pintos)ou seja 6 doses, logo vieram seis doses de batatas fritas, como eram muitas batatas sobraram, e um amigo teve a ideia de por palitos de dentes enterrados dentro de algumas batatas que sobraram. Qual não foi o espanto,quando comíamos a sobremesa, numa mesa um cliente reclamava a bom som que nas suas batatas fritas encontrou varios palitos…e não era uma tasca.
GostarGostar
Tenho um amigo que já trabalhou em cozinha de restaurantes, nas quais se preticava a retaliação às reclamações sobre a confecção dos pratos, através de várias práticas nojentas…rsrsrs
GostarGostar
“Acontece que eu gosto de me sentar num restaurante e ter as entradas na mesa. É bom, começar a picar enquanto se escolhe. Mas também não me atraco ao presunto de chaves. Um pão e uma manteiga, quero e gosto.”
Jcd,
O problema é que o presuntinho de chaves que o jcd não come saltita da sua mesa para a do vizinho do lado e no fim do dia já tem perdigotos de mais de vinte pessoas diferentes. Se pensarmos bem é um bocado nojento…
GostarGostar
Realmente, isto da restauração está cheio de alçapões.
Se tradicionalmente, um prato constituido por carne (ou peixe) e seu acompanhamento, tinham um preço conjunto, cada vez mais os diversos componentes de uma refeição são apresentados com preços separados. O frango assado já se sabe que tem um preço, a dose de batatas tem outro, a salada ídem.
Não falta muito em que a feijoada é cobrada pelo preço do feijão. O chouriço é fora parte, tal como a orelheira.
Se quiser também tem guardanapos de algodão em vez de papel e paga um suplemento.
GostarGostar
Miranda, estiveste mal, eu curto comer entradas mas desatino largo quando me vêm por patê, sem eu pedir, à frente, é um desatino, só o cheiro irrita-me. Não curto que não me perguntem o que quero.
Em Espanha servem tapas gratuitas com as bebidas, o problema é deles.
GostarGostar
-Coitadinhos dos consumidores que não se sabem defender. Já agora, não querem nacionalizar os restaurantes, ou pelo menos tabelar o serviço? Quando é que estes neo-socialistas deixam os operadores económicos em paz? Os preços são livres e de afixação obrigatória, o consumidor obrigado a pagar o que consome. Ou estão a filosofar com a única finalidade de não pagarem? é isso?
GostarGostar
Qualquer dia com o almoço a empregada(o) quer-me fazer um broche. Se eu deixar a ela (e não a ele porque sou muito machista) será que tenho de pagar? E posso levar também os talheres?
E se quizer ir ao cu ao patrão tenho de comer azeitonas?
GostarGostar
Caro Joao Miranda:
Quando estou em León com a minha esposa, saímos à noite pelo Barrio Húmedo e nao pagamos o jantar. É só andar de bar em bar, vinoteca em vinoteca, etc. Mesmo que peça água, há sempre tapa a acompanhar. Se for à La Competencia (uma pizzaria) e pedir uma cerveja, dao-lhe imediatamente uma fatia de pizza. No Las Torres, ninguém fica sem uma travessa de batatas bravas ao pedir um curto com limao. Em certas vinotecas chegaram a dar-me sandes de presunto. No La Bicha é um pincho de morcela quentinha.
Esta merda de meter as entradas à frente da gente, esperando que estejam esganadas de fome e nao resistam, ainda que legítimo é provinciano. Pode ser de Lei, mas é foleiro, é à cigano. Se o cliente nao pede, o senhor nao tem nada que trazer.
GostarGostar
Mas a inteligencia, que foi buscar este assunto. das entradas, è tão rasteira que não tem outro assunto mais importante para meter no blog?
em que tabernas come, que o obrigam a pagar as entradas que colocam na mesa?
GostarGostar
Esqueci-me de dizer que nao estando de acordo que as entradas tenham que ser grátis, também nao estou de acordo que as usem como engodo para meter a mao no bolso à gente. É rasteirito e disfarça mal o ímpeto lambao que está por detrás da prática. Carrega-se no preço da entradita, que se mete debaixo do nariz dos comensais (sem que ninguém tenha pedido nada) mal eles se sentam, para o caso de os mais esfomeados, esquecidos, ou distraídos cairem na esparrela.
Come-se tao bem em Portugal, há produtos tao bons, etc. Mas a garganice (que é ao cubo em sítios turistos como o All Garb) dá-me logo a volta ao estômago. Apetece-me fazer um clister de entradinha ao dono do restaurante.
GostarGostar
O que me impressiona é que haja organizações a perder tempo com estas questões tão menores. Se este é o problema dos consumidores, bem, temos umas empresas fantásticas em Portugal. Eu, por mim, nunca assisti a nenhum conflito com clientes num restaurante por terem posto a entradas na mesa. Quando não se querem consumir, devolvem-se. Quando não estão embaladas e há o perigo de perdigotos com didefentes adn, não se come e devolvem-se também. Estamos mal se qualquer gesto nosso tem de ser regulado.
Lololinazinha, o “couvert musical”, com outros nomes, é muito usual. Em S. Marcos paga a orquestra mesmo que a que toque no momento seja a de um dos outros cafés. Afinal está apenas a pagar um serviço que lhe prestam.
GostarGostar
Quel “neo-socialistas” ó António Almeida? A APDC defende até uma coisa muito liberal: paga-se o que se pede. É uma questão muito simples de cumprimento de contrato entre particulares. E a APDC, caso não saibas, é uma entidade particular, livremente constituida por cidadãos livres. Queres ralhar contra coisas impostas pelo Estado e tal? Olha, ralha contra a afixação obrigatória dos preços, de que falas.
GostarGostar
Cientista Liberal- Conservador, já lhe deve ter ocorrido que o preço das tapas está contido no que paga pelas bebidas, ou não?
GostarGostar
“Eu, por mim, nunca assisti a nenhum conflito com clientes num restaurante por terem posto a entradas na mesa.”
Maria Marques, lembra-te que estás em Portugal… conflitos por questões de consumo? Está bem, tá… A APDC, por exemplo, não tem uma fracção do poder e influência que têm organizações congéneres lá fora. Aqui usa-se pagar e calar.
GostarGostar
Ou seja importa saber se quando um “cliente entra num restaurante e se senta à mesa” e depois come as entradas (se não as comer o problema não se põe) está a emitir uma declaração negocial tácita ou se o seu silêncio (quem cala consente) também deve ter esse valor.
A lei explicitamente diz que A ausência de resposta do destinatário, nos termos do número anterior, não vale como consentimento.
Antes disso diz que:
1 – É proibido o fornecimento de bens ou a prestação de serviços ao consumidor que incluam um pedido de pagamento, sem que este os tenha previamente encomendado.
2 – O destinatário de bens ou de serviços recebidos sem que por ele tenham sido encomendados ou solicitados, ou que não constituam o cumprimento de qualquer contrato válido, não fica obrigado à sua devolução ou pagamento, podendo conservá-los a título gratuito.
GostarGostar
Claro. A tapa está incluída no preço da bebida. Mas o preço da tapa na bebida é comparável ao preço da entradinha em Portugal?
Nao creio que se deva regular nada. É uma questao de bom senso. Creio que é uma prática tao entranhada que isto é sexo dos anjos. A minha opiniao é que, a poder devolver-se, por que nao evitar trazer a menos que o cliente peça? Se o cliente nao pede, é minha opiniao que nao tem nada que trazer, porque o cliente pode pensar (legitimamente) que é coacçao, porque tem fome, nao pediu aquilo, etc. E depois, cria um ambiente um bocado foleiro ter que mandar as coisas para trás, como se estivessemos a dizer de forma educada “nao te pedi nada”. Já empregados de mesa mudarem claramente de atitude relativamente a clientes que disseram que podia levar as entradas.
GostarGostar
Epa, estou-me a cagar para a lei. Estas coisas sao simples. É uma questao de educaçao. Ninguém gosta de ir comer e pensar que lhe estao a meter a mao no bolso. Fica mal, e é apenas o facto de ser prática generalizada desde o alvôr dos tempos em Portugal que nos leva a aceitar estas mesquinhices para ver se nos sacam mais algum.
Se eu quiser entradinhas, peço e pago por elas. É simples. Nao tem nada que ser grátis. Também nao é de boa educaçao meterem-nos à frente coisas que nao pedimos, tipo engodo.
GostarGostar
Miguel Diz:
“1 – É proibido o fornecimento de bens ou a prestação de serviços ao consumidor que incluam um pedido de pagamento, sem que este os tenha previamente encomendado.”
E o amigo importa-se de ir explicar isso, assim com todas as letras e bolds, ao %(%#”%/ que me faz pagar todos os meses e em mais do que uma factura um tal de Audiovisual (aka RTP/RDP) que eu não pedi e só consumo quando a tal sou obrigado? 😉
GostarGostar
Maria Marques:
No Las Torres eu pago 80 centimos por um curto com limao e dao-me uma travessa (sim, uma travessa) de batatas bravas. O preço da tapa está incluída nesses 80 centimos. Quanto paga a senhora em qualquer tasco aí do burgo por comer uma paté de sardinha?
GostarGostar
A afixação obrigatória dos preços, é outra vertente.
Em princípio é uma medida para deficientes auditivos.
É vulgar em estabelecimentos (padarias, lavandarias, etc.) terem uma folha de papel A4 com letrinhas pequenas, afixada na parede junto ao teto, sem que sejam fornecidos binóculos.
GostarGostar
Cientista, uma “questão de bom senso” e “educação”?… Eu acho que é uma questão de cumprimento de contrato entre privados. Se eu for a uma livraria comprar um livro e o empregado da caixa me puser no saco outro livro, é óbvio que o vou levar para casa, sem pagar. Também posso optar por dizer ao empregado que não quero o livro, claro.
GostarGostar
Doe, J (e demais interessados)
Quanto à taxa audio-visual, escreva para a EDP (basta um mail) e diga que não aceita que lhe incluam nas facturas serviços que não lhe prestaram. Mandam uma senhora ligar a avisar que um Instituto qualquer o vai depois executar (???) e deixam de debitar. Já não pago há mais de um ano (na factura da EDP vem mencionada a “contribuição audio-visual” seguida de “recusa”.
GostarGostar
Caramelo: o caso que apresentou nao tem comparaçao. “Meter” um livro no saco é coisa feita à socapa, presumo. Nesse caso, é um presente. Meter entradas à frente dos comensais é um engodo, velado de convite.
GostarGostar
Então e se no hipermercado algum promotor estiver junto a uma prateleira a dar-vos uma embalagem de um qualquer produto e depois, quando chegam à caixa vos cobrarem por essa embalagem também acham bem?
GostarGostar
Não estão a considerar uma das partes do problema.
Eu tenho vergonha de mandar para trás o couvert que colocam na mesa.
Não deve ser o único e, claro, os restaurantes aproveitam-se desta fragilidade.
Já agora Teresa Guilherme disse “quem tem ética passa fome” mas é preciso ver o contexto em que foi dito.
GostarGostar
Miguel, essas promoções no interior dos hipers, são invariavelmente acompanhadas de uma prova do produto ou de uma pequena oferta. Quando acabam as ofertas, dão sorrisos.
Na secção de vinhos do El Corte Inglés, prova-se lá por vezes uns belos néctares, sem qualquer compromisso.
GostarGostar
Eu sei perfeitamente que essas provas são gratis. Mas imaginem que chegavam à caixa e vos cobravam pela prova. Que faziam vocês? Argumentavam que não tinham pedido nada e que vos tinha sido oferecido. Porque é que nos restaurantes há-de ser diferente? Custa alguma coisa o empregado perguntar se desejamos o pão e as azeitonas? Ou trazem entradas até mais não sem ninguém pedir / autorizar e depois querem que se paguem?
GostarGostar
Começa-me a parecer que estes senhores do blasfemias ao não perceberem o cerne da questão e tentarem argumentar com analogias sem razão não são de facto liberais. O João Miranda nota-se que deve ter marrado com fervor alguns livros sem ter percebido nada de certo pois ao não saber que por exemplo as cadeiras e afins num restaurante estão incluidos no preço nota-se que de economia e mercado nada sabe. Nos restaurantes se não pedi e metem na mesa para mim é oferta da casa e dou no fim uma bela gorjeta um muito obrigado e a promessa de voltar lá mais vezes.
GostarGostar
João Miranda,
E a nacionalização do Northenrock? Moita carrasco; não interessa comentar…lol
GostarGostar
João Miranda parabéns pois finalmente entrou na economia de mercado, no Lobbying dos tasqueiros!
GostarGostar
Quando li o post, e vi que tinha mais de 60 comentários, apostei que, num deles, alguém contava a velha ‘anedota a propósito’.
Como vejo que não, aqui fica ela – embora já com barbas:
Um indivíduo chega a uma cervejaria, refastela-se e pergunta qual o preço de uma cerveja.
Depois de esclarecido, pergunta se também tem amendoins.
Respondem-lhe que sim, e ele pergunta quanto custam.
Quando o empregado lhe diz que não é nada, recosta-se, cruza a perna, faz um ar inchado e pede: «Então… é só dois pratinhos de amendoins».
GostarGostar
No take-away, frequentemente o preço é o mesmo de quem consome no estabelecimento.
Sendo assim, no take-away, o cliente devia poder levar uma cadeira ou uma mesa, já que está incluida no preço.
GostarGostar
E aque1es queijnhos frescos que vão e vêm carregados de sa1mone1as? Uma de1ícia !
Estive 11 dias num hospita1 á conta!Quer dizer grátis!
GostarGostar
Não vejo por que razão se há-de considerar como “venda forçada” a disposição na mesa de aperitivos que o cliente pode devolver. As situações de “venda forçada” aparecem tipicamente no contexto do consumo em “massa”, em que, frequentes vezes, existe uma assimetria de informação entre o consumidor e o vendedor. Não se inclui facilmente nesse conceito uma simples refeição num restaurante escolhido pelo cliente. Daí que, a existir lei expressa no sentdio de que o “couvert” é gratuito, só posso lamentá-lo, porque ofende claramente os usos há muito estabelecidos. Já para não falar, como é óbvio, que o dono do restaurante não deixará de repercutir no preço das bebidas, dos pratos principais ou das sobremesas aquilo que deixa de poder cobrar nas entradas.
Enfim, não vejo qualquer sentido numa lei que proíba ao dono do restaurante cobrar pelas entradas que pôe na mesa.
GostarGostar
Mas que mania de interpretar mal as coisas…
Nenhuma lei proibe o dono do restaurante de cobrar pelas entradas. Simplesmente, ele tem de perguntar ao cliente se as deseja antes de trazer.
GostarGostar
“Meter” um livro no saco é coisa feita à socapa, presumo.”
Mas presumes mal, ó digno Cientista. Qual é a diferença, para o efeito, entre um pratinho de orelheira de escabeche e um livrinho de quadras do Aleixo?
GostarGostar
Quem foi o estupido que inventou esta discussão das entradas?
não existe merda mais importante para cheirarem?
GostarGostar