Modelos de Segurança Social pública
23 Setembro, 2008
Existem modelos puros* uma Segurança Social pública:
1. O sistema de chapa gasta chapa ganha actual que depende da demografia (este é o chamado modelo Dona Branca).
2. Um sistema de capitalização que não depende da demografia, mas que implica investimento no mercado de capitais.
Pergunto ao Daniel Oliveira e ao Rui Tavares como é que vai ser: especula-se que os portugueses vão ter muitos filhinhos ou metemos os burocratas do Estado a especular no mercado de capitais?
*Um modelo misto implicaria especular na demografia e no mercado de capitais.
45 comentários
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Vendo bem… se já fodem a política, podiam foder tudo.
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Mas consta que se perde a tusa quando se passa para a f*** a grande escala.
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Para que as instituicoes ligadas ao ensino superior deixem de perseguir A PRAXE enquanto “ritual” e compreendam a importancia DA PRAXE, no contexto das nossas vidas academicas, tentando assim contribuir para a eliminacao dos casos que a envergonham, assim como para a divulgacao e massificacao dos bons momentos e exemplos proporcionados pela PRAXE.
Assinem a peticao:
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http://www.petitiononline.com/voz99008/petition.html
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Essas perguntas JM, são exactamente as que se podem fazer ás seguradoras.Com uma diferença fundamental.Quando as seguradoras vão á falência é o Estado que safa quer as seguradoras quer as pensões.Sendo assim, para quê atalhos?
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««Quando as seguradoras vão á falência »»
Quando as seguradoras vão à falência a lei protege os fundos de pensões (que são autónomos). Aliás, a lei e os contratos obrigam os fundos de pensões a serem autónomos e a investirem predominantemente num dado tipo de produtos financeiros para minimizar o risco.
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“Quando as seguradoras vão á falência é o Estado que safa quer as seguradoras quer as pensões.”
Uma coisa é o fundo de pensões, outra é a sociedade gestora.
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“especula-se que os portugueses vão ter muitos filhinhos ou metemos os burocratas do Estado a especular no mercado de capitais?”
A questão não é essa. A questão é saber qual é a melhor forma de nos colocarmos a salvo das trafulhices. Essa é que é a questão.
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E pelo que se vai vendo os burocratas do Estado são muito melhores que esses magníficos gestores, que só pensam em manigâncias para alcançar os objectivos que lhe são traçados e assim receberem os prémios milionários.
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*Um modelo misto implicaria especular na demografia e no mercado de capitais.”
Ou seja, diversificar o risco.
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No fundo o que está em causa é saber qual a melhor forma de nos protegermos das fraquezas/tentações humanas que qualquer mortal está sujeito. Começa a ficar claro que a Segurança Social tem que ser mesmo Estatl. O Homem é ainda muito imperfeito. Precisa de um Pai.
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««Começa a ficar claro que a Segurança Social tem que ser mesmo Estatl. O Homem é ainda muito imperfeito. »»
Os homens que gerem o Estado são perfeitos?
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“1. O sistema de chapa gasta chapa ganha actual que depende da demografia (este é o chamado modelo Dona Branca).”
De qulquer forma, acho que o modelo actual depende sobretudo do crescimento do PIB total, não tanto da demografia (a demografia afecta na medida em que afecta o crescimento do PIB)
“2. Um sistema de capitalização que não depende da demografia, mas que implica investimento no mercado de capitais.”
Um sistema de capitalização (público ou privado) depende da demografia, sim senhor. O valor das acções e outros titulos depende, em ultima instancia, do crescimento da economia (tal e qual como no sistema de chapa ganha, chapa gasta) que, por sua vez, depende (entre outras coisas) do crescimento (ou não) da população.
Um exercicio – imagine-se que (por qualquer razão) a população reduzia-se para metade. A receitas de um sistema de SegSoc repartição cairiam (para menos de metade – a redução do número de contribuintes seria parcialmente compensada pelo aumento dos salários provocado pela escassez de trabalhadores). Mas as de um sistema de capitalização também cairiam (a escassez de trabalhadores e a subida dos salários iriam provocar uma queda brutal dos lucros e do mercado de capitais).
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“Os homens que gerem o Estado são perfeitos?”
Não. São iguaizinhos aos outros. O Contexto é que é diferente. E isso faz toda a diferença.
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««De qulquer forma, acho que o modelo actual depende sobretudo do crescimento do PIB total, não tanto da demografia (a demografia afecta na medida em que afecta o crescimento do PIB)»»
Não é bem assim. É suposto os reformados manterem a mesma trajectória de nível de vida que mantêm ao longo da vida. Se a razão refomados/trabalhadores aumenta, teremos mais PIB para mais reformados. O rendimento de cada reformado cresce abaixo do PIB.
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««O valor das acções e outros titulos depende, em ultima instancia, do crescimento da economia»»
Mundial e não da nossa em particular. Para alem de que o PIB cresce acima de demografia.
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A principal vantagem do sistema de capitalização está no facto e obrigar o Estado a poupar e a reinvestir. Um sistema de chapa ganha chapa gasta estimula a despesa pública. O crescimento num sistema de capitalização é maior porque o Estado é obrigado a investir recursos que de outro modo seriam dirigidos para a despesa imediata.
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“Para alem de que o PIB cresce acima de demografia.”
Se o PIB crescer acima da taxa de crescimento do número de reformados, a capitalziação não tem problemas mas a repartição também não.
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“A principal vantagem do sistema de capitalização está no facto e obrigar o Estado a poupar e a reinvestir. Um sistema de chapa ganha chapa gasta estimula a despesa pública. O crescimento num sistema de capitalização é maior porque o Estado é obrigado a investir recursos que de outro modo seriam dirigidos para a despesa imediata.”
Logo, isso significa que nos primeiros anos (décadas?) de um sistema de capitalização o valor das pensões será menor do que num universo paralelo com sistema de repartição, não?
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««Logo, isso significa que nos primeiros anos (décadas?) de um sistema de capitalização o valor das pensões será menor do que num universo paralelo com sistema de repartição, não?»»
Exacto. Consequência de não se ter poupado antes.
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Meu caro amigo, eu tenho um bom emprego.
E, julgo eu um bom seguro de saúde.
Mas nem eu, nem você nem qualquer pessoa que não se possa classificar como rica (perdão por assumir que não é rico, aliás, é provável que o seja, isso explicarioa muitas das suas posições) consegue suportar do seu bolso uma terapia oncológica que pode ascender às centenas de milhar de euros.
Ainda para mais que na lógica de mercado que impera nos EE.UU as seguradoras estão à vontade para recusar segurar pessoas com antecedentes clínicos como asma, cancro, etc. Ora por muito que custe a engolir, nem todas as pessoas com cancro fumam, bebem alcool ou fazem o pino. E esses?
E mesmo os que fumam? Não trabalham, pagam impostos, dão lucros às empresas como os outros?
É por isso que receio muito o mercado. Quando não há regras impera sempre a regra do mais forte. E negociar vidas humanas como se fossem bonés faz-me imensa confusão. É que não me parece que seja preciso ir para a união soviética para garantir o acesso a cuidados de saúde a toda a gente.
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Perdão, onde digo “mercado” queria dizer “capitalismo selvagem que impera hoje em dia”.
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E o Chile, estamos com vergonha de apresentar o “sucesso” da privatização da segurança social no Chile?
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“E o Chile, estamos com vergonha de apresentar o “sucesso” da privatização da segurança social no Chile?”
Pensei que já se tinha informado melhor. Vejo que não.
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E foi um sucesso!
As oligarquia factura milhões e o povo é manso.
Working as intended.
😦
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“E o Chile, estamos com vergonha de apresentar o “sucesso” da privatização da segurança social no Chile?”
Parece que a actual Presidente do Chile, é do Partido de Allende! Porque não mudou então o sistema dos “Chicago boys”?
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Mas, isto parece que diz respeito a Portugal:
O primeiro-ministro chamou-lhe “jogo da bolsa”. O Estado tem aí interesses de milhões há anos. Este ano criou os PPR públicos, poupanças para a reforma aplicadas na bolsa.
Do financiamento por emissão de obrigações nos mercados de capitais, à participação directa no capital em cinco empresas cotadas em bolsa, até aos investimentos feitos pelo Fundo de Capitalização da Segurança Social, o Estado português está exposto ao mercado de capitais, num valor que ultrapassa os 100 mil milhões de euros, mais de 60% do PIB nacional.
Este é, em números conservadores, o retrato da exposição do Estado, ao que o primeiro-ministro chamou este fim-de-semana de “jogo da bolsa”.
http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=332324
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É obviamente um sistema público misto o único com capacidade para ser sustentável em países pequenos (por causa do número de contribuintes). Mas isso é uma longa conversa…
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“Pensei que já se tinha informado melhor. Vejo que não.”
…espero ter usado bem a tag…
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como não usei, cá vai o link bruto:
http://www.nytimes.com/2005/01/27/business/worldbusiness/27pension.html?_r=1&ei=5094&en=82af08c4c479186f&hp=&ex=1106888400&partner=homepage&pagewanted=all&position=&oref=login&oref=slogin
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assim
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E um sistema que fosse, por exemplo, de capitalização das contribuições para efeitos de refoma apenas( sem outros encargos que a serem suportaados deveriam ser pelo OE) gerido pela CGD. Aqui poderiamos ter um dois em um, não?
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obrigado zazie.
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Tens de usar o REL seguido do “nofollow”.
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Com um governo, que institui reguladores, que funcionam, como a treta, obedientes aos ditames do governo, sem qualquer independencia, como querem uma segurança publica, sem ser aldrabada? As bacoadas que o Socrates disse em Guimaraes, são graves, porque o tipo sabia que estava a mentir, para a sacanagem que foi arrebanhada pelo país para encher a sala dos disparates! Só que no fascismo enchiam o Terreiro do Paço agora è um pavilhão muito usos………………..muita merda se anda a fazer desde a abrilada!
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“Dagoberto Sáez, for example, is a 66-year-old laboratory technician here who plans, because of a recent heart attack, to retire in March. He earns just under $950 a month; his pension fund has told him that his nearly 24 years of contributions will finance a 20-year annuity paying only $315 a month.”
Pagou por 24 anos 10% de um salário que no último ano era de $950 (isto é, $95 por mês). Vai receber $315 por mês, para uma esperança de vida que, para alguém que tem 66 anos já deve andar acima dos 90. Se acham que um qualquer sistema pode gerar mais que isto, parabéns. Descobriram a fábrica das notas.
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A pensão é apenas válida durante 20 anos.
Se ele viver para lá dos 90 vai estar em sarilhos.
Quando ao resto do comentário apenas me resta dizer: pimenta no dito dos outros é refresco. Como bom liberal, claro.
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E não, caríssimo.
A fábrica de notas foi descoberta pelo FED e agora pelo BCE.
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Para terminar, e para que conste, qualquer tipo de trabalho é válido. Curar pessoas e vender bicas são ambos trabalhos dignos. Porque é que os que fazem o segundo têm de passar uma vida de dificuldades e uma velhice miserável? Isto se lá chegarem, claro.
Cada vez mais me convenço que a Sociedade existe como coutada pessoal de uns poucos felizaardos. E cada vez vejo menos vantagens em pertencer a ela.
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“A fábrica de notas foi descoberta pelo FED e agora pelo BCE”.
O Alves dos Reis era português, e inventou a fábrica das notas, muito antes….da existência do FED e do BCE.
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Esse chileno, admitindo inflação de 5%, esperança de vida na idade de reforma de 86 anos e salário constante durante os 24 anos de descontos, tem uma rentabilidade do seu fundo de 9,7%. Notável.
Se acham que é pouco, podem tentar uma solução à portuguesa. O chileno deve trabalhar mais anos, descontar mais (34% em vez de 10%) e receber menos aos 70 anos. Assim é que é bom, porque é o estado.
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“A pensão é apenas válida durante 20 anos.
Se ele viver para lá dos 90 vai estar em sarilhos.”
Pode optar pela perpetuidade. Para 20 anos e 10% de yield, pode optar entre receber 268$ para sempre em vez da 20 anos a 315$, herdando os filhos o capital.
Fiz esta experiência. Usando uma rentabilidade inferior à do fundo chileno (9,5%), aplicando 10% do salário durante 36 anos, calculei quanto era a anuidade a pagar por 20 anos. Dá 116% do salário.
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“E pelo que se vai vendo os burocratas do Estado são muito melhores que esses magníficos gestores,”
São? Então porque é que a Segurança Social só tem vindo a perder capacidade quando os Portugueses nunca ganharam tanto dinheiro como agora(Embora tenha estado mais ou menos estagnado desde á quase uma década)?
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Os dois artistas citados e perguntados têm uma solução na manga que tem vindo a ser implementada pelo grande africanizador a 1º ministro: a africanização de Portugal.Sim de acordo com os livros do Bloco de Esquerda são eles que nos vão pagar as pensões de reforma.Daí o especial subsídio para famílias com muitos filhos, coisa que há séculos lhes foi ensinado mas que passados os tempos , a escravatura e o império eles ainda não esqueceram…
Claro que ainda estão em aclimatação, á experiência nos extensos bairros sociais, a RSI portanto por nossa conta e a fazer umas perninhas nas traficâncias e nos canos serrados.Mas num futuro que só os planeadores desta solução sabem ainda vão produzir qualquer coisinha…com ou sem sub-prime…
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Tanto fumo…
Se é para ser roubado, que seja por aqueles em que eu votei. Porque está a fazer contas, mas o que é um facto é que mesmo no privado, quem tem ordenados mais baixos não poderá comer quando chegar a velho.
Entretanto anda uma vida a financiar negociatas “à americana”.
A solução passa por extinguir todo o trabalho com baixos salários.
Mas nesse caso quem irá fazer a roupinha e servir os cafés?
Enfim, a falta de humanidade justifica-se com contas.
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