Conveniência política vs. curiosidade natural
28 Novembro, 2008
O Sol tem andado muito calmo. O número de manchas solares este ano tem sido muito reduzido (mesmo considerando que o ciclo solar está a atravessar um mínimo). Em situações normais este facto seria alvo da curiosidade natural da maior parte das pessoas que se interessam por ciência. O assunto seria discutido nos jornais e geraria muita especulação sobre as causas e consequências do fenómeno. Nada disso está a acontecer. Porquê? Porque a discussão sobre manchas solares traria para o espaço público as teorias de Henrik Svensmark sobre a relação entre o clima e a actividade solar. Já para não falar em especulações sobre um novo mínimo de Maunder. E é assim que a conveniência política suprime a curiosidade natural.
Tem tudo a ver com a elieção de Obama. Até o Rei Sol respieta o novo Imperador.
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O assunto é demasiado espesso para mim e para a maioria dos leitores do Blasfémias (acho eu).
Seria bastante útil para nós que o João Miranda discorresse um pouco mais.
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Brilhante!… (como o sol, como sempre…)
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JM, pode comparar os dados dos sunspots aqui: http://www.dxlc.com/solar/solcycle.html e http://www.dxlc.com/solar/cycl1_20.html. Não me agrada a irracionalidade dos defensores do aquecimento global. É igualzinha à que está patente neste post.
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Pedro Sousa,
O que é que o leva a pensar que eu não olhei já para esses gráficos todos?
Já agora, pode identificar as irracionalidades do post?
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Eu diria que a irracionalidade detectada pelo Pedro Sousa neste post é fruto de um processo de intenções apriorístico no momento da leitura do post.
Ele *acha* que o João Miranda quer, em cada posta e a todo o custo, atacar a teoria do aquecimento global. Logo, qualquer post está necessariamente imbuído desse espírito e a discussão é impossível.
Não posso deduzir outra coisa de alguém que lê um post que apela à discussão e conclui: irracional!
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Em jun/08 diz-se aqui (http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2008/06/14_sol.htm) que “A sua previsão pessoal é que a actividade solar começará a acelerar nos próximos meses.” Mesmo que errem isso não me parece que não desperte curiosidade a “calma” do sol.
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Curioso é o facto de serem os Dinamarqueses (os campeões dos aerogeradores) a dizer que o ciclo solar influencia mais o clima na Terra do que o CO2.
Basicamente a teoria diz que são os raios cósmicos que “fabricam” as nuvens na terra. O sol com mais actividade (manchas) impede que os raios cósmicos atinjam a terra e assim forma-se menos nuvens (o clima aquece). Ou seja, podemos esperar um arrefecimento global da teoria de aquecimento global nos próximos meses…
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O Sol tem andado muito calmo.
Não evita a evidente trapaça de BNPs, Loureiros e Oliveiras e Costa.
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Eh, o Sol tem andado muito calmo, e admira, depois que esse governador do BP, sem pescoço, lamenta uns cobres dados aos mais pobres e aos milhões acode tão pronto aos ricos. E desse seja o Inferno, se ainda existe.
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Pá!!! Pá!!!!
Não sejam neonegacionistas.
Até o Governador de Santa Catarina no Brasil diz, a propósito da tragedia das enchentes e desmoronamentos, que se alguém tinha duvidas sobre o aquecimento global que vá lá ver o resultado.
Pior é que a globo a seguir a estas declarações despoduradamente faz um histórico das enchentes desde 1880.
Caramba pá, aquecimento global desde 1880?
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Se mesmo sem grande actividade solar é o que ve, o que acontecerá quando a actibidade solar aumentar?
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Mais uma vez, João Miranda e alguns comentadores metem os pés pelas mãos.
1)Não podemos dizer que um factor influencia mais do que outro sem acompanhar a afirmação com as devidas escalas temporais. Os ciclos solares não podem ser comparados com efeitos de gases de efeitos de estufa pela simples razão de que produzem feedbacks a escalas temporais muito diferentes. A hipótese “ciclo solar” para aquecimento foi descartada há muito tempo por duas razões:
a) os ciclos não coincidem com os feedbacks em causa;
b) semelhantes variações na densidade de manchas solares não se traduzem em variações da radiação emitida, de forma a justificar as magnitudes dos efeitos que se propõe explicar. Ou seja, necessitaria um GRANDE amplificador.
c)Esse argumento já está tão gasto, tão gasto, os ciclos de manchas solares são conhecidos e estudados há tanto tempo que só o João Miranda para sugerir que a sua influência é (propositadamente) ignorada pela comunidade científica. Isso é ridículo! Claro que foi contemplado, e foi-o logo nas primeiras abordagens para explicar estas questões, porque o Sol é o “motor” primário do nosso sitema climático.
d) A periodicidade do aumento de manchas solares é de mais ou menos 8 anos.
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Deixemos as manchas do Sol.
Sobre as manchas do Diário de Noticias o João Miranda tem algo a dizer?
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De toda a bibliografia que joão miranda apresenta (já mais que clássica e relida), apenas se pode concluir que o aumento da intensidade da radiação cósmica pode ser relacionado com producção de nuvens, por exemplo. Não se pode extrair qualquer conclusão sobre aquecimento global em escalas históricas. A isso se chama um sofisma. Omite a parte que lhe interessa (a escala temporal) e foca apenas as causa e efeitos.
Assim também eu. Olhe, uma semana depois da erupção do Pinatubo registou-se um arrefecimento à escala global. Há muitas erupções ao longo de um século, por isso posso argumentar que o aquecimento global pode vir a ser equilibrado pelo vulcanismo. Claro que não digo que o arrefecimento resultante da erupção do Pinatubo apenas durou duas semanas (o tempo de residência na atmosfera das partículas ejectadas), nem que as erupções de proporções semelhantes sao raras….
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Click to access ALTERACOES-CLIMATICAS-WKS-2008-F-1.pdf
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Eu acho é que as manchas da pele do João Miranda estão a influenciar dramaticamente as suas postas!…
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JM, a conclusão que qualquer cientista (independentemente do campo) que se preze deveria tirar da consulta da bibliografia existente sobre este assunto é que não há certezas. Isto é (quase) equivalente a dizer que é tão irracional o barulho à volta do aquecimento global como o que diz neste post. E eu acho que o primeiro é completanmente absurdo! Os gráficos que apresento apenas mostram ciclos solares, fora de qualqer mínimo de Maunder, com menos sunspots do que o ciclo que estamos a viver. Daí a irracionalidade do post.
Ao comentário 6: ao ler um post de um cientista sobre ciência espero “a priori” um tratamento racional dos factos. Se não é isso que se verifica fico chateado.
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«tão irracional o barulho à volta do aquecimento global»
Não é bem a mesma coisa. O aquecimento (e o arrefecimento) global são realidades comprovadas.
São fenómenos sobre os quais existem certezas (quanta certeza for possível na ciência) e não fenómenos para os quais, fiando-me no 14, não existem certezas ou consensos.
O barulho que existe nem é sobre se está a decorrer um aquecimento global, isso pouca gente negará…
O barulho que existe tem tão só a ver com a influência da mão humana no/neste aquecimento global.
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JLS: é exactamente como diz. Resta dizer que uma das lutas dos “negacionistas” como João Miranda consiste em tentar fazer passar a ideia de que a dúvida se encontra semeada entre a comunidade científica. Tal é completamente falso. Basta comparar os artigos publicados em revistas de grande impacto (ISI) que defendam uma ou outra tese.
O João Miranda vai dizer que o critério editorial de semelhantes publicações de grande impacto está viciado, e eu respondo que o João Miranda não entende pêva disto para estar a adivinhar critérios chungas em revista dessa craveira.
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Comentários 20 e 21: O consenso que existe é que estão a ocorrer alterações climáticas. A causa dessas alterações, a geral pelo menos (se é que existe), é desconhecida. O aquecimento global e a actividade solar são duas teorias em cima da mesa para explicar esses fenómenos. Nenhuma das quais reúne consenso. E muito menos convence a teoria do aquecimento global com origem humana. Não quer dizer que esteja errada. Mas não há evidências que a suportem de maneira convincente. Que a actividade humana tem impacto no ambiente a muitos níveis, ninguém tem dúvidas. Que estão a ocorrer alterações climáticas, também parece ser de consenso geral. Que as duas estão ligadas, NINGUÉM conseguiu provar até agora. Ao comentador 21, tenha a bondade de referir um artigo publicado numa revista de alto impacto a defender uma das duas teorias que não tenha tido uma resposta no mesmo nível na mesma publicação ou noutra. A comunidade científica não tem dúvidas que hajam muitas dúvidas. Os interesses à volta, a politização da questão, as publicações pseudo-científicas é que lançam a confusão na cabeça do público. Mas só do público. Nada é por acaso…
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Há muitos equívocos nesta discussão.
Vejam estes videos que esclarecem qual o estado actual do debate sobre este assunto:
http://esquerda-republicana.blogspot.com/2008/11/aquecimento-global.html
Vale muito a pena!
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Há muitos equívocos nesta discussão.
Aconselho a leitura do seguinte post:
http://esquerda-republicana.blogspot.com/2008/11/aquecimento-global.html
O mesmo explica qual o estado do debate científico a respeito das causas do aquecimento global. O debate político é ignorado, mas o debate científico é explorado de forma detalhada e justa para os proponentes da teoria do aquecimento global antropogénico e para os detractores dessa mesma teoria.
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Pedro Sousa:
Tem acesso ao Science Direct? Ou quer só os títulos?
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