Espiritismo ideológico
“Esta casa está ligada aos ideais da I República” – Cristina Baptista, administradora do INATEL na revista Tempo Livre. A I República terminou em 1926 e mesmo aqueles que acham que só a entrada em vigor da Constituição de 1933 a encerra oficialmente terão dificuldade em associar a I República ao INATEL cujo se chamava FNAT (Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho) e foi fundada em 1935: mais precisamente a FNAT foi anunciada a 28 de Maio de 1935 e ganhou forma legal semanas depois quando os seus estatutos (ver abaixo) foram publicados no Diário do Governo a 13 de Junho de 1935. Também no domínio do esotérico sobre o INATEL são estas afirmações incluídas no suplemento Cidades do PÚBLICO de domingo: «a FNAT tinha a seu cargo realizações como as colónias de férias para crianças ou as sessões de cantorias, em colaboração com a então Emissora Nacional, os “serões para trabalhadores”. O fascismo salazarista, com o seu pendor paternalista e controlador, preocupado em assegurar por todos os meios “a paz nas ruas e nas consciências”, fazia tudo para que se vivesse “habitualmente” e “pobretes mas alegretes”. Tal mediocridade terminou em 25 de Abril de 1974.» – Como é que tal mediocridade terminou em 25 de Abril de 1974? A FNAT tornou-se INATEL, as cantorias prosseguiram, os objectivos não são diversos e a ideologiazinha lá continua: onde estava o Estado Novo está agora o nacional-progressismo…e até a defesa do novo aeroporto e do TGV.
Decreto-Lei n.º 25 495 de 13 de Junho de 1935
A organização corporativa da Nação não deve limitar os seus objectivos ao campo das preocupações de ordem meramente material. Por muito graves e instantes que sejam as solicitações de alguns problemas económicos do momento presente, há que alargar os horizontes do nosso esfôrço. Sem um intenso movimento de espiritualização da vida e sem um forte apêlo aos valores morais, a obra do Estado Novo poderia renovar materialmente a face da terra portuguesa mas não seria conseguida a sua vitória mais alta: a transformação profunda da nossa mentalidade, o revigoramento de todos os laços e de todos os sentimentos que mantêm a comunidade nacional e a perpetuam através dos tempos.
Artigo 1.ºÉ criada a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, que terá por fim promover por todas as formas ao seu alcance o aproveitamento do tempo livre dos trabalhadores portugueses por forma a assegurar-lhes o maior desenvolvimento físico e a elevação do seu nivel intelectual e moral.
Artigo 2.ºA organização e funcionamento da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho são regulados nos respectivos estatutos, que vão publicados em anexo a êste decreto, do qual fazem parte integrante.
Estatutos da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho
Artigo 1.ºÉ instituída em Portugal, com sede em Lisboa, a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (F.N.A.T.).
Artigo 2.ºA F.N.A.T. tem por fim aproveitar o tempo livre dos trabalhadores portugueses de forma a assegurar-lhes o maior desenvolvimento físico e a elevação do seu nivel intelectual e moral.
Artigo 3.ºA F.N.A.T. reconhece e acata a organização corporativa nacional, limita a sua acção aos trabalhadores inscritos nos Sindicatos Nacionais e nas Casas do Povo e suas famílias e condiciona a sua orientação pelos princípios expressos na Constituição e no Estatuto do Trabalho Nacional.
Artigo 4.ºSão meios de acção da F.N.A.T.:
Artigo 5.ºA F.N.A.T. é uma pessoa moral, nos termos do artigo 37.º do Código Civil, podendo exercer todos os direitos civis necessários ou convenientes à realização do seu fim.
Artigo 6.ºO Estado superintende na administração e na acção da F.N.A.T., por intermédio do Sub-Secretário de Estado das Corporações e Previdência Social.
Artigo 7.ºA direcção e administração da F.N.A.T. competem a uma comissão central, que terá por presidente o general António Óscar de Fragoso Carmona e por membros efectivos o António de Oliveira Salazar, o licenciado em matemática Pedro Teotónio Pereira, António Júlio de Castro Fernandes e Jaime Ferreira.
Artigo 8.ºEm caso de falecimento, impedimento definitivo ou renúncia de qualquer dos membros efectivos da comissão central deverão os restantes, dentro do prazo máximo de cento e oitenta dias, prover a sua substituïção na pessoa de um cidadão português de origem, maior de vinte e um anos.
Artigo 9.ºA direcção da F.N.A.T. é da competência exclusiva da comissão central.
Artigo 10.ºA comissão central poderá delegar a administração da F.N.A.T. numa comissão administrativa, composta por três ou cinco membros escolhidos livremente de entre os cidadãos portugueses de origem, maiores de vinte e um anos, que exercerão mandatos anuais de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro, podendo ser reconduzidos.
Artigo 11.ºA comissão central poderá nomear ou contratar o pessoal técnico ou de secretaria que seja necessário aos serviços da F.N.A.T.
Artigo 12.ºCompete à comissão administrativa a administração dos fundos e propriedades da F.N.A.T., bem como a execução fiel das directrizes e planos de acção da comissão central.
Artigo 13.ºA comissão administrativa, precedendo autorização da comissão central, poderá:
Artigo 14.ºA comissão central poderá a todo o tempo retirar o mandato à comissão administrativa ou a qualquer dos seus membros.
Artigo 15.ºOs fundos da F.N.A.T. são constituídos pelos donativos do Estado e dos particulares e pelas cotizações dos seus aderentes efectivos, bemfeitores e auxiliares.
Artigo 16.ºSão aderentes efectivos da F.N.A.T. todos os Sindicatos Nacionais e Casas do Povo que se proponham como tais à comissão central e sejam por ela admitidos.
Artigo 17.ºOs aderentes efectivos da F.N.A.T. têm por dever contribuir financeiramente para ela, pertencendo-lhes, porém, o direito de beneficiar da sua acção.
Artigo 18.ºA acção e benefícios da F.N.A.T. podem excepcionalmente, por determinação da comissão central, estender-se aos membros dos Sindicatos Nacionais e Casas do Povo que não sejam aderentes efectivos.
Artigo 19.ºSão aderentes bemfeitores da F.N.A.T. as Uniões, Federações e Grémios Patronais que se proponham como tais à comissão central e sejam por ela admitidos.
Artigo 20.ºOs aderentes bemfeitores da F.N.A.T. têm por dever contribuir financeiramente para ela com uma cota mensal igual ou superior a um mínimo estabelecido pela comissão central.
Artigo 21.ºSão aderentes auxiliares da F.N.A.T. os institutos públicos ou particulares, as sociedades civis ou comerciais e todos os cidadãos portugueses ou estrangeiros que desejem contribuir para ela com qualquer cota mensal.
Artigo 22.ºA F.N.A.T. será dissolvida quando se afastar do fim para que foi instituída.
Artigo 23.ºEm caso de dissolução, satisfeitas as dívidas ou assegurado o seu pagamento, os bens da F.N.A.T. reverterão a favor das instituïções de previdência dos seus aderentes efectivos e, na sua falta, para o fundo da Assistência Pública do Estado.António de Oliveira Salazar.
Na organização do trabalho é preciso não perder de vista êste aspecto primordial. Não basta facilitar as funções oficiosas dos Sindicatos Nacionais e das Casas do Povo. É preciso estimular o ambiente de puro idealismo em que tais instituïções se criaram, manter acesa a chama do entusiasmo e da confiança que o pensamento social do Estado Novo Corporativo fez reacender na consciência das massas trabalhadoras.
Tudo, por conseqüência, que possa concorrer para acarinhar a existência das camadas mais modestas da população e directamente fortalecer, educar e distrair o corpo e o espírito dos que trabalham deve ser olhado com o cuidado especial que a preparação do futuro nos impõe.
Essa tarefa cabe, em primeiro lugar, ao Estado, e não pouco é o que está feito ou vai em curso de realização: casas económicas, instituïções de previdência, protecção aos desportos e à cultura física. Mas têm estrito dever de o coadjuvar os organismos corporativos da economia nacional, as grandes emprêsas e as próprias entidades individuais com meios e condições para tanto.
O decreto que ora se publica tem por fim aprovar os estatutos da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, cujos objectivos consistem essencialmente em “aproveitar o tempo livre dos trabalhadores portugueses de forma a assegurar-lhes o maior desenvolvimento físico e a elevação do seu nivel intelectual e moral”.
É uma instituïção nova que se cria sob o patrocínio do Estado mas aspirando a conseguir, num futuro breve, vida independente, sòlidamente alicerçada na generosidade e no civismo de uns, no entusiasmo e no reconhecimento de outros, na devoção de todos os que crêem nos altos ideais da Revolução Nacional.
Nestes termos, usando da faculdade conferida pela 2.ª parte do n.º 2 do artigo 108.º da Constituição, o Govêrno decreta e eu promulgo, para valer como lei, o seguinte:
Publique-se e cumpra-se como nêle se contém.
Paços do Govêrno da República, 13 de Junho de 1935. . ANTÓNIO ÓSCAR DE FRAGOSO CARMONA . António da Oliveira Salazar . Henrique Linhares de Lima . Manuel Rodrigues Júnior . Abílio Augusto Valdez de Passos e Sousa . Aníbal de Mesquita Guimarãis . Armindo Rodrigues Monteiro . Duarte Pacheco . José Silvestre Ferreira Bossa . Eusébio Tamagnini de Matos Encarnação . Sebastião Garcia Ramires . Rafael da Silva Neves Duque.
Em ordem a um maior desenvolvimento físico:
a) Organizar colónias de férias;
b) Promover passeios e excursões;
c) Promover, estimular e organizar desafios, demonstrações atléticas e festas desportivas;
d) Criar cursos de gimnástica e educação física.
Em ordem à elevação do nivel intelectual e moral:
a) Organizar conferências, horas de música e de teatro, sessões de cinema educativo e palestras radiofónicas diárias (dez minutos da F.N.A.T.);
b) Promover visitas de estudo a museus, monumentos e outros locais de interêsse histórico, intelectual ou técnico;
c) Instalar bibliotecas populares;
d) Criar cursos de cultura profissional ou geral, música e canto coral.
§ único. A comissão central, quando o entender, poderá delegar êsse direito na comissão administrativa.
§ 1.º Para o efeito da primeira parte dêste artigo os membros da comissão administrativa são civil e criminalmente responsáveis pelas faltas e irregularidades cometidas no exercício das suas funções, dando anualmente contas da sua gerência à comissão central.
§ 2.º A responsabilidade dos membros da comissão administrativa só cessa pela aprovação do relatório e contas da gerência respectiva pela comissão central.
a) Constituir as comissões de técnicos especializados que forem necessários à organização e direcção das iniciativas da F.N.A.T;
b) Elaborar os regulamentos da organização interna e serviços;
c) Instalar delegações da F.N.A.T. nas capitais de distrito do continente, ilhas adjacentes e províncias ultramarinas;
d) Promover a criação de organismos periféricos autónomos de carácter desportivo, musical, dramático ou de beneficência, bem como a federação dos já existentes, de forma a facilitar e a expandir a acção da F.N.A.T.;
e) Realizar todas as iniciativas que, embora não previstas neste estatuto, sejam necessárias ou convenientes à realização do fim da F.N.A.T.
§ único. A contribuïção dos aderentes efectivos da F.N.A.T. revestirá a forma de cotização mensal e será proporcional ao número dos seus membros segundo uma taxa a fixar em cada ano pela comissão central.
Presidência do Conselho, 13 de Junho de 1935. . O Presidente do Conselho,
“Tal mediocridade terminou em 25 de Abril de 1974.”
Quem isto escreveu deve ter o curso das novas oportunidades de assalto a cargos de chefia, conferido pelo ISCTE.
Quem isso escreveu é um burro ou burra, e se loira for, ao menos desculpa-se por isso.
A mediocridade começou exactamente no dia 25 de Abril, nas instituições públicas. O amadorismo, o diletantismo, a inépcia, a inconsequência, a ignorância do que é do senso comum, trocado pela “ética republicana”, jacobina e maçónica.
Infelizmente, tirando a grande mudança para uma convivência democrática mais sadia do que o a repressão do Estado Novo, mesmo em decadência marcelista, tudo o resto, desde a economia, ao ensino, passando pela excelência na formação, foram sempre a descer.
O melhor exemplo é o suposto pai da democracia tipo republicana, jacobina e laica, Mário S. himself. Um medíocre, um putativo sabedor de coisa nenhuma, um epicurista à custa do que é coisa pública. Um viajante a expensas do Estado que lhe conferiu passaporte vitalícia para andar da cágado e com comitiva bajuladora e a expensas de todos.
È esta a excelência que conseguimos. E por isso estamos onde estamos. “Pobretes mas alegretes” escreve o imbecil que escreveu o resto. Pobretes e tristetes é que essa gente nos legou depois de 35 anos de “grande farra”.
PQP!
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Afinal a escriba tem nome e só agora reparei:
“CRISTINA PAULA CASAL BAPTISTA, Vogal do Conselho de Administração da Fundação Inatel. Natural de Espinho (1965). Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1884-1989) e Pós-Graduada em Desenvolvimento Regional e Transfronteiriço pela Universidade da Beira Interior (1994-1995).
Doutoranda em Ciência Política na Universidade de Lisboa. Advogada desde 1989, é, desde 2006, Secretária Geral do Centro Português de Fundações. Foi vogal da Comissão Nacional de Protecção de Dados (2001-2002), docente no Instituto Superior de Matemáticas, Administração e Gestão de Castelo Branco (1997-1998), e membro do Grupo de Trabalho, nomeado pelo Governo, para rever o regime jurídico das fundações (1999-2001). Participação em seminários e conferências sobre temáticas de fundações e terceiro sector, em Portugal e no Estrangeiro, com trabalhos publicados em revistas nacionais e estrangeiras. Autora do livro “As Fundações no Direito Português” (Almedina, 2006).”
Retiro o imbecil e o burra porque nem é loira. Retiro porque já não é impessoal. Por isso, reafirmo apenas a tristeza que estes escritos representam e são o sinal mais evidente da nossa decadência.
A senhora é doutorada! Advogada! Professora em Castelo Branco! Tem o currículo exacto para o cargo que ocupa, mas falta apenas um dado: onde, quando e como se inscreveu no partido como girl.
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Esta senhora doutora é especialista em Fundações. Como estas sofreram um grande incremento com estes dois últimos governos, depois daquela célebre que foi varada por Jorge Sampaio e que se destinava a sacar dinheiro para Segurança rodoviária, temos que a senhora deve ter uma grande responsabilidade teórica na matéria.
Imagino o que Marcelo Caetano diria deste estado de coisas. Imagino porque sei o que o então afilhado ideológico deste, já disse, há pouco tempo:
<É urgente legislar as fundações
E porquê? Talvez a razão esteja mesmo em lugares como o INATEL: desperdício de dinheiro público em barda. E a tal mediocridade que se instalou como lapa no regime que temos. E que se ocupa a vituperar o regime anterior sem vergonha de espécie alguma.
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Este “José” #4 é um farsante. E reconheço que tem êxito na sua táctica. Hoje não comento mais aqui que é para não se confundir este farsante com o que escrevo.
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Agora somos pobres e tristes. Aquela tristeza sem remédio, quando a esperança de lhe fugir é, cada vez mais, uma miragem.
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É o ferreira que anda a usurpar o nome.
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isto parece um poste da associação nacional para a preservação do linçol ibero-fascista.
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Já não perdemos tudo.
FNAT, já temos (embora com outro nome).
Salazarismo já temos (embora com outro nome).
Só não temos ainda um Cardeal Cerejeira (o de agora é mais pró comuna que outra coisa).
O que também começa a faltar é pão e vinho sobre a mesa.
Circo não falta, embora antigamente tivesse bons trapezistas e o de agora seja mais à base de palhaços e animais ferozes.
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Eu sou o 7, o verdadeiro Mim, não me ando a fazer passar por mim.
Zazie
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Essa inútil sai ao paizinho dela. Nada a fazer.
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A filha do borrasentensas?
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Seja quem for a Dra.Cristina Baptista, associar a INATEL, ex-FNAT, aos “ideais da I República” só dá vontade de rir.
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Por aqui protegem-se as mongas e as ovelhas, a malta de ouvido fácil e mente leve.
Já deveria saber que assim é zazie (o menino jcd censurou-me os comentários SEM JUSTIFICAÇÃO e ainda tem a lata de comentar que o meu comentário era desnecessário para o tema em apreço onde estava alevar um baile do Anti.)
A solução…é comentar menos, aqui aprecia-se a arte do pastorício.
p.s: HM, se calhar com motivos para por excesso meu, nunca me censurou.
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Como é que uma analfabeta destas pode ser Doutoranda em direito?
Bem sei que temos o exemplo do CAA!
Mas, porra, haja um mínimo de decência para se atingir o topo de Direito!
O gang xuxa-gay-lesbos-corrupção manda em todo o lado!
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Miss Helena Matos
a ignorância, sempre foi muito atrevida.
P: pedi redacção Públio que lhe endereçasse um A4
alusivo página s/25Abril,
que ali não deverá ter espaço.
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O Primeiro de Maio -DIA DO TRABALHADOR- é proibido no IRÃO dos Ayatollahs.
http://www.asianews.it/news-en/Iranian-workers-take-to-the-streets-on-May-Day,-despite-bans-and-police-18306.html
Apesar disso, houve milhares de Iranianos que se manifestaram, sinal de que o regime está decrépito.
Curiosidade: QUEM SÃO OS GRANDES DEFENSORES EM PORTUGAL DESTE REGIME DA PEDRA LASCADA?
Acertou: A ESQUERDA ARCAICA, CORRUPTA, ARROGANTE, LAICA, NOJENTA: PCP; BE; ANA GOMES; MSOARES,etc….
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Uma grande lição “Do Portugal Profundo” aos blasfemos que criticam Cavaco
(espero que tenham a coragem de não apagar o comentário…)
Sucedeu aquilo que ninguém julgava que Sócrates ousasse: que depois da pausa de quarta-feira, desafiasse os mercados financeiros, mantendo o mesmo PEC e o mesmo Orçamento, e, temerário, afirmasse a continuação da sua política de grandes obras públicas, dignas do faraó que se julga. Da pressa da assinatura à socapa da concessão da auto-estrada do Pinhal Interior ao consórcio Ascendi da Mota-Engil e do grupo Espírito Santo, no valor de 1,2 mil milhões de euros, nesse mesmo dia crítico do 28 de Abril, – num movimento típico de fim de regime (distribuição do tesouro, antes que venham os alemães…) -, passou à confirmação da ostentação do TGV, do novo aeroporto de Lisboa, das auto-estradas. E nos apertos das prestações sociais, ninguém mais ninguém ouviu falar o Governo. E se Teixeira dos Santos sugere a contenção, logo manda falar António Mendonça, ou ele próprio se pronuncia, em sentido contrário, desautorizando o seu ministro das Finnaças, o que equivale a deitar gasolina no fogo dos mercados…
É natural que o Presidente da República, que foi professor de finanças públicas, ficasse muito preocupado com o drama da crise da dívida e a incapacidade do Governo fazer face ao descrédito dos mercados financeiros no pasmo e passividade do Governo. Num acto que passou relativamente despercebido, Cavaco Silva antecipou a audiência semanal com o primeiro-ministro para quarta-feira, 28-5-2010, com o primeiro-ministro, e convocou para a mesma o ministro Teixeira dos Santos, dando um sinal de que não confia na capacidade de Sócrates aplacar a crise e, ao mesmo tempo, de apoio à reserva do ministro das Finanças. O problema é que Teixeira dos Santos é fraco e não é capaz de dar um murro na mesa do despesismo…
Preocupado com esta irresponsabilidade do desafio socratino aos mercados financeiros de, mesmo em face do pânico no crédito, da descida do rating da República e do crescimento dos juros, o prof. Cavaco Silva, que já tinha prevenido em 23-5-2003, numa intervenção premonitória do drama que o País hoje sofre, que foi publicada no Jornal de Negócios sob o título «Dores de cabeça», da insustentatibilidade do crescimento da despesa, sem aumento de competitividade, e do perigo da indisciplina orçamental, veio alertar, em 30-4-2010, sexta-feira, para a necessidade de serem repensados os grandes investimentos, particularmente aqueles com menor incorporação nacional. Disse o Presidente da República:
«faz sentido reponderar todos os investimentos públicos e privados na área dos bens não transaccionáveis que tenham uma grande componente importada, que tenham capital intensivo, ou seja, que utilizem pouca mão-de-obra portuguesa»
Isto é, janela quebrada por janela quebrada é melhor aquela que é reparada com vidraça e marceneiro portugueses. E logo se levantou o protesto, pelo poeta Manuel Alegre, de interpretar as palavras do Presidente como «uma interferência nas escolhas do Executivo» (sic).
Portanto, aqui fica o meu comentário: o Presidente não se opôs, recomendou a reponderação dos grandes investimentos, devido à situação actual. Mas, eu creio que, enquanto o Governo não atingir o objectivo dos 3% de défice, a que se comprometeu no PEC, o Presidente da República deveria vetar qualquer contrato de construção e concessão de grandes obras públicas que aumentem significativamente a despesa do Estado, e explicar ao País o motivo. Certamente que todos os patriotas querem evitar que Portugal se transforme num protectorado do FMI/União Europeia (Alemanha…) e que o povo seja sujeito a um pacote de austeridade, semelhante ao grego, muito mais grave do que aquele que seria agora posto em prática, simplesmente por se não querer abdicar das comissões.
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Evocar a 1ªRepublica como origem idealista da FNAT revela espirito noveaux riche.
Mas fica sempre bem dar um ar sério e com passado.
De resto somos um país que vive disso. Ou há tuga qu não gostede ostentar e dar um ar nobre ao que nao passa muitas vezes de realidades da feira do relógio?
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nao se compreende como as instituiçoes e dirigentes destas ainda discutem “o pobrete alegrete”, pois que é disso que se trata inumeras vezes ao ano nos telefones das nossas casas, na nossa televisao, na nossa ida ao supermercado… ” faz favor somos do tratamento de toxicodependentes, de a sua moedinha”, ou entao, “deixe ficar um kg. de açucar para adoçar a libertinagem…”. dirigentes de instituiçoes solidarias o vosso voluntariado (se existir) no lugar de educar sustenta a memoria da historia do capitalismo de outrora. associaçoes culturais e recreativas??? pois sim… isso e a imagem de quem perdeu a perspectiva da sustentabilidade!!! 1ª; 2ª ou republica democratica e que tudo isto sao diferentes episodios de sustentabilidade. e agora??? simples!!! a globalizaçao paga!!! ola grecia!!!??
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Ao mesmo nível da frase sobre a I República esta a seguinte: “Tal mediocridade terminou em 25 de Abril de 1974.» A mim parece-me é que a mediocridade se tem vindo a estender é demais. Quanto ao facto de a Sra ser doutoranda não quer dizer nada, como se vê, é arriscar demais falar-se do que se desconhece. Percebe mais de silicone e não deixa de ser uma triste figura… é uma girl que anda a passear pela fundação inatel e à nossa conta!
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