Falharam a vida, meninos*
Nas fotografias que gostam de mostrar têm o cabelo revolto e um ar de quem tem a certeza de tudo. São a chamada geração de 60, definição imprecisa mas prática por essa imprecisão que permite englobar nela muitos daqueles que foram jovens um pouco antes ou depois dessa década ícone para a geração que não só nos tem governado como também construiu o mundo imaginário onde vivemos.
Esse mundo onde público era sinónimo de justiça e gratuitidade rimava com solidariedade. Esse mundo onde governar bem equivalia a fazer cada vez mais promessas de redistribuição e onde o Estado passou a ser entendido como o grande doador. Esse mundo onde não haveria mais guerras porque tudo se resolveria pelo diálogo, esse mundo onde a corrupção era um problema dos outros, sobretudo daqueles que os tinham antecedido, porque eles eram puros.
A cada dia que passa, a cada pirueta sobre o empobrecimento de que não se deve falar porque parece mal e é populista abordar tal assunto, sobre os jornalistas que eram combativos e perseguidos quando escreviam sobre os conluios do poder doutros tempos e que agora passaram a ignorantes quando não a canalhas caso escrevam sobre as negociatas do poder de agora, sobre a emigração que outrora confirmava sermos um país sem esperança e que agora não interessa nada, sobre os tribunais cuja independência foi uma reivindicação até que eles temeram sentar-se no banco dos réus… pois a cada dia desses apetece-me mandá-los ler esse fabuloso final d”Os Maias donde foi retirado e adaptado o título desta crónica. Aliás, talvez sejam a última geração por largas décadas que em Portugal tem gosto literário que lhe permite ler Eça, pois as gerações seguintes, tendo frequentado aquilo a que a geração de 60 chamou escola inclusiva, multicultural, progressiva… etc. … etc., terão grandes dificuldades em ler algo que não lhes seja apresentado como muito fácil, muito giro e muito moderno. O que é sinónimo de não ler nada que valha a pena.
Na verdade talvez não seja necessário recorrer a Eça. Talvez baste imaginar aqueles questionários que, tal como acontece com o da Pública, perguntam aos escolhidos com que idade tomaram consciência de que tinham falhado na vida. Contudo creio que a geração de 60 nunca admitirá que falhou. Está-lhes na génese culpar os outros por tudo o que acontece: primeiro culparam os pais porque tinham perpetuado um modelo de família que achavam caduco e baseado na mentira. E quando eles mesmos amaram, odiaram, traíram e fizeram compromissos, como acontece a todo o Sapiens sapiens desde que o mundo é mundo, culparam o pai e sobretudo a mãe porque muitos anos antes não lhes tinham dito as palavras que eles achavam certas. Depois culparam o sistema das guerras e o capitalismo da pobreza. Enfim, no quotidiano, fosse ele o sexo ou a economia, havia sempre uma culpa que tudo explicava. Quanto ao mundo, havia essa culpa original do homem branco que estava sempre por trás dos massacres e das fomes. E ela, a tal geração de 60, assumiu-se como a apontadora de culpas.
Quando chegou a sua vez de serem poder viveram da culpa anos a fio, o que em Portugal nem sequer era difícil dado o carácter ditatorial do Estado Novo. Se lhes fosse possível teriam mantido Salazar empalhado para fazer dele um eterno bode expiatório. Na impossibilidade de tal acontecer levaram anos a descobrir salazares atrás de políticos ou propostas que não se acomodassem à sua forma de ver o mundo.
Talvez o primeiro momento em que a geração de 60 finalmente se sentiu adulta em Portugal tenha ocorrido quando constatou que a culpabilização do Estado Novo já não chegava para explicar o presente. Esse presente em que não há dinheiro para pagar as reformas que eles tinham garantido e que só por maldade não eram maiores e constantemente actualizadas. Esse presente em que os portugueses sustentam dois serviços de saúde, o dos seguros, à cautela, e o do Serviço Nacional de Saúde, o tal que tinha de ser universal e gratuito porque foi assim que esta geração o imaginou, primeiro no arrebatamento das greves académicas e depois na solenidade das reuniões maçónicas e que como bem se sabia não só não é gratuito como arranja agora estratagemas para excluir aqueles que já não chegaram a tempo. Esse presente em que a legislação sobre o emprego transformou os mais jovens em eternos tarefeiros a recibo verde. Esse presente em que ter bons resultados quer dizer que arranjámos quem compre um bocadinho da nossa dívida.
Quando a realidade se lhes impôs buscaram novos culpados que acrescentaram aos antigos: os culpados tanto podiam ser os grandes capitalistas como, no dia seguinte, os empresários de vão de escada. Os mercados cegos ou os investidores sem gosto pelo risco. A ânsia do lucro ou o atavismo da mediocridade do q.b. A defesa da competitividade ou o egoísmo a sobrepor-se ao igualitarismo. A falta de Europa ou o excesso dela. As decisões da senhora Merkel ou as indecisões da senhora Merkel. Os bancos que se endividaram para emprestar dinheiro a quem não podia pagar tais créditos sem avaliar os riscos dessas operações e os bancos que não querem correr o risco de nos emprestar dinheiro. Os pessimistas que influenciam negativamente as agências de rating sobre Portugal e as agências de rating que não se deixam influenciar pelos optimistas.
Todos os dias, semanas, meses e anos nos apontaram novos culpados. Aos culpados de sempre somaram ameaças globais – como as alterações de clima, a gripe A ou a escassez dos alimentos – e promoveram cruzadas que procuraram fazer de cada um de nós um convertido aos seus novos dogmas e que tanto abarcam aquilo a que chamam questões de género como o sal que se põe no pão.
No fim, acabámos cansados. Estourados de apontar tanta culpa alheia e perplexos perante o caos que entretanto se instalara à nossa volta. Tudo o que nos prometeram está agora em causa. E como é óbvio já o sabiam há muito tempo.
A geração de 60 será em Portugal uma das primeiras em décadas e décadas a ser sucedida por outras que viverão pior. O ano que agora acaba é aquele em que se tornou óbvio que falharam a vida, meninos. O que nos espera de agora em diante é constatar que para lá desse falhanço também lixaram a vida daqueles que vieram depois.
*PÚBLICO
Muito bem!
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Na mouche!!!
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Análise brilhante… e trágica.
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Não sou fundamentalista Helena Matos.
Deste gostei, está muito bem escrito. tal como «Mourning becomes Elektra» esse desencanto fica-lhe muito bem.
Posso não estar de acordo aki e ali, mas no fundamental aceito a análise como boa.
Falta talvex fazer o que o “velho” que está enterrado em ‘ Highgate’ disse ao Feuerbachque era de fazer, se puder ser e não fôr muito inconveniente.
Greetings e bom ano.
🙂
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Sim, sinto todos os dias que me lixaram, precário há quinze anos. «Falharam a vida» dos outros, «menino!»
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maravilhoso texto dona helena . começar o ano a ler boa escrita , assim sim. pedro
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A geraçaõ de 60 dos amanhãs que cantam foram e são ( alguns ) a coisa mais intolerante e reaccionária ( excepto no que respeita ao sexo ) que por ai anda. Vejam o alemão filme Baader-Meinhof ( que nunca passará na RTP ) sobre a extrema esquerda alemã ( mas o mesmo filme aconteceu em França, Itália, Bélgica, Grécia, Portugal etc ) que mostra bem os loucos que definiam e queriam impor à força as suas utopias. Ainda hoje qdo me sento no café com alguns filhos dos amanhãs que cantam, os oiço falar nas suas utopias com melancolia e na esperança de um revivalismo do terror da metralhadora e da bomba.
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Percebe-se no texto alguma amargura que talvez resulte de algum complexo de culpa… Mas, como todas as generalizações, simplifica o que é complexo e se acerta no alvo de alguns, é injusto para muitos. A “geração de 60” foi muita coisa. Se tivermos em conta a variedade de movimentos e orientações políticas que integrou, o simples conceito é um abuso. Em comum, apenas uma coisa: mudar. De facto, os que dessa “geração” têm subido os degraus do poder, mudaram alguma coisa, mas não o suficiente. E nem sempre para melhor. Mas esses são uma minoria.
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Os meus parabéns, cara Helena. É um excelente retrato dessa geração, que sonhou muito culpando os outros, a começar pelos pais e que falhou estrondamente. E esta geração falhada não é um exclusivo português mas em Portugal ela é mesmo a detentora do poder.
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5 estrelas o texto. Devia ser obrigatório ler, para começarmos a curar a ressaca das bebedeiras (e charros, pastilhas, etc.) desta geração perdida.
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Entretanto, uma boa noticia para 0 Norte:
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http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1746983
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Em destaque, isto:
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“A nível global, um dos mercados que têm reforçado a procura de empresas nacionais é o alemão. A Alemanha ocupava a quinta posição entre os principais mercados de exportação do têxtil e vestuário e, em 2010, subiu para a terceira posição, refere o director-geral da ATP.”
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Agora precisamos que a aposta nas marcas próprias tenha sucesso. Oxalá seja mesmo a reviravolta necessária.
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Esse mundo em que só os mais fortes batiam… é que era, e agora mudou.
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Seja como fôr, isto é assunto recorrente.
Salvo erro, a tertúlia do Eça chamava-se Os vencidos da vida.
Só auto-ironia, ou razões mais consistentes ?
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Aqui deixo um apontamento em vídeo com o resultado prático do que foi o acesso do povo à saúde e à educação nestes 36 anos deste “amanhã que desafinou”:
É um retrato perfeito da nossa evolução e “europeização”
PS Esclareço que este vídeo terá sido publicado com a autorização da doente pois o acesso à cultura significa 15 minutos de fama seja lá à custa do que for.
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Ó Trinta e três, vai dormir, tu tens é sono!…
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Falhámos redondamente, os fumos fizeram-nos mal, e falta-nos e humildade para pedir desculpas ás novas gerações. bom 2011
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Não confundamos! Há quem tenha sido jovem nos anos 60 e mantenha direita a coluna vertebral.
Quero lá saber dos sampaios e descendentes políticos (de que o falso engenheiro é exemplo acabado…). Vão-se todos lixar!
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Fora do alvo! Falharam todos os que seguem os ensinamentos da economia e dizem que é possivel desenvolvimento infinito num mundo finito, Falharam todas as gerações, anteriores e posteriores, que escarneceram de Malthus por as suas previsões serem adiadas (nalgumas partes do mundo) devido á descoberta dos combustiveis fósseis. Falharam todos os que contradisseram o estudo do casal Dennis de Carnnegie Melon ou o Clube de Roma. Agora, que a energia barata foi-se, não há volta a dar, e o mundo caminha inexorávelmente para a pobreza generalizada. Para pessoas ou paises subirem, só á custa de outros.
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Quem diz sampaios diz alegres, é claro.
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Nunca pensei ver a Helena Matos escrever uma crónica tipo “Apocalipse now”. A minha admiração pela jornalista desceu 29,83%.
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É tentador arranjar bodes expiatórios para os nossos males. E por isso fazer exactamente o que se lhes critica…
O assunto já foi abordado por aqui, em tempos
Mas a discussão é interessante. Hoje no Público, Vasco Pulido Valente enfia o carapuço e critica a autora. Merecia uma resposta em tom de polémica suave.
Apetecia-me fazê-lo se para tanto me chegasse engenho e arte.
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O meu acrescento à discussão sobre o bode expiatório tem um outro alvo: os adeptos de uma certa esquerda soft que estavam no MES e passaram depois para o PS.
Para mim são esses os herdeiros bastardos dos erros todos dos sessenta.
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Qual o maior erro de todos os cometidos? Apenas um único: achar que a igualdade é susceptível de ser alcançada com medidas políticas.
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É um problema filosófico e que uma certa sociologia adoptou como motto de vida.
Boaventura Sousa Santos é o paradigma e o ISCTE o viveiro desta gente e deste ambiente natural da Esquerda modernaça.
Miseráveis e que nos acabaram de enterrar na desgraça económica.
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A propósito desta reportagem
http://www.sabado.pt/epapper/
chego à conclusão que o PSD também foi constituído para que os filii familiae de Cascais e da Lapa pudessem brincar ao Maio de 68, dizendo-se socialistas, gritando pelos direitos do povo… que por acaso até nem tem nada a ver com eles.
Têm o mérito de terem feito a diferença… pelo menos nos salões.
Deixo aqui mais um exemplo de que “anda meio mundo a gozar com o outro meio”.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/edp-vai-pedir-4-euros-aos-clientes-para-os-refugiados
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Muito bem, Helena. Ontem a culpa era do fascismo, hoje é do cavaquismo e dos empresários portugueses. Mas se estes são uma espécie especialmente má, então a esquerda portuguesa é uma espécie especialmente patética.
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vou partilhar na minha página do face…
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Que estranha forma de ver a História! Pegar nos vastos sonhos da “geração de 60” para concluir que é ela a culpada do caminho para o colapso económico e social não anda longe de culpar o meteorito que extinguiu os dinossauros por propiciar o sedenvolvimento dos mamíferos. Nalguns aspectos, tem razão: na rendição ao individualismo e ao egoísmo. Rendição ou adesão, provavelmente a última. A “geração de 60” foi utópica, lá isso foi. Como foi pacifista, ou contestatária do consumismo, ou libertária, ou amante da pop, do rock, ou contestatária do capitalismo, ou combatente contra a hipocrisia e contra os comportamentos padronizados, no sexo ou na filosofia de vida. Nada do que sucedeu a esta geração tem culpa: nem os yuppies, nem Reagan, nem Thatcher. Nem as influências anteriores: Ayn Rand, Friedman, enfim, todos os fósseis cujos esqueletos estão agora a ser desenterrados.
Culpados não são nenhuns daqueles que se meteram no carrinho, fazendo de conta, mas não tendo qualquer ideologia, ou uma simples ideiazita para o futuro.
A culpa é de quem sonhou com uma sociedade mais justa, cometendo muitos erros, obviamente. Acreditando na humanidade, também obviamente.
De quem vai ser a culpa da sociedade que se vai deparar aos actuais jovens hedonistas, egoístas, cujo mundo se limita àquilo que vêm no ecrã do computador, com diplomas oferecidos mas aceites de bom grado? Vai ser ainda a “geração de 60”?
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World Leaders From Their Younger Days
http://looneyspot.com/world-leaders-from-their-younger-days/
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Excelente. Embora, num certo sentido, se possa discutir se eles falharam mesmo a vida: individualmente, saíram-se muito bem.
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Aqui, em francês, uma das melhores análises do Maio de 1968 e das ideias base.
Uma conclusão: o individualismo dos soixante-huitard conduziu ao neo-liberalismo que nos cerca.
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Pulidamente o Pulido remata sobre a autora:
Crise de nervos.
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Não sei de certeza certa… só cheguei a Paris em 69, o D. C-B. já tinha sido corrido para a Alemanha, e de qualquer maneira a «minha esqueda» não era essa, era a dos americanos do SDS (Students for a Democratic Society, ainda existe mas já não é a mesma coisa) dos alemães do Rudi «der Rote» Dutshke e os jovens dos « Jusos » (Rudi foi cobardemente semi-assassinado no meio da rua por um facho qualquer), a dos italianos de «Lotta Continua» algum tempo depois ( tiveram o bom gosto de se auto-dissolver quando já não havia «movimento» que justificasse a organização) e por aí.
Em todo o caso, há uma sobra (grandota…) escrito a meias pelo Daniel e pelo mano David Cohn-Bendit:
«Le Gauchisme, Rèméde a la maladie Sénile du Communisme», genial.
‘Tá lá tudo o que interessa, e como se faz…
🙂
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Coincidence! On my way to Broadway to see “Rain”. About the Beatles and their music. LOL
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“a «minha esqueda» não era essa.” Ai isso é que era, mesmo não sendo.
A ideia de “esquerda” mesmo sendo outra ( “je suis un autre”, cantava o velho esquerdista Moustaki) é sempre a mesma: mudar no sentido de revolver a tradição e substituir valores perenes que são obliterados por valores ocos.
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Tenhamos fé que helenafmatos um dia nos dirá de e do que gosta…
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A honra é substituida pelo porreirismo. A tradição pelo devir e o imaginário pelo infantilismo utópico.
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Outra fé que me continua a acompanhar é “José, Posted 2 Janeiro, 2011 at 14:51” ser um dia fã do ISCTE…
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O imaginário patriótico, queria dizer
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Não me parece que tenham falhado a vida. Dominam os Média, as Universidades, a Educação. Têm o Poder da Narrativa. Portugal foi todo corrompido por eles, transformado num País clientelar onde o Estado “dá” de comer à maioria directa ou indirectamente.
Só toleraram os adversários desde que estes não coloquem em causa o totalitarismo da sua narrativa – definido pela Escola e pela RTP.
O estoiro não os vai atingir muito, são eles que definem no essencial o que é a realidade.
E só não dominam ainda mais a realidade porque existe a net.
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luckyluke:
Essa tese é que merecia um livro…patrocinado pelo ISCTE. Ahahahah!
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Os que nasceram nos anos 60, em Portugal, ainda tiveram a sorte de viver – se em Portugal – num ambiente civilizado e protegidos de grupos sociais perigosos pois alguém, fosse família, sociedade ou o próprio Estado, evitava, em grande parte, o contacto com a degradação social.
Com o desastre de 1974, esses jovens adolescentes tiveram um tropeção na vida que os impediu de progredir, salvo no que concerne a evolução natural. Pior, o desenvolvimento e aperfeiçoamento mental sofreram lesões quase sempre irreversíveis. Ou seja, é gente incapaz, com muita dificuldade de apreender, sem o culto da delicadeza e perfeição. Resumindo e utilizando a expressão popular, são uns “broncos”.
Há, de facto, excspções. Mas as diferenças começam a notar-se com nitidez e gravidade crescente, nos médicos e engenheiros, profissões em que se requer melhor qualidade e dedicação.
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“Com o desastre de 1974…”
foge-lhes sempre o teclado para o síndrome!
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helenafmatos e a “geração Blasfémias” ainda um dia se vão preocupar com coisas destas:
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1746961
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“Essa tese é que merecia um livro…patrocinado pelo ISCTE. Ahahahah!”
🙂 Eles estão enganados, mas não falharam a vida. Aliás vivem das dívidas que vão obrigar os filhos e os netos a pagar.
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E ainda há quem defenda estes incapazes!… Parabéns, Helena!
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Ó Pi-Erre: perdeste o quadrado?
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Antes de terminar o dia esta malta ainda nos vai dizer de que geração terá gostado – nos últimos 100 anos.
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Então é assim:
A geração de 60 falhou a vida, a de 70 é a dos conhecidos “Jotas ” a dos 80 é a que emigrou e a dos 90 estou para ver o que é que dá.
Todas elas votaram Sócrates.
E eu é que sou burro?
Ainda bem que eu me desfiz da minha geração.
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Não sei se falharam a vida, mas que se abotoaram bem, disso não há dúvida.
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mas este pessoal quando fala da “geração de 60” fala de quê?
– dos que andaram levantar paralelepípedos em Paris?
– dos que malharam com os costados na guerra colonial?
– dos que emigraram?
– dos que dividiram uma sardinha com mais duas pessoas?
– dos que nos governam nos últimos 35 anos?
– dos que dão bitaites nos jornais/tv’s e postas de pescada na blogosfera?
-ou dos que, com “cabelo revolto e um ar de quem tem a certeza de tudo”, nos fala helenafmatos?
helenafmatos e amigos – alguns tendo nascido depois dos anos 60’s – podem perguntar aos paizinhos…
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E como se previa, sobre isto
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1746961
“os meninos anti-geração de 60” disseram zero.
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Já que falou em Eça e caracteriza uma geração, relembremos a de muita qualidade (apenas o grupo) mas com capacidade de autocrítica, que se autoproclamou como : “OS vencidos da vida”. Agora, vencidos estamos nós, por tanta falta de cultura de trabalho e mérito a par do de incremento do amiguismo, e muitos dos que hoje têm cinquenta e sessenta anos.
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Deitar as culpas nos outros é ….feitio
a geração de 50 é que arrasou isto até à medula apoiando a geração dos anos 20 e 30 que tomaram conta do país em 1974
os senhores professores que das suas cátedras humanistas debitaram tolices ao povo
e o sugaram com mais ardor
esquecendo que durante muitas geraçõezitas vampirescas anteriores
estas souberam manter os seus números adequados aos das suas presas
a vossa geração falhou….e deixou o país nas mãos dos sucessores escolhidos por vós
as gerações subsequentes não viverão mal Soares e Cavaco têm filhos sobrinhos e netos que viverão bem
não calha a todos claro está
nunca calhou
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Generalizações destas parecem-me estranhas. Nasci em 85 e não vivi “geração de 60”, mas do pouco que conheço da minha e das outras gerações, uma coisa é-me clara: sou tão diferente de certas pessoas que eu conheço da minha geração e do meu meio, sou tão parecido com outras, e o mesmo para outras pessoas de outras gerações e de outros meios. É-me impossível caracterizar a minha geração como sendo assim ou assado. Há uma gama infinita de personalidades, carácteres e opiniões. Mas se calhar nos anos 60 as coisas eram diferentes.
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Já Margaret Thatcher dizia : ” O Socialismo perdura enquanto perdurar o dinheiro dos outros”.
Deviam ser julgados como se faz nos EE.UU. e na Islândia; o problema é : Quem os vai julgar? O Po-
vo? Não, obrigado! A Justiça Portuguesa já muito comprada com mordomias e benesses? Para ficar
tudo na mesma? Então terá que ser a Justiça Europeia que também não me parece das melhores. Es
tamos completamente nas mãos erradas!
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isto de culpar gerações e desculpar indivíduos
tem história
as inteligentsias vermelhinhas, laranjas , rosadas интеллигенция de todas as cores e idades
de todas as gerações comeram e continuam a comer à custa das massas
quando se fala das gerações que viverão pior
falam das gerações dos outros que as gerações de vampiros são imortais
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não há falhanços, simplesmente apatias e estas são globais
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bicudo:
A geração de 50 ( nascidos nos anos trinta) não gostavam dos Beatles e dos Stones. E estes impuseram-se cultural e socialmente.
Não lhe parece argumento suficiente para se poder dizer que os da geração de 50 deixaram de marcar o ritmo social?
De quem é o Código Penal que temos? Da geração de 60. De quem é a Constituição que temos ? Idem.
De quem é o Código Civil e as alterações dos anos setenta? Precisamente.
De quem é a política educativa dos últimos trinta anos? TRibutária dos sessenta.
É preciso mais? Então apresente um caso em que os de 50 tenham sido determinantes.
Só um.
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Que artigo ridículo!
Para começar a autora parece fazer aquilo que critica à geração de 60, a culpada não é ela, a culpada é a geração de 60…
Depois não se pode culpar uma coisa que não existe! Geração de 60? O que é? Os que foram teenagers nos anos sessenta e, portanto, nasceram entre 1945 e 1955?
Mas esses todos de nenhuma forma tinham um pensamento uniforme, mais, o seu pensamento evoluiu com os anos.
Que Durão Barroso pertenceu à geração de 60? O Jovem do MRPumPum ou o garboso Presidente da Comissão Europeia?
O artigo todo é ridículo e mostra um espírito um pouco envenenado… provavelmente esta senhora não pertence à geração de 60, quem pertence são os pais e está a fazer o que fazem todas as gerações desde tempos imemoriais, culpar os pais pelos seus azares…
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Um negacionista…
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José, Posted 2 Janeiro, 2011 at 23:50
Peço desculpa por me intrometer na conversa.
(…) É preciso mais? Então apresente um caso em que os de 50 tenham sido determinantes. Só um (…)
***** Ernesto Melo Antunes: Militar e político português, nascido em 1933, em Lisboa, e falecido em 1999. Foi membro da direcção do Movimento das Forças Armadas (MFA).
É sempre possível desfazer estereótipos e Abril de 1974 está aí para o confirmar!
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José, Posted 2 Janeiro, 2011 at 23:50
(…) É preciso mais? Então apresente um caso em que os de 50 tenham sido determinantes. Só um (…)
Peço desculpa por me intrometer na conversa.
***** Ernesto Melo Antunes: Militar e político português, nascido em 1933, em Lisboa, e falecido em 1999. Foi membro da direcção do Movimento das Forças Armadas (MFA).
É sempre possível desfazer estereótipos e Abril de 1974 está aí para o confirmar!
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Melo Antunes foi do MFA. Que valia Melo Antunes sem os capitães? Nada. Seria mais um intelectual sem relevo algum.
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De resto Melo Antunes encarna bem esse espírito esquerdista moderado de que falo noutro sítio. O espírito MES…
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O Raio, ela pertence, porque eu me lembro delae de todos os que citou, e não precisei nunca de pertencer ao «grupinho» d’eles (nem de resto a qualquer outro, sou marxiano mas da facção Groucho: o normal é eu fugir a sete pás de clubes para os quais me convidam, é mexmo feitio, não defeito.
A parte «de quem é a culpa ?» é um complexo de inferioridade judaico-cristão que não adianta nem atraza, só serve para entreter e mandar pedras…
Ah, e uma vex que essa gente tem a a absolvição garantida semanalmente a troco de uns ruídos semi-religiosos, para poder voltar a pecar na semana seguinte e ser de novo absolvida, e repetição do ciclo ad nauseam, de que serve estar a atribuír/distribuir culpas, ainda por cima a uma coisa indefinida e informe apelidada de geração, como se isso uniformizasse as diferentes individualidades que tiveram a sorte/azar de nascer nos mesmos anos e frequentar lugares semelhantes ??
É p’ra vender papel, se pôr em bicos de pés, ou dar uma de «inteligente» e épater le bourgeois ???
Food for thought…
😉
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(…) Que valia Melo Antunes sem os capitães? (…)
pois,
é capaz de ter razão uma vez que o MFA tinha muita gente da geração de …60!
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A parte «de quem é a culpa ?» é um complexo de inferioridade judaico-cristão que não adianta nem atraza, só serve para entreter e mandar pedras…
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Curiosamente toda narrativa e poder da Esquerda é baseado no suposto pecado dos outros ao mesmo tempo que gozam com os pecados existentes na narrativa da Igreja.
Curiosamente cada vez menos se ouve que a pobreza do terceiro mundo é devido à exploração<-será complexo de inferioridade?- capitalista…
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lucklucky, não sei se a «coisa» agora está nos mesmos termos , até porque tipinhos espertinahços como os lambécunas da Goldman-Sachs prevêem — oh ‘caganda previsão, mas agora pagam-vos para bolsar conventional wisdom ?? — prevêem dixia eu, que a Rússia, o Brasil, a China e a Índia serão as potências do séc XXI.
Todavia nos «velhos tempos» o assunto de que fala estava estudado e até tinha um nome : «deterioração dos termos de troca», significava básicamente que o 1º mundo comprava ao 3º mundo matérias-primas (trabalho intensivo) ao preço da uva-mijona, e lhes vendia de volta (caríssimo) produtos manufacturados e serviços (capital intensivo), portanto eles empobreciam e náo «enricalhávamo-nos».
Parece que essa «teta» deixou de dar leite…
🙂
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a historia do maio de 68 e dessa parte das geraçoes de 60 ainda nao foi bem contada. As bordadeira estavam mais pelas holandas onde ‘nem tudo o que luz é ouro’ ……..
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“Parece que essa «teta» deixou de dar leite…”
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Quer me parecer você olha para economia com as lentes do mercantilismo como bom fascista ou comunista. Por isso é que diz “essa teta deixou de dar leite”, quando o que se passa é que o Mercado não parou de crescer desde o fim da Guerra Fria após a queda abrupta após as descolonizações…
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Antes dos socialistas Indianos, comunas Chineses e golpistas adeptos de desvalorizações Brasileiros mudarem para o chamado “neoliberalismo” -A Dilma já disse que nunca vai deixar a inflação voltar, esperemos que seja para cumprir- já os Coreanos , Japoneses, Singapurenses?!, Israelitas tinham construído a sua prosperidade. Os Africanos no dia em que deciderem proteger a propriedade também terão investimento e riqueza.
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http://educar.wordpress.com/2011/01/02/testemunho-de-um-docente-na-clandestinidade/
O insulto a um docente é crime sancionado pela lei penal. A não instauração e a não aplicação de medidas sancionatórias disciplinares aos infractores tem uma justificação mesquinha, inqualificável: a de que se iria prejudicar o aproveitamento dos discentes.
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Mas que grande ensaio, de trolhas.
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Depois admiram-se que a criminalidade violenta esteja a aumentar! Suponho que é a maior obra de Sócrates. O anterior ministro Costa, da Justiça, anda desaparecido a pensar que o pessoal se esquece do que fez. O actual, o actual… foi nomeado algum?
Quando o poder permite que os pequenos gangsters ajam impunemente dentro das escolas, quando esse mesmo poder faz tudo para encobri-los, nem que seja desrespeitando as leis da República, quando relatórios manhosos tratam de dar cobertura à desbunda e ao crime, como é que se faz justiça? E são estes momentos que nos permitem saber para que servem os deputados, Governos, os órgãos da Justiça e mesmo o Presidente da República.
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Bom artigo.
Vou ver se mesmo para cumprimento e do estrangeiro, ainda estou bloqueada.
Zazie
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Mesmo para cumprimento e dar os parebens pelo artigo, escrevendo no estrangeiro, parece que continuo bloqueada. Vou tentar de novo.
zazie
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Ó senhora doutora Helena Matos,
Que idade tem vossa excelência? A avaliar pela sua imagem televisiva, será sexagenária.
Então qual é a sua geração?
Pelos anos sessenta seria ado!
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E a Helena, por acaso não falhou também? É que falhar é da condição humana, ou não?
Como dizia o Beckett: “Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better.”
PS. E o Serviço Nacional de Saúde até foi (e é) um sucesso, por mais que as “mentes brilhantes” da ciência económica cá do burgo venham com a ladainha do costume.
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Parabéns, começar o ano com uma boa leitura é maravilhoso, pena que a maioria não entende ou aprecia uma boa escrita.
Aldo Silva
http://securityofficer.wordpress.com
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parece-me que foram esses que substituiram a ética e moral individuais pelo ” politicamente correcto”. gosto da liberalização de costumes que trouxeram , mas não gosto nada que me tenham posto a pagar pelo excesso de “liberalismo” de alguns : carga de água tenho de pagar para toxicodependentes ? escolheram esse caminho livremente , não foi , amanhem-se ; porque tenho de pagar para que etnias possam livremente seguir os seus liberaia costumes ? ; há montes de exemplos assim , que a malta faz o que quer , espalha-se e o “politicamente correcto” paga. e claro , ficámos sem cheta , os pagantes.
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Só há que distinguir entre os “meninos” da geração de 60 a que ela se refere, que falharam a vida dos outros, mas não a deles, e os “meninos” sacrificados da mesma geração, obrigados a fazer uma guerra colonial que durou demasiado tempo. E não foram estes que falharam, mas sim aqueles, a geração de alguns políticos rascas (que se desenrascaram muito bem a eles próprios) a quem foi entregue o poder e que estão a pôr à rasca algumas gerações por tempo indeterminado. E talvez de modo irreversível.
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(…)”os “meninos” sacrificados da mesma geração, obrigados a fazer uma guerra colonial que durou demasiado tempo.”
Porque é que esses mesmos entregaram o MFA a um grupo de pseudo-intelectuais que rapidamente foram colonizados pelo PCP e grupúsculos esquerdistas para grande gáudio daqueles que aplaudiram “o povo está com o MFA”?
Acredite Zéfoz: veio tudo do mesmo sítio e a farinha é do mesmo saco.
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Por um Jaime Neves quantos otelos havia nos suv e no MFA?
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Luís Marvão:
“E o Serviço Nacional de Saúde até foi (e é) um sucesso”. Sem dúvida alguma. Deu em coisas como esta:
“Despesismo, prémios injustificados, falta de estudos fundamentados e desrespeito pelas regras da concorrência. Estas são apenas alguns dos problemas apontados numa auditoria do Tribunal de Contas às aquisições de bens e serviços das instituições do Serviço Nacional de Saúde através do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), que foi criado em 1965 com o objectivo de rentabilizar o rendimento económico dos hospitais. “
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Bom (literalmente) texto para iniciar o ano HM, mesmo não concordando aqui e ali (ali a expressão “meninos” revela sobranceria desnecessária e “meninos” há muitos como bem conhece)…não obstante…um bom texto e honra lhe seja feita.
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Cara Helena,
Aí está, a verdade nua e crua. Perfeito!
O meu aplauso.
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“Conservatives without a conscience”, by John Dean
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A grande porra é que agora andam por aí uns nabos como o Portela Menos 1 e Piscoisos, umas merdas que podemos evitar não indo para onde essa gajada vai. Portugal deixou de ser limpo.
Agora, temos que aturar enxames de idiotas e imbecis, socretinos ou do género homossexual, a cheirar mal tal o pivete que consegue sujar a internet.
Foda-se, que é casca…
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Cara Helena,
percebe-se que acertou na mouche quando aqui e na blogosfera se leem as reacções a este artigo. Há quem não entenda porque não tem capacidade para o entender (porque toda a vida viveu dessa ideologia de 60 injectada directamente nas veias) e há quem o entenda mas faça um esforço tremendo para não o entender. São os casos das brumas e das terceiras, quartas e quintas noites que por aí andam e que continuam a exercitar pateticamente as letras no sentido de lhes dar orientações mais favoráveis ou, em melhor português, de fugirem ás pingas. O problema está em que, por mais que fujam ou que se tentem refugiar nas inúmeras e diversas correntes ideológicas (porque a utopia chega a tanto) a chuva do socialismo é corrosiva (assim o escreve a história) e molha-os a todos. E felizmente mais cedo do que tarde, implodirão.
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Margaret Thatcher dizia: “O Socialismo perdura enquanto perdurar o dinheiro dos outros!”Oque é que se espera para os Julgar em Tribunal como se faz na Islândia e EE.UU. quando os corruptos e maus gerentes são apanhados? O problema está em: Quem os vai Julgar? O Povo, não obrigado. A Magistratura Portuguesa, grande parte comprada com mordomias e benesses, para no fim tudo ficar na mesma? Na Europa também não sei a que ponto se protegem uns aos outros! Realmente es-
tamos muito bem entregues. Faltam homens de Estado honestos, Portugueses que amem mais Por-
tugal que as suas carteiras e que usem os dinheiros públicos para desenvolver o País e o Povo e não
as suas já obesas fortunas, à custa de quem nem de longe pode levar a vida que levam com o contri-
buinte a pagar!
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