Caro Campos de Minas, esse resultado que o Vc. apresenta tem pouco significado, em termos de análise. Variações mensais, no caso português, não são uma boa referência sobre uma futura actividade industrial. É melhor usar variações homólogas.
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E a variação homóloga é ainda mais espectacular:
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“Total manufacturing working on orders rose in all Member States for which data are available. The highest increases were registered in Estonia (+59.2%), Lithuania (+56.9%) and Portugal (+51.4%), and the lowest in Denmark (+1.0%), Greece (+6.5%) and Poland (+8.5%).”
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In http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_PUBLIC/4-24012011-AP/EN/4-24012011-AP-EN.PDF
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Este resultado conseguido por Portugal é ainda mais interessante se tivermos em conta que é uma aceleração face ao mês anterior. (Variações homólogas de Outubro e Novembro.) Indiciando que a aceleração ainda poderá continuar, embora, claro, torna-se um bocado surpreendente e até um desafio para a nossa indústria conseguir prover as encomendas recebidas.
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Se pelo menos este nível de ordens se mantiver (nem precisa de acelerar mais, note), é provável que até o investimento dispare, para aumentar a capacidade de produção, logo criar mais empregos e trazer um crescimento económico mais saudável. Ou melhor, uma dinâmica das várias componentes do PIB mais saudável, com a produção e o investimento a tomarem o lugar do consumo como líderes do ciclo económico.
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Mas não deitemos foguetes antes da festa. Vamos esperar para ver. Em todo o caso, são grandes resultados, que nos podem animar um bocado. Se este nível de encomendas se mantiver durante alguns trimestres (se acelerar mais, encantadinhos da silva), poderemos estar perante um milagre económico português em perspectiva.
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Mas não deitemos já os foguetes e esperemos pelos próximos meses. Mas é bastante animador. Muito mesmo.
Há outros dados interessantes que importa analisar com calma, porque poderá estar a acontecer algo bastante importante para Portugal. Os consumidores portugueses podem estar a apostar numa mudança de comportamento que poderá também trazer grandes resultados económicos e melhorar as nossas perspectivas em termos do futuro. Ponha-se os olhos nesta noticia:
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“O consumo das marcas próprias da grande distribuição aumentou em Portugal nos piores anos da crise, em 2008 e 2009, e actualmente representa 25% do mercado alimentar, segundo a associação das empresas de distribuição (APED)”
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In http://www.oje.pt/noticias/economia/consumo-das-marcas-proprias-aumentou-nos-piores-anos-da-crise-diz-aped
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Isto o que indicia é que as marcas ditas brancas dos grandes grupos de distribuição estão a ganhar muitas quotas de mercado a outras marcas. Segundo um familiar meu que trabalha num destes grupos, há duas novas tendências que ele refere estar a acontecer. Aumento do consumo das tais marcas brancas e aumento do consumo de produtos portugueses, com o tal Pezinho, que é o símbolo da campanha da AEP, para consumir produto nacional.
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Estes dois novos fenómenos têm importantes repercussões no nosso tecido produtivo por isto. É claro que consumir produto português é desde logo um aumento da actividade económica em Portugal, e uma substituição das importações. No caso das marcas ditas brancas dos grandes grupos, na verdade os dois portugueses, JM e Sonae, parte das suas encomendas são feitas a produtores portugueses. O que sobe ainda mais o nosso nivel produtivo.
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No caso das ditas marcas brancas, parece que os nossos grupos descobriram que prover as suas necessidades com produtores nacionais, além de melhorarem as suas margens, cria um relacionamento com fornecedores mais fiáveis, fléxiveis e mais dispostos a trabalharem em colaboração com os nossos grupos, no sentido de criar produtos que não sejam méras cópias das marcas estabelecidas. Estas parcerias (como o Clube Sonae, salvo erro, como exemplo) trazem ganhos elevados, não apenas aos nossos grupos de distribuição mas também às nossas empresas, que ganham assim uma experiência importante para aprenderem a produzir para mercados bastante dinâmicos.
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Perante esta possível mudança de atitude dos portugueses (tanto a nível de consumidores como produtores e distribuidores) é possível que seja possível melhorar bastante os termos de troca com o exterior, com importantes reflexos a nível do endividamento do país, do crescimento económico, investimento, empregos, etc.
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O facto das marcas portugueses se associarem à tal campanha da AEP e parecer estarem a terem ganhos com essa forma de marketing (era preciso estudos sobre os resultados desta iniciativa), também poderá ser o resultado da forte aposta das empresas portuguesas em marcas próprias, melhorias no seu marketing e melhorias na capacidade de resposta às dinâmicas dos consumidores e não tanto dos clientes empresariais. Isto poderá querer dizer que as empresas portuguesas estão a conseguir ultrapassar as crónicas dificuldades em saber vender, posicionar produtos e serviços, apostar em melhores canais de distribuição, etc. E poderá indiciar também que o consumidor português está ciente que uma das formas de baixar o endividamento nacional e melhorar o emprego é consumir produto nacional. Talvez nestas horas de dificuldades, haja consumidores que estão dispostos a sacrificarem para que Portugal se salve. É algo que deveria ser estudado também.
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É por este tipo de resultados que estou moderadamente optimista para Portugal, ao contrário da generalidade dos analistas e comentadores. Há coisas que estão a mudar em Portugal que poderão catapultar um maior crescimento económico.
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Vamos ver. Mas que é interessante e satisfatório ver sair este tipo de dados, é. Agora vamos esperar que os portugueses consigam dar a volta por cima e consigam responder bem a estas horas dificeis que o país vive.
Depois de uma campanha eleitoral animada, a grande vantagem de qualquer eleição democrática é a de o povo sair, finalmente, da sala de estar dos políticos. É uma sensação de alívio que alguns eleitos descrevem como semelhante ao momento em que uma dor intensa, por qualquer razão obscura, termina.
(…) Depois de qualquer eleição a sensação dos políticos – quer tenham perdido quer tenham ganho – é a de que o povo mais profundo acaba de entrar todo num comboio, dirigindo-se, compactamente, para uma terra distante. Esse povo voltará apenas, no mesmo comboio, nas semanas que antecedem a eleição seguinte.
Esse intervalo temporal é indispensável para que o político tenha tempo para transformar, delicadamente, o ódio ou a indiferença em nova paixão genuína.
Para mim, os resultados aparentes que a iniciativa da AEP estão a ter, poderá mostrar algo que eu já tenho comentado por aqui. O nosso tecido produtivo está mais competitivo do que parece à primeira vista. E nem vou falar do curioso exemplo do sector dos móveis, que parece estar a exportar mais do que nunca. Os últimos dados que eu li, o sector do mobiliário exportou mais 30% que em 2009, nos três primeiros trimestres de 2010. Não me parece que tenham baixado esta dinâmica nos últimos três meses do ano, pelo contrário, deve ter acelerado.
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Ao ler isto noto que o nosso tecido produtivo está a responder de uma forma positiva aos seus desafios:
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A inciciativa da AEP já conta com 500 empreas, mas é de realçar o número de marcas: 1750. Ou seja, cada vez mais empresas apostam em marcas próprias e segmentam-se. Já não se limitam a produzir mas a aprender a vender, colhendo estas empresas experiências importantes para ganharem aptidões para trabalharem melhor, não apenas o nosso mercado interno mas até futuramente mercados externos.
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É claro que isto é um longo caminho. Mas o caminho faz-se fazendo-o. E palmilhando, passo a passo, as etapas para um tecido produtivo mais competitivo e criador de riqueza e empregos. E vão-se adquirindo as competências necessárias para sobreviver a este ambiente cada vez mais competitivo.
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Aqui, na minha forma de ver as coisas, não basta analisar isto em termos agregados. É importante ver como as empresas portuguesas respondem aos desafios e aos mercados em mutação. E se conseguem mostrar ideias e projectos que combatem eficazmente, tanto as concorrência como as mutações dos mercados, poderão indiciar resultados macroeconómicos futuros bastante promissores.
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O caso mais intrigante que eu li no outro dia, por alto, foi a resposta do Grupo Jerónimo Martins ao sda Nestlé, com os seus cafés “expresso” na casa do consumidor. A Jerónimo Martins associou-se a fornecedores e criou um produto bastante competitivo para competir com a Nestlé, que tem estado bastante só nesta mudança de comportamentos dos consumidores. (A Nestlé tem uma estratégia global.) Mas um grupo português conseguiu, num espaço curto de tempo, criar um produto alternativo a este gigante estrangeiro e aparentemente com bastante sucesso.
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O caso dos cafés (e da maquinazinha) da Jerónimo Martins mostra que o nosso tecido produtivo está mais competitivo do que julgamos. Criar um produto alternativo em tão pouco tempo não é fácil e exige competências que o próprio grupo português não tinha. Foi preciso haver capacidade de resposta dos seus fornecedores para criar este produto alternativo em tão pouco tempo. Ou seja, não é apenas uma empresa que tem capacidade de combater um grande produtor estrangeiro (e uma poderosa marca por trás, com elevados recursos para combater no marketing eventuais concorrentes) mas um conjunto de empresas que são capazes de prover a própria Jerónimo Martins.
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Este sucesso da Jerónimo Martins mostra que não estamos perante nichos de excelência mas poderá ser mais vastos estas capacidades competitivas dos portugueses. Poderá ser mais que isso. Poderá mostrar um tecido produtivo bastante capaz de responder às necessidades do mercado. Um dia destes até serão capazes de criar o mesmo produto mas para chá, por exemplo, para determinados segmentos de mercado.
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Há outros sinais interessantes mas acho este da Jerónimo Martins um caso que poderá ser exemplo de algo mais generalizado que está a acontecer: uma revolução económica em Portugal. Vamos ver.
Alguém sabe o que são os consulados?
no site dos resultados eleitorais da Direcção-Geral da Administração Interna surge em primeiro lugar o nº de freguesias apuradas e depois o dos consulados:
4.260 freguesias apuradas de 4.260 (0 por apurar)
60 consulados apurados de 71 (11 por apurar)
Nos Açores a abstenção foi 70%!
Até dá a impressão que os açorianos não querem pertencer a «este» país.
Existe claramente um contensioso entre os Açores e a Presidência da República, e principalmente contra Cavaco.
Um blogue socialista e que alberga independentistas pôs a circular no dia 21 um post curioso:
http.//ardemares.blogspot.com/
Como sabem os Açores têm um marisco muito apreciado chamado «cavaco», e com este pretexto, elaboraram uma receita gastronómica:
«……
3.Coloque o cavaco, de preferência vivo, na cesta e tape a panela.Deixe cozinhar no vapor por 8 minutos sem abrir a tampa da panela;
4.Corte da cabeça ao rabo;
5.Sirva com manteiga «Milhafre» derretida.»
Outro exemplo interessante, embora eu tenha algumas dúvidas que vá vingar em termos comerciais.
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“Transformar óleo usado em velas
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O óleo usado é um resíduo doméstico altamente poluente: um só litro de óleo usado é suscetível de contaminar qualquer coisa como um milhão de litros de água. Infelizmente, a entrega de óleos usados para reciclagem é, a nível doméstico, um relativo fracasso e muito óleo acaba por ser deitado pelo cano abaixo. A nível mundial, cerca de metade dos óleos usados em casa é desperdiçada. A situação é grave: estima-se que a água potencialmente utilizável para consumo humano, que já é muito escassa, diminua 30% nos próximos 30 anos, e uma das (muitas) causas é, justamente, o desperdício dos óleos alimentares usados.
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Cinco portugueses pegaram numa ideia de um deles (Mário Silva, hoje com 34 anos) e, após muitas horas de trabalho, inventaram uma pequena máquina doméstica que, com a ajuda de uma pastilha, transforma – em quatro minutos – aquele resíduo altamente poluente numa bonita vela decorariva de cheiro, que, quando em combustão, tem uma emissão praticamente neutra de dióxido de carbono (ao contrário do que sucede com uma vela normal, que usa parafina). A criação (manual) de velas a partir de óleo usado não é ideia nova: a novidade está na invenção da máquina, que acelera e simplifica radicalmente o processo. Os cinco jovens registaram a patente, criaram uma empresa, foi feito um protótipo da máquina (para cujo desenho houve uma colaboração norueguesa) e esta bela ideia foi apresentada há cerca de ano e meio na Expo’2008, tendo corrido meio mundo.
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A máquina não transforma apenas óleo, mas também azeite usado, mesmo o de enlatados (como de sardinhas em lata). As velas produzidas pela máquina podem ter diferentes cores, aromas e formas. A máquina, do tamanho de uma cafeteira doméstica, é feita de materiais reciclados e recicláveis e tem um consumo de energia muito reduzido.”
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In http://anossaterrinha.blogspot.com/2010/04/transformar-oleo-usado-em-velas.html
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Este é outro exemplo interessante da forma como o nosso tecido produtivo está a evoluir. Embora eu tenha dúvidas da viabilidade comercial desta ideia (demasiado cara mesmo para segmentos de mercado que pretende atingir, na minha opinião pessoal), no entanto é mesmo curioso que uma empresa portuguesa tenha nascido das ideias simples de um tuga e tenha conseguido reunir fornecedores para uma máquina deste tipo.
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Para criar um produto destes, não bastam ideias. Boas ideias. Há todo um conjunto de competências que é necessário reunir para que da maquineta de garagem de um tuga genial nasça para o mercado consumidor. É claro que o preço é um bocado alto, que das duas uma: ou tem margens bastante elevadas (e por ser um nicho novo de mercado, é natural que eles o tentem explorar o máximo que podem) ou o custo de produção da maquina é demasiado elevado, denotando ainda falta de capacidade critica para na produção ultrapassar obstáculos ligados a custos de números pequenos.
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No entanto, este é um exemplo, de uma ideia agressiva que pode muito bem estar a mostrar que, aqui e acolá, começam a surgir competências em Portugal para ir mais além que “produzir para o contentor” e ser dominado pelos canais de distribuição exteriores. Ou seja, em vez de pensar numa ideia para vender a estrangeiros, que iriam comercializar a máquineta, estes portugueses além de ir tentarem eles próprios venderem, querem, aparentemente, dominar o mercado e serem eles a arrecadar os lucros de uma possível bem sucedida ideia.
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Há uns anos atrás era dificil encontrar este tipo de ideias em Portugal que pudessem vingar e dessem génese uma empresa que dominasse este tipo de produtos, desde a concepção ao marketing, distribuição, etc. Mas mesmo que esta empresa não vingue, é algo de novo na mentalidade empresarial. Um pensamento empresarial mais virado para o mercado que meramente aproveitar competências produtivas e vantagens comparativas mais exógenas que endógenas, como os salários baixos dos trabalhadores portugueses.
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Para mim, este tipo de exemplos são sinais de futuros agregados económicos. Vamos ver.
“Existe claramente um contensioso entre os Açores e a Presidência da República, e principalmente contra Cavaco.”
Como diabo é que você depreende, que os abstencionistas dos Açores são contra o Cavaco? Explique-me lá esse fenómeno da inferência estatística que não vem nos manuais e de que você é o exclusivo detentor do seu conhecimento!
Aquilo que as estatísticas me dizem é que ATÉ NOS AÇORES CAVACO GANHOU, com 56.04% dos votos. A única coisa que me diz a abstenção é que foram pessoas que não quiseram votar, ou não puderam por burrice, idiotice e incompetência deste governo marreta que temos. mais nenhuma ilação objectiva poderei tirar daí. Quanto à vitória de Cavaco, também nos Açores, acho que alguém, de seu nome Carlos César, que foi nestas eleições a votos contra Cavaco, esse sim, deveria retirar dos resultados consequências políticas pessoais, mas isso já é outra discussão.
Em primeiro lugar quero dizer que ganhou a minha candidata: a abstenção.
Em segundo digo que faltou nesta campanha o Independente do Paulo Portas, o Jornal das Sextas de Manuela Guedes e o Público do jmf e do seu Cerejo, para ver a minha candidata (abstenção) a aumentar o avanço sobre o candidato seguinte que obteve uma vitorinha.
A minha candidata no seu discurso deixou entendido que o cargo de Presidente da Republica não serve para nada, a não ser mandar umas bocas para o ar, que alguns “apanham” mas que depressa as esquecem.
Já que estamos numa de “thread-hijacking” – que, aliás, Vc. é especialista – seria interessante saber os resultados por sector, i.e., quais os sectores que estão a produzir/exportar (que são coisas distintas) mais e quais menos. O sector de que estou mais próximo – têxtil – tem tido dos melhores anos de sempre (por “sempre” entenda-se nos últimos 10-15 anos) mas não sei resultados efectivos.
“Um sintoma de uma sociedade indiferente à política”
Mas também uma politica (politicos) indiferente à sociedade , porque pensam que podem continuar indefinidamente a mentir e enganar os portugueses , com a preciosa ajuda de uma comunicação social domesticada , sem qualidade e sem coluna vertebral .
Como exemplo último dessa mentira vejamos como são apresentados os resultados das eleições :
Cavaco 52,94%
O que é manifestamente mentira , porque sendo o eleitorado português de 9 629 630 e tendo votado em cavaco apenas 2 230 240 pessoas , ele teve apenas 23,16% do voto favoral dos portugueses . Sendo assim , apenas uma minoria dos portugueses confiaram o seu voto ao cavaco ,não tendo ele a legitimidade que os media pretendem transparecer ao apresentarem os resultados de uma maneira pouco transparente e pouco séria.
Isso de elevada abstenção, não é necessariamente um sintoma de indiferença à política.
Creio que muita gente, mesmo informada politicamente, não foi votar por não se identificar com nenhum dos candidatos, ou porque não valia a pena ir votar, em quem mais se identificava, por saber à priori que ele não ganharia. À partida, os meios disponíveis aos candidatos para a campanha são desiguais, sendo que o actual presidente tinha vantagens que os outros não tiveram.
Por isso a reeleição de um presidente vai sendo norma,
por inércia eleitoral.
Por mim, estou-me nas tintas que Cavaco more no palácio de S. Bento ou no Algarve.
Não necessàriamente… Por mim a abstenção passa por escolha consciente se racionalizada e pela negligência quando renúncia.
A merecer estudo, sempre, e péssimo sinal, SEMPRE, em democracia.
Pelo que vejo a indústria exportadora está a melhorar a olhos vistos (cientificamente falando).
Como a banca está mais que nunca a apertar o crédito às empresas (as outras), direi que quanto mais a banca diminui o crédito mais as empresas exportam.
Chama-se a isto choque exportacional (à falta de melhor palavra)
Viva Portugal.
Notícias do Circo:
Jumbo abre mais quatro postos de combustíveis ‘low cost’
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Haviam de ser mais 100 postos e liquidar a Golpada da galp aos nossos bolsos.
“O sector de que estou mais próximo – têxtil – tem tido dos melhores anos de sempre (por “sempre” entenda-se nos últimos 10-15 anos) mas não sei resultados efectivos.”
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Nem eu. Mas pelos dados que vão sendo divulgados começaram subir as exportações, mesmo com o colapso de algumas empresas. (A última, aquela de Vila do Conde.)
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Outro sinal que existe interesse cada vez maior no sector está na compra da Coelima, JMA e a outra do Almeida pela “private equitie” de António de Sousa. O que até é surpreendente.
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Quanto aos estudos é esperar que a comunidade académica surja com alguns.
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PR, compro tudo feito. lolololololol
Curioso que o Adolfo nos anos 30 também foi eleito com uma percentagem equivalente..não sei quanto terá sido o nível de abstenção..todavia se fosse um referendo o mesmo não era vinculativo..então porque carga de água o há-de ter o Presidente da República?
logo a moral e a ética não contam..
Péssimo sinal, ficar em casinha, no café, na praia (de verão), ou em qualquer outro lado assobiando e deixando os outros escolherem, o voto em branco ainda serve pra alguma coisa.
Por exemplo, outro sinal interessante, está na aposta pessoal de um dos fundadores da Altitude no negócio dos “business angels.” Isto é interessante, fazendo lembrar o que se passou no famoso Silicon Valley, que criadores de negócios “revolucionários”, bem sucedidos, foram apostando na sua experiência em “start ups” para ajudar outras empresas e daí ganhar ainda mais dinheiro. Capitalismo no seu melhor. eehhehehehhe
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Ver isto a acontecer em Coimbra, um local cada vez mais virado para as ditas novas tecnologias (leia-se, novos negócios), é um sinal de uma maturidade de envergadura. Pode potenciar um cluster empresarial de notáveis resultados.
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Se isto são fogachos? Não. Já tinhamos aquele tipo da Gesventure (que deve ter sido o verdadeiro pioneiro neste tipo de aventuras empresariais) e agora temos um dos fundadores da Altitude e até o Américo Amorim tem uma “private equitie” do género. O próprio Grupo Espirito Santo está mesmo envolvido a sério neste tipo de capitalismo, não se limitando a criar prémios mas a investir nestas novas empresas, com novos produtos e serviços.
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Já se começa a ver coisas bastante importantes em Portugal. É algo que deve ser visto com cuidado, sem grandes fanfarras mas que são sinais que algo está a mudar em Portugal.
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E é uma resposta aos comunas, que passam a vida a deitar abaixo a nossa classe empresarial mas vivem num mundo cor-de-rosa, onde acham que a riqueza se cria por decreto, nalgum ministério.
O que é notável, de um ponto de vista de observador, é verificar que, apesar das circunstâncias adversas que vive o mundo empresarial em Portugal, não amado nem acarinhado pelas ditas élites bem-pensantes (sobretudo da capital alfacinha), há coisa boas que estão a surgir. Agora, se isto está a acontecer nestas circunstâncias muito dificeis (um empresário é um autêntico heroi porque ele é a principal vítima do Estado, que tudo faz para o parasitar e criar dificuldades), imagine-se se tivessemos um poder político a sério e minimamente competente. O que seria possível fazer em Portugal? Um milagre económico. Um milagre económico, semelhante ao que a Alemanha fez, que também tendo políticos fracos no topo (como o Schroeder) mas mesmo assim fez uma revolução industrial e empresarial.
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Se Portugal tivesse um governo que tomasse mão no parasito Estado… Ui! Ui! Portugal dava cartas em todos os sentidos. Assim… Pronto. Mesmo assim, faz-se milagres em Portugal, nas empresas.
Caro anti-comuna o único senão é o peso da Indústria e Agricultura.
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Indústria e Agricultura, segundo ouvi recentemente a Medina Carreira, rondam os 28% da nossa economia. Ou seja, por muito que a nossa indústria cresça, e está a crescer bem e cagando para o valor cambial do euro, é como um papa-moscas de 9 gramas a ter de alimentar uma cria de cuco com 100 gramas. O cuco, os serviços, estado e não-transaccionáveis (quase tudo), estão viciados em chular a indústria e não a deixam explodir como ela tem capacidade.
Caro CCZ, infelizmente o peso da ind. e agricultura devem rondar 33% (29% + 4%) mas se bem que pode não chegar para levar o PIB para valores positivos, é no entanto o inicio de uma longa caminhada. Que espero que vá ser seguida, quanto mais, quer os estatistas queiram, ou não, o Estado vai ter que emagarecer. Falta o resto. E o resto é bastante importante e só possível com um novo governo.
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O problema do novo governo é simples. O PPC não me parece ter uma ideia do que é preciso fazer para libertar a economia. Num ápice, passou de “ultraliberal” a defensor do Estado Social em menos de 1 ano de liderança do maior partido da oposição. É claro que até nem surpreende sabendo-se do seu passado político e da sua carreira profissional, ligada precisamente a sectores de actividade rent seeking.
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No entanto, como Vc. bem aponta, há coisas novas a acontecerem. A demonstrar que a nossa classe empresarial não é tão má como a pintam e nem só a banca reune (ideia um bocado falsa inclusivé) a nata dos gestores tugas.
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E claro que dá um gozo do caraças vermos as nossas formiguinhas a serem apontados por alguns no estrangeiro como exemplos a seguir. Falta ainda um grande sucesso internacional (tipo Inditex) para mostrar mesmo que “o que é nacional é bom”. ehehehehehheehh
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Também interessantes são estes dois gráficos, publicados pelo INE. Os bens intermédios parece estarem na linha da frente da forte subida nas encomendas à nossa industria:
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Retirado daqui http://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?look_parentBoui=106789013&att_display=n&att_download=y .
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Estes dois gráficos são mesmo interessantes e até anormais. É algo que não se via disto desde a adesão de Portugal à CEE.
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É verdade que o peso da Ind. no PIB é baixo, mas no Norte… ;))
O que significa esta elevada abstenção?Que a eleição do presidente da República é um assunto que nada acrescenta à vida dos Portugueses? Então para quê existir um Presidente da República?
Uma empresa que agora não está cotada, mas que pode vir a ser apontada como uma espécie de case study tuga é a Efacec. Nos últimos anos está a crescer bastante, com a nossa engenharia a ganhar pontos por todos os mercados que decide abordar.
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Esta noticia é em si mesmo interessante:
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“Efacec uma das primeiras empresas mundiais com carregadores rápidos para veículos eléctricos, certificados pela Associação japonesa CHAdeMO
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A certificação permitiu que os carregadores rápidos Efacec fossem os utilizados no lançamento europeu do novo Nissan Leaf em Lisboa e conduziu à obtenção, da primeira encomenda destes equipamentos para exportação”
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In http://www.efacec.pt/PresentationLayer/efacec_press_01.aspx?tipo=4&area=1&idioma=1&id=298
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É uma área de negócio relativamente nova para eles, mas já conseguiram criar um produto que poderá ser procurado no futuro. Eu pessoalmente não acredito que o mercados dos carros eléctricos vá conseguir vingar mas se o fizer, a Efacec está na linha da frente para prover soluções para este potencial novo mercado.
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Agora, é evidente que há coisas novas a acontecer em Portugal que são bastante promissoras. O Expesso trazia uma noticia que uma equipa cientifica portuguesa tinha conseguido criar as primeiras baterias em papel. À semelhança dos outros produtos que já tinha anunciado. Se estas baterias forem passíveis de comercialização e forem mesmo eficientes, estamos perante uma possível tecnologia disruptora. Isto é, como o peso das baterias é em si mesmo uma barreira a tecnologias que envolvam acumulação de energia a par da subida exponencial dos custos do lithium, por exemplo, estamos perante uma possível solução para bastantes problemas.
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Aqui, depois, o desafio é mesmo pegar nesta ideia do laboratório para o mercado. E se possivel ser feito por tugas. Se tal viesse a acontecer… Ui! Ui! :))
Para se ter uma ideia de como os portugueses podem aspirar a ter saltos empresariais é apreciar esta noticia. (Sobretudo para os antigos amantes do chamado “enduro”.)
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“A empresa AJP Motos, única fabricante de motociclos em Portugal, começou a comercializar a sua produção no Brasil e no princípio de 2011 prepara-se para fazer o mesmo no Japão, disse à Lusa o diretor da empresa.
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A marca está representada em 18 países, com a França a absorver 30 por cento da produção da empresa e a Espanha 15 por cento, mas para António Pinto, diretor da AJP, o Brasil tem potencial para se tornar o principal mercado externo das motos portuguesas.
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«O primeiro contentor de motos que enviámos para lá foi vendido quase numa semana», revelou o empresário.
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Por isso, «pela reação das pessoas e da própria imprensa especializada, acredito que daqui a pouco tempo o Brasil pode vir a ser o nosso principal mercado de exportação», acrescentou.”
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In http://www.destakes.com/redir/5fe5cfb48d18097b345289199b2928ac
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Ora, são este tipo de noticias que nos mostram que há elevada capacidade empresarial em Portugal. E é possível criar produtos que são passíveis de se tornarem verdadeiros embaixadores de Portugal e mostrar que Portugal não é apenas vinhos, azeite e bacalhau, como somos vistos no Brasil. Onde reina uma grande ignorância sobre o Portugal de hoje.
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A mota é bonita, falta saber se é mesmo boa. Mas desconfio que o será. E, por outro lado, conseguiram vender um contentor de motas em apenas uma semana. Com certeza ultrapassando as melhores expectativas do próprio produtor. O que indicia um potencial sucesso comercial para a empresa.
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Para mim, aquilo que Portugal precisa, é voltar à velha ideia do Carlos Tavares de reunir um conjunto de marcas (e empresas) à volta de uma associação, que juntos promovessem a alta perfomance de alguns produtos portugueses, servindo de embaixadores da produção portuguesa. Isto é, mesmo que essa associação fosse bastante heterogenea nos seus elementos, mas juntos dessem uma imagem no exterior de Portugal, de produtos e serviços de alta qualidade, a preços convidativos e de elevada modernidade. Porque Portugal tem um défice de imagem que depois cria obstáculos aos produtores nacionais e lhes faz perder valor, em vez de acrescentar. Isto é, associar Portugal ao que de melhor se vai fazendo pelo mundo e tentar criar valor com a mudança de imagem do país, no exterior. E não apenas junto dos opinion makers, mas consumidores, multinacionais e até concorrentes.
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É pena que não exista na AEP uma ideia semelhante à tal “compre o que é nosso” mas para o mercado exterior. Para Portugal deixar de ser visto como país de mão-de-obra barata, produto de baixa qualidade e de baixo valor acrescentado
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Mas, quem sabe? Pode ser que os portugueses se unam um bocadinho e pensem efectuar promoções externas, no sentido de acrescentar valor ao que é produzido em Portugal. Nunca se sabe. Pode ser que a mentalidade tuga mude. ehehehehehhehhehh
Espera aí. Há 9 629 630 eleitores inscritos?
Deixa fazer as contas…
Segundo o INE, há 8 600 000 residentes com mais de 18 anos. Mas destes, 400 000 são estrangeiros. Ou seja, no máximo há, em Portugal, 8 200 000 eleitores vivos! Logo, taxa de abstenção real é de 45% e não de 53%.
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Mas devemos ainda considerar que 200 000 eleitores emigraram recentemente (estimativa bem por baixo). Portanto, 44% de abstenção.
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Temos ainda uns 2 000 000 com mais de 65 anos, dos quais 25%, por razões de saúde e mobilidade não foi votar. Logo, 40% de abstenção.
Menos 2 ou 3% de pessoas que abdicaram de votar porque lhes mudaram a freguesia de voto (foi o meu caso, mas votei) ou simplesmente lhes alteraram o número de eleitor. Tudo somado não é assim tão grave.
E se virmos bem, nas legislativas, onde a taxa de abstenção ronda os 35%, na verdade a taxa real está nos 25%…
Enquanto Chico Silva não é fuzilado pelo Comité Central do PCP com duas Purdeys por graves desvios à doutrina progressista e anti-burguesa, além de ter sido tentado pelo grande capital sem oferecer resistência, e ter contribuído para um importante avanço da direita retrógrada e vingativa, inimiga das votações de braço no ar e dos Trabant, proponho camaradas um enterro digno para esse grande exemplo do esforço do proletariado por uma sociedade mais justa e solidária.
É muito triste ver tanta gente desinteressada… E mais grave: daqui a um ano (ou menos), são estas pessoas que não votaram que vem para as ruas protestar contra PM, PRs, etc…. quando na verdade, nem sequer votaram e, são, sem sombra de dúvidas, os principais responsáveis….
Julgava que o blog teria mais seriedade, ao menos, mais piada.
Vim a julgar que as eleições iriam ser mais sérias, mais elucidativa.
Julgava que durante a minha ausência Portugal iria tornar-se mais bonito, mais arranjado e limpo.
Não.
Afinal, está em tudo menos excepto na malcriação, pois está cada vez mais mal educado.
Não presta, é um país podre.
Vou-me embora, como estava previsto – o trabalho espera-me -, e não vou perder tempo a vir ao Blasfêmeas. A Portugal, logo se vê.
Adeus.
ao cuidado de Anti-comuna:
Indústria: encomendas aceleram 2,1% na Zona Euro e 9,1% em Portugal
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Caro Campos de Minas, esse resultado que o Vc. apresenta tem pouco significado, em termos de análise. Variações mensais, no caso português, não são uma boa referência sobre uma futura actividade industrial. É melhor usar variações homólogas.
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E a variação homóloga é ainda mais espectacular:
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“Total manufacturing working on orders rose in all Member States for which data are available. The highest increases were registered in Estonia (+59.2%), Lithuania (+56.9%) and Portugal (+51.4%), and the lowest in Denmark (+1.0%), Greece (+6.5%) and Poland (+8.5%).”
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In http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_PUBLIC/4-24012011-AP/EN/4-24012011-AP-EN.PDF
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Este resultado conseguido por Portugal é ainda mais interessante se tivermos em conta que é uma aceleração face ao mês anterior. (Variações homólogas de Outubro e Novembro.) Indiciando que a aceleração ainda poderá continuar, embora, claro, torna-se um bocado surpreendente e até um desafio para a nossa indústria conseguir prover as encomendas recebidas.
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Se pelo menos este nível de ordens se mantiver (nem precisa de acelerar mais, note), é provável que até o investimento dispare, para aumentar a capacidade de produção, logo criar mais empregos e trazer um crescimento económico mais saudável. Ou melhor, uma dinâmica das várias componentes do PIB mais saudável, com a produção e o investimento a tomarem o lugar do consumo como líderes do ciclo económico.
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Mas não deitemos foguetes antes da festa. Vamos esperar para ver. Em todo o caso, são grandes resultados, que nos podem animar um bocado. Se este nível de encomendas se mantiver durante alguns trimestres (se acelerar mais, encantadinhos da silva), poderemos estar perante um milagre económico português em perspectiva.
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Mas não deitemos já os foguetes e esperemos pelos próximos meses. Mas é bastante animador. Muito mesmo.
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Há outros dados interessantes que importa analisar com calma, porque poderá estar a acontecer algo bastante importante para Portugal. Os consumidores portugueses podem estar a apostar numa mudança de comportamento que poderá também trazer grandes resultados económicos e melhorar as nossas perspectivas em termos do futuro. Ponha-se os olhos nesta noticia:
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“O consumo das marcas próprias da grande distribuição aumentou em Portugal nos piores anos da crise, em 2008 e 2009, e actualmente representa 25% do mercado alimentar, segundo a associação das empresas de distribuição (APED)”
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In http://www.oje.pt/noticias/economia/consumo-das-marcas-proprias-aumentou-nos-piores-anos-da-crise-diz-aped
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Isto o que indicia é que as marcas ditas brancas dos grandes grupos de distribuição estão a ganhar muitas quotas de mercado a outras marcas. Segundo um familiar meu que trabalha num destes grupos, há duas novas tendências que ele refere estar a acontecer. Aumento do consumo das tais marcas brancas e aumento do consumo de produtos portugueses, com o tal Pezinho, que é o símbolo da campanha da AEP, para consumir produto nacional.
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Estes dois novos fenómenos têm importantes repercussões no nosso tecido produtivo por isto. É claro que consumir produto português é desde logo um aumento da actividade económica em Portugal, e uma substituição das importações. No caso das marcas ditas brancas dos grandes grupos, na verdade os dois portugueses, JM e Sonae, parte das suas encomendas são feitas a produtores portugueses. O que sobe ainda mais o nosso nivel produtivo.
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No caso das ditas marcas brancas, parece que os nossos grupos descobriram que prover as suas necessidades com produtores nacionais, além de melhorarem as suas margens, cria um relacionamento com fornecedores mais fiáveis, fléxiveis e mais dispostos a trabalharem em colaboração com os nossos grupos, no sentido de criar produtos que não sejam méras cópias das marcas estabelecidas. Estas parcerias (como o Clube Sonae, salvo erro, como exemplo) trazem ganhos elevados, não apenas aos nossos grupos de distribuição mas também às nossas empresas, que ganham assim uma experiência importante para aprenderem a produzir para mercados bastante dinâmicos.
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Perante esta possível mudança de atitude dos portugueses (tanto a nível de consumidores como produtores e distribuidores) é possível que seja possível melhorar bastante os termos de troca com o exterior, com importantes reflexos a nível do endividamento do país, do crescimento económico, investimento, empregos, etc.
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O facto das marcas portugueses se associarem à tal campanha da AEP e parecer estarem a terem ganhos com essa forma de marketing (era preciso estudos sobre os resultados desta iniciativa), também poderá ser o resultado da forte aposta das empresas portuguesas em marcas próprias, melhorias no seu marketing e melhorias na capacidade de resposta às dinâmicas dos consumidores e não tanto dos clientes empresariais. Isto poderá querer dizer que as empresas portuguesas estão a conseguir ultrapassar as crónicas dificuldades em saber vender, posicionar produtos e serviços, apostar em melhores canais de distribuição, etc. E poderá indiciar também que o consumidor português está ciente que uma das formas de baixar o endividamento nacional e melhorar o emprego é consumir produto nacional. Talvez nestas horas de dificuldades, haja consumidores que estão dispostos a sacrificarem para que Portugal se salve. É algo que deveria ser estudado também.
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É por este tipo de resultados que estou moderadamente optimista para Portugal, ao contrário da generalidade dos analistas e comentadores. Há coisas que estão a mudar em Portugal que poderão catapultar um maior crescimento económico.
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Vamos ver. Mas que é interessante e satisfatório ver sair este tipo de dados, é. Agora vamos esperar que os portugueses consigam dar a volta por cima e consigam responder bem a estas horas dificeis que o país vive.
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Depois de uma campanha eleitoral animada, a grande vantagem de qualquer eleição democrática é a de o povo sair, finalmente, da sala de estar dos políticos. É uma sensação de alívio que alguns eleitos descrevem como semelhante ao momento em que uma dor intensa, por qualquer razão obscura, termina.
(…) Depois de qualquer eleição a sensação dos políticos – quer tenham perdido quer tenham ganho – é a de que o povo mais profundo acaba de entrar todo num comboio, dirigindo-se, compactamente, para uma terra distante. Esse povo voltará apenas, no mesmo comboio, nas semanas que antecedem a eleição seguinte.
Esse intervalo temporal é indispensável para que o político tenha tempo para transformar, delicadamente, o ódio ou a indiferença em nova paixão genuína.
Gonçalo M. Tavares
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Para mim, os resultados aparentes que a iniciativa da AEP estão a ter, poderá mostrar algo que eu já tenho comentado por aqui. O nosso tecido produtivo está mais competitivo do que parece à primeira vista. E nem vou falar do curioso exemplo do sector dos móveis, que parece estar a exportar mais do que nunca. Os últimos dados que eu li, o sector do mobiliário exportou mais 30% que em 2009, nos três primeiros trimestres de 2010. Não me parece que tenham baixado esta dinâmica nos últimos três meses do ano, pelo contrário, deve ter acelerado.
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Ao ler isto noto que o nosso tecido produtivo está a responder de uma forma positiva aos seus desafios:
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Click to access aep_dezembro.pdf
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A inciciativa da AEP já conta com 500 empreas, mas é de realçar o número de marcas: 1750. Ou seja, cada vez mais empresas apostam em marcas próprias e segmentam-se. Já não se limitam a produzir mas a aprender a vender, colhendo estas empresas experiências importantes para ganharem aptidões para trabalharem melhor, não apenas o nosso mercado interno mas até futuramente mercados externos.
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É claro que isto é um longo caminho. Mas o caminho faz-se fazendo-o. E palmilhando, passo a passo, as etapas para um tecido produtivo mais competitivo e criador de riqueza e empregos. E vão-se adquirindo as competências necessárias para sobreviver a este ambiente cada vez mais competitivo.
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Aqui, na minha forma de ver as coisas, não basta analisar isto em termos agregados. É importante ver como as empresas portuguesas respondem aos desafios e aos mercados em mutação. E se conseguem mostrar ideias e projectos que combatem eficazmente, tanto as concorrência como as mutações dos mercados, poderão indiciar resultados macroeconómicos futuros bastante promissores.
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O caso mais intrigante que eu li no outro dia, por alto, foi a resposta do Grupo Jerónimo Martins ao sda Nestlé, com os seus cafés “expresso” na casa do consumidor. A Jerónimo Martins associou-se a fornecedores e criou um produto bastante competitivo para competir com a Nestlé, que tem estado bastante só nesta mudança de comportamentos dos consumidores. (A Nestlé tem uma estratégia global.) Mas um grupo português conseguiu, num espaço curto de tempo, criar um produto alternativo a este gigante estrangeiro e aparentemente com bastante sucesso.
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O caso dos cafés (e da maquinazinha) da Jerónimo Martins mostra que o nosso tecido produtivo está mais competitivo do que julgamos. Criar um produto alternativo em tão pouco tempo não é fácil e exige competências que o próprio grupo português não tinha. Foi preciso haver capacidade de resposta dos seus fornecedores para criar este produto alternativo em tão pouco tempo. Ou seja, não é apenas uma empresa que tem capacidade de combater um grande produtor estrangeiro (e uma poderosa marca por trás, com elevados recursos para combater no marketing eventuais concorrentes) mas um conjunto de empresas que são capazes de prover a própria Jerónimo Martins.
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Este sucesso da Jerónimo Martins mostra que não estamos perante nichos de excelência mas poderá ser mais vastos estas capacidades competitivas dos portugueses. Poderá ser mais que isso. Poderá mostrar um tecido produtivo bastante capaz de responder às necessidades do mercado. Um dia destes até serão capazes de criar o mesmo produto mas para chá, por exemplo, para determinados segmentos de mercado.
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Há outros sinais interessantes mas acho este da Jerónimo Martins um caso que poderá ser exemplo de algo mais generalizado que está a acontecer: uma revolução económica em Portugal. Vamos ver.
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Alguém sabe o que são os consulados?
no site dos resultados eleitorais da Direcção-Geral da Administração Interna surge em primeiro lugar o nº de freguesias apuradas e depois o dos consulados:
4.260 freguesias apuradas de 4.260 (0 por apurar)
60 consulados apurados de 71 (11 por apurar)
Alguma novidade que alguém está a testar?
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pois é. ” voto útil , voto no mal menor”..melhor abster-se ou votar nulo/branco que ir nessa conversa.
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Nos Açores a abstenção foi 70%!
Até dá a impressão que os açorianos não querem pertencer a «este» país.
Existe claramente um contensioso entre os Açores e a Presidência da República, e principalmente contra Cavaco.
Um blogue socialista e que alberga independentistas pôs a circular no dia 21 um post curioso:
http.//ardemares.blogspot.com/
Como sabem os Açores têm um marisco muito apreciado chamado «cavaco», e com este pretexto, elaboraram uma receita gastronómica:
«……
3.Coloque o cavaco, de preferência vivo, na cesta e tape a panela.Deixe cozinhar no vapor por 8 minutos sem abrir a tampa da panela;
4.Corte da cabeça ao rabo;
5.Sirva com manteiga «Milhafre» derretida.»
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Outro exemplo interessante, embora eu tenha algumas dúvidas que vá vingar em termos comerciais.
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“Transformar óleo usado em velas
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O óleo usado é um resíduo doméstico altamente poluente: um só litro de óleo usado é suscetível de contaminar qualquer coisa como um milhão de litros de água. Infelizmente, a entrega de óleos usados para reciclagem é, a nível doméstico, um relativo fracasso e muito óleo acaba por ser deitado pelo cano abaixo. A nível mundial, cerca de metade dos óleos usados em casa é desperdiçada. A situação é grave: estima-se que a água potencialmente utilizável para consumo humano, que já é muito escassa, diminua 30% nos próximos 30 anos, e uma das (muitas) causas é, justamente, o desperdício dos óleos alimentares usados.
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Cinco portugueses pegaram numa ideia de um deles (Mário Silva, hoje com 34 anos) e, após muitas horas de trabalho, inventaram uma pequena máquina doméstica que, com a ajuda de uma pastilha, transforma – em quatro minutos – aquele resíduo altamente poluente numa bonita vela decorariva de cheiro, que, quando em combustão, tem uma emissão praticamente neutra de dióxido de carbono (ao contrário do que sucede com uma vela normal, que usa parafina). A criação (manual) de velas a partir de óleo usado não é ideia nova: a novidade está na invenção da máquina, que acelera e simplifica radicalmente o processo. Os cinco jovens registaram a patente, criaram uma empresa, foi feito um protótipo da máquina (para cujo desenho houve uma colaboração norueguesa) e esta bela ideia foi apresentada há cerca de ano e meio na Expo’2008, tendo corrido meio mundo.
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A máquina não transforma apenas óleo, mas também azeite usado, mesmo o de enlatados (como de sardinhas em lata). As velas produzidas pela máquina podem ter diferentes cores, aromas e formas. A máquina, do tamanho de uma cafeteira doméstica, é feita de materiais reciclados e recicláveis e tem um consumo de energia muito reduzido.”
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In http://anossaterrinha.blogspot.com/2010/04/transformar-oleo-usado-em-velas.html
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Este é outro exemplo interessante da forma como o nosso tecido produtivo está a evoluir. Embora eu tenha dúvidas da viabilidade comercial desta ideia (demasiado cara mesmo para segmentos de mercado que pretende atingir, na minha opinião pessoal), no entanto é mesmo curioso que uma empresa portuguesa tenha nascido das ideias simples de um tuga e tenha conseguido reunir fornecedores para uma máquina deste tipo.
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Para criar um produto destes, não bastam ideias. Boas ideias. Há todo um conjunto de competências que é necessário reunir para que da maquineta de garagem de um tuga genial nasça para o mercado consumidor. É claro que o preço é um bocado alto, que das duas uma: ou tem margens bastante elevadas (e por ser um nicho novo de mercado, é natural que eles o tentem explorar o máximo que podem) ou o custo de produção da maquina é demasiado elevado, denotando ainda falta de capacidade critica para na produção ultrapassar obstáculos ligados a custos de números pequenos.
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No entanto, este é um exemplo, de uma ideia agressiva que pode muito bem estar a mostrar que, aqui e acolá, começam a surgir competências em Portugal para ir mais além que “produzir para o contentor” e ser dominado pelos canais de distribuição exteriores. Ou seja, em vez de pensar numa ideia para vender a estrangeiros, que iriam comercializar a máquineta, estes portugueses além de ir tentarem eles próprios venderem, querem, aparentemente, dominar o mercado e serem eles a arrecadar os lucros de uma possível bem sucedida ideia.
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Há uns anos atrás era dificil encontrar este tipo de ideias em Portugal que pudessem vingar e dessem génese uma empresa que dominasse este tipo de produtos, desde a concepção ao marketing, distribuição, etc. Mas mesmo que esta empresa não vingue, é algo de novo na mentalidade empresarial. Um pensamento empresarial mais virado para o mercado que meramente aproveitar competências produtivas e vantagens comparativas mais exógenas que endógenas, como os salários baixos dos trabalhadores portugueses.
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Para mim, este tipo de exemplos são sinais de futuros agregados económicos. Vamos ver.
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Caro Arlindo,
“Existe claramente um contensioso entre os Açores e a Presidência da República, e principalmente contra Cavaco.”
Como diabo é que você depreende, que os abstencionistas dos Açores são contra o Cavaco? Explique-me lá esse fenómeno da inferência estatística que não vem nos manuais e de que você é o exclusivo detentor do seu conhecimento!
Aquilo que as estatísticas me dizem é que ATÉ NOS AÇORES CAVACO GANHOU, com 56.04% dos votos. A única coisa que me diz a abstenção é que foram pessoas que não quiseram votar, ou não puderam por burrice, idiotice e incompetência deste governo marreta que temos. mais nenhuma ilação objectiva poderei tirar daí. Quanto à vitória de Cavaco, também nos Açores, acho que alguém, de seu nome Carlos César, que foi nestas eleições a votos contra Cavaco, esse sim, deveria retirar dos resultados consequências políticas pessoais, mas isso já é outra discussão.
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Em primeiro lugar quero dizer que ganhou a minha candidata: a abstenção.
Em segundo digo que faltou nesta campanha o Independente do Paulo Portas, o Jornal das Sextas de Manuela Guedes e o Público do jmf e do seu Cerejo, para ver a minha candidata (abstenção) a aumentar o avanço sobre o candidato seguinte que obteve uma vitorinha.
A minha candidata no seu discurso deixou entendido que o cargo de Presidente da Republica não serve para nada, a não ser mandar umas bocas para o ar, que alguns “apanham” mas que depressa as esquecem.
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Caro A-C,
Já que estamos numa de “thread-hijacking” – que, aliás, Vc. é especialista – seria interessante saber os resultados por sector, i.e., quais os sectores que estão a produzir/exportar (que são coisas distintas) mais e quais menos. O sector de que estou mais próximo – têxtil – tem tido dos melhores anos de sempre (por “sempre” entenda-se nos últimos 10-15 anos) mas não sei resultados efectivos.
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“Um sintoma de uma sociedade indiferente à política”
Mas também uma politica (politicos) indiferente à sociedade , porque pensam que podem continuar indefinidamente a mentir e enganar os portugueses , com a preciosa ajuda de uma comunicação social domesticada , sem qualidade e sem coluna vertebral .
Como exemplo último dessa mentira vejamos como são apresentados os resultados das eleições :
Cavaco 52,94%
O que é manifestamente mentira , porque sendo o eleitorado português de 9 629 630 e tendo votado em cavaco apenas 2 230 240 pessoas , ele teve apenas 23,16% do voto favoral dos portugueses . Sendo assim , apenas uma minoria dos portugueses confiaram o seu voto ao cavaco ,não tendo ele a legitimidade que os media pretendem transparecer ao apresentarem os resultados de uma maneira pouco transparente e pouco séria.
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Isso de elevada abstenção, não é necessariamente um sintoma de indiferença à política.
Creio que muita gente, mesmo informada politicamente, não foi votar por não se identificar com nenhum dos candidatos, ou porque não valia a pena ir votar, em quem mais se identificava, por saber à priori que ele não ganharia. À partida, os meios disponíveis aos candidatos para a campanha são desiguais, sendo que o actual presidente tinha vantagens que os outros não tiveram.
Por isso a reeleição de um presidente vai sendo norma,
por inércia eleitoral.
Por mim, estou-me nas tintas que Cavaco more no palácio de S. Bento ou no Algarve.
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Caro Castanheira,
Esse tipo de comentários tem um site próprio de depósito.
http://www.anedotas.rir.com.pt/
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O Anti-comuna é empresário de quê? O que é que produz? Quanto é que vende? Quanto é que exporta?
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Não necessàriamente… Por mim a abstenção passa por escolha consciente se racionalizada e pela negligência quando renúncia.
A merecer estudo, sempre, e péssimo sinal, SEMPRE, em democracia.
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não é bom nem mau sinal. É um facto.
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Pelo que vejo a indústria exportadora está a melhorar a olhos vistos (cientificamente falando).
Como a banca está mais que nunca a apertar o crédito às empresas (as outras), direi que quanto mais a banca diminui o crédito mais as empresas exportam.
Chama-se a isto choque exportacional (à falta de melhor palavra)
Viva Portugal.
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Notícias do Circo:
Jumbo abre mais quatro postos de combustíveis ‘low cost’
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Haviam de ser mais 100 postos e liquidar a Golpada da galp aos nossos bolsos.
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Não era expectável que os JUROS DESCESSEM com a vitória do Prof. Cavaco?
Alguém pode ajudar este contribuinte e investidor em certificados de aforro?
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A sociedade pode estar indiferente à política.
Mas que é enra**** por ela, não há dúvida.
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Caro Lima ,
são números e esses não enganam . Tem é que saber fazer contas !
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“O sector de que estou mais próximo – têxtil – tem tido dos melhores anos de sempre (por “sempre” entenda-se nos últimos 10-15 anos) mas não sei resultados efectivos.”
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Nem eu. Mas pelos dados que vão sendo divulgados começaram subir as exportações, mesmo com o colapso de algumas empresas. (A última, aquela de Vila do Conde.)
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Outro sinal que existe interesse cada vez maior no sector está na compra da Coelima, JMA e a outra do Almeida pela “private equitie” de António de Sousa. O que até é surpreendente.
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Quanto aos estudos é esperar que a comunidade académica surja com alguns.
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PR, compro tudo feito. lolololololol
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Curioso que o Adolfo nos anos 30 também foi eleito com uma percentagem equivalente..não sei quanto terá sido o nível de abstenção..todavia se fosse um referendo o mesmo não era vinculativo..então porque carga de água o há-de ter o Presidente da República?
logo a moral e a ética não contam..
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Péssimo sinal, ficar em casinha, no café, na praia (de verão), ou em qualquer outro lado assobiando e deixando os outros escolherem, o voto em branco ainda serve pra alguma coisa.
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Assino por baixo.
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Por exemplo, outro sinal interessante, está na aposta pessoal de um dos fundadores da Altitude no negócio dos “business angels.” Isto é interessante, fazendo lembrar o que se passou no famoso Silicon Valley, que criadores de negócios “revolucionários”, bem sucedidos, foram apostando na sua experiência em “start ups” para ajudar outras empresas e daí ganhar ainda mais dinheiro. Capitalismo no seu melhor. eehhehehehhe
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Ver isto a acontecer em Coimbra, um local cada vez mais virado para as ditas novas tecnologias (leia-se, novos negócios), é um sinal de uma maturidade de envergadura. Pode potenciar um cluster empresarial de notáveis resultados.
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Se isto são fogachos? Não. Já tinhamos aquele tipo da Gesventure (que deve ter sido o verdadeiro pioneiro neste tipo de aventuras empresariais) e agora temos um dos fundadores da Altitude e até o Américo Amorim tem uma “private equitie” do género. O próprio Grupo Espirito Santo está mesmo envolvido a sério neste tipo de capitalismo, não se limitando a criar prémios mas a investir nestas novas empresas, com novos produtos e serviços.
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Já se começa a ver coisas bastante importantes em Portugal. É algo que deve ser visto com cuidado, sem grandes fanfarras mas que são sinais que algo está a mudar em Portugal.
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E é uma resposta aos comunas, que passam a vida a deitar abaixo a nossa classe empresarial mas vivem num mundo cor-de-rosa, onde acham que a riqueza se cria por decreto, nalgum ministério.
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O que é notável, de um ponto de vista de observador, é verificar que, apesar das circunstâncias adversas que vive o mundo empresarial em Portugal, não amado nem acarinhado pelas ditas élites bem-pensantes (sobretudo da capital alfacinha), há coisa boas que estão a surgir. Agora, se isto está a acontecer nestas circunstâncias muito dificeis (um empresário é um autêntico heroi porque ele é a principal vítima do Estado, que tudo faz para o parasitar e criar dificuldades), imagine-se se tivessemos um poder político a sério e minimamente competente. O que seria possível fazer em Portugal? Um milagre económico. Um milagre económico, semelhante ao que a Alemanha fez, que também tendo políticos fracos no topo (como o Schroeder) mas mesmo assim fez uma revolução industrial e empresarial.
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Se Portugal tivesse um governo que tomasse mão no parasito Estado… Ui! Ui! Portugal dava cartas em todos os sentidos. Assim… Pronto. Mesmo assim, faz-se milagres em Portugal, nas empresas.
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Caro anti-comuna o único senão é o peso da Indústria e Agricultura.
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Indústria e Agricultura, segundo ouvi recentemente a Medina Carreira, rondam os 28% da nossa economia. Ou seja, por muito que a nossa indústria cresça, e está a crescer bem e cagando para o valor cambial do euro, é como um papa-moscas de 9 gramas a ter de alimentar uma cria de cuco com 100 gramas. O cuco, os serviços, estado e não-transaccionáveis (quase tudo), estão viciados em chular a indústria e não a deixam explodir como ela tem capacidade.
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Caro anti-comuna,
E quando multinacionais europeias começam a convidar empresários portugueses para assumirem a representação das suas marcas no mercado espanhol.
Que gozo!
Que privilégio para mim assistir a estes momentos históricos!!!
E convidam-nos porque criaram modelos de negócio tão, tão inteligentes!!!
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Caro CCZ, infelizmente o peso da ind. e agricultura devem rondar 33% (29% + 4%) mas se bem que pode não chegar para levar o PIB para valores positivos, é no entanto o inicio de uma longa caminhada. Que espero que vá ser seguida, quanto mais, quer os estatistas queiram, ou não, o Estado vai ter que emagarecer. Falta o resto. E o resto é bastante importante e só possível com um novo governo.


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O problema do novo governo é simples. O PPC não me parece ter uma ideia do que é preciso fazer para libertar a economia. Num ápice, passou de “ultraliberal” a defensor do Estado Social em menos de 1 ano de liderança do maior partido da oposição. É claro que até nem surpreende sabendo-se do seu passado político e da sua carreira profissional, ligada precisamente a sectores de actividade rent seeking.
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No entanto, como Vc. bem aponta, há coisas novas a acontecerem. A demonstrar que a nossa classe empresarial não é tão má como a pintam e nem só a banca reune (ideia um bocado falsa inclusivé) a nata dos gestores tugas.
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E claro que dá um gozo do caraças vermos as nossas formiguinhas a serem apontados por alguns no estrangeiro como exemplos a seguir. Falta ainda um grande sucesso internacional (tipo Inditex) para mostrar mesmo que “o que é nacional é bom”. ehehehehehheehh
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Também interessantes são estes dois gráficos, publicados pelo INE. Os bens intermédios parece estarem na linha da frente da forte subida nas encomendas à nossa industria:
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Retirado daqui http://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?look_parentBoui=106789013&att_display=n&att_download=y .
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Estes dois gráficos são mesmo interessantes e até anormais. É algo que não se via disto desde a adesão de Portugal à CEE.
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É verdade que o peso da Ind. no PIB é baixo, mas no Norte… ;))
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O que significa esta elevada abstenção?Que a eleição do presidente da República é um assunto que nada acrescenta à vida dos Portugueses? Então para quê existir um Presidente da República?
http://saudeeportugal.blogspot.com/2011/01/abstencao.html
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Uma empresa que agora não está cotada, mas que pode vir a ser apontada como uma espécie de case study tuga é a Efacec. Nos últimos anos está a crescer bastante, com a nossa engenharia a ganhar pontos por todos os mercados que decide abordar.
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Esta noticia é em si mesmo interessante:
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“Efacec uma das primeiras empresas mundiais com carregadores rápidos para veículos eléctricos, certificados pela Associação japonesa CHAdeMO
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A certificação permitiu que os carregadores rápidos Efacec fossem os utilizados no lançamento europeu do novo Nissan Leaf em Lisboa e conduziu à obtenção, da primeira encomenda destes equipamentos para exportação”
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In http://www.efacec.pt/PresentationLayer/efacec_press_01.aspx?tipo=4&area=1&idioma=1&id=298
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É uma área de negócio relativamente nova para eles, mas já conseguiram criar um produto que poderá ser procurado no futuro. Eu pessoalmente não acredito que o mercados dos carros eléctricos vá conseguir vingar mas se o fizer, a Efacec está na linha da frente para prover soluções para este potencial novo mercado.
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Agora, é evidente que há coisas novas a acontecer em Portugal que são bastante promissoras. O Expesso trazia uma noticia que uma equipa cientifica portuguesa tinha conseguido criar as primeiras baterias em papel. À semelhança dos outros produtos que já tinha anunciado. Se estas baterias forem passíveis de comercialização e forem mesmo eficientes, estamos perante uma possível tecnologia disruptora. Isto é, como o peso das baterias é em si mesmo uma barreira a tecnologias que envolvam acumulação de energia a par da subida exponencial dos custos do lithium, por exemplo, estamos perante uma possível solução para bastantes problemas.
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Aqui, depois, o desafio é mesmo pegar nesta ideia do laboratório para o mercado. E se possivel ser feito por tugas. Se tal viesse a acontecer… Ui! Ui! :))
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Para se ter uma ideia de como os portugueses podem aspirar a ter saltos empresariais é apreciar esta noticia. (Sobretudo para os antigos amantes do chamado “enduro”.)
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“A empresa AJP Motos, única fabricante de motociclos em Portugal, começou a comercializar a sua produção no Brasil e no princípio de 2011 prepara-se para fazer o mesmo no Japão, disse à Lusa o diretor da empresa.
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A marca está representada em 18 países, com a França a absorver 30 por cento da produção da empresa e a Espanha 15 por cento, mas para António Pinto, diretor da AJP, o Brasil tem potencial para se tornar o principal mercado externo das motos portuguesas.
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«O primeiro contentor de motos que enviámos para lá foi vendido quase numa semana», revelou o empresário.
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Por isso, «pela reação das pessoas e da própria imprensa especializada, acredito que daqui a pouco tempo o Brasil pode vir a ser o nosso principal mercado de exportação», acrescentou.”
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In http://www.destakes.com/redir/5fe5cfb48d18097b345289199b2928ac
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Ora, são este tipo de noticias que nos mostram que há elevada capacidade empresarial em Portugal. E é possível criar produtos que são passíveis de se tornarem verdadeiros embaixadores de Portugal e mostrar que Portugal não é apenas vinhos, azeite e bacalhau, como somos vistos no Brasil. Onde reina uma grande ignorância sobre o Portugal de hoje.
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A mota é bonita, falta saber se é mesmo boa. Mas desconfio que o será. E, por outro lado, conseguiram vender um contentor de motas em apenas uma semana. Com certeza ultrapassando as melhores expectativas do próprio produtor. O que indicia um potencial sucesso comercial para a empresa.
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Para mim, aquilo que Portugal precisa, é voltar à velha ideia do Carlos Tavares de reunir um conjunto de marcas (e empresas) à volta de uma associação, que juntos promovessem a alta perfomance de alguns produtos portugueses, servindo de embaixadores da produção portuguesa. Isto é, mesmo que essa associação fosse bastante heterogenea nos seus elementos, mas juntos dessem uma imagem no exterior de Portugal, de produtos e serviços de alta qualidade, a preços convidativos e de elevada modernidade. Porque Portugal tem um défice de imagem que depois cria obstáculos aos produtores nacionais e lhes faz perder valor, em vez de acrescentar. Isto é, associar Portugal ao que de melhor se vai fazendo pelo mundo e tentar criar valor com a mudança de imagem do país, no exterior. E não apenas junto dos opinion makers, mas consumidores, multinacionais e até concorrentes.
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É pena que não exista na AEP uma ideia semelhante à tal “compre o que é nosso” mas para o mercado exterior. Para Portugal deixar de ser visto como país de mão-de-obra barata, produto de baixa qualidade e de baixo valor acrescentado
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Mas, quem sabe? Pode ser que os portugueses se unam um bocadinho e pensem efectuar promoções externas, no sentido de acrescentar valor ao que é produzido em Portugal. Nunca se sabe. Pode ser que a mentalidade tuga mude. ehehehehehhehhehh
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Espera aí. Há 9 629 630 eleitores inscritos?
Deixa fazer as contas…
Segundo o INE, há 8 600 000 residentes com mais de 18 anos. Mas destes, 400 000 são estrangeiros. Ou seja, no máximo há, em Portugal, 8 200 000 eleitores vivos! Logo, taxa de abstenção real é de 45% e não de 53%.
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Mas devemos ainda considerar que 200 000 eleitores emigraram recentemente (estimativa bem por baixo). Portanto, 44% de abstenção.
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Temos ainda uns 2 000 000 com mais de 65 anos, dos quais 25%, por razões de saúde e mobilidade não foi votar. Logo, 40% de abstenção.
Menos 2 ou 3% de pessoas que abdicaram de votar porque lhes mudaram a freguesia de voto (foi o meu caso, mas votei) ou simplesmente lhes alteraram o número de eleitor. Tudo somado não é assim tão grave.
E se virmos bem, nas legislativas, onde a taxa de abstenção ronda os 35%, na verdade a taxa real está nos 25%…
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pelo contrário. Está tão interessada que não encontra ninguém em quem votar.
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Enquanto Chico Silva não é fuzilado pelo Comité Central do PCP com duas Purdeys por graves desvios à doutrina progressista e anti-burguesa, além de ter sido tentado pelo grande capital sem oferecer resistência, e ter contribuído para um importante avanço da direita retrógrada e vingativa, inimiga das votações de braço no ar e dos Trabant, proponho camaradas um enterro digno para esse grande exemplo do esforço do proletariado por uma sociedade mais justa e solidária.
Podem votar aqui:
http://www.goodbyelenin.ru
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É muito triste ver tanta gente desinteressada… E mais grave: daqui a um ano (ou menos), são estas pessoas que não votaram que vem para as ruas protestar contra PM, PRs, etc…. quando na verdade, nem sequer votaram e, são, sem sombra de dúvidas, os principais responsáveis….
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Julgava que o blog teria mais seriedade, ao menos, mais piada.
Vim a julgar que as eleições iriam ser mais sérias, mais elucidativa.
Julgava que durante a minha ausência Portugal iria tornar-se mais bonito, mais arranjado e limpo.
Não.
Afinal, está em tudo menos excepto na malcriação, pois está cada vez mais mal educado.
Não presta, é um país podre.
Vou-me embora, como estava previsto – o trabalho espera-me -, e não vou perder tempo a vir ao Blasfêmeas. A Portugal, logo se vê.
Adeus.
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