Descidas sectoriais da TSU
A propósito deste post no Impertinências:
1. A descida da TSU, compensada com aumento do IVA, é equivalente a uma desvalorização da moeda porque as exportações não são afetadas pelo aumento do IVA enquanto as importações e o consumo interno são. Ao contrário do que já vi defendido, o aumento tem que ser do IVA (e não de outro imposto) porque é o único imposto que tem este tipo de assimetria.
2. Descidas sectoriais da TSU são impraticáveis porque criam distorções que provavelmente têm efeitos mais perversos que os efeitos positivos. As categorias em que se baseiam os estímulos sectoriais são artificiais não tendo correspondência à realidade. Uma empresa exportadora é normalmente uma empresa que está no final de uma cadeia de valor constituida por empresas que a fornecem e que não são formalmente exportadoras. Mas as empresas ao longo da cadeia são tão importantes para a exportação como a empresa que está no fim da cadeia. Baixa-se a TSU à cadeia toda ou só à empresa que está no fim da cadeia? Se se opta por baixar à cadeia toda, a situação torna-se ainda mais complicada porque ao longo da cadeia existe uma grande variedade de situações, desde empresas que só se dedicam a àquela cadeia a empresas para as quais a cadeia exportadora é uma pequena fracção do negócio. Uma empresa industrial é muitas vezes uma empresa que externaliza serviços. Os serviços são tão importantes como a produção para a obtenção do produto final. Baixa-se a TSU só à empresa indústrial ou também às empresas a quem ela externaliza serviços? Claro que se se opta por baixar apenas às empresas industriais, estas passam a ter um incentivo para internalizar o que antes externalizavam (o que só cria atrito, mas tendo qualquer efeito positivo).
Note-se que é fácil ter trabalhadores alocados a uma empresa exportadora que na realidade estão a trabalhar para o mercado interno. Existe uma miríade que alcavalas que podem ser exploradas que condenam ao fracasso descidas sectoriais. Estas rapidamente se converteriam num pesadelo burocrático ou em benesses para empresas escolhidas pelos políticos.
Óbvio. Eu nem entendo como é que estas dúvidas existem (embora pelo carácter afirmativo se diria que não há ali dúvidas…)
GostarGostar
Caro JM
Eu defenderia uma diminuição de 23.75 da TSU com um aumento de 23.75% dos salários e concomitantemente um aumento da contribuição da contribuição dos trabalhadores para a SS de 11 para 34.75%. Isto a nível moral repunha a normalidade e adicionássemos a isto dividir o salário anual em 12 fracções em vez de 14, os portugueses com salário viram o Estado, o patronato e o “nível médio” europeu de outra forma. Esta medida seria mais eficaz do que descidas TSU subidas IVA….
GostarGostar
Defesa de Subsídios aos Estrangeiros. Belo até onde chegámos…
Fora isso tudo fantasias. O que conta é para o que a TSU serve e quanto será gasto nessa função. Se se precisa de ir aos outros impostos para cumprir a sua função a TSU deve ser aumentada enquanto os outros impostos devem baixar.
Os preços devem estar o mais próximo da realidade possível.
GostarGostar
Uma analista numa tv por cabo comparou a situação na Líbia ao Iraque pós-Sadam. Penso ser uma comparação infeliz e há que ter em conta alguns factores:
1- Na Líbia houve uma revolução, apoiada à-posteriori pelas forças internacionais no sentido de impedirem um massacre aéreo e com artilharia pesada das populações. No Iraque houve uma ocupação estrangeira apoiada por parte (significativa) da população.
2- http://psicanalises.blogspot.com/
GostarGostar
Esta historia da baixa da TSU, é mais um exemplo de como é muito dificil tomar decisões importantes em Portugal. Ninguem se entende, e cada um, os que presumivelmente percebem do assunto, expressa uma opinião diferente. Ora julgo saber que a Alemanha procedeu a uma desvalorização fiscal há dois ou tres anos, o que permitiu as exportações alemãs aumentarem bastante. Porque é que não vão perguntar aos alemães como é que eles fizeram?
GostarGostar
A descida da TSU sectorial contraria o Tratado (proteccionismo) e a imprevisibilidade natural (a cortiça pode ser exportador mas em 3 anos pode não ser).
Ainda não percebi as isenções do IMI. Uns pagam por ter comprado em 2006, outros não. Num momento como o actual.
E mais, não se pense que os cortes de salários à FP são para manter… têm que voltar ao nível de 2010, pois sabe-se que é inconstitucional a sua permanência…e se a …Constituição nada vale, o que valerá?
GostarGostar
Nunca decidem quando a incompetência, a ideologia ou o medo dos jornalistas lhes tolhem a vontade.
Assim, pôe-se o assunto na praça pública e espera-se para ver o que dá. Vai-se adiando a decisão porque se está a estudar o assunto. “Estudar o assunto” significa avaliar o prejuízo político da decisão e tentar que o tempo faça esbater o seu impacto político ou um milagre permita dizer que já não é preciso.
Depois de muito tempo perdido com comentários e discussões imbecis, pressionados pelas circunstâncias, serão obrigados a fazer qualquer coisa, atravès de uma lei confusa, complicada, e de difícil aplicação, que dilua a responsabilidade por muitas entidades, sindicatos, concertações sociais e troikas.
O resultado para as empresas e a economia será assim diminuto, perdido o seu impacto na confusão e burocracia.
Sobrará o aumento do IVA, como sempre um êxito para o fisco.
GostarGostar
Já agora um comentário ao seu post “Conselho revolucionário reúne em Trípoli”, bastante prespicaz prespicaz por sinal.
Não é igual nas reuniões da UE com cada um a puxar à sua sardinha (só que não andam em cima das mesas e os insultos não são expressos gestualmente)? E nos EUA quando da discussão do aumento do limite da dívida não foi praticamente assim?
Mas fez bem, porque essa passagem memorável do filme de Lean , baseado na vida de Lawrence, toca sempre alguém como eu que estudou história do cinema e géneros cinematográficos. Fico à espera de mais…
GostarGostar
“Descidas sectoriais da TSU são impraticáveis…”. Outro óbice deste sistema, obviamente arbitrário e borucrático, é o desencorajar os empresários a arrancarem com novos projectos, que tanta falta fazem.
GostarGostar
Qualquer descida da tsu é uma talhada na SSocial. O resto è paleio da tralha liberal.
GostarGostar
Ainda há quem julgue que vai receber reforma.
Aqueles que estão a receber vão receber cada vez menos. Os que estão a pagar não vão receber nada.
Vão morrer antes, à medida que a idade da reforma for subindo.
Não é uma questão liberal ou não liberal, é uma questão aritmética.
GostarGostar
A descida da TSU deveria ser universal caso fosse possivel em termos do deficit.
.
Como não é possivel, a descida da TSU deve incidir apenas nas empresas de bens transacionáveis para baixar os seus custos, aumentar as exportações e diminuir as importações e criar mais emprego por essa via.
.
Com o aumento das exportações e diminuição das importações e aumento do emprego todo o resto da economia beficiará.
Até atingirmos um deficit comercial de zero todas as medidas de politica económica devem ser no sentido de o atingir no mais curto espaço de tempo. A partir daí logo se verá.
GostarGostar
A questão da TSU não é um problema Aritmético. É uma questão SOCIAL. Ponto.
GostarGostar
Adeptos deste camarada é o que não falta por aqui:
.
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories%2F669707
GostarGostar
quanto é que é a tsu na escandinávia? quanto?
GostarGostar
eu explico a aritmética:
Fundo de pensões da PT + Fundo de pensões da Banca – Submarinos – prejuizo do BPN = ZERO
GostarGostar
Desde que este governo «liberal» está em funções só se fala de IMPOSTOS (principalmente aumentos) e TACHOS para os amigos, correligionários, familiares, comentadores da televisão e bloggers que conspiraram contra o Engº Sócrates.
E a ECONOMIA, cadê?
GostarGostar
Oh Arlindo, quem é o eng. Sócrates? E já agora diz lá o que é um governo «liberal»…
GostarGostar
a descida do tsu compensada com o iva é nada. se não sabem fazer melhor , deixem como está , cromos que governam. de hpmem é descer o tsu ( afinal todos os benefícios associados a eles para os trabalhadores vão a caminho do zero : quê ? 500 euros lá prós 70 anos , 300 de subsidio de desemprego uns 6 meses e já vamos com sorte ) e aguentar-se à bronca sem mexer em mais nada. às vezes acho que vim parar a um manicómio , sério. o principio que rege esse tal de tsu é financiar as dívidas do estado ? não é , pois não ?
GostarGostar
“afetados”? Ou afectados? Cuidado com essa excrescência da monomania burocrático-legiferante que dá pelo bizarro nome de «acordo ortográfico».
GostarGostar
Desta vez o texto está bem. Infelizmente, continua-se a entender que a baixa da TSU apenas aponta para a redução dos custos dos produto exportados. Não é.
http://notaslivres.blogspot.com/2011/08/desvalorizacao-fiscal.html
É também fundamental para que os produtos nacionais consigam sobreviver no mercado interno. A globalização coloca, no nosso mercado, bens e serviços no valor de 38% do PIB. Aqui também precisamos de preço e competitividade dos nossos produtos.
Para o défice (o nosso verdadeiro problema) tanto vale mais um euro exportado como menos um euro importado…
http://notaslivres.blogspot.com/2011/08/o-porque-resistencia-descida-da-tsu.html
GostarGostar
A descida da TSU é treta e a argumentação com que tem sido apresentada é prova disso mesmo. Do que as empresas precisam é de uma redução dos custos associados à produção e de uma relação mais dinâmica com a banca, ou seja, maior rapidez de resposta quer na obtenção de crédito, quer na renegociação das dívidas. As consequências positivas de um aumento do IVA na economia, só se fariam sentir se a produção nacional tivesse capacidade para ocupar o espaço de uma eventual redução das importações (muito duvidosa, diga-se). Não tem.
GostarGostar
Trinta e três:
Não há consequências positivas no aumento do IVA.
Há é consequências positivas na redução da TSU.
Claro que tudo o que se puder reduzir na TSU é menos custo na produção nacional…
E, com menos esses custos, os bens e serviços serão mais baratos e haverá um potêncial mercado acrescido (externo, mas também interno).
O aumento do IVA só aparece como necessário para financiar a Segurança Social no que (para esta) é perdido na redução da TSU.
http://notaslivres.blogspot.com/2011/08/tsu-pode-baixar-mais.html
GostarGostar
O ideal seria eliminar (e não apenas reduzir) a TSU e financiar a Segurança Social através de impostos sobre o consumo (IVA).
Claro que não se podem dar estes passos todos de uma só vez.
Mas não há que hesitar. A direcção a seguir é esta.
http://notaslivres.blogspot.com/2011/08/tsu-pode-baixar-mais.html
GostarGostar
Por que não se estuda a eventual baixa da TSU em favor do emprego? Eu julgo que vale a pena estudar o assunto, criando uma regra deste género:
A TSU só seria reduzida na medida em que as empresas contratassem novos funcionários ou integrassem funcionários com contratos a prazo, ou falsos recibos verdes. Ou seja, a redução, até um dado valor /15%?), só seria conseguida com aumento de funcionários, em relação aos quais as empresas ficavam isentas de descontar para a segurança social, até atingiram o valor da TSU estabelecida, os tais 15%..
Um sistema destes parece-me de fácil implementação. Venham as críticas!
GostarGostar
DEVERAS CURIOSO…
“O irregular e promíscuo funcionamento dos poderes públicos é a causa primeira de todas as outras desordens que assolam o país.
Independentemente do valor dos homens e das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supõem ser, por direito, os representantes da democracia. Exercendo de facto a soberania nacional, simultaneamente conspiram e criam entre si estranhas alianças de que apenas os beneficiários são os seus militantes mais activos.
A Presidência da Republica não tem força nem estabilidade.
O Parlamento oferece constantemente o espectáculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, escandalizando o país com o seu procedimento e, a inferior qualidade do seu trabalho.
Aos Ministérios falta coesão, autoridade e uma linha de rumo, não podendo assim governar, mesmo que alguns mais bem-intencionados o pretendam fazer.
A Administração pública, incluindo as autarquias, em vez de representar a unidade, a acção progressiva do estado e a vontade popular é um símbolo vivo da falta de colaboração geral, da irregularidade, da desorganização e do despesismo que gera, até nos melhores espíritos o cepticismo, a indiferença e o pessimismo.
Directamente ligada a esta desordem instalada, a desordem financeira e económica agrava a desordem Política, num ciclo vicioso de males nacionais. Ambas as situações somadas conduziram fatalmente à corrupção generalizada que se instalou…”
Meus amigos:
O que acabaram de ler não é cópia de nenhum artigo do “Público”, “Diário de Notícias” ou de qualquer revista.
Nem sequer é da minha autoria.
Contudo, é actual.
Trata-se de parte do primeiro capítulo de um livro agora posto à venda em Portugal e, que data de 1936!
GostarGostar