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Eu não quero viver à custa dos alemães. Vocês querem?

22 Junho, 2012
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Esta foi a pergunta que fiz hoje no Público:

Cada doente tratado num hospital da zona de Lisboa custa ao Estado – ou seja, a todos nós – sensivelmente mais 50 por cento do que custaria se fosse tratado num hospital do Grande Porto. Que se saiba, não se é melhor tratado na capital do que na Invicta, mas isso não impede que os custos por doente e por acto médico de dois hospitais muito semelhantes, até fisicamente – o Santa Maria em Lisboa e o São João no Porto -, sejam substancialmente diferentes. Isto não acontece porque nos hospitais do Porto estão uns génios da gestão e nos de Lisboa gente desqualificada. Isto sucede sobretudo por causa de decisões políticas tomadas ao longo das últimas décadas que resultaram numa estrutura hospitalar muito mais ineficiente e cara em Lisboa.

Basta pensar no seguinte. Até há sensivelmente 20 anos todos os doentes da Grande Lisboa e uma boa parte dos do Sul do país convergiam para os hospitais da capital. Nestas duas décadas abriram em redor da capital os hospitais de Almada (Garcia da Horta), Amadora-Sintra, Cascais e Loures, e deverá abrir em breve o de Vila Franca de Xira. Isto sem contar com o Hospital do Barreiro, inaugurado um pouco antes, em 1985. A abertura destas novas unidades hospitalares correspondeu à perda de população do concelho de Lisboa e ao aumento do número de habitantes nos concelhos limítrofes, o que significa que teve toda a lógica. Perguntar-se-á agora: tendo aberto todos estes novos hospitais, quantos fecharam em Lisboa? Apenas um, o do Desterro. Era interessante perceber em detalhe por que é que isto sucedeu, mas a actual discussão em torno do futuro da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) dá-nos algumas pistas.

Em Portugal, e sobretudo para quem está instalado na máquina do Estado e circula junto do poder político, há sempre bons argumentos para manter estruturas desnecessárias e realizar investimentos supérfluos com o dinheiro público. Agora, por exemplo, dizem-nos que só se pode fechar a MAC depois de abrir o futuro Hospital de Todos-os-Santos. Até lá, depreende-se, devem manter-se estruturas redundantes, desnecessárias e caras. Parece que a ordem é rica e os frades são poucos…

Sempre que me confronto com situações como esta fico sem qualquer tolerância para o jogo de culpas a que gostamos tanto de nos entregar e a que esta semana já se referiu, nestas páginas, Pedro Lomba. O pretexto foi uma intervenção, mais ou menos exaltada, de Durão Barroso na abertura da Cimeira do G20 no México. Irritado, disse aos jornalistas que “esta crise não foi originada na Europa” mas sim na América do Norte, tendo “boa parte do sector financeiro europeu sido contaminado”. Não quero reabrir a discussão sobre as origens da crise, mas não deixa de ser curioso que se olhe só para o outro lado do Atlântico e para os problemas derivados do crédito imobiliário de alto risco quando sabemos que foram também empréstimos imobiliários irresponsáveis de bancos europeus que alimentaram as “bolhas” na Irlanda e em Espanha. E que não foram bancos americanos que financiaram os milhares e milhares de casas desocupadas na Costa do Sol espanhola, as auto-estradas sem trânsito em Portugal ou o megalómano novo aeroporto de Atenas.

A razão porque não discuto culpas é a mesma porque penso ser inútil saber quem tomou as decisões erradas relativas à carta hospitalar de Lisboa para que se tomem hoje as medidas correctivas. Da mesma forma me é indiferente saber se o maior responsável pelo estado das nossas contas públicas é Cavaco, Guterres ou Sócrates para defender que, hoje por hoje, o que temos de fazer é arrumar a casa.

Infelizmente instalou-se em importantes sectores da opinião pública a convicção de que não temos de fazer os trabalhos de casa – temos é de conseguir que a Alemanha mude de política, ou seja, que se mostre disposta a pagar as nossas contas, mais as dos gregos, dos espanhóis e até, porventura, dos italianos. Esta convicção manifesta-se de muitas formas. Uma delas é que não se devem tomar decisões “economicistas”, apenas se devem ter em consideração “as pessoas”. É uma falácia extraordinária, pois parte do princípio que a racionalidade económica é contrária aos interesses das pessoas, algo que qualquer dona de casa sabe ser mentira, pois está consciente do que lhe acontece se gastar o orçamento do mês em apenas uma semana.

Um pequeníssimo exemplo desta irracionalidade. Entre os hospitais de Lisboa que há muito deviam ter fechado portas conta-se o de São Lázaro, integrado no Centro Hospitalar Lisboa Central. Instalado num edifício impróprio, que em tempos foi leprosaria, tem enfermarias que lembram as do século XIX. Contudo a única iniciativa política recente a propósito deste hospital foi um requerimento de “Os Verdes” que, entre outras coisas, manifestava indignação por só haver manteiga para pôr no pão distribuído aos doentes. Está tudo dito.

Verdade seja dita que a ideia de fazer os alemães pagarem todas as facturas não é um exclusivo português ou grego. Como se viu na Cimeira do G20, é também um desígnio de chineses e norte-americanos. O que não deixa de ser extraordinário. Em 2009, quando chegou ao poder, Obama alinhou com Gordon Brown na corrida a uma política dita keynesiana de “estímulos” que fez saltar os défices e as dívidas de quem alinhou nela (como Portugal) e não trouxe os benefícios económicos que se esperavam (a recuperação norte-americana continua anémica, o que pode comprometer a reeleição de Obama). Já nessa altura Merkel fez frente ao Presidente dos Estados Unidos, e a Alemanha não se pôs a gastar à maluca, para bem da sua economia, dos seus empresários e dos seus cidadãos. Como notou Joseph Joffe, editor do Die Zeit, num artigo no Financial Times, o paradoxo é que todos olham para a Alemanha “como se esta tivesse de salvar o mundo ocidental, porventura até o planeta”, e poucos notam que os Estados Unidos e o Reino Unido têm “défices gargantuanos” sem que com isso tenham, sequer, conseguido contrariar os seus níveis de desemprego.

Em Portugal ainda se pede mais e se vai mais longe. Mário Soares, por exemplo, quer pôr as rotativas do Banco Central Europeu a imprimir euros, como se não tivesse um custo inventar dinheiro que não corresponde à economia real. “Bastaria que a senhora Merkel abdicasse de um artigozinho que há no chamado Tratado de Lisboa, que diz que o BCE não pode fabricar moeda”, disse o ex-Presidente esta semana no Porto, considerando normalíssima a subversão das leis da União Europeia desde que isso favoreça as suas propostas iluminadas.

Se as coisas fossem assim tão simples, não faltariam banqueiros centrais com vontade de imprimir notas, mas a verdade é que, com mais ou menos euros a circular, os países do Sul da Europa ficarão sempre na mesma se não fizerem os seus trabalhos de casa. Na década do euro, os custos unitários do trabalho, em termos relativos, subiram em Portugal e em França 30 por cento quando comparados com os da Alemanha. Em Itália subiram 35 por cento, na Grécia 42 por cento. Isto aconteceu porque a Alemanha fez as reformas que os países do Sul não fizeram – reformas como algumas das previstas no nosso novo Código do Trabalho, que tantos protestos suscita e que nem o Presidente da República soube apoiar devidamente. Isto também aconteceu porque houve muitos anos de dinheiro fácil no Sul da Europa, e essa abundância não trouxe mais desenvolvimento, trouxe sim mais consumo e mais investimentos inúteis.

Podemos eternizar a discussão sobre a ajuda mais ou menos generosa da Alemanha (e ela já é bastante generosa, ao contrário do que se diz). Mas a não ser que desejemos ser sustentados pelos alemães, o que terminará sempre a sermos meros criados dos alemães, só nos resta fazer o nosso trabalho de casa. Como está a fazer com inegável sucesso um outro país ainda mais pequeno, a Estónia: em 2011 já cresceu 7,6 por cento, saindo de uma dura recessão.

PÚBLICO, 22 Junho 2012

38 comentários leave one →
  1. JCA permalink
    22 Junho, 2012 21:07

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    Ou eu não quero que os alemães vivam à custa do Portuigueses. Do que os Portugueses foram ludibriados para pedir emprestado.
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    Obvio isto não encerra qualquer radicalismo contra ou a favor dos Alemães. Está muito além disso.
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    O que está em causa é o fim – ou não – do papel histórico da Europa farol do mundo. O seu regreso ao papel que desempenhava antes do sec XVI que era Zero. Uma espécie do papel dos 3º ou 4º Mundo atuais.
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    Entre ódios transatlanticos, e tretas de teoricos que se alinharam por ali e por acolá contra o Atlantico, está enterrada até ao pescoço. Só falta o clic para levar com elas em cima como as flageslaçºoes que adorou no sec XX que eram vistas como Coragem/Luta e tretas Lda. Só que agora a Europa não tem Impérios como clara ou encapotadamente teve hos primeiros 50 anos do sec passado e que a salvaram.
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    Ou há gente para dar a volta nisto ou o regresso ao 3º mundo está garantido. É que acontece quando o rei vai nu. Portugal é um bom exemplo historico quando vivia dos diamantes e do ouro de barriga cheia, luxo e boa vida, e ardeu. Fala D Joao V que também fizeste Expos e Belens.
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    É mais que obvio que por muito que se esfarrapem uns jeitosos otários da Função Publica a arrasar a vida dos Portugueses herocicamente com impostos isto ardeu tudo- E o fim dos heróis voluntaristas qual é ? São os otários que vão pagar a conta com o coirão. Duvidas aonde ? A Alemanha dá zero a Portugal, primeiro estão eles e hoje carregados de problemas de vária ordem em que se entalaram.
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    E nós ? Quem mandou e manda fazer isto ? Eu não sei. Sou ignorante, o máximo da sofistificação é esta simplicidade, dizia o da Vinci.
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    Ora bem.
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  2. Portela Menos 1 permalink
    22 Junho, 2012 21:26

    DINHEIRO FÁCIL NO SUL DA EUROPA?
    http://www.publico.pt/Sociedade/duarte-lima-tera-recebido-um-milhao-na-compra-de-submarinos-1551518

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  3. José Santos permalink
    22 Junho, 2012 21:27

    Era bom que alguem conseguisse fazer um apanhado dos valores que vieram da CEE desde 1986 e que foram desbaratados em subsidios inuteis, formações inuteis, apoios a projectos sem futuro, obras sem necessidade, em favorecimentos, e apresentar esses factos aos (irresponsáveis) politicos para os responsabilizar pelas consequências da sua incompetência e aproveitar para que se calem perante a evidência das péssimas opções que tomaram.Alguns deles andam por aí, na comunicação social e em tachos bem abonados a mandar bitaites sem vergonha na cara.
    Por cada bitaite que agora mandam deviam justificar os disparates e as opções erradas que tomaram quando passaram por cargos politicos em tempo de vacas gordas.
    Já estou a ficar velho, mas gostava que isto melhorasse para os filhos e netos. Olhando para trás verifico que houve demasiada incompetência e oportunismo no aproveitamento do dinheiro que veio das ajudas da CEE, pouco ou nada se fez na agricultura, nas pescas, na industria que criasse solidez de estruturas produtivas para o futuro. Isto foi culpa dos politicos e dos oportunistas, e a situação começou com o governo de Cavaco Silva e prolongou-se no tempo até aos nossos dias. Este problema de mau aproveitamento dos dinheiros comunitários, mais a corrupção dos politicos, mais as obras publicas mal contratadas, mais o BPN, mais as SCTs, são demasiados problemas para um país tão pequeno, e o que nos vale é que temos um povo com alma grande …..

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  4. Fernando S permalink
    22 Junho, 2012 21:37

    Não concordo com a conclusão do titulo : Eu até gostaria !! … Duvido é que os alemães o queiram !!
    O resto do artigo do José Manuel Fernandes é excelente.

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  5. José Manuel Moreira permalink
    22 Junho, 2012 22:03

    Excelente texto, jmm

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  6. Joaquim Amado Lopes permalink
    22 Junho, 2012 23:54

    “Do que os Portugueses foram ludibriados para pedir emprestado.”
    Nesta frase está inscrita toda uma forma de (não) pensar. Seria de esperar que a realidade já a tivesse extinto mas, para mal de todos nós, ainda perdura.

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  7. Tiradentes permalink
    23 Junho, 2012 06:54

    “Coitados” dos portugueses, essa massa indistinta de não pensadores, incapazes de distinguir as falácias dos outros, as artimanhas dos outros e corriam aos bancos pedir emprestado quais invisuais numa rua de intenso tráfego. Coitadinhos dos portugueses que receberam quase 50 mil milhões de fundos comunitários e ainda assim foram buscar quase três vezes mais à banca (o estado) e quase outro tanto os particulares, para gastarem em alcatrões, estádios, desbaratarem-no na saúde,ter triplas reformas, comprarem tudo a etc e tal.
    Diria mesmo coitados.

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  8. 23 Junho, 2012 07:48

    O Mário Soares ainda mexe?

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  9. Tiro ao Alvo permalink
    23 Junho, 2012 08:31

    É recorrente aparecerem opinadores a dizer que a agricultura em Portugal, como os apoios da CEE foi destruída. Isso não é verdade, a Agricultura foi dos sectores que mais evoluiu, encontrando-se hoje no nosso País explorações agrícolas de nível semelhante ao que se vê em França ou na Alemanha. Não com tão elevada dimensão, mas com a mesma qualidade técnica, ao nível do que melhor se faz no mundo.
    Parece-me é que, neste capítulo, as organizações da lavoura têm culpa, pois gostam de se apresentar com aspecto “modesto”, pouco reivindicativa, muitas vezes a mendigar subsídios, quantas vezes imerecidos e desnecessários. É urgente mudar esta imagem.

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  10. 23 Junho, 2012 09:21

    Mais uma “brilhante” historieta para embalar meninos, naquela linha de que os alemães são todos estúpidos, ninguém entende português e, DE REPENTE, perceberam que os malandros do sul os andavam a enganar. Comovente!

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  11. Fernando S permalink
    23 Junho, 2012 09:47

    Trinta e tres : “os alemães são todos estúpidos, ninguém entende português e, DE REPENTE, perceberam que os malandros do sul os andavam a enganar.”
    .
    Ninguém andou a enganar ninguém.
    Cada um é responsavel pelos seus actos.
    Os alemães (e outros) produziram, venderam, deram crédito, querem ser pagos.
    Os do Sul preocuparam-se mais com o consumo do que com a produção, como não tinham o suficiente recorreram ao crédito para comprar, certamente sabendo que deveria ser reembolsado nos tempos e nas condições livremente contratadas.
    Os do Sul foram imprudentes e estão agora em dificuldades : não conseguem pagar e, até por isso, não conseguem obter crédito para continuar a consumir mais ou menos ao mesmo nivel.
    Normalmente, os do Sul deveriam reduzir drasticamente o consumo para deixarem de viver a crédito e para poderem começar a pagar o que devem.
    Mas não é facil, representa um grande sacrificio.
    Pedem por isso a compreensão e a ajuda dos alemães.
    Os alemães até ajudam, dando mais crédito em condições de favor.
    Mas, em contrapartida, até para terem alguma garantia quanto ao pagamento futuro de tudo o que foi emprestado, querem que os do Sul façam alguns sacrificios, deixem de consumir acima das suas possibilidades, trabalhem mais e melhor para produzirem o suficiente para não dependerem tanto do crédito alheio e para irem pagando o que devem.
    Ninguém esta a enganar ninguém. Simplesmente, cada um deve ser responsavel e respeitar os compromissos assumidos.
    Claro que ha sempre quem pense que tudo se resolve pregando o calote e fazendo o papel de vitima !!!

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  12. 23 Junho, 2012 10:26

    Fernando S:
    Só há um pequeno problema na sua interpretação: já existe União Europeia…

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  13. Francisco Cruz permalink
    23 Junho, 2012 11:57

    Não escreva “melhor tratado”. Já é mais que tempo de escrever “mais bem tratado”. E ensine isto aos colegas que não há meio de aprenderem!

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  14. Tiro ao Alvo permalink
    23 Junho, 2012 12:29

    Que é que o trinta e três quis dizer quando escreveu, pondo esta questão ao Fernando S, “só há um pequeno problema na sua interpretação: já existe União Europeia…”?
    Será pura ignorância? Será má-fé?
    Ele, o trinta e três, parece que entendeu o que lhe disseram, mas por que será que escreve aquilo? Será que está a meter a cabeça na areia? Terá outros interesses a defender? Não entendo.

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  15. 23 Junho, 2012 13:12

    Tiro ao Alvo:
    Antes de dar o “tiro”, convém saber onde está o “alvo”. Já agora, ó Tiro ao Alvo: ninguém (do sector) diz que a PAC “destruiu” a agricultura portuguesa. O que se diz, é que não foi convenientemente aproveitada, financiando muita… agricultura com jantes de liga leve. Depois, permitiu uma perversão resumida numa frase que ficou célebre: “para quê produzirmos o que outros produzem melhor e mais barato”. Tendo sido proferida por um respeitabilíssimo governante da época, isto fez com que se ignorasse qualquer princípio de “reserva estratégica” (não, não a temos!) e se teorizasse um maior abandono da investigação e do investimento na agricultura do que seria desejável. Ainda ontem foi anunciada a necessidade de devolução de dinheiro, por fundos concedidos em 2008 e não aproveitados…

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  16. JCA permalink
    23 Junho, 2012 13:23

    (23,54H),
    “Do que os Portugueses foram ludibriados para pedir emprestado.”
    .
    Exmo Joaquim Amado Lopes quando o amigo apender na bigorna da vida para saber o que são negócios, e como se fazem negócios, fale. E a bigorna da vida é simples: o amigo nunca conseguiu ser um ‘self made man’, quiçá será que vive encostado à mesa do orçamento. Tudo indica que sim. Mas não acuso. A razão da crise de Portugal que mata os que realmente sabem lutar e subir na vida e é onde sacam para as merdas que o amigo extrai e do que vive. Ainda não percebeu que o que discute são NEGOCIOS ??
    .
    Mas até aí remeta-se à reflexão para evitar dizer o que não sabe que é o que diz. Mas enfim ideologias e pensamentos também são admissiveis MAS com uma declaração de interesses ‘é o que eu penso mas não sei se o que eu penso é verdade’
    .
    Entretantio siga a rusga que está certa para todas as partes envolvidas. O virtual: melhor para os contra, melhor para os favor. Resumindo, um NADA.
    .
    E essa perspsetiva não dá nada porque onde aposta é também um NADA. Absurdo não ?
    .

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  17. Fernando S permalink
    23 Junho, 2012 13:41

    Trinta e três: “Só há um pequeno problema na sua interpretação: já existe União Europeia…”
    .
    A União Europeia não é nem deve ser a desresponsabilização das nações e dos individuos.
    Eu sou pela União Europeia e a favor do Euro. Mas onde cada membro tenha mais a ganhar do que a perder. Graças à UE e ao Euro Portugal já ganhou mais do que perdeu e tem ainda muito mais a ganhar do que a perder.
    Mas sou contra o assistencialismo. Cada pais tem de fazer o que lhe compete. Em particular, cada Estado nacional deve adoptar as medidas necessarias para ter as contas publicas em ordem e para melhorar a competitividade da respectiva economia. A Alemanha e todos os outros também devem poder sentir que ganham fazendo parte de um grupo forte e eficiente, onde todos contribuem de modo exigente e responsavel.
    Esta é uma das condições fundamentais para a existencia e a continuação da União Europeia. A União Europeia não é uma nação. Não existem factores linguisticos e economicos suficientemente integradores e que justifiquem diferenças de desenvolvimento sustentadas e compensadas por transferências financeiras significativas e institucionalizadas. Se os europeus do Sul se habituarem a resolver os seus problemas à custa dos alemães e se os alemães acharem que não é justo estarem a pagar pelas facilidades dos europeus do Sul … então nem a UE nem o Euro poderão durar e consolidar-se ao longo do tempo.

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  18. tony permalink
    23 Junho, 2012 14:01

    Generosa a Alemanha?? o 1º emprestimo que a Alemanha fez a Grecia, foi com a condição de os gregos comprarem submarinos e caças alemães, onde é que está a generosidade, e os Alemães estão preparados para os gregos sairem do Euro, mas nas eleições gregas os alemaes tremeram de medo, pois se a grecia saisse, isso iria provcar uma corrida aos depositos nos outros paises do euro, pois se um pais sai, á muito menos hipoteses do euro sobreviver, e isso iria minar a confiança dos investidores e dos cidadãos, a Alemanha fez duas guerras, destruiu a europa, e nessas duas guerras teve ajuda da europa, a Alemanha, só conseguiu ser o que é hoje graças ao new deal e a ajuda dos paises europeus incluindo a grecia, os gregos podem se ter portado mal, mas o Alemães elegeram hitler, ele não fez nenhum golpe de estado e nao mentiu, a sua campanha eleitoral foi dominar a europa e exterminar os judeus, coisa que a população Alemã sempre apoiou, depois deu apoiou, e depois quando a coisa deu para o torto, varios paises ajudaram a Alemanha, perdoaram-lhe a sua divida e as indemenizações da guerra, e os Alemães, falam como se fossem virtuosos e supremos, pois os do sul podem se ter portado mal mas nao fizeram nenhuma guerra, isto e claramente um plano da europa para dominar os paises do sul mas se for para a frente vai dar mal, pois tal como ja disse se um pais sair do euro, o euro pode resistir, mas vai abalar fortemente a Alemanha e toda a zona euro, e se a grecia sair do euro e conseguir recuperar economicamente, os outros PIGS tambem vão sair, pois alem de poderem desvalorizar a sua moeda, vão ter muito mais soberania na sua politica economica, e nao vao ter bruxelas a defenirem as suas politicas agriculas e de pesca, por isso pense nisso que está a dizer, você faz me lembrar o passos coelho sempre a dar graxa aos Alemães, eu tambem nao quero viver a custa dos alemaes mas isso só parece possivel se sairmos da cee e do euro, porque eles deram nos dinheiro para destruirmos o nosso decido produtivo, é a mesma coisa de que eu lhe pagar para nao limpar a sua casa, e depois lhe ir chamar porco asqueroso.

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  19. Tiro ao Alvo permalink
    23 Junho, 2012 14:39

    Trinta e três:
    Ler já vi que o amigo lê, mas parece que nunca é para apreender, porque o trinta e três, pelos comentários que faz, está convencido que já sabe tudo.
    Tome nota: o que diz para a agricultura, é válido para outros sectores. Essa conversa de jantes e dos jipe, quase sempre relacionada com os fundos da PAC, se calhar estaria muito melhor aplicada se se referissem à formação profissional, por exemplo.
    Uma coisa sei, a maioria esmagadora dos fundos foram parar à região de Lisboa, e foi muita a gente que se arranjou e se ainda agora se arranja, metendo a mão na massa. E note que a agricultura não é o forte da região de Lisboa…
    Outra coisa também sei, estando nós na UE, devemos aproveitar o que aí se produz em melhores condições, produzindo o que aqui temos de bom e muito melhor do que noutros países, como, felizmente, cada dia está a acontecer mais.
    O que eu não sei, porque não disse, é qual a razão da sua pergunta ao Fernando S. Parece-me é que foi só para chatear.

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  20. 23 Junho, 2012 16:57

    Tiro ao alvo:
    Como vê, quando se fita o alvo o tiro sai mais certeiro. Sobre a minha observação ao Fernando…
    .
    Fernando:
    De acordo com o seu último comentário. Só há um problema: como pode haver uma união económica e, sobretudo, monetária sem uma estratégia económica comum e sem umas política fiscal comum? Como é possível pensar-se numa união que permite fuga ao fisco dentro dos seus próprios membros (que provocam as jogadas com as transferências das sedes sociais das empresas, por exemplo)? Enquanto isso não for resolvido, teremos pouca união nesta europa.

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  21. 23 Junho, 2012 17:04

    Só mais uma adenda na resposta ao Fernando. Das duas uma: ou acreditamos que os países credores foram apanhados de surpresa pelo modo como os outros gastaram o dinheiro e nesse caso temos que admitir que houve aldrabice; ou, como eu, não acredita nessa história (qu,e não faz qualquer sentido e, a comprovar-se, remeteria para a incompetência mais absurda toda a liderança da UE) e então tem que concluir que houve interesse em deixar correr as coisas como correram).

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  22. Tiro ao Alvo permalink
    23 Junho, 2012 17:44

    Trinta e três,
    Permita-me que lhe sugira a leitura da entrevista que RBerger deu ao Expresso e que vem na edição de hoje, na página 10, do caderno Economia. Se ler bem vai talvez entender, pois o homem, o que diz, é cristalino como água.
    Depois diga coisas.

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  23. JP Ribeiro permalink
    23 Junho, 2012 18:46

    A pergunta do jmf é pertinente, já que parece que a grande maioria dos portugueses se pudesse queria viver à custa dos alemães (ou de quem quer que seja que se apresente como patrão) porque como dizia o grande Alexandre O’Neill que nos conhecia tão bem:
    “No sumapau seboso da terceira
    contigo viajei, ó país por lavar
    aturei-te o arroto, o pivete, a coceira
    a conversa pancrácia e o jeito alvar” .

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  24. 23 Junho, 2012 21:00

    Ok, Tiro ao Alvo. Não sou leitor do Expresso, mas se diz que vale a pena, vou ler.

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  25. 23 Junho, 2012 21:29

    Sim senhor, já li. Mas, embora arriscando-me a que me considere mal intencionado e cético ( isso sou), ao ler coisas destas sobre a Grécia ( e outras que têm sido ditas recentemente), só me ocorre uma observação: que grande susto lhes pregou o Siryza!
    Ps: mas, se me permit, duvido que toda aquela “engenharia” seja suficiente. A Grécia tem uma estrutura económica interina para reconstruir.

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  26. 23 Junho, 2012 21:30

    Uma estrutura económica inteirinha, claro.

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  27. Fernando S permalink
    23 Junho, 2012 23:04

    Trinta e três,
    .
    Uma união economica e monetaria implica necessariamente estratégias e politicas comuns. Sobretudo, exige regras comuns que se apliquem a todos os Estados membros.
    Mas não exige uma homogeneização total, como se fosse um unico pais fortemente centralizado. Mesmo os Estados-Nações tendem e tenderão cada vez mais para uma maior descentralização, de tipo regional e federativo. A União Europeia deve continuar a acomodar Estados-Nações, e eventualmente até grandes regiões transnacionais, com grande autonomia na governação e nas politicas proprias. A concorrencia entre paises e regiões, desejavel e positiva no sentido de estimular a procura da eficiencia, deve existir e reforçar-se. Quando muito, a legislação e as instituições da União devem regular e fiscalizar a lealdade desta concorrencia.
    Um exemplo concreto da possivel coexistencia de regras comuns e de politicas diversas. No plano das finanças publicas e da fiscalidade. A União pode fixar regras comuns relativamente ao que é aceitavel em termos de orçamentos e dividas publicas. Mas cada pais é que deve decidir das politicas orçamentais e fiscais mais apropriadas tendo em conta a realidade e a situação do país. Por exemplo, um pais pode ter despesas mais elevadas e uma fiscalidade mais pesada desde que as contas estejam equilibradas. Claro que uma fiscalidade elevada apenas é compatível com a sustentabilidade dos principais equilibrios e, em última instância, das próprias contas públicas, se for compensada por outras vantagens competitivas. Cada país é responsável pelas políticas públicas que escolhe. Sabendo que as facilidades e os erros de política económica podem custar caro. Isto é, a permanença ou não no Euro. As regras devem incluir mecanismos de contrôle e sanções, que podem ir até à suspensão ou saida do Euro (não é o caso actualmente). Todo o sistema deve ser reforçado de modo a que a ameaça de suspensão ou exclusão do Euro para qualquer país não cumpridor seja credível e não ponha em risco a estabilidade do conjunto (nomeadamente, com o tipo de crise que afecta actualmente a Zona Euro).

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  28. AAA permalink
    23 Junho, 2012 23:15

    Excelente artigo. Mas, como se vê por alguns comentários, há muita gente que pensa que o dinheiro aparece abanando a árvore das patacas.
    Temos muito a crescer…

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  29. 24 Junho, 2012 00:02

    Fernando:
    Mais uma vez de acordo, exceto no que diz sobre fiscalidade. No quadro de uma união económica e monetária que pretende usar essa força (enquanto união) na concorrência internacional, não é possível existirem as atuais diferenças. Permiti-lo é transferir para o interior da União um nível de conflito que nada lhe acrescenta (como já está a contecer). Mais: tendo em conta as diferenças existentes à partida, avançar para uma moeda única (retirando a arma da desvalorização cambial aos países mais pobres), só é possível garantindo algum nível de proteção à economia destes países, caso contrário estarão condenados à condição de consumidores da produção dos outros e fornecedores de mão de obra barata. Ora, como se sabe, a arquitetura do euro não ponderou suficientemente estes aspetos (constatação que, hoje, é pacífica, mas que na altura só alguns diziam). Por favor, não conclua das minhas palavras a defesa do federalismo com que não concordo. Mas que o edifício está a ir a baixo por deficiência nos alicerces, lá isso está.

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  30. Joaquim Amado Lopes permalink
    24 Junho, 2012 04:23

    Trinta e Três,
    A desvalorização cambial não é nenhuma varinha mágica nem resolve qualquer problema.
    Desvalorizar a moeda ajuda às exportações porque resulta em os outros países pagarem-nos menos pelo que lhes vendemos. Mas não é apenas isso que acontece.
    .
    Ao desvalorizar a moeda, as importações (incluíndo a energia e matérias-primas usadas para produzir os bens exportados) ficam mais caras, o que significa que passamos a poder comprar (e a ter que viver com) menos.
    As nossas poupanças também passam a valer menos, o que significa que passamos a estar mais vulneráveis às crises económicas.
    A dívida externa passa a ser maior (na nossa moeda), o que significa que o esforço para a “gerir” (eufemismo usado para referir o pagamento dos juros e o pedido de mais dinheiro emprestado para liquidar a dívida que vence) vai ser maior.
    E, ficando com menos recursos, a nossa capacidade para pagar a dívida externa diminui, o que leva os nossos credores a pedirem juros mais elevados para a nova dívida, o que cria ainda mais dificuldades.
    .
    Assim, a “ajuda” que a desvalorização da moeda dá às exportações tem consequências muito graves e não é uma “arma” que possa ir sendo usada para compensar uma economia deficitária. Pode ser a forma mais fácil de dar uma “ajuda” às exportações mas é também a pior.
    .
    Se o nosso problema é andarmos a fazer de ricos com o dinheiro dos outros, podemos simplesmente congelar ou baixar os salários (algo que muitas empresas estão a fazer desde há muito tempo), deixarmos de viver a crédito e deixarmos de desperdiçar dinheiro, p.e., em obras públicas que não geram nenhum retorno.
    .
    E o “conflito” entre regiões de que fala mais não é do que a muito salutar e desejável competição para atrair os melhores investimentos (que representam emprego e criação de riqueza), que levará todas as regiões a tentarem ser melhores e a providenciar melhores condições para os seus cidadãos.
    O que a experiência nos tem demonstrado até à exaustão é que não é nada bom todas as decisões serem tomadas por funcionários de organismos europeus, que não sabem nada nem são sensíveis às especificidades locais e que não respondem perante ninguém.
    Os países europeus são muito diferentes e não apenas nas línguas oficiais. Cada país tem a sua cultura (e nenhum deles é sequer uniforme em todo o território nesse aspecto) e as suas vantagens competitivas. Não faz qualquer sentido pretender uniformizá-los e tratá-los todos como se fossem o mesmo. Uma das poucas coisas que se tem que exigir o mesmo de todos é nenhum pretender viver à custa de/dos outros.

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  31. Tiro ao Alvo permalink
    24 Junho, 2012 07:34

    Inteiramente de acordo com este último comentário do Amado Lopes, lembro aos “trinta e três” que a desvalorização da moeda, assim como a inflação, funcionam como impostos – a inflação castigando, sobretudo, quem vive do seu trabalho.
    Insisto para que leia a entrevista que lhe recomendei, não apenas a pensar na Grécia, mas em Portugal e na Alemanha. E, já agora, leia também o artigo do Sousa Tavares, também no Expresso.

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  32. 24 Junho, 2012 10:05

    Tiro ao Alvo:
    Sobre a entrevista já comentei acima.
    .
    Tiro ao Alvo e Amado Lopes:
    Nunca foi minha intenção defender a desvalorização da moeda como estratégia. Apenas constatei que, antes, era esse o “truque” usado. Podia ter referido outros que desapareceram (e ainda bem), como por exemplo as taxas alfandegárias. E dei esses exemplos, só para ilustrar a situação em que se encontravam (e encontram) os países mais pobres (como o nosso) no momento de aderir à moeda única. Mesmo que os sucessivos governos não tivessem cometido brutais asneiras, a nossa situação era a seguinte: dependentes no setor energético, dependentes no setor alimentar, dependentes nos equipamentos, etc. Que armas poderíamos ter usado? Negociar cláusulas de exceção em setores com potencialidade (como fizeram vários, mas nós não); reconverter setores, apostando em nichos de qualidade (o que está em parte a ser feito, embora numa percentagem muito reduzida, mas deixamos de fora setores fundamentais como o alimentar e os equipamentos); reduzir importações em áreas onde existe um enorme desperdício (energia, por exemplo, o que tem que ver não só com um melhor aproveitamento das chamadas “alternativas”, mas também com questões básicas como as próprias técnicas de construção); melhorar a relação entre investigação e produção, etc. Sabemos que os “fundos” tiveram outro destino e o grosso dos investimentos privados também. E agora? Conquistar investimento estrangeiro. Como? Na situação atual e pelo caminho que levamos, não encontro alternativa a baixar os custos de produção, apresentando um quadro vantajoso para o investidor. Que significa isto na prática? Baixar impostos (o que não está a ser feito) e baixar os custos do trabalho (o que transfere para os mais desfavorecidos o pagamento da fatura). Mesmo que esta estratégia seja bem sucedida, qual será o final da história? Produção de componentes da estratégia global dos investidores o que, na prática e de forma crua quer dizer que teremos um país reduzido ao papel de consumidores e de mão de obra barata.

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  33. 24 Junho, 2012 11:10

    Acho que a Srª Merkel devia contribuir para o pagamento da nossa dívida na medida da sua manifestação de apoio,sempre sorridente ao lado de sócrtes,como que a querer dizer que estávamos bem entregues e,portanto,não devíamos mudar.Aliás,parece até que se mostrou desgostosa com o nosso atrevimento.

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  34. Tiro ao Alvo permalink
    24 Junho, 2012 12:59

    Trinta e três,
    Pelo que vejo, afinal não estamos tão longe um do outro, como me parecia. Também acho que deveríamos ser mais cuidadosos, no momento de adesão à UE. Todavia, mesmo com juros baixos, acho que deveríamos ser mais selectivos com os investimentos, evitando luxos e obras que nos iriam exigir, como exigem, custos elevados de manutenção, além das nossas possibilidades. Figuras como o Paulo Campos e o seu ministro de que me não lembro o nome, nunca deviam ter chegado ao governo.
    Também concordo que o remédio passa por reduzir despesas, nomeadamente pela redução, efectiva, dos custos com mão-de-obra, ou seja, pela baixa de salários, especialmente na função pública, onde os despedimentos estão “proibidos”. Repare-se que a redução de salários no sector privado está a acontecer desde há muito, inclusive pela “transferência” de trabalhadores para o Fundo de Desemprego, logo para a “mesa do orçamento”.
    A ver vamos onde isto vai parar.
    Reparei, contudo, que nada disse sobre a tal entrevista que lhe recomendei e sobre o artigo de opinião do Miguel Sousa Tavares. Fica o registo. Passe bem.

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  35. 24 Junho, 2012 13:38

    Tiro ao Alvo:
    O Miguel Sousa Tavares é muito mais radical do que eu. Eu digo que, por este andar, a Europa unida acaba. Para ele já acabou.
    Cumprimentos.

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  36. neotonto permalink
    25 Junho, 2012 08:33

    O JMF nao quer viver a custa dos alemaes?
    O mesmo caso tal dos angolanos e os chineses, Tampouco eles querem viver a custa dos portugueses.
    Mais uma tal empresa de nome Three Gogle e uma tal probrezinha chamada Isabel dos Santos, sim. E ambos dois ganham neste embate. Linha e Bingo!.

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