Já há nove anos era mais que óbvio
Sessão parlamentar em Fevereiro de 2004:
Primeiro-ministro: Sr.ª Deputada, não venha agora com questões de cultura democrática, porque há uma diferença fundamental entre nós. Sabe qual é? O meu partido foi a eleições, Sr.ª Deputada, já perdemos e já ganhamos eleições, mas o seu partido nunca se apresentou a eleições.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP e de Os Verdes.
Primeiro-ministro: O seu partido é um partido original em Portugal, porque ninguém sabe qual é a sua expressão; é um partido que, na prática, funciona como um apêndice do Partido Comunista Português; é um partido sem qualquer base eleitoral própria e temos aqui as Sr.as Deputadas, por sinal até bem simpáticas, e não está em causa as pessoas, mas sem qualquer representatividade.
Protestos do PCP e de Os Verdes.
Primeiro-ministro: Portanto, é extraordinário que seja este partido, que não tem qualquer representatividade, a vir aqui dar-me, a mim, que já me sujeitei várias vezes a eleições, que perco e ganho eleições, lições de cultura democrática. Isto quer dizer, Sr.ª Deputada, que não aceito lições de cultura democrática de ninguém, muito menos – desculpar-me-á – de V. Ex.ª!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): – É uma vergonha!
O Sr. Presidente: – Srs. Deputados, vamos passar à segunda volta deste debate.
Desculpe, mas se a CDU nunca foi a eleições, como é que está presente na Assembleia. Afinal, parece-me que ainda há nos boletins de voto (apesar do enorme desejo da Helena de o proibir) um quadrado para a CDU. Se a Helena está atentar defender que a CDU não devia ter os direitos de dois partidos, devendo tê-los apenas uma vez (ainda não li nada nesse sentido, presumo porque não é isso que a Helena quer), concordo consigo, em termos práticos a CDU deve ser considerada apenas um partido (apesar de ser uma união de dois partidos). Se o objetivo da Helena nos posts que em vindo a mostrar é apenas o de ilegalizar as opiniões contrárias à sua, tenha santa paciência, mas para desagrado da direita portuguesa, este país tem leis, não sendo propriamente uma república das bananas (embora o pareça frequentemente).
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Desculpe, mas o Primeiro-Ministro não se estava a dirigir a uma deputado da CDU. Estava a dirigir-se a uma deputada do PEV.
Já agora, desculpe, mas a CDU não tem direitos de qualquer partido porque a CDU não está representada no Parlamento. A CDU foi a eleições mas os deputados que elegeu estão no Parlamento como deputados do PCP e do PEV.
E, mais uma vez, não foi escrito nada no sentido da defesa da “ilegalização” de quaisquer opiniões. Se leu isso em algum lado não foi de certeza neste post. O que este post aponta é a falta de legitimidade moral de deputados do PEV, um apêndice do PCP, para apontarem a falta de cultura democrática seja de quem fôr, particularmente de quem se apresenta realmente a eleições.
Quando escreve que há um “enorme desejo da Helena de proibir” que a CDU vá a eleições está a ser ridículo. Ou então não entende o que lê.
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A CDU é uma coligação que foi a votos que inclui o PCP e o PEV. Isso é o mesmo que dizer que o PCP e o PEV foram a votos (partindo do pressuposto que quando as pessoas votam, sabem no que estão a votar).
Por acaso sim, foi noutro post. Mas a não ser que este post seja desprovido de objetivo (o que não seria estranho, tendo em conta que foi a Helena Matos quem o escreveu), denota-se a clara opinião de que aqueles partidos não deviam estar daquela forma na Assembleia. Ora, como os partidos foram eleitos legalmente e ninguém parece querer mudar a lei (em nove anos tanto o PS, como o PSD, como o CDS-PP já tiveram tempo para o fazer), presume-se que o objetivo da Helena deste post seja inculcar a ideia de uma ilegalização destes partidos.
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André, explique-me, então, o que são os deputados eleitos do PSD/CDS quando fazem uma AD pré-eleitoral. São deputados da AD? Perdem o seu vínculos aos partidos? Deixam de ser deputados do PSD e do CDS?
Como é bom de se ver, a CDU é uma farsa partidária que serve somente para aumentar os tempos de intervenção. O PEV é uma partido muleta, fantasma, que não tem nenhum propósito para além de perpetuar a Heloísa Apolónia no Parlamento.
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Teoricamente sim, perderiam os vínculos aos partidos, uma vez que é espectável que nessa coligação pré-eleitoral eles defendam uma política e um ideal comuns. Para manterem os vínculos aos partidos, a única opção seria considerar que o PSD e o CDS são exatamente a mesma coisa.
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Os chamados “Verdes” não passam de um truque de chico esperto aproveitado pelo Partido Comunista para dispor de mais tempo quer no Parlamento quer nos debates televisivos. Para fazer com que o Partido Comunista deixe de ter essa “mama”, bastará alterar as regras de funcionamento da Assembleia da República. Mais ou menos assim, para um debate de 240 minutos (4 horas!!!…..):
10 minutos são distribuidos equitativamente pelos 6 “grupos parlamentares”, o que dará 1 minuto e 40 segundos por “grupo parlamentar”, incluindo neste conceito o grupinho desses dois deputados que o Partido Couminsta entendeu criar.
Os restantes 230 minutos eram distribuidos equitativamente por todos os deputados, cabendo a cada um 1 minuto, que depois cada grupo parlamentar distribuiria e administraria conforme melhor entendesse.
Esse tal grupinho de 2 deputados criado pelo Partido Comunista teria assim, no total, 3 minutinhos e 40 segundos, num tempo total de debate de 4 horas.. Se o tempo total do debate fosse só de 2 horas, teriam então um “tempo de intervenção” de apenas 1 minuto e 50 segundos…
Era pouco, queriam mais tempo, quase mal dava para saudarem a senhora Presidente ? É a vida, como dizia o outro… São assim as regras da democracia representativa.
Ou preferem viver com as “regras” de uma “democracia popular” ?
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Exactamente, a CDU foi o PCP e os Verdes não. Por isso é fácil de entender que o PCP (cdu) já fez uma moção, logo não é plausível que tenham outra!
Imagine que o PS se cindia e faziam o PS Alegre, o PS Costa, o PS Sócrates, e depois se coligavam no PS. tinham direito a 3 moções de censura!
è uma palhaçada, e ainda uma benevolência
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Tem razão, proponha que se altere a lei. Tendo em conta que a CDU não tem votos suficientes para chumbar a proposta, certamente que ela passaria (a não ser que os partidos não tenham interesse nisso). Parece-me apenas que a Helena está apenas a colocar questões irrelevantes para nos distanciarmos da relevância do atual estado da coligação (que pelos vistos, Cavaco decidiu não ignorar).
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Estão verdes não é?
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Como a Helena se esqueceu de dizer o “Primeiro Ministro” que fala é o Durão Barroso:
“Portanto, é extraordinário que seja este partido, que não tem qualquer representatividade, a vir aqui dar-me, a mim, que já me sujeitei várias vezes a eleições, que perco e ganho eleições, lições de cultura democrática. Isto quer dizer, Sr.ª Deputada, que não aceito lições de cultura democrática de ninguém, muito menos – desculpar-me-á – de V. Ex.ª!”
Passado 2 meses demitiu-se para ir receber mais, abandonando o país. Tem muita moral esse senhor. E tem razão a Helena em ter vergonha dele.
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Lembre-se que não teria moral nesta matéria é Santana Lopes, que não foi a eleições.
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Pois não. Por outro lado, não fugiu…
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Perguntem à Zita Seabra, que ela explica…
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A questão está falseada de ínicio, pois os Verdes do PCP limitam-se a seguir um padrão que os restantes partidos expressam e aplicam, exemplarmente através da eleição de deputados das J’s que entram sob o guarda-chuva de «maiorais»…
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Não sei porquê lembrei-me de umas eleições onde entrava uma coligação denominada AD (Aliança Democrática) composta por PPD (na altura), CDS e PPM. Que eu saiba, o PPM não tinha expressão eleitoral e no entanto meteu deputados no parlamento por via da coligação. Nessa altura a Helena Matos não estava preocupada com isso, era mais da linha maoísta que tantos políticos sérios tem dado ao país.
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Por favor, esclareçam-me :
Se o PCP e PEV vão a votos com a sigla CDU… por que razão o PCP tem mais deputados?
Não devia ser 50% / 50%.. uma vez que não se sabe em qual deles o eleitor votou ?
A prova provado de que o Partido Ecologista os Verdes é a “ETAR” do PCP… diz respeito ao tema da moção de censura.:.Não abordam os problemas das praias/ peixes mortos nos rios/ Incendios nas florestas do Estado/ Barragens/ água imprópria para consumo domestico, etc, etc —
Soa a falso…
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Verdes , CDU, APU, São siglas para iludir. Os partidos devem adotar quando nas eleições o nome que têm, isso seria verdade e transparência ,mas não é possível na politica atual.
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Embuste político versão Sócrates.
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PPD, CDS, PS, PSD e PP tentam desesperadamente evitar, que que tal como o embuste de cinco partidos apenas serem três, coisa que os portugueses por serem distraídos ainda não deram por isso, acordem para a realidade da burla a que tem sido sujeitos, por estes senhores do arco da governação, e acabem todos presos.
Contrariamente ao que afirmam, ainda se vai muito a tempo de investigar, julgar e condenar, todos aqueles que delapidaram o país, em negócios fraudulentos, compadrios e negociatas, feitas em nome do estado português, que ainda um dia será um estado de direito, e uma democracia séria e sem podres.
PSD, CDS e PS estabelecem uma semana para tentar “compromisso de salvação nacional”
Olha para este titulo, não falta aqui ninguém»?
Então e os PPs o simples e o democrata?
Sempre me fez muita confusão, um é Partido Social Democrata e o outro o PP será antidemocrata?
Outra coisa que sempre me fez confusão, os votantes destes partidos dois em um, na realidade em quem votam?
Por exemplo quando votam no PPD/PSD os eleitores votam num partido representado no PPE europeu, ou no PSE onde os Partidos Sociais Democratas Europeus estão representados?
Já sei, não querem saber disso para nada, e fazem muito bem, porquê matar a cabeça com essas coisas?
Ainda por cima pensar dá cá uma trabalheira.
E normalmente os votantes destes partidos dois em um, são daqueles que batem no peito e a plenos pulmões gritam deixem-nos trabalhar, e acusam qualquer um que não embarque nas suas mentiras de não crer é trabalhar, isto vindo de gente que nem para pensar, põe a trabalhar o cérebro e só debita ideias feitas, propagandeadas por algum pasquim.
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Tem razão: está a referir-se ________ao Avante!
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2 coisas a reter neste post, 1º quando alguém tem que relembrar que não aceita lições disto e daquilo… já se sabe por que é.
2º um deputado fala, os que o apoiam batem palmas os que são contra assobiam, repete-se várias vezes durante o discurso, e o post ser apresentado com se um dos lados tivesse razão!!!
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Na tourada e na opera, quando o resultado é mau, há pateada.
Na AR pelo contrário …
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“Estão verdes não é?”
A Helena quer dizer que “estão verdes, não prestam”. Mas a fábula refere-se a umas uvas que a raposa queria comer e não conseguiu. Despeitada, deu aquela resposta.
——
Claro que a Heloísa Apolónia é um pedacinho tonitruante, dentro de um certo charme. Mas faz todo o sentido a existência de um partido ecologista. Não fossem os ecologistas e o planeta já tinha estoirado. Ainda agora a UE proibiu o uso de pesticidas que matavam as abelhas. Os ultraliberais calam-se com isto para poderem continuar a dizer que é possível o capitalismo predador se autorregular. Mas é curioso o facto de se entreter a assassinar o planeta até que uma autoridade nacional ou supranacional lhe ponha o dedo no nariz. Neste caso e em todos os outros.
No caso vertente, não se vê um trabalho muito profícuo do Partido Ecologista “os Verdes”. O que é pena. Mas a lei eleitoral permite isto e não vejo ninguém interessado em alterá-la. A não ser a Helena. E eu, claro! 🙂
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Verdes por fora, comunas por dentro…e, no caso da Lulu, esganiçada!
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São melancias
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Partido Ecologista “os Verdes”
Ecologista?
Não me façam rir. O que é que eles acham que os russos faziam à Alemanha de Leste?
Despejavam lá todo o lixo tóxico que tinham.
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Daniel Oliveira dixit:
Temos um governo que não sabe se é governo, um ministro dos Negócios Estrangeiros que não sabe se é vice-primeiro-ministro, um ministro da Economia que não sabe se ainda está no governo e o maior partido da oposição que não sabe se ainda está realmente na oposição. Perante o estado em que deixou o País, parece-me as Ilhas Selvagens são o lugar ideal para Cavaco Silva o presidir.
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O próprio Daniel Oliveira também não sabe muito bem o que é, politicamente. É mais dado a lirismos.
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Não se vê um trabalho muito profícuo de *Os Verdes* ?
Homessa, não se vê é _________NADA . . .
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Temos um governo que não sabe se é governo, um ministro dos Negócios Estrangeiros que não sabe se é vice-primeiro-ministro, um ministro da Economia que não sabe se ainda está no governo e o maior partido da oposição que não sabe se ainda está realmente na oposição.
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O Daniel Oliveira sabe que tudo é uma grandissima cena hamletiana. Mais do que também anda a falar é a cena de um desmesurado drama.
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Numa altura em que o País está pendurado de hipotéticos ‘compromissos’ atirar fogo sobre coligações (quaisquer que sejam) é um pouco estranho. Se elas existem – dentro do ‘espírito liberal’ – devem poder ser pré-eleitorais e pós-eleitorais. Pior para a saúde democrática serão as pós-eleitorais que normalmente ocultam aos eleitores intenções prévias já definidas. Quem vota CDU, no actual enquadramento eleitoral, sabe ao que vai. Não precisa, à posteriori, de correctores da transparência eleitoral ou de interpretes de enviesadas ilações políticas.
Aliás, quando quase diariamente se invoca o formalismo da legitimidade democrática decorrente dos votos interpelar deste modo e neste momento os Verdes (como ontem foi repetido na AR) não é mais do que uma contradição.
A não ser que se defenda o voto nominal nas listas partidárias. O que não parece ser o caso e seria obviamente outra discussão (usando a dimensão temporal do post há pelo menos 9 anos que não é feita).
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Acho que a política deve ser um verdadeiro serviço público. Acho que temos que aplaudir de pé todos os que dedicam a sua vida à causa pública. Infelizmente, nem tudo é perfeito. Neste caso, há um pequeno pormenor a arruínar toda esta causa: OS PARTIDOS.
Como cidadão comum, e tendo em conta o estado actual do país, vir ler este post e estes comentários enojou-me profundamente. Mostra o real estado do país e o porquê de estarmos assim. Numa palavra: ridículo!
Viva a sede do poder!
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