Uma andorinha notada no Verão
Tivemos, esta semana, algumas boas notícias. Ténues, mas, ainda assim, boazinhas! Ao fim de 2 anos, o nosso PIB cresceu, na Primavera (entre Abril e Junho), 1,1%. É certo que uma andorinha (e ainda por cima, pequena), não faz a Primavera, mas os dados divulgados não deixam de ser boas notícias.
Poderão ser fugazes: vem aí a elaboração do Orçamento para 2014 e o plano anunciado de cortes de cerca de 4 mil milhões de Euros na despesa pública (ou apenas, segundo algumas notícias correntes, de 2,2 mil milhões), sob a denominação de “reforma do Estado”. No entanto, há que registar esse pequeno crescimento no 2º trimestre deste ano e realçar algumas notas que, com ele, poderão estar relacionadas. Contribuíram para esse crescimento do PIB, o aumento ligeiro das vendas a retalho e de automóveis, bem assim como (mais relevantemente) o aumento das exportações, em cerca de 6,3%. Alguns economistas sublinham, no entanto, o facto de os resultados divulgados, terem beneficiado de um empolamento anormal das exportações, em virtude de a Páscoa (31 de Março) ter adiado para o início de Abril precisamente algumas dessas exportações que, normalmente, ocorreriam no final do trimestre antecedente. Mas há dois aspetos indissociáveis desse aumento do PIB, verificado entre Abril e Junho: uma ligeiríssima retoma (ou, pelo menos, estabilização) da atividade económica na zona Euro e, depois, o facto de ter sido “chumbada”, pelo Tribunal Constitucional, a supressão, projetada para este ano, dos subsídios. Isto terá tido, pelo menos, um efeito psicológico (ainda que pequeno) no consumo privado e – acredito – poderá ter descontraído alguns consumidores. É a velha questão dos efeitos psicológicos e da confiança na economia. Ora, o valor da confiança (decisivo, como em tudo na vida) é muitas vezes esquecido nas análises tecnocráticas. E o excesso de tecnocracia é um mal que tem, ultimamente, varrido a política, não só portuguesa, mas europeia. Passamos de um Governo (de Sócrates) em que a preocupação com a ilusão de uma certa confiança (mesmo infundada), do otimismo, era tudo e a qualquer preço (mesmo pagando-se o preço da mentira), para um outro, marcado por um certo “gasparismo”, em que tais efeitos psicológicos (mas reais) pareciam, pura e simplesmente, ser inexistentes. Em ambos os casos, faltou a boa política.
PS – O caso “swap” é verdadeiramente um caso de regime! Também poderá afetar, correntemente, as “autárquicas”: por exemplo e como o Grande Porto noticiou, em Gaia, um dos candidatos – ultimamente vereador em Matosinhos – também terá, em tempos e quando passou por uma empresa municipal de Gaia, celebrado um contrato “swap”, com prejuízos já calculados. Suspeito que em breve, conhecer-se-ão outros casos, por todo o país.
* Grande Porto, semanário, 16.08.2013
Santa ignorância! Então ao fim de 2 anos o nosso PIB cresceu? Os números, mesmo os oficiais, são bem claros: nos últimos 2 anos o nosso PIB desceu 2% . Este também deve ser professor na Lusófona!!!
GostarGostar
“Ao fim de 2 anos [em queda], o nosso PIB cresceu, na Primavera (entre Abril e Junho), 1,1%.”
Santa qualquer coisa do assobio.
GostarGostar
Não o critique…o rapaz aprendeu a ler com o Relvas ou na Independente.
GostarGostar
Lendo integralmente o texto, só posso elogiar. E concordar. Um crescimento sustentado, que melhore em termos de comparações homólogas, e que não seja meramente conjuntural, tem de começar de alguma maneira. Pode não ser desta, mas pode ser que seja, tanto mais que outros países europeus cresceram. Mas PMF alerta para isso. E também para as potenciais consequências dos cortes previstos para o próximo orçamento.
GostarGostar
O problema do governo é tal «andorinha» ser de Portas, o caixeiro-viajante que andou às costas, disfarçado de diplomata, com carradas de empresários durante 2 anos…
GostarGostar
Mas o Paulinho das Feiras não fez o mesmo papelão que o anterior “inginheiro” que por acaso era pm vendendo lá fora os cagalhães desta plantação?
Ao segundo elogiavam e a este criticam?
Homofóbicos só pode hahahahahahah
GostarGostar
Não compreendeu.
O que Sócrates fez explicitamente foi meritório e forçou Portas (que o criticava) a fazer o mesmo dissimuladamente para não se expôr ao ridículo da contradição óbvia.
O problema é mesmo do PSD que sabe que é a Portas que se deve o galão do avanço trimestral do PIB a custas das exportações patrocinadas pela acção de Portas no MNE.
GostarGostar
A paleo-esquerda anda furibunda com estes dados. A maluqueira é tão grande que o berloque de esquerda caviar diz que foram os juízes do TC
GostarGostar
(…) Mas há dois aspetos indissociáveis desse aumento do PIB, verificado entre Abril e Junho: uma ligeiríssima retoma (ou, pelo menos, estabilização) da atividade económica na zona Euro e, depois, o facto de ter sido “chumbada”, pelo Tribunal Constitucional, a supressão, projetada para este ano, dos subsídios. Isto terá tido, pelo menos, um efeito psicológico (ainda que pequeno) no consumo privado e – acredito – poderá ter descontraído alguns consumidores. É a velha questão dos efeitos psicológicos e da confiança na economia (…)
.
ou seja, o autor do post é um perigoso esquerdista 🙂
GostarGostar
Em síntese. Se os resultados forem bons é porque nada têm a ver com a governação. Se forem maus então a culpa é totalmente do governo. Esta argumentação também produz um efeito psicológico, certo?
GostarGostar
A canhotada ranhosa, se o crescimento se instala, vai ter que ir à bruxa!!!!
GostarGostar