Ver melhor com os olhos fechados
Quem vai acompanhando os canais noticiosos já teve oportunidade de reparar na existência de um mercado desregulado de comentadores profissionais e não federados. Não se trata de um grupo de pessoas conhecido por exercer actividades extra-comentário, exceptuando, em alguns casos, a docência em estabelecimentos de ensino superior para futuros comentadores.
A coisa funciona assim: o político fala, o comentador comenta, o jornalista avalia o comentário, o homem-rede-social comenta o comentador e é comentado por outros homem-rede-social-comentadores que também comentam, em pleno diálogo, o comentado que comentou o político e tem acesso ao comentário privado com outros políticos, também eles comentáveis e comentadores.
Não há nada de errado nisto: funciona como a liga de honra e a 2ª liga. Algumas redes sociais são autênticas taças de Portugal, onde tudo comenta tudo com toda a gente, incluindo comentários dos comentados e dos comentadores de comentadores, esbatendo assim as fronteiras existentes entre quem influencia e quem é influenciado.
O único problema deste ecossistema é gerar nesta geometria riemanniana do n-comentário uma falsa percepção de relevância a alguns comentadores/comentados amplificada pelas variações familiares de “estavas tão bonito na televisão”. Na realidade, não é um problema; é uma especificação. E isso pode perfeitamente explicar o que Pedro Magalhães diz aqui, de que “há uma dissonância(…) entre o que as sondagens dizem sobre a opinião pública e aquilo que na opinião publicada se vai dizendo sobre o tema”.
Tudo isto não passa de conversa para adormecer o pagode e, como verificamos, tem resultado. Os espaços que são tentáveis estão todos ocupados pelos compadres do costume. Entretanto, a terra gira, mesmo que muitos disso não se apercebam disso. No final, tem de haver sempre um acerto de contas, mesmo que tarde a suceder. É dos livros!
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O jornalismo político nas TVs está quase completamente transformado e comentarismo explicador para atrasados mentais.
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Pedro Magalhães fala do presente. O Congresso do PSD esteve muito virado para o passado. Só assim se explica a ‘promoção’ de Miguel Relvas.
Dissonâncias há muitas, são como os chapéus…
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Perante o manancial de informação que actualmente nos chega, ler ou ouvir em diagonal já não chega. É preciso filtragem. Não pela forma do falar mais alto ou escrever em negrito, mas pelo conteúdo.
Assim como separar a palha do grão.
E muito do comentário televisivo é palha.
Há quem se alimente disso.
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Quase grão . . .
Lá pela Copacabana
O que s´usa vem a ser
O de chamar-se *grana*
O que andas a *perceber*.
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Chover no molhado.
Encher chouriços.
Lamber o vomitado.
Baralha e volta a dar o mesmo jogo.
Enfim, estes engonhanços dão de comer a muito bico…
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Ninguém viu/vê a casa dos segredos, ou coisa que o valha e no entanto todo o mundo comenta e não é que batem recordes.
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Como dizia Taleb com alguma plausibilidade, os media não servem para dizer a verdade, apenas para chamar a atenção. E não estando nós a falar de gente particularmente inteligente, é natural que chamem à atenção copiando-se uns aos outros.
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Chover no molhado.
Encher chouriços.
Lamber o vomitado.
Baralha e volta a dar o mesmo jogo.
Enfim, estes engonhanços dão de comer a muito bico…
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