Figuras de estilo
“Há crianças a lavar pratos de manhã à noite”. É a factura da crise Estas declarações da presidente da Confederação Nacional de Acção Sobre o Trabalho Infantil (CNASTI) têm todos os ingredientes para abrir noticiários. E deveriam sê-lo não só porque os factos referidos são graves mas também porque a CNASTI parece ter saído de um torpor informativo de vários anos. Presumo que os seus colaboradores terão andado a a fazer as investigações que agora permitem à presidente fazer estas declarações:o site da CNASRI vive numa doce modorra, nos jornais raramente se encontram notícias sobre a CNASTI…
Como por razões profissionais tenho de garantir verosimilhança àquilo que outros escrevem este tipo de declarações causa-me sempre várias dúvidas. Por exemplo, a CNASTI já apresentou queixa por isto: “nas zonas de turismo existe muitas crianças que vão trabalhar para restaurantes, por exemplo, a lavar louça. Começam a trabalhar de manhã e saem quando o restaurante fecha” ? E queixa naturalmente não apenas por crianças – de que idade? – estarem a trabalhar mas também por os restaurantes em causa ficarem com tais pilhas de louça suja acumulada durante a noite que as crianças que de lá saíram quando o restaurante fechou têm logo de manhã de voltar aos restaurantes para lavá-la. A imagem da criança a lavar pratos é poderosa mas não pode ser usada como figura de retórica.
Devem ser “crianças” de 16 e 17 anos que em vez de andrem nas drogas e a roubar preferem trabalhar nas férias para ganhar uns cobres…
Coisa indigna e altamente censurável, que só lhes faz mal.
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Era interessante saber a idade dessas crianças… pois segundo o novo Código do Trabalho já é possível trabalhar a partir dos 14 anos (ex: em regime part-time, mantendo a escolaridade obrigatória)….
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Sim, devem ser “crianças” de 17 anos, se calhar, até de 20 ou 25, pobrezinhas… sempre trabalhei nas férias, desde os 13 anos e só me fez bem. Também à minha carteira.
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Dos membros fundadores consta a UGT + CGTP + CONFAP.
Devia ser interessantíssimo assistir a um debate entre estes três associados e mais os restantes membros onde consta a Fundação da Dra. Barroso mais o Sindicato dos Professores do Norte e a fantástica Associação de Moradores de Lameiras e outros avulsos mais ou menos anónimos.
Resumindo mais uma coisinha a gastar dinheiro do Estado para produzir nada.
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Antigamente bastava a quarta classe, não havia desemprego e eram todos felizes e saudáveis… O trabalho ajuda a construir um carácter forte e menos sujeito à inconstância.
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É verdadeira a sua ultima afirmação. Mas também é verdade que existe trabalho infantil prejudicial ao desenvolvimento das crianças, seja do ponto de vista físico, intelectual, escolar, desportivo ou lúdico.
Qualquer dos meus 3 filhos, a partir dos respectivos 13 anos de idade trabalhou nas férias em Agosto na apanha da pera rocha e em Setembro na vindima, ganharam o seu dinheiro de bolso e cresceram com saúde. Não lhes fez mal algum. E até perceberam que era mais fácil andar a estudar o resto do ano.
Coisa diferente teria sido se tivessem que trabalhar desde os 10 anos ou menos, prejudicando a escola, por razões de estrita sobrevivencia.
Nestes assuntos, é perigoso generalizar. Cada caso…
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Não foi um destes senhores que disse que tinha uma “convicção real” dos números que estava a citar?
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Seja lá o que isso for….
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O retrato do self made man enquanto jovem. Para a esquerda será o exemplo do “o que torto nasce…”
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Estas crianças virtuais trabalham afincadamente para garantirem o sustento de todos os empregados das CNASTIS que por aí pululam.
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Creio que podemos esperar sentados pela indignação acerca de crianças na televisão e nos filmes.
Isso dá dinheiro mas não é trabalho … deve ser arte … ou cultura …
Súcia.
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Hoje, só hoje, percebi que existe uma indústria que depende das instituições e mecanismos da protecção da criança, da protecção da vítima de violência doméstica, da protecção da vítima de racismo e/ou xenofobia e da protecção das mulheres (casais) que não conseguem procriar, etc
Hoje mesmo acabo a ler este post e fecha-se um círculo em que me torno mais cínico porque lendo o que li agora e juntando a iluminação de horas antes não consigo deixar de ver uma constante agenda (até à custa de quem mais é submetido) que serve os filhos dessa industria e que não são (maioritariamente) herdeiros de uma história pessoal de sofrimento, mais parecem o primeiro transeunte que se aproxima de uma pessoa caída e que, percebe-se mais tarde, não o faz para ajudar mas para lhe ficar com a carteira…
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E depois do restaurante fechar, acumulam louça suja durante a noite! Serão os patrões que ficam em grandes farras até de manhã?
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