Para que serve o referendo grego?
Para que é que serve o referendo grego?
Bem, a pergunta será qualquer coisa como: “Concorda com a última proposta das instituições?”
Não se percebe ao certo quais seriam as consequências do sim ou do não.
Em caso de vitoria do “sim”, o governo grego já eu a entender que aplicará a proposta da troika, mas isso não é plausível e se calha nem sequer é possível. A última proposta da troika foi retirada. Há alguma possibilidade de o processo negocial recomeçar, mas já não será a mesma proposta nem sob as mesmas condições e possivelmente já não será com este governo grego.
Em caso de vitória do “não” o governo grego diz que quer continuar a negociar, mas é improvável que a União Europeia o queira fazer nos mesmos moldes e com o mesmo governo grego que interrompeu uma negociação no último dia para convocar um referendo.
Portanto, o referendo é apenas uma forma de o Syriza fugir às suas responsabilidades e de continuar a fazer o jogo inconsequente da luta contra a austeridade sem nunca ter de concretizar uma política alternativa. Se as coisas corressem bem ao Syriza para a semana estariam com o mesmo discurso a negociar com a UE, a culpar à vez a Alemanha, o FMI ou o BCE, e assim ficariam enquanto pudessem.
Conhecendo o historial do país e tendo em conta que estamos a lidar com extremistas duvido que, caso vença o sim ao euro, o Syriza faças as reformas que o país precisa. Já estou a ver o teatro, os esquemas de telenovela mexicana para dizerem que a Europa enganou os gregos e quer «mais austeridade», as dramatizações no Parlamento grego com os deputados a votarem contra cortes nas reformas ou nos salários…
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Bom. Para quem tem mais de dous neuronios na cabeca serve tambem para plantearse mais ou menos isto…A Europa tal e como foi desenhada pelo Tratado de Lisboa para os paises PIGS serve para que?
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aparentemente, serve para nos distraír…
enquanto se fala dos gregos, não se fala do que verdadeiramente interessa…
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Diga lá o que verdadeiramente interessa…
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Interessa tapar.
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E serve para utilizar uma ferramenta da democracia, o referendo. Ter os cofres cheios com a pele daqueles que os elegeram e serem eleito na base de promessas nunca cumpridas é que é caso para perguntar, para que servem as eleições em Portugal.
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O Siryza é um vírus mortal nas entranhas da eurozona. É preciso removê-lo e atirá-lo para o fundo dos infernos.
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Não chega. Depois é preciso esvaziar definitivamente o fundo dos infernos até ficar completamente limpo.
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Sim. Completamente. Descartam-se e ainda querem que a responsabilidade seja atribuída a um povo inteiro.
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Esta Europa do PPE, é uma vergonha.
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Tem razão. O que destroi a Europa são esses tecnocratas que sabem somar 2+2.
Malditos burocratas da matemática.
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Quem? O professor doutor constâncio sabe somar dois mais dois?
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O que é espantoso é que os tipos fazem uma jogada destas, interrompem as reuniões do eurogrupo, deixam dezenas ou centenas de altos responsáveis pendurados, vão para Atenas por mais de uma semana sem retorno, e depois ainda há uns tipos na TV muito ofendidos com o facto de os outros países terem retomado a reunião sem os gregos. Uma coisa nunca vista e reprovável, manifestavam eles. Esta semana também puseram o Joaquim Aguiar no canal vermelho a debater a realidade com dois candidatos do mundo virtual de esquerda, mais a apresentadeira. Obviamente, os factos foram atropelados pelas ficções e pelo teatro.
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Como é que se decide o resultado do referendo?
Nas eleições legislativas, o Syriza obteve cerca de 37% dos votos e formou governo. Se a posição do Syriza fôr o “não”, bastam os mesmos cerca de 37% para o “não” vencer ou são necessários 50%+1?
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Não são necessários nem 50 nem 30 nem 10.
O resultado seja sim ou não serviria para alguma coisa se fosse conhecido ontem ou até mais tarde.
Agora vale o mesmo que valem as análises de segunda-feira sobre o penalty convertido no jogo de domingo e que 38% acham que foi justo e 62% que foi mal assinalado.
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Fado,
Vale tanto quantos o
Vale tanto quantos o cofres cheios e a populaça a passar larica.
e a populaça a passar larica.
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O referendo grego para já está a servir para que o Syriza mantenha a iniciativa nas negociações. De um lado todos os países da UE e o FMI a berrar pela urgência de chegar a um acordo; por outro o Syriza a dizer: “aguentem aí os cavalos que a gente tem aqui uma coisa muito democrática, legitima e legitimadora para fazer”. O tempo e os prazos das negociações vão continuar a ser marcados pelo Syriza.
Mas também vai servir para justificar (do ponto de vista dos movimentos de extrema esquerda que compõem o Syriza) o que vier a seguir. Mesmo que o resultado do referendo seja contra as posições do Syriza, aposto que não se irão demitir e marcar novas eleições. Vão-se manter no poder. Depois, como a situação, em qualquer dos cenários, não vai ficar melhor do que já está, está aberta a oportunidade para a malta que se acha iluminada e capaz de construir um mundo melhor (cúmulo da arrogância – a meu ver), mesmo que esse mundo seja diferente daquele em que a maioria (que TEM que ser educada para seu próprio bem) quer viver, malta que sonha com coisas como ditaduras do proletariado, sociedades sem classes, etc. (versão .2 da URSS / China de Mao / Cuba de Ché Guevara), dizia eu, está aberta a oportunidade para justificar que sejam adoptadas medidas extraordinárias para enfrentar uma situação extraordinária: começa-se com o fecho dos bancos durante uma semana por causa do controlo de capitais; se a situação exigir rapidamente se decreta a nacionalização da banca… e depois passo-a-passo o resto da economia.
Já se viu isso no passado, estamos a ver isso na Venezuela e estamos a ver o início desse processo agora na Grécia.
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Que raio de país.
Conseguem numa semana aprovar uma pergunta para referendo?
Eles nunca ouviram falar no Doutor Jorge Miranda ou no Tribunal Constitucional que nós aqui orgulhosamente temos?
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