Deixem-se de hipocrisias, está bem?
Nesta história do quem canta na tomada de posse de Trump ou de quem veste Melania – o PÚBLICO até pergunta se os criadores devem vestir Melania – existe uma hipocrisia tremenda: cada um é ou devia ser livre de trabalhar para quem quiser. Mas viciadinhos que estão na fama, os criadores não ousam de modo algum ir contra a corrente (o que eles chamam ir contra a corrente é precisamente dizer e fazer o que se espera que façam) pois tal pode levá-los a perder clientela.
Na prática o mesmo que os levou a cantar, dançar ou trabalhar para os Obama – na verdade um excelente negócio dada a popularidade do presidente – é o mesmo que que agora os leva a rejeitar qualquer convite de Trump: popularidade e dinheiro. Com um ganhavam com o outro perdem. É o negócio e não tem mal algum. Mas não lhe chamem outra coisa.
Por fim, livrámo-nos da acusação do racismo. Se alguma criatura tivesse recusado vestir Michelle Obama ou rejeitasse um convite para actuar na tomada de posse de Obama teria sido um escândalo de proporções inimagináveis e a criatura seria banida por racismo do mundo mediático. Agora o problema desapareceu. Ainda bem.
Se a presença de muito famosos na tomada de posse de Obama significou uma má presidência, pode ser que a ausência de muito famosos na posse de Trump seja premonitório de uma boa presidência. Vamos torcer para que seja.
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Corre no FB uma piadola gráfica sobre Trump: uma foto sua ao lado da de um porco, supostamente com expressão semelhante. Imagine-se que seria a foto de Obama em parceria com a de um outro bicharoco (…ainda que superior na escala animal)? Não ouso imaginar a histeria acompanhada do rasgar de vestes consequente.
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Suspendiam a net. E o FB não suspendeu essa conta?
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“The King is dead, long live The King!”. Logo lá estarão todos na fila do beija mão.
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A Hilária está lá a comer no jantar inaugural e os idiotas que a apoiam a partir montras e a fazer tumultos na rua…
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Podemos também admitir a hipótese de uma pessoa não se querer associar a um ser humano grosseiro, sem capacidade de controlo de impulsos, que insulta diariamente alguém ou alguma coisa (sendo insultado na mesma medida, o que é justo, mas não leva a lado nenhum), e que foi eleito por uma coligação das forças mais negativas do país (a começar pela esquerda dos sindicatos do “rust belt”) não podemos? Eu, por exemplo, que sempre votei à direita, não queria ser associado à tomada de posse de Trump. A lógica do “he may be a son of a bitch, but he’s our son of a bitch” já era fraquinha no tempo de Somoza, Pinochet, Marcos e Suharto, mas ao menos havia uma guerra fria para ganhar. Já criticar quem se distancia de uma coisa que cheira a poia, soa a poia, e tem a aparência de uma poia como Donald J. Trump apenas porque não se gostou da presidência Obama, ou se é contra o politicamente correcto não tem justificação nenhuma.
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Republicou isto em O LADO ESCURO DA LUA.
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