Uma camisa para Vénus
Não sei ao certo há quanto tempo conheço a senhora desta fotografia. É possível que tenha contactado com ela pela primeira vez em 1989, no livro de História do 7º ano, mas também me pode ter sido anteriormente apresentada pelo meu pai, quando folheava comigo aquelas Histórias da Arte em fascículos que gostava de coleccionar e que, por essa altura, ocupavam as estantes de muitos lares portugueses. Numa época em que os pais já não tinham o hábito de levar os filhos varões a casas onde se desenvolve o comércio amoroso, foi com certeza uma maneira familiarmente interessante de ir, quase literalmente, aos primórdios da questão.
Aparentemente, e de acordo com uma notícia que li num jornal estrangeiro, o Facebook não gostou que um retrato desta escultura, exposta num museu de Viena, tivesse sido publicado na rede social. E vai daí, sem meias medidas, censurou-o com a classificação de “conteúdo impróprio”. Faço notar, antes de mais, que, ao contrário do que se passa em Portugal, os estrangeiros limitam-se a dizer Viena, sem acrescentar o país a que pertence, pelo que fiquei sem saber se o dito museu se encontra na Áustria ou no estado norte-americano do Missouri, que tem uma pequena povoação com o mesmo nome. Mas o que verdadeiramente me surpreendeu foi a atitude da empresa de Mark Zuckerberg, retirando dos seus domínios esta vénus pré-histórica. Como não quero acreditar que um empreendedor nova-iorquino do séc. XXI seja mais conservador do que o Ministério da Educação e as famílias portuguesas dos anos 80, tenho de concluir que foi o aspecto da matriarca que lhe desagradou. É certo que a sua forma física não é a melhor, com alguma gordura localizada na área abdominal e com as glândulas mamárias ligeiramente descaídas. No entanto, se levarmos em consideração que a senhora tem quase 30 mil anos, temos de concluir que até está muito bem conservada. Tomara a muitas bem mais novas! Pode não servir para as páginas da Victoria’s Secret e da Playboy que o Facebook desinteressadamente alberga, mas talvez ainda conseguisse sacar três ou quatro matches no Tinder às 4 da manhã de uma noite de sábado. Fica a dica para a minha velha amiga.
Óptimo post !
Estamos ainda na fase inicial persecutória por parte de delirados e de provocadores. Nada de cedências face à parvoíce.
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neste milénio visitei várias vezes o Museu de História Natural (Naturhistorisches Museum-Wien), mas não pude ver a Vénus de Willendorf por estar guardada no cofre
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Regresso civilizacional foi o que nos trouxe a ascenção do neo-liberalismo, do puritanismo americano e do fundamentalismo islâmico. Uma tripla infame!
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Devem ter-te cativado parte do ordenado, oh Arlindo. Já nem sabes o que dizes. Andas todo baralhado; além do mais, a “grelha” de respostas que utilizas para comentar está francamente fora de prazo. Tens que abandonar a de 1917 rapidamente e pedir uma mais recente, nem que seja de 1974.
Podes também arranjar um calendário deste ano, 2018, caso ainda não tenhas entendido em que século e ano estamos. Vais ver que não doi. É só uma questão de tempo…
Continua por aqui até porque, no estado em que este país está, umas boas gargalhadas são sempre benvindas.
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Disse alguma mentira? andas ainda no tempo do PREC? Não vês televisão nem internet? porque é que não admites o óbvio, o verificável, o constatável? É assim tão difícil?????????
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O teu argumentårio é, todo ele, duma pobreza marxista e, até confrangedor.
Sabes ler mas não sabes interpretar ou compreender aquilo que lês. Ou então ages de má fé para ver se pega.
Compra lá o calendário e deixa-te de porcarias…
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Olha o Arlindo a fingir que não é Marxista.
Arlindo hoje o PCP depois de afugentar a Direita já pode escrever Defesa da Pátria em outdoors e ninguém os chama de Fascistas.
Hoje os Marxistas fazem-se puritanos mais uma vez para reclamarem Poder.
Que é a única coisa que lhes interessa.
Isto quando há 10 anos atrás criticavam ferozmente os puritanos.
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publiquei há anos no meu blog uma série de fotos de Vénus pré-históricas em homenagem à Mulher de todos os tempos
desisti de fazer um estudo estético e científico, mas desisti porque isto é o rectângulo dos adiantados mentais que governam e fazem comentários com ar lindo
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Felizmente que a minha família pode proporcionar-me vasta coleção de livros apropriados para as novas fogueiras purificadoras. Infelizmente, não sou friorento.
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É um bocado mais simples: há povos que substituem o bom-senso por regras. E obedecem às regras, mesmo que não façam sentido – é a versão aceitável do “estou só a seguir ordens”.
Portanto se as regras dizem “não há mamas à vista”, é para cumprir, não é para fazer vista grossa porque se trata de uma conhecida, que isso é coisa de povos atrasados.
(Houve um tipo que há umas décadas disse que o perigo não era os computadores pensarem como pessoas, era as pessoas pensarem como computadores. Bruxo.)
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A estupidez anda a fazer cedências à idiotice…
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