Desenganem-se: se não fossem hipócritas, estariam no PCP
Anda por aí muita gente, à direita e à esquerda, entusiasmada com a possibilidade de o Bloco sair enfraquecido perante o seu eleitorado na sequência do caso Robles. O eleitorado do BE não é absolutamente homogéneo e é natural que haja algumas pessoas sensíveis à hipocrisia que deixem de votar BE, mas não serão muitos. Uma das coisas que o seu eleitorado valoriza no BE é precisamente a hipocrisia e a incoerência. A razão pela qual o BE tem ume penetração tão grande nas classes média-alta é precisamente por lhes dar a possibilidade de sinalizar virtude sem abdicar do vício, a possibilidade de apontar o dedo ao capitalismo selvagem e beneficiar dele, apelando à revolução a partir dos restaurantes mais exclusivos da capital. Não digo com isto que não haja hipocrisia no PCP. Mas ela é mais controlada (como tudo no PCP) e, consequentemente, punida mais severamente. No BE a hipocrisia faz parte do ADN. A grande maioria do eleitorado mais à esquerda não entende as nuances ideológicas entre BE e PCP. Prefere o BE porque é um partido que lhes permite sinalizar virtude sem ter que fazer votos de pobreza como os parolos do PCP. E esses não se vão embora em resultado deste caso. Antes pelo contrário.
No PS ainda é pior! Ou as pessoas julgam que aquilo não está irremediavelmente tomado por bloquistas e comunistas que fazem de conta que são democratas, à mistura com grandes promessas que não passam de imbecilóides de fraldas que nem inglês falam?
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Vamos lá ver …
O mais importante não é saber se o Ricardo Robles, que por acaso até é um politico esquerdista, fez um negócio limpo ou sujo.
Espero bem que seja limpo e que o Ricardo tenha muitos filhos e seja feliz !
O mais importante é aproveitar este caso exemplar, admitindo que é limpo, para explicar que :
a) é bom para a economia e para o bem estar dos portugueses que existam muitos homens de negócio como ele e a fazer como ele.
b) as ideias em sentido contrário que, entre outros, o partido dele defende estão profundamente erradas e as politicas que delas resultam são um mal para a sociedade e, ainda mais, para a gente do povo !!
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e que tal explicar porque é que a SS vende prédios a preço de saldo que com uns milhares extra se valorizam 10 vezes mais . Porque é que a SS não reabilita os seus imoveis e os vende valorizados ? como é que a venda foi feita ao vereador Robles ? por ajuste directo ? sem concurso ? etc.…..é assim que se garante a boa gestão dos fundos da SS ?…pelo menos a reforma do sr roble e irmã está assegurada. O mesmo não podem dizer os restantes pensionistas da SS.
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“ADMITINDO QUE É LIMPO”?
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Por razões de espaço, o meu comentário aos comentários do jc e da Isabel está mais em baixo na caixa de comentário.
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Essa atriz no banco da frente conseguiu hoje dizer às TV sem se rir que o seu vereador não fez nada de condenável, e ainda mandou umas bocas ao PSD que pediu a demissão do investidor especulativo, pq o PSD teria não sei quem a ser investigado por não sei o que , financiamentos partidários, uma coisa assim que a sra atriz acabou por não pormenorizar.
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A hipocrisia no PCP é mais controlada? Há menos de dois anos, tivemos Jerónimo de Sousa a congratular-se pelo cumprimento das metas económicas e do défice – quando era óbvio para toda a gente como estavam e estão esses números a ser obtidos. Há quase três anos que os sindicatos ligados ao PCP estão quase em hibernação, apesar dos serviços que sindicalizam estarem cada vez mais degradados. Hipocrisia controlada o tanas!
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Sim, Jc, também ouvi a nossa actriz a dizer, candidamente, que o companheiro Robles andava por maus caminhos mas que, sem ninguém lhe dizer nada, decidiu mudar, pois decidiu requerer à Câmara, onde milita, autorização para poder efectuar o registo do prédio em regime de “propriedade horizontal”, para assim lhe ser fácil separar a sua parte, autonomizando-a da parte da irmã, dizendo ele que não tenciona vender a sua fracção.
Baseada nisto, diz a coordenadora do BE que o Robles não teve lucro nenhum, porque ainda não o vendeu! Para aquela cabecinha o Robles só teria lucro se vendesse, esquecendo que o sortudo obteve, em tempo recorde, uma mais-valia invulgar, com uma margem elevadíssima, para não lhe chamar obscena.
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Na “mouche”
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Tenho vindo a pensar cada vez mais em como é que é possível chegar a estes momentos na história actual, nos quais é possível observar-se hipocrisia em acção sem quaisquer danos políticos. Ou como é que a ética política atingiu um nível tão baixo sem que se observem manifestações claras de repúdio por parte de apoiantes. Penso que ainda mais chocante que o Robles do BE, é o caso do Pablo Iglésias que no Podemos saiu completamente ileso — e cujas projecções inclusivamente parecem indicar um aumento da votação nas próximas eleições.
Começo a acreditar que de há umas décadas para cá os cientistas políticos começaram a aperceber-se do poder que esse grande fosso entre o cidadão e a política oferece à classe política. Que quanto maior a distância, mais difícil torna-se tocá-los ou responsabilizá-los, porque o sentimento de revolta perde-se na enorme distância que nos separa.
Foi criada sempre uma narrativa que é necessário aproximar os cidadãos da política, mas é fácil constatar que na realidade o que sempre se procurou foi afastá-los cada vez mais. Após o grande sucesso que foram as democracias do século XX, é preciso regressar às origens da governação exercida pelo poder exclusivo e de acesso controlado. Uma espécie de neodemocracia assente na mesma falsa ideia de liberdade que era dada aos escravos com cartas de alforria, e que pretende esconder a realidade pura e dura de um sistema político que vê em acontecimentos como o Brexit a necessidade urgente de regressar ao feudalismo.
Assim acredito que a distância que separa o cidadão da política é uma construção consciente e propositada e que tem várias formas, sendo apenas uma delas a destruição na forma de controle da ponte entre a vontade do cidadão e o poder político, os media.
Tal como o Podemos, o Bloco de Esquerda é um partido exclusivamente dogmático, sem qualquer base ideológica. Tem por isso mais liberdade para torcer a espinha dorsal e assumir também como seu o liberalismo político que o socialismos europeus e norte-americanos têm vindo a construir nas últimas décadas, como forma de auto-protecção. Liberalismo político esse que, inclui pérolas de desresponsabilização como “o que eu fiz não é ilegal”, e cujo grande pilar estrutural é a distância que separa a política e o cidadão.
A verdade é que nenhum destes dois partidos inventou este discurso. O BE e o Podemos apenas se estão a apropriar para beneficio próprio do que na Europa as famílias Socialistas e Social Democráticas e em menor escala nos Estados Unidas o Partido Democrata, têm vindo a fazer.
Por isso concordo muito com CGP que o Bloco vai sair deste entre os pingos da chuva. E será até fácil. E podemos até ter um Bloco a crescer com Robles na direcção. Este é o estado de saúde da Democracia na Europa. É assim que andamos todos a viver. E é por isso que os sinais alarmantes de extremismo político estão a ressurgir. Afinal, quantas vezes eu próprio não sinto vontade de me extremar? E concordo que o PCP, com as devidas reservas dos casos conhecidas, é sem dúvida em Portugal o que resta de um tempo em que política significava alguma forma de rectitude ideológica e ética política. Sem qualquer prejuízo para o que penso de mau e diabólico do pensamento marxista, considero o PCP o último partido sério neste país.
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Post genial!
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Permitam-me que transponha aqui um comentário de”Mosava Ickx” a um artigo de Mithá Ribeiro no Observador ( está em francês, penso que o google translator fará o resto, se for necessário) :
« Pour étouffer par avance toute révolte, il ne faut pas s’y prendre de manière violente. Les méthodes du genre de celles d’Hitler sont dépassées.
Il suffit de créer un conditionnement collectif si puissant que l’idée même de révolte ne viendra même plus à l’esprit des hommes.
L’idéal serait de formater les individus dès la naissance en limitant leurs aptitudes biologiques innées. Ensuite, on poursuivrait le conditionnement en réduisant de manière drastique l’éducation, pour la ramener à une forme d’insertion professionnelle.
Un individu inculte n’a qu’un horizon de pensée limité et plus sa pensée est bornée à des préoccupations médiocres, moins il peut se révolter.
Il faut faire en sorte que l’accès au savoir devienne de plus en plus difficile et élitiste. Que le fossé se creuse entre le peuple et la science, que l’information destinée au grand public soit anesthésiée de tout contenu à caractère subversif.
Surtout pas de philosophie. Là encore, il faut user de persuasion et non de violence directe : on diffusera massivement, via la télévision, des divertissements flattant toujours l’émotionnel ou l’instinctif. On occupera les esprits avec ce qui est futile et ludique. Il est bon, dans un bavardage et une musique incessante, d’empêcher l’esprit de penser.
On mettra la sexualité au premier rang des intérêts humains. Comme tranquillisant social, il n’y a rien de mieux.
En général, on fera en sorte de bannir le sérieux de l’existence, de tourner en dérision tout ce qui a une valeur élevée, d’entretenir une constante apologie de la légèreté ; de sorte que l’euphorie de la publicité devienne le standard du bonheur humain et le modèle de la liberté.
Le conditionnement produira ainsi de lui-même une telle intégration, que la seule peur – qu’il faudra entretenir – sera celle d’être exclus du système et donc de ne plus pouvoir accéder aux conditions nécessaires au bonheur.
L’homme de masse, ainsi produit, doit être traité comme ce qu’il est : un veau, et il doit être surveillé comme doit l’être un troupeau.
Tout ce qui permet d’endormir sa lucidité est bon socialement, ce qui menacerait de l’éveiller doit être ridiculisé, étouffé, combattu.
Toute doctrine mettant en cause le système doit d’abord être désignée comme subversive et terroriste et ceux qui la soutiennent devront ensuite être traités comme tels. »
Günther Anders, “L’Obsolescence de l’homme”, 1956
“
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Abrilesco é assim mesmo, um código de linguagem.
Quis vender, não vendeu: no passa nada!
A manobra seguinte é com a mana: esta fica com a maioria e vende com bom lucro.
O puro comuna vai ficar com dois apartamentos alugados a preço de saldo, o segundo a um bom amigo.
As contas fazem-se lá em casa.
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jc e Isabel,
Eu não digo que não se procurem esclarecer essas dúvidas ou suspeitas.
Eu não sei se o negócio foi legal e limpo ou se houve ilegalidades e tráfico de influências.
Vejo interrogações e suspeições mas ainda não vejo provas evidentes e comprovadas.
Talvez algumas questões em aberto devam ser antes de mais dirigidas aos responsáveis da SS que autorizaram e negociaram a dita venda.
Não é por o fulano ser de um partido e ter uma ideologia a que me oponho que o considero automáticamente culpado de desonestidade pessoal.
Sei que há esquerdista honestos como há direitistas desonestos.
Seja como for, seja o negócio limpo ou sujo, acho muito bem que se denuncie a hipocrisia de quem diz uma coisa e faz outra.
Tudo isto é importante mas, a meu ver, não é o mais importante.
O mais importante é mostrar que as ideias que Ricardo Robles, o BE e outros defendem, hostis a um mercado imobiliário livre e concorrencial, estão erradas e o que está certo é que existam condições para que pessoas com sentido e capacidade para o negócio possam fazer aquilo que o Ricardo Robles fez ou tentou fazer.
Naturalmente que isto vale na suposição de que o fez sem cometer ilegalidades ou falcatruas.
Mas aqui já não estamos no campo da oposição entre o mercado livre e o mercado entravado mas sim no campo da moral e da justiça.
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Putedo de merda de mamões bloquista.
Afinal, so’ querem tacho e massa, muita massa nos bolsos.
Relés hipo’critas. VT
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Menos Hipocrisia no PCP?
Já leu o Manifesto Comunista?
Todos os dias os militantes do PCP fazem negócios livremente com os “grandes grupos económicos” que querem destruir.
Quantas propriedades privadas tem o PCP e tinha a D.Odete?
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Há anos que digo que o BE veio substituir a caixa de esmolas. O burguês põe lá a moedinha (das pretas, se ninguém estiver a ver), sente-se bem, e segue da igreja para as espanholas.
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