Sette Piani
No extraordinário conto Sette Piani (Sete Andares), Dino Buzzati descreve a história de um advogado – Giuseppe Corte – que, em virtude de uma doença ligeira, se hospeda num moderno hospital italiano. O hospital ocupa um edifício com sete andares e tem um curioso sistema de repartição dos pacientes pelo espaço: no último piso estão os doentes menos graves; os restantes pisos são ocupados por pacientes com maleitas de gravidade inversamente proporcional à distância ao solo; no rés-do-chão ficam os que já têm as malas aviadas para o outro mundo. O dr. Corte dá entrada no último piso, já que quase nem estava doente. No entanto, uma série de acontecimentos improváveis – todos sem qualquer relação com o agravamento da doença – fazem-no sucessivamente descer de piso, até ao infernal rés-do-chão.
O conto descreve com mestria o esvaziamento progressivo da esperança de regresso à vida normal com que o protagonista é confrontado, à medida que passa para os pisos inferiores, por razões incompreensíveis. Lembrei-me deste conto, que li há quase vinte anos no n.º 3 da Revista Ficções (revista que pode ser descarregada no site do Instituto Camões) ao ver o Decreto Presidencial n.º 17-A/2020, que renova o Estado de Emergência e agrava, sem qualquer razão aparente (nada se vislumbra no prefácio do decreto presidencial), as medidas que podem ser adoptadas pelo Governo ao abrigo de tal estado de excepção.
Tal como o protagonista do conto de Buzatti, vejo o regresso à normalidade como algo cada vez mais distante, pois é evidente que o sr. Presidente parece apreciar os poderes de excepção de que dispõe (nem me atrevo a imaginar o que estará a preparar para inevitável terceiro decreto desta série) e o Governo, embora mais moderado, também parece estar a tomar-lhe o gosto. A sensação de que recuperar o estado de normalidade constitucional pode vir a ser mais difícil do que a recuperação da economia é aterradora.
A seguir vem a censura, a prisão dos descontentes e o controlo da produção, o socialismo!
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Primeiro vamos assistir à aterragem vertical das vacas mamonas, também conhecidas por “vacas voadoras”. E falta ainda encontrar uma palavra ou expressão para substituir “austeridade”, que deve ser qualquer coisa venezuelana tipo “contribuição solidária”.
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Espanta-me a passividade das pessoas, o amor da liberdade é escasso em Portugal.
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Porque razão deveriam ter amor a ela? O conceito de liberdade em Portugal foi filtrado e reduzido simplesmente à ideia de oposição a uma ditadura, para legitimar a 3ª República e permitir um modelo socialista de governação.
É assim que se fala de “Liberdade” em Portugal. E a única vez que se fala dela é um dia no ano lá para o fim de Abril. Uns poucos ainda tentam chamar a atenção das pessoas sobre o assunto lá para o fim de Setembro. Mas ninguém liga.
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Quis dizer Novembro em vez de Setembro. Não deixa de ser irónica a gralha. Quase que me apetecia dizer que foi intencional, só para mostrar a nenhuma importância que damos a este evento.
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TEATRO 1 – O PM vai à TV expressar discordância com o estado de emergência que pode ser aprovado, avisando que as medidas que podem resultar da sua utilização são muito más. Discorda e põe-se de fora, mas percebe-se a Kms que tem a língua molhada.
TEATRO 2 – Reúne-se com o PR e acerta.
TEATRO 3 – O estado de emergência é aprovado e decretado.
TEATRO 4 – Imediatamente, o governante, que estava contra e avisava sobre as possíveis medidas gravosas, apressado e em modo anti-tancos, usa os poderes de que dispões caso necessário e utiliza-os de imediato para decretar aquilo que pode, mas a que não é obrigado. Aconselhado também por pessoas da saúde – o ramo dos que dizem que é para fazer com as máscaras ao contrário do que manda fazer a ministra da internacional e a directora que já anda com a cabeça debaixo do braço, à espera do momento mais conveniente para formalmente e oficialmente a deceparem.
TEATRO 5 – O governo reúne e sugere a continuação ao fim de 15 dias.
TEATRO 6 – O PM, como quem não quer a coisa, declara novamente que não concorda com nada disto mas, para não destoar, acha que deve manter o estado de emergência, porque acha que não deve desdizer o que foi feito há 15 dias. Aproveita, e toma ainda mais medidas. E recupera logo as figurinhas dos governadores civis de que tanto sentimos a falta nos últimos 15 dias.
E quase ninguém se ri. Se os chineses quisessem colonizar a europa já sabiam por que canto começar, de fininho ou de grossinho.
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Há aí um 3A muito importante, o PS vota a favor do Estado de Emergência.
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Nao sou tao pessimista (ou realista) como LDM, mas li O Principe.
Ora, no caso, junta-se uma interessante e ate ah pouco improvavel, conjugacao de interesses.
A pandemia secou o hipocondriaco e arrasou-lhe os planos para a campanha eleitoral. Os beijinhos e as selfies ja nao podem ser o tema da campanha e o principe, subitamente perdeu o pe.
O desastrado primeiro, que como era de esperar entrou na pista atabalhoado e a derrapar, hipotecado como esta aos votos do PC, nunca tomaria a iniciativa do estado de emergencia e ate ensaiou um beicinho.
Contudo, o presente caiu-lhe nos bracos, das maos do catavento e permitiu-lhe corrigir o atabalhoamento inicial sem ter que ir para a chuva. Entretanto, passou o fardo aos privados, que vao apanhar uma cacetadas das valentes, mete-se na cama dos funcionarios publicos, paga o dizimo ao BE com a macacada dos inquilinos e das rendas de casa e safa-se sem apanhar uma pinga de chuva. Os lorpas do costume irao aguentar a carga e o maltez ca estara para por os foguetes ni final. Poe os papagaios a palrar nos media e esconde-se atras do cenario a esfregar as maos e a imaginar vacas que voam.
Ah! E com esta macacada toda, neutralizou uma oposicao amedrontada (o Rio causa pena) e… Hallas!!!! Quando a tormenta passar voltamos ao mesmo.
O PR ja nao pode dissolver o parlamento, a direita continuara em guerra civil e o Centeno pode finalmente ir para o BP. Entretanto la para meio de 2021, quando a casa estiver a arder, arranja-se uma crise e abandona-se o pantano.
O PS volta a ganhar com uma maioria ainda menor, o Chega tem 15% dos votos e o Doutor Rio cumpre o sonho de ser vice-primeiro ministro do gelatinoso Medina.
Digam la se nao e um bom conto para os dias de desterro?
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Perfeito
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Vice-primeiro ministro?! Não quererá antes dizer sub secretario de estado adjunto da presidência, com a tarefa de carregar a pasta do PM para as reuniões do conselho de ministro?
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“Pais impertinentes, fazem filhos desobedientes”.
A meu ver, o Governo, ao limitar, durante o período da Páscoa, as deslocações apenas dentro do concelho de residência, tomou uma medida que vai ser incumprida milhares e milhares de vezes.
Não se está mesmo a ver que a limitação deveria incluir os concelhos limítrofes?
Como é possível impedir-se um pequeno passeio higiénico até ao concelho limítrofe que fica a uma centena de metros, permitindo que esse passeio se faça em territórios do mesmo concelho por quilómetros e quilómetros?
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o GULAG tornou-se oficial
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Concordo com este post.
A diretora-geral da Saúde já está a dizer que o “pico” da pandemia será de facto um “planalto” e que perdurará muito tempo. Ela claramente gosta desta pandemia e deseja que ela se mantenha, nem que seja por decreto, por muito tempo.
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No país vizinho a venezuelização segue a todo o gás:
https://www.libremercado.com/2020-04-02/gobierno-confisca-alcohol-obliga-cerrar-fabricas-espanolas-hidrogeles-nos-han-precintado-1276655229/
Cuidem-se, pois os geringonços sonham com isto todos os dias…
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Caro Senhor
A referência literária (faz lembrar a “montanha Mágica” de T Ma), é curiosa e agradeço.
Quanto ao retomar da normalidade constituicional ( da anormal constituição que temos, e que ainda ruma ao socialismo) e da actividade económica, receio que a segunda demore muito mais tempo.
Vai demorar muito tempo, ANOS A RETOMAR UMA ACTIVIDADE ECONÓMICA saudável e sustentável, porque isso não depende de afirmações optimistos do cigano que está à frente da 2troupe2, nem de “amens” do Big Brother da varanda: exige o restabelecer da saúde de um corpo produtivo definhado e exangue. A dita normalidade constituicional só depende de uma runião de meia dúzia de estarolas e de uma declaração bonita.
Cumprimentos
Vasco Silveira
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Só há pouco pude ouvir Ramalho Eanes na entrevista concedida à RTP há dois dias. Extraordinário como sempre ! Um exemplo de humanismo, cidadania e de democracia.
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O Domingo de Páscoa deste ano de 2010 calha, precisamente, a meio do novo período de exceção.
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excelente texto.
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Tentei publicar este texto no artigo “O decreto repugnante” sem êxito. Será que passa aqui?
“Espero que revoguem essa pouca vergonha. Para quê? Para que a CGTP convoque a “maior manifestação de sempre” no dia seguinte e venham todos para a rua com as suas bandeiras e megafones. Mostrar a sua força já para a semana. Não pode ser para depois da crise Covid19. Assim todos juntinhos de braço dado com o Geronimo, a Catarina e todos os parlamentares desses grupos. E não se esqueçam dos professores.
Isso é que era. Terão, pela primeira vez, todo o meu apoio!!
AVANTE CAMARADAS!!”
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Eu gostava de saber porque é que os media portugueses enaltecem tanto a declaração do actual estado de emergência no país, enquanto se pronunciam ferozmente contra o estado de emergência declarado na Hungria. O do Marcelo é fantástico; o do Orban é maligno!
Esta comunicação social!…
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Nos dias pares dá Trump, Nos impares é Orban. Em caso de dúvida sobre o dia do mês, sai Bolsonaro.
A pobre Greta, por agora, está de quarentena. Voltará a seu tempo.
E assim as vacas continuam a voar..
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Entretanto o terrorismo psicológico continua a todo o vapor, que se as pessoas não acordarem da hipnose vai acabar com a CHACINA social, onde os leitores e representantes da Maçonaria continuam a ler os textos na TV, e já não há literalmente mais espaço para colocar as mensagens deles em direto para todos verem. Só mesmo se dissessem “isto é uma ilusão dos hardcore child molesters da maçonaria” é q podiam ser mais diretos do q têm sido nas mensagens q têm passado em quem está por detrás de tudo isto e a finalidade.
Como se não bastasse o nº ’19’ (Golden Dawn numerology) e a prisão domiciliária ter começado exatamente no dia 9 de Março (check it out), cá estamos em plena semana da Páscoa onde os compulsivos anti-cristãos colocaram 33 (lol) mil polícias a perseguir os portugueses que eram livres enquanto querem libertar os presos. E não se esqueçam q a curva não pode passar os 33% (lol).
O Bosta já disse que se calhar para o Inverno vai haver outra crise, q é como quem diz q não há Natal. Tudo mt natural e esperado. A maior escumalha genocida da história tem agora a população PRESA em casa e temos que nos acreditar no que dizem sem qualquer direito ao contraditório. Apenas falha o pequeno pormenor de q são todos mentirosos compulsivos e com um impecável histórico de tudo o q disseram até aqui ter sido sempre o oposto do q se está a passar.
Isto acontece enquanto o povo é globalmente “gaslighted” com a mais brutal propaganda q há memória, onde 1 dos objetivos é a total chacina das relações inter-pessoais, o tal newagespeek “distancia social”. A pedrada final no charco do fim da era Cristã, a ser substituída pelo “Hate & Fear Thy Neighbor.” Order out of chaos!. NINGUÉM foi educado nem está preparado para viver no futuro que aí vem. Os pouqíssimos q lá chegarem, claro. Uns chamam “Post-Truth World”, outros apenas “Novus ordo seclorum”. Desunidos venceremos!, just chose your poison. Divide and conquer porn.
This is an information war and you are being slaughtered.
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