26 de Novembro de 1975: o dia em que Jaime Neves salvou as Forças Armadas Portuguesas do ódio e da vergonha
8h da manhã – Jaime Neves à frente dos comandos começa a subir a Calçada da Ajuda onde ficavam os quartéis de Cavalaria 7 e da Polícia Militar.
Na rua já só está a extrema-esquerda. Ainda o dia 25 não chegara ao fim e já o PCP tinha mandado recuar os seus militantes. Horas depois Melo Antunes declarava que o Partido Comunista é indispensável à democracia.
Na manhã desse dia 26 de Novembro, em Lisboa, aos radicais só restam os quartéis de Cavalaria 7 e da Polícia Militar na Calçada de Ajuda. Durante a noite, com manifesta falta de prática, tentam cavar barricadas. Mas o amanhecer traz o inevitável: às 8h da manhã do dia 26 de Novembro Jaime Neves à frente dos comandos começa a subir a Calçada da Ajuda.
Jaime Neves tem garantias de que os militares dos quartéis de Cavalaria 7 e da Polícia Militar se vão render.
Mas quando os comandos esperavam que a Polícia Militar se rendesse foram atacados à traição. Dois comandos, o tenente Coimbra e o furriel Pires, caem mortos.
Dir-se-á mais tarde que foram disparos de civis, a quem tinham chegado as tais armas que Otelo dizia estarem em boas mãos. Mas no quartel da PM muitos militares vestiam à civil e os civis vestiam à militar! E é então que Jaime Neves mostra porque lhe deve ser prestada homenagem pois portou-se como militar e não como o chefe de uma milícia de tropa falperra: o portão da Polícia Militar foi forçado com um chaimite, os comandos treparam pelos muros do quartel e tomaram conta da situação. Há mais um morto, o aspirante da PM José Bagagem, morto por estilhaços de granada.
Não há tiroteios nem retaliações. Repito, não há tiroteios nem retaliações. Jaime Neves consegue controlar os seus homens que se consideram traídos naquele que define como um dos momentos mais difíceis da sua vida.

(26 de Novembro de 1975. Chaimite de Jaime Neves. A acção na Calçada da Ajuda chegara ao fim. Foto retirada do livro “Memórias da Revolução” de Manuel Amaro Bernardo)
Ainda não tinha chegado ao fim o dia 26 de Novembro e já os soldados da PM deixavam o quartel e vão para casa. De licença. Mais estranho foi o que se encontrou dentro do quartel da PM: civis detidos, alguns deles menores de 16 anos, ali mantidos sem qualquer mandato, espancados, humilhados…
O comando do Regimento de Polícia Militar foi detido: majores Campos Andrade, Tomé e Cuco Rosa. Logo associações várias portuguesas e estrangeiras se preocuparam com a sua situação. Vigílias e artigos compungidos vão dar conta do seu dia a dia em Custóias e Caxias. O costume.
Jaime Neves merece sem dúvida ser recordado pelo que fez a 25 de Novembro de 1975. Mas pelo que conseguiu fazer a 26 de Novembro merece muito mais.
Mais uns quantos anos de BE e a Calçada da Ajuda muda de nome para Calçada Campos Andrade com direito a busto do Major Tomé… E se calhar com a direitinha fofa dos 54 a aplaudir, para não lhes chamarem fascistas.
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“direitinha fofa dos 54 a aplaudir, para não lhes chamarem fascistas.”
ora bem.
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Se este não fosse um país de brandos costumes esses três cana lhas tinham amargado lá bem no de um curro durante longo tempo. Um curro idêntico aos que os amigos deles da RDA, da Albânia e dos outros usavam para os que caiam em desgraça naqueles ‘desenvolvidos’ países.
Arrepia imaginar qual teria sido o sinistro papel destes três ‘homens bons’ se a causa deles tivesse vencido.
Foi bom ver voluntários ex-comandos apresentarem-se ainda de sapatos e fato de combate, prontos para dar vida, se necessário, à frente dessa ra lé cov arde que se mi jou toda e cavou.
Uma sentida homenagem a Jaime e também a esses homens hoje desconhecidos e não lembrados publicamente!
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Já percebi, até pelo seu anterior artigo, que a Helena ficou decepcionada com o 25 de Novembro não ter erradicado os vermelhos. Mas era tão bom que fosse celebrado pelo PR e PM com honras ao nível do 25 de Abril, já nem peço um feriado, só de ver os vermelhos a espumar já me enchia a alma.
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Todos os fascistas incluindo os sociais fascistas (os vermelhos) deviam ser erradicados.
Apenas que aqui acharam que não se devia erradicar os fascistas porque estes eram sociais
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JAIMITE TINHA-OS NO SÍTIO E PRETOS
conheci tomé quando fui militar, chamavam-lhe ‘o nazi’
o meu Amigo Pedro da Silveira chamava cagarro ao melro
à saída dos civis preguntaram a um preto se fora submetido a sevícias e respondeu no gozo «comeu pçlada nos cabeça»
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Infelizmente, Jaime Neves não avançou com a “limpeza” geral, completa, implacável e definitiva que se impunha na altura. Foi demasiado senhor, demasiado humano, como é timbre da direita. Portugal ainda hoje – e por tempos vindouros sem fim à vista – paga uma pesadíssima factura…
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Nem sempre o que parece é, o 25 de Novembro é mais um desses casos:
https://noticiasviriato.pt/coronel-paraquedista-jose-sousa-conta-na-primeira-pessoa-as-razoes-do-25-de-novembro/
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Artigo para ler e refletir muito.
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Depois da debandada dos militares abrilistas das provincias ultramarinas deixando ao abandono e à pura sorte milhares de cidadãos portugueses este foi um acto de grande coragem e amor à bandeira (não vermelha com estrelas ou foices e martelo).
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Jaime Neves, mais do que o próprio Eanes, é o verdadeiro herói do 25 de novembro. Foi sobretudo graças a ele que Portugal não caiu nas garras estalinistas do PCP, transformando o nosso país numa miserável e repressiva província bolchevique da Europa.
Os merdia neomarxistas nem uma simples referência se dignaram emitir sobre a data grande da nossa estraordinaria história. Estamos entregues aos bichos.
A propósito de esquerdalhos, pulhas e traidores afins recomendo o livro A Ruptura, de Ramiro Carrola. Chiado Editora / Dezembro / 1999.
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Prezo-me de ter estado sempre ao lado do meu conterrâneo e grande amigo e patriota Jaime Neves! Tudo o que aqui é relatado é a descrição perfeita da situação vivida! O Jaime queria ir mais além; o Melo Antunes, traiu os verdadeiros heróis do 25 de Novembro, secundado por esse general de aviário, que já então se movia na área socialista! Muita honra ao verdadeiro herói de 25/11:JAIME NEVES, heróico transmontano de São Martinho d’Ánta!
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