Uma realidade bruta e cruel ofuscada pelo folclore da luta contra isto e aquilo
I) A Segurança Social está a tentar encontrar vaga num centro educativo para os dois suspeitos do homicídio de Lucas Miranda, de 15 anos, com quem a dupla estava internada num centro de acolhimento em Setúbal. Os dois rapazes, de 16 e 17 anos, foram detidos na sexta-feira pela Polícia Judiciária, mas a juíza que os ouviu determinou que voltassem à instituição de acolhimento onde viviam e que se apresentassem todos os dias à GNR. Resultado: a direção da instituição foi obrigada a mandar para casa as 16 crianças e jovens que ali tinha à sua guarda, por razões de segurança.
A juíza pensou no que decidiu?
II) Nessa noite já só ficaram no Centro dois jovens: um de 18 anos que não tem família que o acolha e que vive ali; e um outro cuja mãe é motorista de longo curso e não pôde ir buscá-lo de imediato. Já na noite de sábado ficaram os dois suspeitos e estes dois rapazes, com as funcionárias que os guardavam em pânico. É que, segundo contou o presidente da Associação Tabor, Carlos de Sousa, os dois suspeitos do homicídio do jovem Lucas terão sido ameaçados de morte por telemóvel e por isso, nessa noite, muniram-se de ferros. Os outros dois, temendo pela sua integridade física, fizeram o mesmo. “Tanto os funcionários como os jovens que ali pernoitaram estavam em pânico”, descreveu Carlos de Sousa ao Observador.
A lei da selva: todos munidos de ferros para o que der e vier.
III) Os dois suspeitos já teriam na sua ficha o registo de outros crimes, por isso foram ali colocados. Aliás, esta segunda-feira uma das funcionárias da instituição acabou mesmo por formalizar uma queixa-crime contra um deles por ameaça. “Este Termo de Identidade e Residência devia ter sido determinado para outro sítio”, acrescenta Carlos de Sousa, que reconhece que os únicos seis centros educativos (para jovens que cometem crimes) que existem no país estão cheios e sem capacidade para receber mais jovens. Assim, as instituições de acolhimento de jovens que recebem aqueles que têm problemas familiares acabam por acolher também estes casos.
Instituições de acolhimento ou inferno anunciado?
IV) Por outro lado, os próprios profissionais da instituição estão em risco. “São na maioria mulheres e não têm formação para lidar com estas situações”, acusa Carlos de Sousa, que garante estar frequentemente a prestar-lhes apoio psicológico.
Uns dormem com barras de ferro, as funcionárias mantêm-se em pânico mas felizmente prestam-lhes apoio psicológico.
V) Neste momento, os 16 jovens que foram enviados para casa estão numa situação pouco comum, uma espécie de “intervalo”, como descreve Carlos Sousa, das medidas determinadas pelo tribunal e que os levaram ali. Só quando a Segurança Social encontrar uma alternativa para os suspeitos de homicídio, é que eles podem voltar.
Em resumo, a grande urgência na vida dos jovens é o poder mudar de sexo sem autorização dos pais.
Talvez se estes jovens, já com antecedentes criminais, andassem a fazer trabalhos forçados, de Sol a Sol, e no fim do dia fossem fechados numa cela individual, minuscula, o problema não existia.
Mas isso não pode ser, coitadinhos, ficavam traumatizados…
Assim, outro jovem morreu, a maioria dos outros jovens foi para casa, e é um pandemónio no centro…
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O André Ventura diz que o CHEGA não é nem vai ser um partido de protesto como o Bloco de Esquerda.
E eu concordo que não seja. Deve ser um partido de Governo.
Mas o André Ventura que não pense que só o BE ou o PCP são partidos de protesto. Todos os partidos de Esquerda são partidos de protesto e em Portugal temos outra particularidade.
Também o PS do Costa é um partido de protesto. Ou não fosse ele de Esquerda!
O manhoso está no desgoverno mas na prática e para se aguentar, em vez de tratar de resolver os problemas do país passa o tempo a protestar.
Ainda ontem, a ministra Vieira da Silva, aquela que teve como 1º emprego na vida ser ministra, protestou pelo facto de a pandemia não afetar todos por igual. Outros ministros fazem o mesmo. Protestam contra as desigualdades, etc.
Então o Jerónimo de Sousa, ministro sem pasta, esse não se farta de protestar contra a precariedade. É a toda a hora na Assembleia da republica e na rua.
Vistas as coisas assim pergunta-se o que é que o Rui Rio anda a fazer?
Quanto a mim faz coro com os protestos do governo.
Oposição não faz. É chato.
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É o resultado de um Código Penal e de um Código do Processo Penal que esquece as vítimas e premeia os delinquentes. Em nome de uma reinserção que não acontece acumulam-se vítimas de malfeitores reincidentes. Vítimas que se podiam ter evitado. Agradeçam à esquerda.
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“folclore da luta contra isto e aquilo”
Não há nenhum folclore nisto: “a grande urgência na vida dos jovens é o poder mudar de sexo sem autorização dos pais.”
São construções de narrativas para obter o Poder.
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Aos que me chamam esquerda ou extrema-esquerda: plenamente de acordo com a D. Helena e com o post, isto é insano.
Ser-se contra injustiças, contra mama e mamões não implica alinhar em tudo que a esquerda diz ou deixa de dizer. Esquerda e direita têm pontos mais e menos válidos, nenhuma está completamente certa ou errada.
A maioria dos blasfemos, pelo menos dos que publicam e comentam, é que parece pensar que sim. A vossa parcialidade e maniqueísmo lembram os da carneirada futeboleira: na outra área é sempre penálti, na vossa nunca é. Da esquerda nada, nada se aproveita. Vocês é que têm a razão toda.
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Oh, quais são as coisas em que o Atento não tem razão?
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Há na terminologia “atenta” muitos sinais de que é um clone de um outro “comentadeiro” antigo que vinha aqui dizer o mesmo. Suspeito que o rapaz fez uma reciclagem no “nome” e se apresenta com novas “vestes” e que, apesar do esforço notório da linguagem modificada sempre lhe foge o discurso para o mesmo. A análise epistemologica minima diz-me isso.
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Wena… esse gajo tem andado por aqui com várias “vestes”. Basta estar um bocadinho “atento” para o detectar. O camaleão muda de visual mas não deixa de ser camaleão.
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A pergunta é parva, lucky, porque pressupõe que eu sei não ter razão em certas coisas. Ora se o soubesse porque as defendia?
Quando muito v. quer dizer coisas passadas em que eu não tinha razão, hoje sei disso, e por isso posso hoje citá-las.
Mas escusa de perguntar-me: tem o expatriado/chupaminha, que descobriu a pólvora e saberá certamente o resto. For the record, só tenho duas ‘vestes’. A primeira foi censurada.
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chegou o dia da juiza final
não me interessa a cor do gato
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Creio que a patente (e inevitável) estupidez de algumas pessoas que vão para as magistraturas (somada à “falta de mundo” que quase todas têm quando iniciam a profissão, e que algumas nunca chegam a perder) não é uma questão de esquerda ou de direita (há duas dessas pessoas nos juízos locais [auto-censurado] que estão a bater na idade de reforma, o que quer dizer que andam a estropiar o Direito ao longo de dúzia e meia de governos), nem é uma questão de esquerda ou direita a existência de um sistema que, sem ferir a independência judicial, protegesse os cidadãos, garantindo que que essa pessoas fossem exoneradas (em particular os cidadãos mais pobres, pois essas pessoas ficam décadas encalhadas nos tribunais que julgam – ou não julgam – as causa de menor valor). As leis, nesta matéria, também são um problema, mas a insindicabilidade das pessoas que as aplicam, por muito óbvia que seja a sua incompetência, parece-me um problema maior.
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