Para que serve a oposição
José Sócrates tem sabido cavalgar as contrariedades. Quando subiam de tom as críticas à não realização do referendo ao Tratado, anunciou Alcochete, fazendo o tema anterior cair no esquecimento. Quando começava a tornar-se insuportável o ruído de contestação a Correia de Campos, anuncia a suspensão dos encerramentos de urgências e o assunto quase morre. Consegue até que o Ministro substituído voltasse a aparecer ao seu lado.
Mas, além dos méritos tácticos, o Primeiro-ministro é um homem de sorte. No fim de semana em que 100.000 professores marchavam em Lisboa, o que fez o maior partido da oposição? Leva a votos polémicos regulamentos internos que o colocam em polvorosa e altera o símbolo (ou o fundo do símbolo ou lá o que foi aquilo que tem ocupado notáveis e menos notáveis do PSD – e não só – nos últimos dias), temas elevados rapidamente ao estatuto de magnas questões nacionais.
O CAA pode ter toda a razão quando refere que os críticos não têm grande legitimidade para criticar Menezes. Mas a verdade é que, ao contrário de Sócrates – que, reconheça-se, tem sido hábil a esquivar-se dos obstáculos – Menezes parece fazer um esforço para ir de encontro a eles. Se o não faz propositadamente, parece. É por isso difícil discordar da conclusão desassombrada do Rui A.: «[…] a única maneira que a direita tinha de voltar ao poder nos tempos mais próximos seria refundar-se. Isso implicaria o desaparecimento dos dois partidos e a fundação de um novo. Obviamente que a ideia de José Miguel Júdice é completamente inexequível. Ela pressupõe a existência de vida inteligente nos directórios do PSD e do CDS, hipótese que, se fosse verdadeira, teria evitado que eles chegassem ao ponto a que chegaram.»

O programa da oposição:
procedure OPOSICAO is
begin
loop
null;
while GOVERNO is ok;
end OPOSICAO;
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Os interesses pessoais estão muito acima do bem da nação.
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Mas que história é essa mil vezes repetida para fazer politica de terra queimada, que os “críticos não tem razão”? Uns terão, outros não. Os que apoiaram Marques Mendes desde início teria algum sentido que concorressem a eleições? A crítica só tem sentido contra os que eram contra ao mesmo tempo Menezes e Mendes e não fizeram nada. Isso aplica-se a Ferreira Leite, Morais Sarmento, Arnault, Aguiar Branco, mas não a Rio, nem Pacheco, nem a outros que apoiaram Mendes de boa fé.
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O PSD não precisava de ser implodido ou ser refundado… Bastava alterar os regulamentos das eleições internas. A eleição do presidente e demais orgãos executivos seria feita das bases para o topo. Começando por eleições locais ao nível autárquico, depois distritais e por fim nacional. Os líderes não eram impostos, nem o militante teria de votar nos 2 ou 3 patos bravos que se atiram para a frente. A implantação do partido seria real e o mais democrática possível. Claro que os “barões” não achariam piada nenhuma a esta ideia que traria caras novas para o primeiro plano, com uma representatividade acrescida.
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com ou sem oposição portugal está na agonia
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Mas a direita e o centro direita não estavam no poder? Não estavam em maioria? Não tinham ganho as eleições?
Refundar para lá ficar a mesma gente que deu aquela barraca?
O PS limitou-se a receber o bolo!
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O problema, para mim, é um pouco diverso:
Continua a dividir-se o espectro político entre esquerda e direita. O Sócrates até se dá ao luxo de apodar a oposição de “a direita”! Tal como faz o núncio Vital Moreira.
A “direita” neste caso concreto constituida supostamente pelo PSD e pelo CDS, em que difere substancialmente da Esquerda, constituida por este PS? E até mesmo pelo de Manuel Alegre?
Acaso, ambas, querem coisa diversa, na organização política e social? Acaso querem acabar com o modo de produzir bens e serviços tal como existe? Acaso, a diferenciação, deverá fazer-se apenas por um ou outro partido pretender menos intervenção do Estado, mesmo que isso seja fictício?
Conclusão lógica: NÃO HÁ qualquer diferença substancial entre esta Esquerda e esta Direita.
Há apenas uma diferença substancial entre o PCP e os restantes partidos. Logo, a Esquerda a sério e como deve ser, é apenas a do PCP.
O resto são tudo grupos social-democratas. Com umas poucas diferenças aqui e ali. Poderiam todos chamar-se Neo-União Nacional.
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Para chegar ao poder, e já em 2009, o PSD não precisa de fazer fusões. Apenas necessita de susbtituir Luis Filipe Menezes por Marcelo Rebelo de Sousa. Simples.
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Fazer oposição em Portugal é, se não impossível, pelo menos muito difícil.
A meu ver, um dos melhores líderes da oposição no pós 25 de Abril foi, sem dúvida, o Professor Marcelo Rebelo de Sousa. No tempo em que foi Presidente do PSD, sem ser sequer deputado, conseguiu por exemplo: ganhar os referendos sobre o aborto e sobre a regionalização; impedir o “totonegócio”; proceder ao processo de refiliação de militantes, de acordo com regras éticas e transparentes, embora impopulares dentro do Partido; preparou uma alternativa a Guterres, etc. Apesar de tudo isto, nem sequer lhe foi possível ir a eleições.
O que o Dr. Menezes deve fazer, se quer ir a eleições e se não quer ter um dos piores resultados da história do Partido em 2009, é, em vez de se embrenhar neste processo infeliz e patético de “caça às bruxas”, seguir o conselho que o velho José Luciano de Castro deu aos seus partidários progressistas monárquicos quando lhe vieram contar que a República tinha sido implantada em Lisboa: – “Não se mexam e não lhe mexam”, terá exclamado não muito preocupado José Luciano.
É verdade que, em 5 de Outubro de 1910, o alvitre não resultou como se esperava. No entanto, neste momento e depois de tanto disparate, parece ser a única hipótese.
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Marcelo! Marcelo! Marcelo!
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Foi uma grande vitória ganhar o referendo da regionalizaçao? Agora o psd vai porpor o contrário. Ou seja foi um atraso de vida. Marcelo atrasou o país.
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Não valia mais chamarem pelo D.Sebastião ?!?
Marcelo já afirmou peremtóriamente e por mais de uma vez, não querer assumir a liderança do PSD. Porque insistem ?
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Caro António,
«A meu ver, um dos melhores líderes da oposição no pós 25 de Abril foi, sem dúvida, o Professor Marcelo Rebelo de Sousa.»
Só se for na opinião de Guterres…
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Neste momento o PSD é igual ao CDS de alguns anos atrás. Um partido de quadros técnicos que não se quer abandalhar com “política”.
Neste momento a especialização é: negócios.
Claro que há os autarcas, mas esses são os reis das rotundas e dos passeios pedestres.
Só quando o Vitalino Canas chegar a ministro é que alguém fará qualquer coisa 🙂
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Carlos Loureiro
“José Sócrates tem sabido cavalgar as contrariedades.”
“Quando subiam de tom as críticas à não realização do referendo ao Tratado, anunciou Alcochete”
“o Primeiro-ministro é um homem de sorte.”
“o que fez o maior partido da oposição? Leva a votos polémicos regulamentos internos que o colocam em polvorosa e altera o símbolo”
A isto chama-se “manha” política que existe em todos os partidos.
Com tantas frentes de fogo, não se fica de braços cruzados há qua atacar. Não será assim?
Realmente é uma pessoa com sorte se fosse azarento teria tido todos os professores na rua e não apenas os 100.000.
O PSD é um partido de capoeira . Senão vejamos: numa capoeira onde há muitos galos, todos eles brigam uns com os outros para terem o seu lugar no poleiro.
Parece que Socrates tem grande influencia no PSD para ser ale a marcar a agenda política deste partido
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“Marcelo Rebelo de Sousa.”
Se ele fosse tão bom PM com teórico, talvez tivesse-mos um dos melhores PM até hoje.
Só que a prática é bem diferente da teoria, e “botar faladura na TV´” é uma coisa. Governar um país é outra. Além de mais, a sua passagem pelo presidencia do partido, não tem grande estória
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Meu caro amigo Dr. Carlos de Abreu Anorim:
Os problemas do Professor Marcelo foram 2:
1.º- O CDS do Dr. Paulo Portas;
2.º- Os “cavaquistas” e afins do PSD;
Como vê, nem falo sequer do Engenheiro Guterres.
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Pois não sei se estará a servir para grande coisa;)
agora é a vez de menezes desafiar marcelo — não há dúvida .o psd quer tudo menos correr o risco de governar- http://bit.ly/9fNVJM
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