Indícios de que não existe cartel nenhum
Indícios de que o aumento dos preços da gasolina não se deve a concertação:
1. É mais difícil concertar preços em situações em que as condições de mercado são instáveis. É muito mais difícil acordar preços quando eles estão a variar e quando as posições estratégicas das empresas estão a mudar.
2. É mais difícil concertar preços quando a sensibilidade dos consumidores ao preço aumenta. O incentivo para quebrar a concertação aumenta. O tamanho das bombas do Jumbo é um indício de que a sensibilidade dos consumidores ao preço está a aumentar.
3. É mais difícil concertar preços quando existem práticas comerciais heterogéneas. Se há empresas a praticar descontos com formulações complexas é mais difícil a um eventual cartel saber sequer quais os preços que estão a ser praticados. Se o cartel não sabe muito bem quais são os preços que estão a ser praticados, dificilmente pode saber se alguém está a furar o cartel.
4. Combustíveis aumentam menos em Portugal do que na Zona Euro
Passo a citar:
– Entre Dezembro de 2006 e Dezembro de 2007, o preço da gasolina 95 aumentou em Portugal 11% e o do gasóleo 17,2%, enquanto o preço médio do petróleo em euros subiu, entre 2006 e 2007, 1,5%.
– Entre Dezembro de 2007 e Abril de 2008, portanto em apenas 4 meses, o preço da gasolina 95 subiu em Portugal 6,8% e o preço do gasóleo 12,7%. De acordo com a Direcção Geral de Energia, entre Dezembro de 2007 e Março de 2008, o preço do barril de petróleo aumentou em euros 7%.
Tendo em conta este dados e o facto de que o combustível vendido num determinado dia não foi produzido com o petróleo ao preço desse dia, mas sim com petróleo adquirido entre três a seis meses antes, portanto a preço muito mais baixo…»
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««mas sim com petróleo adquirido entre três a seis meses antes, portanto a preço muito mais baixo…»»»
Continuamos a brincar às conspirações. Nenhuma empresa que se preze venderia um produto mais barato que o preço de mercado só porque comprou uma matéria prima meses antes a um preço mais barato que o actual.
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Pequeno pormenor. Faltou dizer que “ainda que cobre aos seus automobilistas o quarto preço mais elevado entre os Quinze na gasolina “…
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E “Em Portugal regista-se ainda uma dupla tributação nos combustíveis, com o IVA a incidir sobre o preço base, que incorpora o imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP).”
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««E “Em Portugal regista-se ainda uma dupla tributação nos combustíveis, com o IVA a incidir sobre o preço base, que incorpora o imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP).”»»
Como é que acha que se pagam as SCUT, o TGV, Alcochete etc?
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1. Não é dificil concertar preços. Todos sabem os preços que os outros distribuidores praticam. O refinador é monopolista, logo os custos aumentam o mesmo para todos ao mesmo tempo. E a Galp tem 45% do mercado de distribuição, funcionando como preço de referência.
2. Verdade, mas o facto de se tornar mais difícil, não significa que não exista.
3. Não confunda cartel com concertação de preços. Para concertar preços não é necessário combinar preços previamente. Basta sinalizar o concorrente para transmitir confiança. Como? A Galp comunica aumento de preços num dia (1ç), sinalizando a concorrência de qual deve ser o seu aumento. No dia seguinte, a Repsol faz o mesmo, com variação idêntica (1ç), confirmando à Galp que recebeu a mensagem e reagiu em conformidade. A maior evidência de concertação é que o preço da gasolina praticado pelas 2 distribuidoras (Galp e Repsol, com 60% do mercado) é exactamente o mesmo.
http://www.maisgasolina.com/
4. Comparar variações percentuais, quando o preço base varia até 100%, é uma parvoíce. O que é relevante é o preço antes de impostos. Para os quais o link não apresenta dados.
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Em que é que esse último ponto se constitui como indício de não concertação?
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««1. Não é dificil concertar preços. Todos sabem os preços que os outros distribuidores praticam.»»
Sabem? Qual é o preço que a Galp pratica? Como é que contabiliza os descontos cruzados com o Continente, por exemplo? Qual é o cust que a Repsol pratica? Está a contar com o desconto que determinadas bombas dão, ou não?
«« O refinador é monopolista,»»
Se é monopolista tem logo à partida uma posição estratégica diferente. Porque é que haveria de alinhar num cartel?
«« logo os custos aumentam o mesmo para todos ao mesmo tempo.»»
Tirando os custos de importação e de distribuição. As empresas não têm todas a mesma rede de distribuição. A BP e a Repsol importam por mar e terra.
«« E a Galp tem 45% do mercado de distribuição, funcionando como preço de referência.»»
Se funciona como preços de referência é porque não há combinação de preços. A Galp decide o preço. Isso é o contrário da concertação.
««2. Verdade, mas o facto de se tornar mais difícil, não significa que não exista.»»
Pois não, mas nesse caso o ónus da prova fica ainda mais dificil para quem defende que há concertação.
««3. Não confunda cartel com concertação de preços. Para concertar preços não é necessário combinar preços previamente. Basta sinalizar o concorrente para transmitir confiança. Como? A Galp comunica aumento de preços num dia (1ç), sinalizando a concorrência de qual deve ser o seu aumento. No dia seguinte, a Repsol faz o mesmo, com variação idêntica (1ç), confirmando à Galp que recebeu a mensagem e reagiu em conformidade. A maior evidência de concertação é que o preço da gasolina praticado pelas 2 distribuidoras (Galp e Repsol, com 60% do mercado) é exactamente o mesmo.
http://www.maisgasolina.com/
»»
Isso não prova nada. Devemos esperar que num mercado concorrencial:
1. as empresas acompanhem os preços umas das outras
2. os preços sejam iguais
De qualquer das formas, não respondeu ao argumento que era: “práticas comerciais heterogéneas”. Isso quer dizer que os preços podem parecer iguais, mas não são. Se a Galp e a BP têm descontos diferentes ou sinergias diferentes então os preços não são iguais.
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Num mercado concorrencial os preços devem ser iguais? Ham?
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Prática concertada significa que há comportamentos paralelos no mercado relevante (sem que acha uma troca de vontades, mas sim, precisamente, uma concertação de facto). Por isso é que, ao contrário dos acordos, a respectiva prova faz-se a partir de uma análise à posteriori do comportamento “do” e “no” mercado.
Coisa diferente é o acordo entre empresas, que exige uma troca de vontades, um acordo formal ou material (no mínimo, um gentleman’s agreement).
Ambas são práticas anti-concorenciais (em princípio), ou formas de entente…
Ambas são formas de cartelização, ou
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««Num mercado concorrencial os preços devem ser iguais? Ham?»»
Não me diga que acredita que a concorrência gera preços diferentes?
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««Prática concertada significa que há comportamentos paralelos no mercado relevante (sem que acha uma troca de vontades, mas sim, precisamente, uma concertação de facto).»»
Não é ilegal, nem é demonstrável.
««Por isso é que, ao contrário dos acordos, a respectiva prova faz-se a partir de uma análise à posteriori do comportamento “do” e “no” mercado.»»
Como é que distingue um comportamento de concertação de um comportamento de não concertação?
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(completamente atónito) Nem sei que lhe diga.
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««(completamente atónito) Nem sei que lhe diga.»»
Argumente, homem, argumente. Mostre que num mercado, a concorrência gera preços diferentes.
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Joaõ Miranda:
1 – pode ser ilegal, dependendo da aprecisação casuística às condições concetas do funcionamento do mercado (entre nós, vg. Lei nº 18/2003 + artº 81º do TCE e nos EUA, Section 1 / Sherman Act + Clayton Act de 1924)
2 – Precisamente pela evolução do mercado, a posteriori. Mas, há muito de casuístico e o melhor é ver a imensa jurisprudência quer norte-americana, quer do Tribunal de Justiça da UE (uma vez que entre nós, ela ainda é pouca…mas, de qualquer modo, ver as decisões publicadas pela Adc, na sua página na net)
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Rectiu: Clayton Act é de 1914….
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É impressão minha ou aquilo que você acabou de dizer vem dar razão àqueles que, dito de forma simplista, detestam a economia de mercado?
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««É impressão minha ou aquilo que você acabou de dizer vem dar razão àqueles que, dito de forma simplista, detestam a economia de mercado?»»
Mas então qual é o seu argumento para dizer que um mercado com concorrência gera preços diferentes?
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O preço igual, ou a política de preços paralela (ou então as prática de price leadershipping) não são, em si mesmas, ilegais. E é perfeitamete possível que a concorrêcnia gere preços semelhantes (e, quanto mais a estrutura de funcionamento do mercado se aproximar do modelo da concorrência atomística, perfeita, mais isso é possível).
Agora, esa política de preços iguais ou muito semelhantes é, habitualmente, um forte indício de que há comportamentos com intuítos anticoncorrenciais (ainda que na forma de práticas concertadas)…No entanto, a apreciação concreta é sempre dinâmica e há muitíssimos outros parâmetros de análise que concorrem para tal conclusão
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Bom, eu pensava que o consumidor comprava à empresa que vendia mais barato, mas secalhar enganaram-me… pois, foi isso.
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E você diz que as três grandes empresas não controlam o equílibrio de mercado… pois é capaz de ter razão é… são muitas e tal… nem se conhecem… é isso, é.
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««Agora, esa política de preços iguais ou muito semelhantes é, habitualmente, um forte indício de que há comportamentos com intuítos anticoncorrenciais (ainda que na forma de práticas concertadas)…»»
PMF,
Se existe um bem homogénio, as empresas têm que o vender ao mesmo preço, caso contrário uma empresa ganha quota de mercado à outra. A razão pela qual a concorrência faz baixar os preços é precisamente o facto de a concorrência forçar as empresas a acompanharem os preços umas das outras. Como é que a situação que se deve esperar de um mercado concorrencial pode ser um forte indício de um mercado não concorrencial?
Aliás, a liderança de preços é o que se deve de esperar de um mercado concorrencial em que um dos concorrentes é maior que o outro. A empresa mais pequena tem menos informação e logo tem boas razões para não tentar adivinhar qual é o preço correcto de mercado. A melhor estratégia para a empresa pequena é decidir depois da grande e só divergir da grande quando a grande sobe ou desce demasiado os preços.
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««Bom, eu pensava que o consumidor comprava à empresa que vendia mais barato, mas secalhar enganaram-me… »»
Logo, num mercado concorrencial todas as empresas vão querer ter o preço mais baixo e os preços convergem para o preço de equilíbio mais baixo. Num mercado concorrencial, uma empresa que tente vender mais caro que as outras vai à falência.
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A discussão de facto, por muito interesante que seja, será sempre inconclusiva se não soubermos (eu não sei) como se estrutura, pelo lado da oferta, o mercado em causa, em Portugal. Hà ou não um grau suficiente de concorrência? Ou, pelo contrário, há elementos de uma estrutura pouco concorrencial e pró-concentrada? Qual a quota de mercado da Galp/BP/Repsol comparativamente com a dos revendedores independentes? Há condições para uma prática concerttada fácil, ou memso há uma situação de pré-oligopólio? De facto, hoje, na zona do Grande Porto, a diferença de preço entre aquelas e os “independentes” (muito pucos) era de cerca de 1o centm’s.
Agora, sob o ponto de vista político, não creio que a discussão técnico- económico-jurídico seja muito profícua. Continuo a achar que é um pouco desnecessário (capcioso) discutir o aumento de preços dos combustíveis em termos apenas de lógica pura de mercado:
https://blasfemias.net/2008/05/22/politizacao-de-precos-vs-inexistencia-de-mercado/
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E quando os preços sobem é o quê?
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4.) Em 2004 eramos o 7º país mais caro da zona euro para comprar gasolina 95.
Na altura custava 1,10€/l.
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Os preços sobem precisamente porque o tal preço correcto de mercado subiu. No caso do petróleo, é o carácter finito, não renovável da matéria-prima, bem como o natural aumento da procura, a desvalorização do dólar, etc. que causam essa subida do preço de equilíbrio.
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“Isso não prova nada. Devemos esperar que num mercado concorrencial:
1. as empresas acompanhem os preços umas das outras
2. os preços sejam iguais”
Numa economia de mercado, em concorrência livre e de acordo com a “mão invisivel” de Adam Smith, as afirmações acima são falsas!
Efectivamente, em concorrência livre, e independentemente da dimensão do agente económico activo,qualquer dos intervenientes do jogo tenta chamar a si o cliente. Sabe o que isso é, não sabe? É que se teoriza muito e muitas vezes esquece-se que o mercado sem compradores não é mercado.
As grandes empresas têm a “nau” ajustada à sua dimensão e muitas vezes têm de esbater as suas margens de lucro face à concorrência de empresas mais “leves”. Estas, por sua vez, têm de praticar preços mais baixos para conseguirem quota e mercado e mesmo assim adicionarem valor acrescentado que atraia o cliente, em qualidade de serviço, por exemplo.
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Para quem tenha interesse em «aprender» todas as particularidades do mercado chamo a atenção para um «case study» elucidativo do que afirmei acima.
Dentre as listas das melhores empresas mundiais (leia-se gestão vs obgectivos) de há quase duas décadas só UMA companhia de aviação ombreia com a General Electric, Microsoft, ITT, etc…
Trata-se de uma pequena companhia (ao nivel dos EUA – 500 aviões Boeing 737) inter-estadual chamada SouthWestern Airlines.
Quem tiver curiosidade de ver a sua história vá a
…. http://www.southwest.com/about_swa/airborne.html
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leia-se objectivos, claro
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JoãoMiranda (22)
Precisamente porque normalmente a estrutura do mecado não é absolutamente concorrencial.
Por isso é que, como referi, o primeiro passo a dar é verificar como se organiza o mercado pelo lado da oferta. Uma coisa é um preço paralelo num mercado ultra concorrencial, outra é um preço paralelo num mercado em oligopólio. A qualificação de ilegal ou legal depende efectivamente dessa análise (tendo como critério referencial, normalmente seguido pelas autoridades, a efeiciência na afectação dos recursos e não, por exemplo, a eficiência produtiva)…
Também é difíl verificar-se, em concreto, a total homogeneidade e total não substituabilidade dos produtos (como as outras características do modelo clássico da concorrência perfeita, como a atomicidade, a total informação – que nunca existiu e é uma impossibilidade, como muito bem explicou Hatek, e a total liberdade de acesso e de mobilidade no mercado)….Por isso é que estas análises nunca correspondem, na realidade, ao modelo (ideal).
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JoãoMiranda (22)
“A razão pela qual a concorrência faz baixar os preços é precisamente o facto de a concorrência forçar as empresas a acompanharem os preços umas das outras. Como é que a situação que se deve esperar de um mercado concorrencial pode ser um forte indício de um mercado não concorrencial?”
O que sucede é que num mercado em concorrência (tendencialmente pura ou perfeita) o preço iguala-se também tendencialmente em baixa, ou seja, o ponto de equilíbrio de todos os operadores (a determinação do preço de venda equivalente ao custo marginal)acabará por coincidir em todos eles (mais ou menos)…se não for assim, de facto, isso significa que aqueles que fixam um preço de venda superior são ineficientes e então, como referes, perderão quota de mercado.
As coisas já não serão assim se tal preço de mercado igual for fixado em alta (é o que tem, de resto, acontecido) e neste caso, após análise do respectivo mercado e da respectiva estrutura da oferta, se este for pouco concorrencial, então haverá “indícios” (a expressão utilizada foi “fortes indícios”) de que houve concertação pelo lado dos preços, com intuito anti-concorrencial.
Neste último caso, o acerto dos preços poderá significar também ineficiência uma vez que (de acordo com o critério da eficiência na afectação dos recursos) haverá a possibilidade de empresas pouco concorrenciais (que não acompanhariam o mercado a um preço de equilíbrio inferior e equivalente, efectivamente, ao equilíbrio entre o preço de venda e os custos marginais) permanecerem em actividade.
De todo o modo, o factor preço não é o único pelo qual se avalia a concorrência no mercado….
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««As coisas já não serão assim se tal preço de mercado igual for fixado em alta (é o que tem, de resto, acontecido) e neste caso, após análise do respectivo mercado e da respectiva estrutura da oferta, se este for pouco concorrencial, então haverá “indícios” (a expressão utilizada foi “fortes indícios”) de que houve concertação pelo lado dos preços, com intuito anti-concorrencial.»»
Como é que a fixação de preços em alta constitui um forte indício de concertação se é precisamente isso que devemos esperar quando o custo da matéria prima está a aumentar? Estando o petróleo a aumentar, esperar-se-ia que a gasolina não subisse? Se os indícios que existem de concertação são esse, então concluo que tudo não passa de teoria da conspiração. Aumentos de preço da gasolina quando o petróleo aumenta são a regra, logo não podem indiciar nada, excepto normalidade.
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JoaoMiranda Diz:
23 Maio, 2008 às 1:19 am
Como é que acha que se pagam as SCUT, o TGV, Alcochete etc?
E o ordenado do João Miranda?
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João Miranda
Ainda hoje a terra seria o centro do universo, se todo partilhasse-mos essa cegueira, essa recusa de ver o óbvio.
A sua fé (crendice) na boa vontade das petrolíferas é a teoria estafada. Sabe que o congresso americano também tem umas quantas dúvidas sobre a formação do preços e o aproveitamento (involuntário, pois então!) que as Setes Irmãs estão a ter com a subida do petróleo?
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A gasolina é uma comodity. Os preços tendem a igualizar-se entre os diversos fornecedores.
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“A sua fé (crendice) na boa vontade das petrolíferas é a teoria estafada.”
A boa fé das petrolíferas é a sua busca pela maximização do lucro. É por isso que não praticam preços demasiado altos – os clientes debandavam – nem demasiado baixos – diminuiam os lucros.
Os consumidores ficam a ganhar quando os fornecedores tentam maximizar o lucro, competindo entre eles. O que pode estar em causa é saber se há suficiente poder de mercado nos fornecedores para se cartelizarem e tentarem aproximar o preço concorrencial do preço de monopólio. São coisas que se mimimizam eliminando as barreiras à livre concorrência nos mercados, principalmente as barreiras à instalação de novos competidores – exactamente o oposto ao que este nosso governo gosta de fazer.
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este post acabou como “provas inquestionaveis de como existe o cartel” e o livre mercado de nada serve
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Como o preço da gasolina serve para o João Miranda nos explicar que o liberalismo é uma boa merda…
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Estou abismado.
Afinal os soldados americanos do Busha não foram para o Iraque para tomar conta do petroleo do Médio-Oriente ? não era isso que se dizia ? como é ? os USA rules in the world ou não ?
Tudo uma parvalheira.
É só lucros para Burj al tretas ,barbudos babilónicos, e Perons de pacotilha na Venezuela .Esqueçam as sete irmãs , isso já era no tempo da carochinha.
Leiam o Economist desta semana.
Qualquer dia estão é a dar agua aos camelos, e bambu aos pandas ,dos nossos senhores.
Entretanto as vossas SA mudam de mãos .Estão a trabalhar para um nababo chinês de Xangai ou de Riade com escritório em Londres não tarda.
USA e EU já eram …
Ladies and gentlemans … here the news capitalists.
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ninguém quer tocar no assunto mas depois de destruirem qualquer estabilidade que havia no médio oriente agora temos de levar com a especulação sobre o que resta. É o liberalismo americano no seu melhor.
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JoãoMiranda (33)
“Estando o petróleo a aumentar, esperar-se-ia que a gasolina não subisse?”
A questão não será tanto a da subida, mas a forma igualitária (para alguns, concertada) como se processa tal subida….de todo o modo, não sei o que se passa no mercado em termos da sua organização pelo lado da oferta. Dito isso, se há uma teoria da conspiração ou não, a seu tempo se verá.
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««A questão não será tanto a da subida, mas a forma igualitária (para alguns, concertada) como se processa tal subida….»»
Mas estava à espera que a subida não fosse igualitária porquê? Um modelo de concorrência prevê preços iguais, não prevê preços diferentes.
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JãoMiranda (33)
“Aumentos de preço da gasolina quando o petróleo aumenta são a regra, logo não podem indiciar nada, excepto normalidade”…pois isso tendencialmente é verdade.
Agora, duas questões:
1 – novamente, o que interessa analisar é como se processa o aumento (no fundo, como se comportam os agentes, entre si – no plano da distribuição – no mercado). Não há nenhuma ilegalidade no aumento em si mesmo (ou na baixa); o que podem é existir, ou não, planos concertados ou de controlo do mercado/da concorrência pelos preços ou, por exemplo, num caso extremo de um oligopólio que baixa os seus preços concertadamente, de tentativa de encerramento do mercado através de preços ditos predadores.
2 – Apesar de tudo, o Engº José Horta, no Prós & Contras de segunda feira, tentou sugerir que essa lógica (aumento do preço dos combustíveis quando aumenta o petróleo) poderia não se verificar na sua indústria…ou, pelo menos, poderia não ser seguida proporcional e mecanicamente pela sua (dele) indústria (o que, para mim e pessoalmente, também me parece um pouco bizarro). Mas foi a própria industria (dele) que o sugeriu (vg., mercado de futuros, inelasticidade da procura, etc., etc.)
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««1 – novamente, o que interessa analisar é como se processa o aumento (no fundo, como se comportam os agentes, entre si – no plano da distribuição – no mercado). Não há nenhuma ilegalidade no aumento em si mesmo (ou na baixa); o que podem é existir, ou não, planos concertados ou de controlo do mercado/da concorrência pelos preços ou, por exemplo, num caso extremo de um oligopólio que baixa os seus preços concertadamente, de tentativa de encerramento do mercado através de preços ditos predadores.»»
Mas como é que isso se prova. Todas as provas de concertação, excepto uma conversa gravada a combinar a coisa, são indistinguíveis da normalidade.
««2 – Apesar de tudo, o Engº José Horta, no Prós & Contras de segunda feira, tentou sugerir que essa lógica (aumento do preço dos combustíveis quando aumenta o petróleo) poderia não se verificar na sua indústria…ou, pelo menos, poderia não ser seguida proporcional e mecanicamente pela sua (dele) indústria (o que, para mim e pessoalmente, também me parece um pouco bizarro). Mas foi a própria industria (dele) que o sugeriu (vg., mercado de futuros, inelasticidade da procura, etc., etc.)»»
Sendo a gasolina uma commodity facilmente transacionável e com uma cadeia de fornecimento instável, o preço devia flutuar todos os dias. O que interessa é o preço do produto aqui e agora e não o preço no dia em que a matéria prima foi comprada.
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Caro PMF,
A Galp, BP e Repsol têm 80% do mercado. Ao contrário do que o JMiranda diz, a BP e Repsol não compram por terra e mar: exceptuando no Algarve Sotavento, compram por terra, e só e apenas à Galp.
Quanto às práticas de preços heterogeneas: a existência de segmentação com base no preço não impossibilita a concertação. Apenas implica uma segmentação diferente do mercado. Todos os operadores têm descontos especiais para os clientes mais sensíveis ao preço. E esses descontos são mais fáceis de calcular para os operadores concorrentes do que para os próprios consumidores.
“Um modelo de concorrência prevê preços iguais, não prevê preços diferentes.”
Temos hipermercados com preços 10ç abaixo dos outros operadores. Logo temos preços diferentes. E não temos preços iguais aos dos hipermercados em todo o lado porque o Governo impede a abertura de mais postos em grandes superfícies. E, que eu saiba, isso é um entrave à concorrência.
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JoaõMiarnda (43)
“Um modelo de concorrência prevê preços iguais, não prevê preços diferentes”….não, não prevê necessariamente. Só em abstracto, no modelo da concorrência pura e perfeita e bilateral (diria, num modelo estático e asséptico de organziação do mercado em concorrência pura e perfeita) é que se poderiam esperar aumentos e baixas de preços absolutamete iguais, entre todos os operadores (em atomicidade). O que um modelo (ainda que seja esse, o clássico, da concorrência pura e perfeita) prevê é que se todas as empresas tiverem exactamente as mesmas condições e restringindo-se exclusivamente a análise à questão dos preços, tenderão a fixar o respectivo preço de venda no ponto de equilíbrio em termos de afectação de recusrsos (o preço de venda mais baixo possível deverá ser aquele que iguala os custos marginais) e, nesse modelo – repito, em igualdade de condições – poder-se-á esperar que todas as empresas igualmente eficientes acabem por chegar ao mesmo preço….as outras, que não conseguirão vender a não ser a um preço superior, então, sairiam do mercado…
Ora, passando para o caso concreto (se bem que só se possam fazer especulações sem se conhecerem todos os dados, designadamente, a forma como se estrutura o mercado pelo lado da oferta), não só não temos, na realidade, tal modelo de concorrência pura e perfeita (aceita-se, hoje em dia, antes, um modelo dito de “workable competition” – concorrência praticável ou possível), nem, por outro lado e ainda que trabalhassemos com tal modelo clássico da concorrência pura e perfeita, seria pouco provável que todas as empresas no mercado tivessem o mesmíssimo nível de eficiência na afectação dos seus recursos e chegassem exactamente ao mesmo preço (porque os seus custos marginais seriam exactamente os mesmos, etc., etc.). Tendencialmente, isso só será mesmo possível, em alta (quando os preços se fixam em alta), numa estrura imperfeita de concorrência …daí a questão acabar por configurar, para alguns, a existência de indícios (repito, indícios) de concertação (prática concertada)…Agora, acho, novamente, que não temos (eu não tenho, pelo menos) informação suficiente que permita tira-se já alguma conclusão!
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JoãoMiranda (43)
De todo o modo, é mais simples argumentar no sentdio da não existência de concertação (repito, apenas neste nível de conversa que não passa de pura especulação), seguindo a pista das diferenças de preços, apesar de tudo, visíveis no mercado (como já referi supr, ontem, no Grande Porto, a diferença de preços no gasóleno era de 10 centm’s…). De facto, o aumento do preço do petróleo não tem levado a subidas iguais. De facto, também aqui (nesta história do preço do gasóleo e da gasolina a rtetalho e entre nós) se pode ver (parece-me) que não é rigoroso dizer-se que “Um modelo de concorrência prevê preços iguais, não prevê preços diferentes”….Notam-se, efectivamente, diferenças.
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««Temos hipermercados com preços 10ç abaixo dos outros operadores. Logo temos preços diferentes. »»
Tem preços diferentes associados a condições de comercialização diferentes. Os hipermercados vibilizam esses preços através de sinergias com outros negócios.
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JoãoMiranda,
o “Anónimo” antecedente (48, 47 e 44) sou eu.
Isto d eescrever em comp+utadores diferentes, dá isto.
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Os preços substancialmente diferentes ocorrem em nichos e só funcionam porque quem os pratica está a fazer uma ou duas coisas ao mesmo tempo:
– dirigir-se aos clientes mais sensíveis ao preço
– aproveitar sinergias com outros negócios
Estas duas situações não são reprodutíveis a grande escala.
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Normalmente a bombas com custos baixos têm um custo que a maioria dos compradores de gasolina dispensa. Essas bombas têm tempos de espera longos e/ou obrigam à fidelização do consumidor a determinada marca.
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««O que um modelo (ainda que seja esse, o clássico, da concorrência pura e perfeita) prevê é que se todas as empresas tiverem exactamente as mesmas condições e restringindo-se exclusivamente a análise à questão dos preços, tenderão a fixar o respectivo preço de venda no ponto de equilíbrio em termos de afectação de recusrsos (o preço de venda mais baixo possível deverá ser aquele que iguala os custos marginais) e, nesse modelo – repito, em igualdade de condições – poder-se-á esperar que todas as empresas igualmente eficientes acabem por chegar ao mesmo preço….as outras, que não conseguirão vender a não ser a um preço superior, então, sairiam do mercado…»»
No mercado de combustíveis em que o produto é igual em todo o lado, o consumidor vai onde é mais barato. Tirando custos como a distância, filas e fidelizações, não existem grandes razões para diferenciação de preços. A eficiência das empresas é irrelevante. Se o produto é indiferenciado, o consumidor compra o mais barato possível e quem não conseguir vender a esse preço vai à falência.
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««por outro lado e ainda que trabalhassemos com tal modelo clássico da concorrência pura e perfeita, seria pouco provável que todas as empresas no mercado tivessem o mesmíssimo nível de eficiência na afectação dos seus recursos e chegassem exactamente ao mesmo preço»»
Porque é que alguém haveria de abastecer numa rede que tem sistematicamente preços mais altos?
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««porque os seus custos marginais seriam exactamente os mesmos, etc., etc.»»
As empresas não decidem o preço de acordo com os custos. Decidem os preços de acordo com a oferta e a procura. Duas empresas com eficiências diferentes tenderão a ter o mesmo preço ou então uma delas desaparece. Se duas empresas se mantêm no mercado, então é porque ambas conseguem ter lucros adequados ao preço de equilíbrio, podendo uma estar a ser mais rentável que a outra.
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Isso é de um teorismo irrealista. Só por exemplo, trabalho num mercado ferozmente concorrencial em que, na maior parte dos casos, nem consigo ter uma noção clara dos preços que minha concorrência pratica. E até estou certo de que os meus clientes não adquirem os nossos serviços porque sejam mais baratos.
Ademais, num mercado complexo e com intervenientes de diferente dimensões e graus de sofisticação, não é obrigatório que as ofertas mais caras desapareçam — até podem ter mais lucros e atrair mais clientela: veja a Apple.
E ter menos lucros do que alguns concorrentes não implica a inviabilidade de uma empresa, naturalmente.
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««Só por exemplo, trabalho num mercado ferozmente concorrencial em que, na maior parte dos casos, nem consigo ter uma noção clara dos preços que minha concorrência pratica. E até estou certo de que os meus clientes não adquirem os nossos serviços porque sejam mais baratos.»»
Pois, mas o Luis Rainha não vende gasolina. Vende um produto que tem que ser diferenciado da concorrência, logo o preço também será diferenciado.
««Ademais, num mercado complexo e com intervenientes de diferente dimensões e graus de sofisticação, não é obrigatório que as ofertas mais caras desapareçam — até podem ter mais lucros e atrair mais clientela: veja a Apple.»»
A Apple não vende gasolina. A Apple vende computadores diferenciados. Agora experimente vender um computador de marca branca ao preço dos da Apple e verá o sucesso que tem.
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“as empresas”, “duas empresas”, etc. Se estava a ser específico, poderia evitar uma enunciação generalista. Que aliás já usou há dias, quando declarou que a formação de preços “não existe”; assim sem mais nem menos.
Por outro lado, existem computadores de marca branca mais caros que alguns MAc. E vendem-se , pasme!
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««Por outro lado, existem computadores de marca branca mais caros que alguns MAc. E vendem-se , pasme!»»
As características técnicas é que não devem ser bem iguais …
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««“as empresas”, “duas empresas”, etc. Se estava a ser específico, poderia evitar uma enunciação generalista. Que aliás já usou há dias, quando declarou que a formação de preços “não existe”; assim sem mais nem menos.»»
Se ler com atenção o que escrevo percebe-se perfeitamente do contexto do que é que estou a falar.
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JoãoMiranda,
gostava que explicitasses as seguintes ideias:
– “A eficiência das empresas é irrelevante”….e,
– “As empresas não decidem o preço de acordo com os custos. Decidem os preços de acordo com a oferta e a procura. Duas empresas com eficiências diferentes tenderão a ter o mesmo preço ou então uma delas desaparece”.
A mim, parece-me, efectivamente, a mesma coisa, quer dizer, ainda continuamos na análise normal em que a “eficiência das empresas NÃO é irrelevante”, pois, como referes, “Duas empresas com eficiências diferentes (leia-se: uma mais e outra menos eficiente) tenderão a ter o mesmo preço ou então uma delas desaparece” (ou seja, desaparece a ineficiente!)
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JoaõMiranda,
logo não é verdade que “As empresas não decidem o preço de acordo com os custos”…também decidem, pois a questão da respectiva eficiência (ver supra, antecedentemente) – esta sim, aferida, balizada ou determinada pela oferta e pela procura – é determinante para a fixação dos preços.
Eu não poderei aguentar, normalmente, um preço inferior aos meus custos marginais – se tal preço inferior aos meus custos marginais for aquele determinado pela lei da opferta e da procura. O que significa que sou ineficiente naquelas condições e naquele mercado e que não consigo acompanhar a concorrência. Ainda que queira vender mais barato – pelo preço de mercado – a minha ineficiencia não me permitirá (pelo menos por muito tempo)!
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««A mim, parece-me, efectivamente, a mesma coisa, quer dizer, ainda continuamos na análise normal em que a “eficiência das empresas NÃO é irrelevante”, pois, como referes, “Duas empresas com eficiências diferentes (leia-se: uma mais e outra menos eficiente) tenderão a ter o mesmo preço ou então uma delas desaparece” (ou seja, desaparece a ineficiente!)»»
PMF,
isto implica que a observação de preços iguais no mercado não prova que há concertação, mesmo que as empresas tenham eficiências diferentes.
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“isto implica que a observação de preços iguais no mercado não prova que há concertação, mesmo que as empresas tenham eficiências diferentes.”
De facto não prova. Mas é um indicio. A que se soma o facto de fazerem variações no preço de forma sequencial. E por último, e fundamental, é o facto de que quem toma a iniciativa de subir o seu preço (sem ter por base uma variação de custo), o faz de forma irracional.
Irracional porquê? Porque é feito no pressuposto de que os concorrentes vão copiar a subida. Porque se não o fizerem, o primeiro a subir irá perder rentabilidade. Mas há sempre um segundo e um terceiro que no dia seguinte imitam a subida. E depois um quarto e um quinto.
E tantas vezes o fizeram que o primeiro já sabe que o segundo e terceiro o seguirão. E estes que depois virão os outros. E os outros sabem que o acesso ao mercado é restrito (barreiras à entrada impostas pelo ESTADO!).
E porque tantas vezes o fizeram há confiança entre eles. Não é necessária comunicação verbal. Basta os sinais que constantemente dão uns aos outros, pelo seu comportamente. E isto também é linguagem. Se uma miúda me pisca o olho é porque ou está interessada ou tem um cisco. Mas se eu lhe pisco de volta e ela retribui não há dúvidas. E não precisa de mo dizer verbalmente.
O que prova concertação é o facto de um operador tomar decisões que só são rentáveis a partir do pressuposto de que os outros vão agir de forma cooperante, ainda que esta seja contra o seu próprio interesse imediato. E isto, tal como nos cartéis formais, dura até que a confiança se quebre. Na OPEP dura há 35 anos…
Teoria dos jogos, meu caro. E não seja ingénuo ao ponto de afirmar que é necessária comunicação verbal (ou escrita) para combinar comportamentos. Não é. O que não significa que ela tenha existido. Mas estas conversas, como a sua mãe lhe terá concerteza ensinado, não se têm ao telemóvel…
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Há já alguns dias, no site do New York Times ou da CNN (não tenho a certeza em qual dos dois mas estou certo que foi num deles), na defesa da tese de que os cidadãos americanos até não tinham muito de que se queixar, foi publicado um gráfico com os dez países onde se praticavam os preços mais elevados.
Portugal surgia em 10º lugar, logo atrás de três ou quatro países europeus.
A Eritreia (creio eu) em primeiro, a Noruega em segundo e …
os Estados Unidos em 158º …
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João Miranda escreveu (em 53)
“No mercado de combustíveis em que o produto é igual em todo o lado, o consumidor vai onde é mais barato. Tirando custos como a distância, filas e fidelizações, não existem grandes razões para diferenciação de preços. A eficiência das empresas é irrelevante. Se o produto é indiferenciado, o consumidor compra o mais barato possível e quem não conseguir vender a esse preço vai à falência.”
Ora aqui está uma coisa realmente extraordinária.
As premissas parecem induzir a conclusão de que o consumidor compra o mais barato.
Faço cerca de 120km por dia e, descontadas as raras emergências, há já pelo menos 10 anos que não ponho as rodas em galps, bpês e quejandas.
Compro em bombas de supermercados, sem talões, com preços que se anunciam em cartazes gigantes 8cêntimos/ litro abaixo dos preços praticados pelas grandes. Todos os dias verifico abundância de clientes em bombas que se situam antes (algumas dezenas de metros) e depois (algumas dezenas de metros) da bomba em que abasteço e que muitas vezes parece estar apenas à minha espera.
Tão estranho que não foram poucas as vezes que dei por mim a perguntar porque é que iam comprar combustíveis nas bombas que os vendiam mais caros:
-É pá, não sei, mas aquilo não puxa tão bem.
-É pá, olha que puxa tão bem como as outras, não achas que eu já devia ter dado por isso se fosse verdade?
– Pois, mas o gajo da Repsol disse-me que o Evaristo ficou com o carro empanado por causa do mijo que os gajos do intermarchê, ou lá o que é, andam a vender.
Repare-se que os meus interlocutores nem sempre são completamente analfabetos.
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João,
As “características técnicas” não são nem parecidas, uma vez que nem o sistema operativo nem os processadores são os mesmos.
Como é natural em produtos radicalmente diversos, embora inseridos no mesmo mercado. A bem da verdade, nem as gasolinas terão as tais “características técnicas” bem iguais — o dinheirão que elas têm gasto para fugir da categoria de commodities é disso sintoma.
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PORQUE SERÁ QUE OS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL NÃO PUBLICAM ISTO?DIVULGUEM O MAIS QUE POSSAM
É inacreditável, mas é o país que temos …Era a manchete do Expresso de Sábado e custa acreditar.
Um quadro superior da GALP, admitido em 2002, saiu com uma indemnização de 290.000 euros, em 2004. Tinha entrado na GALP pela mão de António Mexia e saiu de lá para a REFER, quando Mexia passou a ser Ministro das O.P. e Transportes…O filho de Miguel Horta e Costa recém licenciado, entrou para lá com 28anos e a receber, desde logo 6600 euros mensais. Freitas do Amaral foi consultor da empresa, entre 2003 e 2005, por 6350 euros/mês, além de gabinete e seguro de vida no valor de 70 meses de ordenado.
Um quadro superior da GALP, admitido em 2002, saiu com uma indemnização de 290.000 euros, em 2004. Tinha entrado na GALP pela mão de António Mexia e saiu de lá para a REFER, quando Mexia passou a ser Ministro das O.P. e Transportes…O filho de Miguel Horta e Costa recém licenciado, entrou para lá com 28anos e a receber, desde logo 6600 euros mensais. Freitas do Amaral foi consultor da empresa, entre 2003 e 2005, por 6350 euros/mês, além de gabinete e seguro de vida no valor de 70 meses de ordenado.
Neste momento, o presidente da Ferreira do Amaral, presidente do Conselho de Administração. Um cargo não executivo (?) era remunerado de forma simbólica: Manuel Queiró, do PP, era administrador da área de imobiliário (?) 8.000 euros/mês.A contratação de um administrador espanhol passou por ser-lhe oferecido 15 anos de antiguidade (é o que receberá na hora da saída),pagamento da casa e do colégio dos filhos, entre outras regalias. Guido Albuquerque, cunhado de Morais Sarmento, foi sacado da ESSO para a GALP.Custo: 17 anos de antiguidade, ordenado de 17.400 euros e seguro de vida igual a 70 meses de ordenado.
três mil euros por mês, pelas presenças. Mas, pouco depois da nomeação, passou a receber PPRs no valor de 10.000euros, o que dá um ordenado “simbólico” de 13.000 euros…Outros exemplos avulso:Um engenheiro agrónomo que foi trabalhar para a área financeira a 10.000euros por mês; A especialista em Finanças que foi para Marketing por 9800 euros/mês…
Comissão executiva ganha 30.000 euros e os vogais 17.500.Com os novos aumentos Murteira Nabo passa de 15.000 para 20.000 euros mensais.A GALP é o que é, não por culpa destes senhores, mas sim dos amigos queocupam, à vez, a cadeira do poder. É claro que esta atitude, emula do clássico “é fartar, vilanagem”, só funciona porque existe uma inenarrável parceria GALP/Governo.
Esta dupla, encarregada de “assaltar” o contribuinte português de cada vez que se dirige a uma bomba de gasolina, funciona porque metade do preço deum litro de combustível vai para a empresa e, a outra metade, para o Governo.Assim, este dream-team à moda de Portugal, pode dar cobertura a um bando de sanguessugas que não têm outro mérito senão o cartão de militante. Ou o pagamento de um qualquer favor político…
Antes sustentar as gasolineiras espanholas que estão no mercado do que estes vampiros!E AINDA DIZEM QUE A CRISE É CULPA DA FUNÇÃO PÚBLICA !!!
E outros que mais…!!!!!
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“O filho de Miguel Horta e Costa recém licenciado, entrou para lá com 28 anos e a receber, desde logo 6600 euros mensais.”
No post “uma proposta ambientalista” já demonstrei que isso é absolutamente mentira (foi para a Galp com 5 anos de experiência internacional de banca de investimento, sendo o salário adequado para a função e experiencia).
Quanto ao grande privilégio de darem um gabinete ao Ferreira do Amaral…no comments. Não quer acrescentar que no gabinete havia um computador e…pasme-se: cadeiras e uma mesa.
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JM.
“Num mercado concorrencial, uma empresa que tente vender mais caro que as outras vai à falência.” … quer dizer concorrência perfeita (ou, mais terra-à-terra, num modelo teórico)certo?
Como se a escolha do consumidor se limitasse ao preço, mesmo em produtos como a gasosa. Definir a eficiência da empresa pelo lado do preço é muito, muito redutor.
Não basta fazer copy/past do que se ouve e lê nos MBA’s.
Mas nada que a prática e a experiência empresarial não resolva. Vai com o tempo. Mas há disparates que têm mais peso do que outros
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Hmm estive a ler o teu post e achei extremamente interessante.
Gostava contudo que reparesses no 4.º ponto em que dizes que os preços em Portugal não aumentaram tanto como no resto da Europa.
Por muito paradoxal que possa parecer isso é um indício da existência de um cartel. Isto porque quando existe um cartel, este tende a criar uma força de contra-ciclo na definição dos preços. Como existe um maior incentivo a fugir ao cartel quando os preços sobem, designadamente por um aumento da procura, o cartel tende a antecipar este incentivo descendo ou não subindo tanto os preços. Diminuindo assim os lucros que uma empresa desviante teria com a fuga, o cartel garante um maior nível de estabilidade interna.
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