Coesão nacional?!
A população de Valença do Minho começou, hoje, a colocar bandeiras espanholas na cidade. Um pouco ao jeito da campanha de Scolari, no Euro 2004, se bem que agora, em cada janela, a bandeira das quinas tenha sido substituída pela castelhana.
Este gesto simbólico e, de certo modo, anti-nacional (e de reconhecimento pelo franquear dos serviços de saúde de Tui aos portugueses de Valença) tem um significado: a inexistência de uma verdadeira política de desenvolvimento regional sustentado, conduz, inevitavelmente, à perda de sentido de identidade nacional. O centralismo acéfalo (neste caso – bem ou mal! – identificado pelas populações como um poder político e um Estado surdos às suas pretensões e aos seus interesses), acaba por tornar numa mera ficção qualquer ideia de identidade e de coesão nacionais.
Por alguma razão é que notamos mais vivas e entusiásticas as celebrações das festas e efemérides nacionais, nos países cujas respectivas organizações administrativas estão, efectivamente, descentralizadas. Quanto mais regionalizado é um Estado, mais sentido de pertença (coesão) nacional existe!
Em Portugal, não falta muito para que algumas zonas do país passem, definitivamente, a fronteira… Basta ver, às segundas feiras de manhã, os fluxos de trânsito no sentido Porto – Vigo (Galiza), na A 28…. uma das SCUT’s que, em breve, será portajada.
Olhem pra mim todo preocupado !!
Que me interessa se são espanhóis ou franceses… metade deles são trolhas na Galiza ….
Ora porra pró carnaval !
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Exacto PMF, não fora a vizinha Espanha, com a Catalunha, País Basco e Comunidade Valenciana desmentir rotundamente a sua afirmação de que “Quanto mais regionalizado é um Estado, mais sentido de coesão nacional existe!”.
Tirando isso é quase um bom post.
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A mentalidade de serviçal continua.
São parvos não perceberam que deram todos os direitos económicos a um Poder: Estado Social Português, são tão pouco inteligentes que agora estão dispostos a entregar esses mesmos direitos e quiçá ainda maiores a outro Poder.
Depois admiram-se que o(s) Poder(es) façam o que lhe apetece.
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Pergunte a um Catalão, com língua própria ensinada na Escola – com primazia sobre o castelhano -, sobre a coesão nacional que ele sente.
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Só os salazarentos é que não são serviçais …,
Chiça !!
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Com este governo em funções não resta dúvidas que eu prefiro ser guatemalteco!
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“a Regionalização como factor de coesão nacional” – meta isso para pós-doutoramento; vai ver que o ISCTE o recebe de braços abertos.
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Eu tenho sempre hasteada a bandeira da antiga República Sul-Africana.
À África do Sul eu devo tudo.
Aproveito para lamentar a morte do Eugéne Terr’Blanche, que muito apreciava o Salazar e o Ian Smith, grandes homens que fizeram da África Austral o lugar mais desenvolvido daquele continente.
Aquilo agora nem para amendoins…
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# 2 e 7 Romão:
penso que se conhecesse melhor a realidade castelhana e, em particular, a Galega, veria que a minha afirmação não é desm,entida (ao contrário do que diz) pelo caso Espanhol!
De resto, a observação a partir de outras realidades (exemplo: a belga, EUA, etc., etc.) por exemplo, é ilustrativa, para mim, do que disse. De resto, importa definirmos, para início de conversa, o que é e em que é que relevanmtemente se manifesta da identidade nacional….
Quanto ao ISCTE, não sabia que tinham essa linha de investigação; tanto melhor que a tenham!!
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Todos Diferentes! Todos Iguais!
TODOS os povos – quer os de maior, quer os de menor, rendimento demográfico – devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta!
-> Face à inviabilidade, óbvia, da fantasia multi-racial [os que são predadores – numa corrida demográfica pelo controlo de novos territórios – não são de confiança…] aquilo que aconteceu a Eugène Terre Blanche {sul-africano de várias gerações, ele ousou lutar por uma pátria branca em tão vasto país – dispondo-se inclusivamente a ficar com as piores áreas} é algo que seria de esperar…
—> Será uma BANDALHEIRA INQUALIFICÁVEL deixar as próximas gerações de nativos europeus à mercê dos predadores que estão numa corrida demográfica pelo controlo de novos territórios…
—> Não há tempo a perder com os IDIOTAS SUICIDAS (PNR’s e afins) -> estes idiotas não vêem que a maioria dos europeus (vulgo bandalhos brancos) não são de confiança: não se preocupam em constituir uma sociedade sustentável (média de 2.1 filhos por mulher)… adoram fazer negociatas fáceis à custa de mão-de-obra servil ao preço da chuva…
CONCLUSÃO: Antes que seja tarde demais, há que mobilizar aquela minoria de europeus que possui disponibilidade emocional para abraçar um projecto de Luta pela Sobrevivência… SEPARATISMO-50-50… e coligação (do tipo NATO) contra o inimigo comum: os predadores insaciáveis…
{nota: como possui armas de alta tecnologia, e como também está demograficamente ameaçada… será da máxima importância mobilizar a Russia para esta coligação}
P.S
-> É uma ‘situação natural’ – a História sempre foi assim: em virtude de migrações… a nova população não se revê na Identidade Nativa… e então… depois surgem novas identidades…
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#9.
PMF,
O que está em causa no “abandeiramento” de Valença é uma chantagem sobre o valor da imagem de Portugal. Nem sequer é qualquer coisa que tenha a ver com o legítimo interesse dos valencianos de integrar a vizinha Espanha. Se houvesse alguém a propor semelhante referendo, estou certo que o mesmo se traduziria num rotundo fracasso. Os valençanos socorrem-se da fobia de uma Olivença e envergonham o Estado por via de uma acção de marketing bem conseguida.
De resto nem precisamos de emigrar para encontrar exemplos que desmentem a sua tese: uma das duas regiões com privilégios de autonomia expandidos (a Madeira) exibe constantemente o fantasma da secessão quando quer qualquer coisa (normalmente mais dinheiro) e tem como cabeça de cartaz um cacique que faz as delícias dos anti-regionalistas que vêem na regionalização uma incubadora de Jardim’s e outros que tais. Não deveriam os madeirenses, segundo o seu exemplo e a sua tese, serem os mais lusitanos dos lusitanos?
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#9.
A realidade Americana é tão complexa e tão movida por fantasmas e utopias que dizer que a coesão nacional provém do seu carácter federal é como dizer que a velocidade das chitas têm a ver com o tamanho do pêlo.
A América é uma ideia que precede um país que precede os seus habitantes. Podia ser assim como podia ser de outro modo, como já foi. Como é uma ideia recente, tem o vigor da juventude. E como é uma ideia capitalista (ou o expoente máximo da ideia capitalista) não é coincidência ter sido executada de forma a canalizar de forma mais eficiente o modelo pelo qual o capitalismo se pode exprimir melhor. E o modelo é o actual federalismo americano, que pode ser qualquer outro dependendo das circunstâncias e da forma que o capitalismo encontrar para maximizar-se. Porque a América é a ideia do dinheiro e o dinheiro é a verdadeira ideologia americana: com estados ou sem estados.
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Queiram ou não nas zonas da raia o sentimento de nacionalidade está cada vez mais esbatido e a isso muito se deve a retirada do Estado de todo um amplo corredor ao longo da fronteira.
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#9.
Não conheço a Galiza o suficiente para debater. Mas conheço a Catalunha o suficiente para saber que não é com fatias de autonomia progressiva que por lá se aumenta o sentimento de pertença e amor a Espanha. Pelo contrário. Os catalães foram tendo cada vez mais independência com a promessa de que um dia lhes chegaria. Obviamente quanto mais têm mais pedem.
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#8 Caro João Fernandes, essa é que é a verdade! O resto, é tragédia canhota de resultados dramáticos e irremediáveis. Nós, infeliz e provadamente, somos hoje parte dela mas, não só, também da urdidura de tamanho descalabro.
E a procissão ainda vai no adro… daí as bandeiras em lugar das colchas.
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#14.
“Amor a Espanha”!?!?…Temo que não estejamos, como já referiod acima, no mesmo cumprimento de onda.
Interessaria, mesmo, começar por definir os parâmetros relevantes para efeito de definição do que é a identidade nacional! Notop que isso não tem nada a ver com sentimentos (simbolicos e romanceados) de “amor á pátria”, a Portugal e coisas quejandas…. Desde logo, tem a ver com interesses concretos que materializam o sentimento de pertença ou de comunidade…
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Nós cá no NORTE damo-mos bem com os Galegos, aliás aquela região nunca devia ser dividida, separada, ou lá o que seja. Eles identificam-se connosco e nós com eles.
E se estamos perto e os serviços são melhores que os nossos, porque os PULHAS destes governos deixaram tudo ao abandono, QUE SE LIXE. E digo mais é lá faço compras, é lá que faço as revisões dos carros, é lá que como o mellhor peixe e marisco. Estou a pensar seriamente em ir para lá viver.
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Bom post, Mr. PMFroufe.
A população de Valença tem muita razão para se manifestar, e do modo como entender !, inclusivé com o hasteamento (simbólico) de bandeiras espanholas.
Não é um gesto anti-nacional.
Talvez mais desrespeitador pelo Estado de Direito, pela Constituição, é a provocadora colocação, desde há uns meses, de bandeiras monárquicas em Lisboa ou Cascais, inclusivé em locais públicos, como a varanda da câmara lisboeta.
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Santinhos, a coesão nacional só existe à volta do Benfica contra o FCPorco e vive versa.
Qualquer benfiquista prefere que um clube espanhol ganhe ao FCPorco seja ela da Catalunha, Galiza ou donde quer que seja.
1640 foi a data mais trágica por engano, hoje haveria a Ibéria e seria uma grande potência mundial.
Dentro de vinte ou trinta anos estas duas nações ou jogarão um campeonato nacional conjunto ou o futebol em Portugal ficará reduzido aos matraquilhos.
E é, talvez, por ai que se iniciará o começo.
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A manta é curta.Os gajos vão tapando num lado mas destapam no outro.Só na africanização é que não se poupa.Ninguém poupa.Coitadinhos que os africanos são uns pobrezinhos e tão amorosos na terra deles.Quem é que na grande maioria consome só em SIDA 2000 eurozitos por mês quem é?No total 300 milhões anuais.Portanto as periferias conformadas podem ficar de tanga… que o desvio do dinheirinho como vêm é para fazer o bem.Isso e muitas dezenas de casinhas que ainda andam a ser pagas mas já têm promessas de renovação.Pá a animação acima de tudo.Trabalho?É preciso?
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Quanto á coesão nacional por acso o PPC pensou logo nisso ainda andava na JSD.Quer-se dizer nem é coisda precisa.Não dá lucro a ninguém.É retrógrada.Por isso é que os “portugueses” africanos(muitas centenas de milhar) nem o hino precisam de saber.Afinal o 1º amor é sempre o que fica na memória(a sua 1ªa nacionalidade).A portuguesa é a “utilitária”, é aquela que “paga”…por isso é que é só amores entre uns e outros(em especial polícias)…
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Que pena Lisboa não ser junto à fronteira… Podíamos fazer-nos ao piso… E meter gasóleo/gasolina e fazer compras mais baratas. Aquilo também está a rebentar, mas vai aguentar melhor.
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Isso quer dizer que as bandeiras estão baratas.
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Quanto mais Poder as pessoas aceitarem que o Estado lhes tire mais isto irá acontecer.
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Quanto á regionalização a grande salvação de muitos desempregados os mal pagos comprende-se.Mas gato escaldado de água fria tem medo.O que tem de ser feito é deitar o regime todo abaixo e começar de novo em moldes responsáveis e sem constituições comunistas nem leis traidoras…entre as quais tudo o que seja REGIONALIZAÇÃO.
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#19
O tráfico de pneus, como vai?
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Valença tornar-se-á outra Olivença?
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Olivença foi tirada à força.
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Bonito serviço!
Deixaram os portões abertos…está tudo lá fora…
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É lá…..então já não há vergonha nenhuma!
Sabem que isso é a maior afronta que se pode fazer…a bandeira é o símbolo de um ESTADO.A bandeira pela qual eu muitos juramos defender até à morte!
Uma vergonha….e o Governo não reage?
O que falta acontecer?
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já tou a tratar de mudar o meu B.I. para nacionalidade espanhola.
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Se eu fosse de Valença também hasteava a bandeira castelhana.
Há muito que o governo português abandonou o interior do país, as serras e as zonas raianas.
Tanto trabalho que os nossos reis povoadores tiveram para conquistar e ocupar territórias e esta corja socretina abandona as populações que são a guarda-avançada de Portugal contra os apetites dos Bourbons e Castelhanos em geral!
Portugal abandou África e os portugueses africanos sem honra nem glória.
Agora querem entregar as populações raianas aos espanhóis.
E ainda por cima têm o descaramento de enviarem tropa para territórios que nada tem a ver com Portugal, que é o caso do Afeganistão e Kosovo, territórios sob governos fantoches maometanos!
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Os habitantes de Valença do Minho deveriam dizer que agora 20% ou mais do seu IRS vai para o Centro de Saúde que eles querem e o Estado Gigante que se lixasse ou os prendesse a todos. Isso sim seria Regionalização séria.
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Isto está a bater no fundo.
A gatunagem dos partidos tomou conta do sítio.
Depois,vêm hordas de desvairados,todos sedentos de poder(leia-se acesso ao dinheiro dos contribuintes nacionais e estrangeiros).
Desdobram-se entre associaações e irmandades que vão da sexualidade no traseiro à cacicagem regional e à bola,
todos ávidos,todos sequiosos,antes que acabe o maná que vem do suor dos outros.
Vivem num país minúsculo,todos com a mesma etnia,a mesma história,a mesma cultura,mas inventam e entrincheiram-se em milhares de diferenças fantasiosas,inverosímeis.
Serve-lhes a miséria reinante,causada pelas quadrilhas políticas em impiedosa pilhagem,para testificar da bondade dos seus delírios de ganância.
Após oito séculos de monarquia,o poder caíu nas mãos da turba e dos mercenários.
Malbarataram tudo num ápice,mesmo o que fora poupado pelo único Chefe de Estado que tinha a pátria como estandarte.
Ondas de opinadores varrem as páginas dos jornais,numa acesa disputa,reclamando qual o mais traidor,qual o mais ranhoso.
Núvens negras pairam sobre a pátria…
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Infelizmente em vez de tomarem o poder de mudar as coisas nas suas mãos procuram um novo capataz.
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Censura do Governo Português ao jornal Liberation?
Alertado por um comentador fui ver a edição do jornal francês “Liberation” , de 18 de Março de 2010, que o Expresso disse não ter saído em Portugal por motivos de impressão.
Afinal tem um artigo demolidor para José Sócrates.
Veja aqui: http://www.liberation.fr/monde/0101625174-jose-s-crates-le-portugais-ensable
Começa agora a perceber-se porque razão aparece na comunicação social o “caso dos submarinos” neste momento.
Caso que está mais que requentado, até na Justiça Portuguesa, pois o Mº Pº já acusou vários individuos no caso das contrapartidas.
O caso aparece agora para tentar apagar as más notícias no estrangeiro em relação a Sócrates.
E porque o 1º submarino será entregue em Maio e Espanha não quer.
Então mais uma manobra dos socialistas para lançar poeira, quando afinal foi o Governo do PS de Guterres que avançou com o concurso..
Claro que, sejam quem forem os corruptos, devem ser presos, mas o que as forças socialistas querem é tentar travar os inquéritos parlamentares e condicionar o PSD. Nâo lhes interessa prisões.
Querem apenas manobrar.
http://jose-maria-martins.blogspot.com/
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VIVA VALÊNCIA!
http://lishbuna.blogspot.com/2010/04/o-pretexto-podera-nao-ser-o-melhor-o.html
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nada como um alcaide no – caso o de tuy – para fornicar a política (toda a política) da corja governamental instalada no rectângulo…
ele até pode contratar mais médicos para tratar os “tugas”…
ele até pode construir um novo centro de saúde… sem taxas …
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… aliás, VALENÇA. Mas a aproximação à VALÊNCIA catalã até foi um lapsus teclae simbolicamente significativo.
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Os portugueses da actualidade são uns portugueses moles, abúlicos e nalguns casos andam completamente drogados.
Os portugueses não têm governo capaz nem nenhum futuro à sua frente.
Quem poder desenfiar-se, não se faça rogado!
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O desdém endémico que o governo central(ista) vota todas as regiões que distem 50km da capital é o maior factor de divisão nacional possível.
Para além da falta de retorno do dinheiro que nos é esbulhado através dos impostos. Se Espanha trata melhor que deles está perto, então compreende-se a questão das bandeiras.
Não se esqueçam que, há muitos séculos, é assim que os portugueses reagem à nossa Tradição de Mau Governo: votam com os pés, emigram, vão para outros lados longe de uma terra e de governos que os desprezam.
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Errado.Os Portugueses aprovaram tudo o que aconteceu nos últimos 30 anos. Aprovaram a insustentabilidade, nunca em tempo algum o Estado conseguiu tirar mais riqueza do agora, com o voto dos Portugueses, nenhuma Ditadura ou Rei se chegou perto. E ainda tira aos que não nasceram.
Agora têm o resultado de terem escolhido o conforto de entregar todo o poder ao Estado. Alijaram-se de responsabilidades e agora chiam porque descobriram que estão a ficar sem nada e o Estado que com tudo ficou já não os ouve – é claro que não o Estado só foi simpático quando precisou de o ser para seduzir os Portugueses a lhe darem todo o poder.
Mas estes ainda não perceberam que ficaram sem poder algum sobre as suas vidas porque entregaram todo esse poder ao Estado.
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Ser espanholitos?
Seria assim tão mau?
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Ainda terias menos poder.
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#16.
PMF,
Aparentemente, o seu conceito de amor reduz-se a uma expressão deslavada e popularucha de uma ideia que se confunde com o romantismo à Jane Austen. Pode naturalmente ver a coisa desse modo, mas é limitado, inadequado e dá azo a uma ironia sem suporte.
Sem tirar de foco o que diz no seu post (e podemos voltar às definições conceptuais se achar necessário para clarificação do que vou escrever em seguida) podemos concluir que
1. o PMF tira um paralelo sem qualquer tipo de suporte segundo o qual a descentralização fortalece a coesão ou identidade nacionais, porque promove a deslocalização de competências e permite que as regiões/localidades respondam melhor e mais rapidamente às necessidades dos seus habitantes.
2. Fica por provar 1. porque nem é evidente que a regionalização funcione melhor que a centralização: a excessiva distribuição de competência pode ter como resultado a multiplicação de caciques e de políticas baseadas de one-man-show e de culto do líder, indiferentes a uma estratégia de desenvolvimento a longo prazo (vide, novamente, o exemplo de endividamento despesista da Madeira) e tampouco se demonstra, mesmo na forma tentada, que à regionalização e subsequente deslocalização de centros de decisão corresponda, de facto, um acréscimo, qualquer que ele seja, da coesão ou identidade nacional. Parece precisamente suceder o inverso em países cuja componente de coesão nacional não logra suplantar as aspirações separatistas das regiões que a compõem (o País Basco e a Catalunha são exemplos prementes do enunciado anterior, ao contrário do que PMF parece sugerir).
3. Por último, parece-me óbvio que para os confessos praticantes da cartilha liberal não deveria haver problema em que os habitantes escolhem o país de acordo com as necessidades e conveniência de cada população. Ou a identidade nacional é uma vaca sagrada resguardada das leis do mercado?
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o realizador e os actores deste filme são os mesmos das maternidades alentejanas, entretanto passa-lhes ou descobrem que os beneficiados são os médicos e enfermeiros que ganham e folgam a dobrar para fazer 1,7 por noite.
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# 43 – tem razão Lucklucky
é impressionante que o povo continue a votar PS
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Fantástico. Uma cambada de idiotas. organizados à volta daquelas estruturas frentistas e “unitárias” denominadas “comissões de utentes” armam-se em parvos e hasteiam bandeiras espanholas, por causa do encerramento de uma unidade irracionalmente económica.
Já agora porque não exigirem uma central nuclear ou outra maluquice qq.
Querem Espanha, vão para Espanha, porra. Mas não nos chateiem.
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Ana C disse
5 Abril, 2010 às 10:28 pm
Ser espanholitos?
Seria assim tão mau?
A fronteira está aberta,o que a impede?
Porque quer vender a pátria?
Quando a espanha atravessar conjuntura idêntica,vai-se vender a quem? França? Itália?
Nem merecem o que vos legaram!
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É olhar para Salvaterra do Minho e Tui e fazer o contra-ponto com Monção e Valença.
É olhar para Badajoz e fazer o contra-ponto com Elvas.
É ir à eco-via Monção-Melgaço, ver só Espanholitos a passear e ver a Torre da Lapela a servir de estendal para roupa.
É ver este país a afundar-se.
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1,7 ou 17 por noite?
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Caros
Amigos,
Aqui fala-se muito de governo (este, nem merece letra grande), mas há um profundo equívoco da vossa parte, é que não há governo nenhum, isso, se considerarmos Governo um conjunto de políticos com ideias, com uma base moral e ética que assumam o Poder para poderem dirigir a Nação, não só para a defenderem de ameaças externas como para a engrandecerem, ora, ou eu vivo na Lua, ou não vejo nada disso há umas boas dezenas de anos aqui no quintal, o que vejo, isso sim, é uma sequência de conjuntos de criaturas sem quaisquer ideias ou projectos de futuro para esta pobre Nação, apenas movidos por interesses pessoais de momento e a debitarem muita propaganda barata indigna até do Dr. Goebbels, pois estes amadores de 3ª nem isso conseguem fazer de jeito, apesar de noutros tempos terem pedido ajuda a um vendedor de sabonetes (não sei se ainda continua), por isso, falar deste governo actualmente é estarmos a falar duma coisa digna desse nome que não existe.
Quanto à regionalização dar mais sentido patriótico, Caro Amigo, é precisamente o contrário, isso serve, e de que maneira, o grande capital, é o destruir da identidade e unidade nacional, capital esse, que perante uma multidão de pequenos “regedores”, tem o trabalho mais facilitado para assim se poder assenhorar de quaisquer riquezas e mais-valias que esses territórios ou regiões produzam, lá diz o velho e sábio ditado: “dividir para reinar”, pensar o contrário é uma utopia ou até mesmo uma grande ingenuidade.
Portugal, não tem presentemente, quaisquer hipóteses de sobrevivência, estamos com uma taxa de produção própria que cobre uns 50% das necessidades nacionais, muito baixa portanto, o que quer dizer, que não produzindo nós o suficiente, não há outra maneira senão pedir dinheiro emprestado para sobrevivermos, mas como é que se vai pagar esse dinheiro se não produzimos o suficiente???
Este é um dilema que não vejo ninguém responder, e sem uma resposta qualquer projecto não passa duma verdadeira fantochada, mais cedo ou mais tarde o barco vai mesmo ao fundo, tanto mais, que o conjunto dos países “emprestadores” não estão lá muito para os “ajustes” e a Grécia já lhes está a dar muita água pelas barbas.
Só lhes deixo esta pergunta, responderão se acharem que isso vale a apena: aonde estão os sectores primários e secundários deste país??? Ou alguém com dois dedos de testa, pensa que isto vai lá apenas com o sector terciários (comércio e serviços), ou seja, grandes super e hipermercados e centros comerciais, ainda por cima, dominados cada vez mais, por apenas meia dúzia de monopólios???
Os meus cumprimentos.
LUSITANO
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Esta abencerragem do LUSITANO agora vem postar para “aqui”????
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# Supra 46:
em resposta aos pontos 1, 2 e 3:
1. (…) é evidente. Tudo o que “permite que as regiões/localidades respondam melhor e mais rapidamente às necessidades dos seus habitantes” e que, no fundo, corresponde à lógica (pretendida) pela subsidiariedade, é positivo e traz vantagens para a qualidade do funcionamento do Estado e, por consequência, para o reforço da coesão nacional (lato sensu). Não é uma questão de “deslocalização de competências”, mas sim de efectiva descentralziação, ou seja, de reconhecimento de atribuições na esfera de poderes que mais directamente lidam com as populações, na resolução dos respectivos problemas, com legitimidade própria adveniente da legitimidade política democrática… É também uma questão de responsabilidade
2.(…) Isso de funcionar melhor ou pior poder-se-á aferir através das organizações administrativas dos Estados que nos são próximos: na prática, só a Grécia e Portugal, na Europa dos 15 (dos 27 não sei) é que não têm uma organização administrativa descentralizada (materialmente). O resultado está à vista….Quanto aos caciques, a ideia será precisamente a contrária: eles existem porque agora, com o poder centralziadao e em função dele mesmo, nomedamente (se se refere á Madeira, por exemplo) em função de uma suposta luta contra o poder central que os desresponsabiliza…. Além disso, o argumento dos caciques é contraposto ao (actual) das decisões opacas, no corredor do poder central… As “faces ocultas” aí estão e estarão.
3. Pois deveria ser mesmo assim; o problema é que não é assim, nem a liberdade individual chega a esse ponto, ou só chega com muita dificuldade e, portanto, sem condições de igualdade de oportunidade nessa putativa escolha!
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Fico sempre espantado e desiludido com atitudes como as que, ao que parece, se estão a tomar em Valença. Não entendo duas coisas:
1.ª – Como é possível querer integrar um país como a Espanha que, quase sempre, dá preocupantes sinais de desintegração (Catalunha; Galiza; Pais Basco; Aragão, etc.), provocados, sobretudo, por uma política de regionalização falhada e suicida, praticada nos últimos 30 anos;
2.ª – Porque razão os Portugueses que querem ser espanhóis, não emigram de vez para Castela e afins…?
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É lógico que num país que não tem médicos para suprir as necessidades mais básicas é um autêntico disparate ter um médico de plantão para atender uma duas pessoas por noite com dores de dentes (se o caso for mais complicado têm que ir a outro lado).
Assim, a questão de Valença é que preferem ir a Espanha, onde são estrangeiros, do que ir a Monção, dada a rivalidade de longa data.
Em Portugal para satisfazer todos e sermos todos felizes tínhamos que ter hospitais e todo o género de serviços do Estado de 20 em 20km, para as populações não terem que sofrer a suprema humilhação de ter que se deslocar a território hostil (vila vizinha) para ir ao médico, às finanças, etc. É isto que está em casa.
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Mas é engraçado que sendo o Blasfémias um espaço onde se defende que menos Estado é melhor Estado quando o assunto é o Norte se esqueçam logo da cartilha liberal.
Então é assim, o Estado deve ser drasticamente reduzido em todo o país e consideravelmente aumentado no Norte, sob a ameaça de porem bandeiras espanholas nas janelas, isto porque o sítio onde nascemos é sempre mais importante que as ideias que defendemos.
Pois é, não se pode satisfazer dois amos simultaneamente…
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58,
«Mas é engraçado que sendo o Blasfémias um espaço onde se defende que menos Estado é melhor Estado quando o assunto é o Norte se esqueçam logo da cartilha liberal.»
Está equivocado – a primeira lógica do liberalismo é a igualdade dos cidadãos. Acontece que o modelo do SNS, ainda que pernicioso no seu princípio, deve ser aplicado a todos por igual. O que não acontece.
As pessoas de Valença do Minho estão a ser prejudicadas porque estão ‘lá em cima’, em locais onde nenhum governo se importa nem quer saber. Donde, é natural sentirem-se melhor em Espanha já que aí são tratados como gente e não como indígenas de uma província distante.
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O meu amigo António Lemos Soares também errou o alvo – a questão não a de emigrar para Castela (para a Galiza, neste caso) mas antes, muito pior, sermos assolados há muitas dezenas de anos por uma série de Maus Governos cujo único objectivo lógico (para além dos interesses pessoais dos seus membros) é o de forçarem os portugueses a imigrarem para Lisboa e arredores para poderem ter acesso a hospitais, polícia, tribunais, empregos, escolas decentes, oportunidades….
E é isso que esboroa a tão propalada ‘coesão nacional’…
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oh amorim! lá em cima é mais o tiroliroliro, cá em baixo é o tiroliroló. vai a elvas que eles explicam-te.
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#60.
“a imigrarem para Lisboa e arredores para poderem ter acesso a hospitais, polícia, tribunais, empregos, escolas decentes, oportunidades….”
Eu estou em Lisboa há vários anos CAA. Não tenho um melhor acesso (mesmo que as infraestruturas existam, estão sobrelotadas de tal modo que entopem e não funcionam) a hospitais, polícia, tribunal, escolas ou oportunidades do que a grande maioria dos meus concidadãos. Não é por morar ao lado do parlamento que me convidam a lá trabalhar. Ganha-se mais, na média, a trabalhar em Lisboa, mas gasta-se igualmente mais. Não vejo onde possa estar o meu privilégio ou o fundamento da sua argumentação.
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Não emigram de uma vez por todas para Castela?
já faltou mais e o amigo também o vai fazer.
Deixe só o califado se instalar que não vai ter onde senão em Castela.
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Meu caro amigo Prof. Doutor Carlos de Abreu Amorim:
Estou de acordo, no geral, com o seu último comentário, quanto à péssima tradição nacional de mau governo. Onde discordaremos, é na maneira de superar esta infeliz realidade.
Quando me referi a «Castela» fi-lo em sentido figurado. Muito mal comparando, utilizei uma imagem idêntica à que Gil Vicente usou, quando avisou os Portugueses no século XVI: – «Não queirais ser genoveses; mas sim muito portugueses…».
Irrita-me solenemente ver bandeiras estrangeiras desfraldadas nas varandas do meu País; que, por sinal, tem quase 9 séculos de história…!
Meu Deus, ao que se chegou!
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onde está a bandeira castelhana,
devia estar a bandeira galega.
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Catala:
Onde estão bandeiras espanholas, deviam estar bandeiras de Portugal! Azuis e Brancas, como no primeiro dia em que conquistamos a nossa Liberdade…!
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A galega é Azul e Branca
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“As pessoas de Valença do Minho estão a ser prejudicadas porque estão ‘lá em cima’, em locais onde nenhum governo se importa nem quer saber. Donde, é natural sentirem-se melhor em Espanha já que aí são tratados como gente e não como indígenas de uma província distante.”
CAA, conhece Algueirão-Mem Martins, freguesia com 120.000 habitantes, concelho de Sintra, a escassos 20 km de S.Bento? Não há escolas primárias nem creches para todos, para uma simples consulta tem que se sujeitar a uma espera de 5-6 horas, uma urgência representa 12 horas de espera no Amadora-Sintra, o centro de saúde funciona num prédio sem acesso a deficientes, que são atendidos na entrada, não há jardins dignos desse nome, etc.
E também podia falar de Rio de Mouro, Cacém, etc. Será que também somos “indígenas de uma província distante”?
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as azuis e brancas são boas para limpar o cu.
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#55.
PMF,
1. “(…) é evidente. Tudo o que “permite que as regiões/localidades respondam melhor e mais rapidamente às necessidades dos seus habitantes” e que, no fundo, corresponde à lógica (pretendida) pela subsidiariedade, é positivo e traz vantagens para a qualidade do funcionamento do Estado e, por consequência, para o reforço da coesão nacional (lato sensu).” PMF, aqui vou mesmo de ter de perguntar-lhe como define, ainda que seja num par de linhas, “coesão nacional”. Porque não é nada claro ou linear que a descentralização seja factor de coesão nacional, pelo menos do ângulo que eu a vejo e que me parece ser um entendimento generalizado.
2. Na minha perspectiva das coisas, alavancada na compreensão do actual estado da política e corredores do poder em Portugal, a descentralização será apenas a declinação do que existe já e se pode ver – um estado corrupto, sôfrego e manipulado pelos tiranetes de ocasião – numa multiplicitude de poderes intermédios (muitos Portugal dos pequeninos), cada qual a utilizar os recursos de que dispõe para favorecer-se e favorecer os seus. Não vejo por que a descentralização haveria de melhorar um sistema que padece de uma enfermidade endémica. A sua teoria pressupõe qualquer coisa como um “bon sauvage” ou um saudável mas infundado optimismo antropológico a ocorrer por milagroso acto de divisão de poderes.
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Catala:
Azul e Branca com uma Coroa Real; umas sagradas Quinas ao centro; os castelos conquistados; os cinco Reis Mouros derrotados em Ourique… Percebe de que bandeira estou a falar?
A de Portugal…!
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Claro.
Mas pareçe que mudaram as cores para verde e vermelho com uma esfera amarela.
Quase se confunde com a bandeira marroquina
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#72
Ah! Afinal a mãezinha do Dr.Kotter estava cheia de razão quando nos definia como o “Marrocos de Cima”…
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Luis Bernardo #68
O serviço que tem é mau, sem dúvida. Mas tem hospital no seu concelho, ainda que funcione mal, e estão a construir um novo em Cascais para descongestionar o Amadora-Sintra.
Em Valença do Minho, não há hospital. É preciso percorrer 53kms antes de ir esperar essas 5/6h… e acesso só pagando portagem. Acha que tem comparação?
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Já agora, se morar em Melgaço, são 92kms até ao hospital de Viana, que nem sequer é hospital central. Tem razão nas suas queixas, mas acredite que há quem esteja muito, mas muito pior.
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Não me parece que a regionalização do país seria um factor do reforço da coesão nacional; antes pelo contrário, como acontece em países que optaram por esse processo.
A regionalização neste país teria como efeitos:
. o aumento da corrupção
. O aumento das despesas públicas
. o aparecimento de mais caciquismo
. uma maior desigualdade entre as regiões do país, embo-
ra uma ou outra, eventualmente, pudesse ter um
maior crescimento económico
. um maior egoísmo regional, logo, uma menor coesão
nacional
. uma maior conflitualidadede política no país, em
virtude do surgimento de uma autoridade política
média.
média
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A regionalização neste país teria como efeitos:
. o aumento da corrupção.Pois em portugal corrupção nunca existiu.(ler portugal=lisboa)
. O aumento das despesas públicas.Não,despesa pública gasta onde?(ler estado)
. o aparecimento de mais caciquismo.Caciques?.bem a AR está cheia deles(sei lá talvez o ribeiro e castro,ilustre representante do Norte do paí)
. uma maior desigualdade entre as regiões do país, embo-
ra uma ou outra, eventualmente, pudesse ter um
maior crescimento económico.Pois,embora uma ou outra pudesse…..(lá está o império já foi á muito tempo)
. um maior egoísmo regional, logo, uma menor coesão
nacional.Egoísmo?deve ser por este país ser um bocado diferente do que o estado pensa.
. uma maior conflitualidadede política no país, em
virtude do surgimento de uma autoridade política.E? mas os ditos cujos que estão no estado(lisboa),não andam sempre a discutir nada?(assembleia da républica)
as respostas(algumas)
média.
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Mas quantas bandeiras foram? 5? ou 6.
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Já ninguém fala dos putos que vão nascer a Badajoz? Curioso que a grande parte deles adquire dupla nacionalidade ou fica espanhol…smarts!
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EU CONHEÇO BEM OLIVENÇA… mas, antes, deixem-me dar a minha opinião sobre Valência.
É, de facto, impressionante a cegueira das nossas autoridades no que toca a questões de
soberania. Primeiro, foi a Maternidade de Elvas… o que priva portugueses de Direitos de
Cidadania! Na verdade, se dentro de trinta e cinco anos um elvense quiser ser Presidente
da República, NÃO O PODERÁ ser, por Não ter nascido em território nacional.
Isto é uma estupidez!
Por outro lado, Olivença… segundo as fontes espanhola… era, em 1801, uma cidade
comparável a Badajoz (História da Extremadura Española, Col. Universidade da Extremadura,
1996, mais ou menos). Hoje, tem dez mil habitantes, cerca de 65% do que tem Estremoz, que
em 1801 tinha pouco mais de metade do que Olivença. Para além disso, a História, a
Cultura, a Língua, foram apagadas ( e ainda são! Não se ensina aos oliventinos, na
escola, NADA da sua História).
A irresponsabilidade dos dirigentes portugueses, a sua falta de sentido de estado e de
dignidade, parece não ter fim.
Carlos Luna carlosluna@iol.pt
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A irresponsabilidade dos dirigentes portugueses, a sua falta de sentido de estado e de
dignidade, parece não ter fim.
A propósito de Valença , penso que falta em Portugal uma política minimamente coerente de
dignidade nacional. Por exemplo, conheço bem a raia alentejo-extremadura, e fico
estupefacto quando oiço os “alcaldes” (espanhóis, obviamente) das localidades
fronteiriças dizerem-me que, estando as suas localidades a representar Espanha na
fronteira, têm de ser “salas de visitas”, e, portanto, estar bem cuidadas para não dar
uma má impressão! Ora, do lado português, parece haver um cuidado extremo… mas, ao
contrário, em mostrar e acentuar (aqui com a cumplicidade do Governo de Lisboa) o que é
inferior, o que é mau, e em dizer, mesmo quando isso nem é assim, que “o lado espanhol é
que é bom e desenvolvido”. Isto é suicídio político e de dignidade, digamos assim.
Por outro lado, sejamos objectivos! O “Alcalde” de Tui não deveria afirmar que vai abrir
um centro de SAÚDE JÁ A PENSAR NOS PORTUGUESES! Isto parece querer dizer “nós pensámos
nos pobrezinhos (coitados!) que são os desgraçados dos nossos vizinhos de Portugal”. Vejo
isso como uma forma de ingerência… mesmo porque sei que, se algum Presidente de Câmara
Português tivesse um gesto semelhante para com uma localidade espanhola, logo a Imprensa
espanhola reagiria com indignação a dizer que ” espanhóis não precisam de esmolas”, e
“que os espanhóis resolvem os seus problemas sem recorrer a terceiros”. Esta é a grande
diferença entre governantes actuais dos dois maiores estados ibéricos (Andorra existe!).
Os governantes portugueses nada estão a fazer por Valença. Governantes espanhóis, perante
um caso similar, já teriam reagido… como o fizeram quando se içaram bandeiras
portuguesas na Galiza, a propósito de uma questão desportiva.
Já agora, eu estive em Rio d´Onor há cinco anos, e vi, na parte espanhola,, a
disponibilidade de helicópteros militares espanhóis de P. Sanabria para levar doentes
para Zamora… apesar de o Hospital de Bragança estar a vinte Quilómetros…
Há realmente, repito, muita irresponsabilidade por parte das autoridades de Lisboa. Estas
situações criam melindres e ressentimentos. Tudo, afinal, o que pode vir a ser pouco
saudável na
convivência entre Estados Ibéricos…
Ainda volto a Olivença…pois leio em blogues espanhóis a queixarem-se de que Portugal
é ridículo nas suas reivindicações, e que acabaria por pedir São Félix dos Gallegos e
Ceuta…francamente! São Félix dos Galegos foi cedida a Espanha nas “pazes” gerais de
1411; Ceuta foi cedida a Espanha em 1668, por tratado. Não são casos comparáveis a
Olivença, que LEGALMENTE deveria ter sido reentregue a Portugal. Alguns dos meus
antepassados tiveram de sair de lá…
E, devo dizer, pasmo com o argumento “tempo”. Depois de Duzentos anos está tudo
resolvido… O que dizer de Gibraltar, ocupado há trezentos anos…
Mais: este argumento permitiria que qualquer país ocupasse territórios vizinhos, mesmo de
forma ilegal! Bastaria “aguentá-los” na sua posse durante…200 anos? Tudo ficaria
“legal”?
Sou pela amizade de Portugal e Espanha, mas como iguais. Não estou disposto a observar o
que se passa em Olivença, isto é, em plena Democracia, a manutenção de um sistema de
ensino que não informa os oliventinos, de uma toponímia colonialista, de apelidos
falsificados.
O Estado Português tem feito o que pode… e sem dúvida poderia e deveria fazer mais.
Mas… como ir muito mais longe? Declarar uma Guerra? Só assim a Espanha respeitaria os
Acordos Internacionais? Que dignidade mostraria Espanha dessa forma?
Quero uma amizade Ibérica. Sem “rabos de palha”. Situações dessas só servem para guardar
ressentimentos. Calados quando é conveniente. Mas… vêm ao de cimo à mínima
dificuldade… e com violência! Olhe-se a Jugoslávia nos anos 1990!!!
Estremoz, 09-Abril-2010
Carlos Eduardo da Cruz Luna
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VALENÇA DO MINHO E AS ELITES PORTUGUESAS (não esquecendo Elvas)
As elites portuguesas têm um problema. Não confiam no povo de que são
filhas. Lamentam
o “baixo nível” do seu próprio povo. Nem sequer entendem que, agindo
assim, e sendo elas
por definição os “melhores” de entre o seu povo, e aqueles que, até
certo ponto, devem
dar o exemplo, estão a passar um atestado de incompetência a elas próprias.
No fundo, as elites têm horror a misturar-se com o povo de que são
filhas. E lamentam
não viver noutro País, onde as populações não sejam tão rudes.
Ao longo da História, as elites portuguesas têm metido os seus conterrâneos em
aventuras de vários tipos… incluindo tentativas de se subordinarem
ou unirem a outros
Estados que não o Português. Estados onde, curiosamente, vivem
populações bem menos
acomodatícias que a portuguesa à tradicional prepotência dos “grandes”
da Lusitânia.
Curiosamente também, o povo português tem reagido, e destroçado as
mesmas elites.
Todavia, parece haver aqui um ciclo infinito. As novas elites que,
após as muitas
revoluções que Portugal conheceu, substituem as antigas, acabam por as
imitar na forma
como se vêem e vêem o seu povo. Em pouco tempo, os vícios ressurgem.
Não me refiro apenas a nobres ou a burgueses. As elites intelectuais
têm seguido o
mesmo percurso. Volta e meia, temos os mesmos discursos descrentes e
pessimistas. Foi
assim no final do Século XIX, e de novo no início do século XX. A
ditadura salazarista
incompatibilizou estas elites com muitos aspectos da vida portuguesa.
O mais curioso é que esta tendência se renova nos finais do século XX
e começos do
XXI. E é ver escritores (começando pelo genial Nobel Saramago,
convencido de que a sua
atitude é original…), de vários quadrantes, a lamentar não terem
nascido num País maior
e que lhes reconheça a sua “infinita grandeza” ( que marcha a par,
demasiadas vezes com
uma infinita presunção ), mas também economistas, grandes empresários,
políticos, e,
pior, governantes, a pronunciarem-se da mesma forma. Discretamente,
neste último caso,
claro. Mas com muita eficácia.
Durante séculos, o povo rude ficava longe destes procedimemtos.
Todavia, e felizmente,
a instrução popular tem progredido. As elites são agora mais imitadas,
mais ouvidas, ou
desprezadas com maiores conhecimentos. Instintivamente, o povo revê-se até na
mediocridade das mesmas elites. Para sua desgraça.
Assim se chega a situações com a de Valença do Minho, com bandeiras
espanholas içadas
pelas populações. As elites aplaudirão ( “nós não dizíamos? Este povo
não tem capacidade
para sobreviver de forma independente; Portugal vai acabar…”), ou
abanarão a cabeça com
desgosto, e dirão: “Triste povo o nosso; nem patriotas são; isto só lá
vai, mesmo, com
uma ditadura”.
Afinal, os habitantes de Valença do Minho nem se apercebem que, com o
seu protesto,
estão a ajudar e a dar razão a quem lhes quer tirar direitos. Num País
onde as elites
mantêm uma das mais altas taxas de desigualdade social da Europa, e
consideram isso
natural, o povo, a eterna vítima, em vez de exigir uma melhor
repartição de riqueza, em
vez de lhes exigir que abdiquem do muito que têm para que os serviços
básicos (saúde,
educação) não sejam afectados, mas antes melhorados, os “populares”
entregam a resolução
do problema ao vizinho espanhol. Que alívio para essas mesmas
elites… em que se
incluem os políticos governamentais e muitos dos que os apoiam.
Não me posso esquecer do encerramento da Maternidade de Elvas a favor
de nascimentos
em Badajoz. Um precedente perigoso. Quantas pessoas terão consciência
DE que, daqui a
trinta e poucos anos, nenhum elvense se poderá candidatar a Presidente
da República por
não ter nascido em Portugal, conforme determina a Constituição? Onde
está a garantia, por
parte do Estado, do direito de cidadania para toda a população? Quanto
sentido de
irresponsabilidade…
Estas não são soluções. A sujeição a estranhos nunca foi solução. Como
os portugueses
compreenderam em 1383/85, ou 1640, ou em 1808. E fizeram as elites
pagar pelos seus
erros, pela sua cobardia, pela sua falta de patriotismo.
Talvez seja altura de o Povo se assumir como elite de si próprio. Ou
de vigiar mais
atentamente, e de forma muito, mas muito mais exigente, quem dirige a
sociedade.
Eu preferia a primeira opção. Mas a segunda já pode ser um progresso.
Valença do Minho e as bandeiras espanholas podem ser uma lição. Já
chega uma Olivença,
na qual se esmagou uma cultura, uma língua, uma história, e se deteve
o progresso durante
um século. Situação que as elites actuais, económicas, políticas, e
culturais (ou
intelectuais) evitam abordar. Ou de que troçam, muitas vezes por
ignorância, outras vezes
por comodismo.
A República faz cem anos. Como republicano, aplaudo. Como cidadão,
acuso quem nos
governa de estar a matar essa mesma República, e com ela Portugal!!!
Estremoz, 09 de Abril de 2010
Carlos Eduardo da Cruz Luna
10 de Abril de 2010 13:02
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