Desastre anunciado
no PÚBLICO de hoje um aviso que vale a pena ler: «O alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos vai ter, já a partir do próximo ano lectivo, um “impacto brutal” nas escolas, e, em conjunto com o prosseguimento da fusão de agrupamentos, de que resultarão também espaços com muito mais alunos, poderá criar ambientes “explosivos e até mesmo descontrolados”. O alerta parte de José Matias Alves, coordenador do Serviço de Apoio à Melhoria das Escolas da Universidade Católica, e que foi professor do ensino secundário durante 35 anos.
Contas feitas, Matias Alves, que também foi director-geral do Departamento do Ensino Secundário entre 1994 e 1996, adianta que cerca de 20% dos alunos que optam por não prosseguir estudos no secundário serão agora obrigados a fazê-lo. “Vão ser obrigados por lei a estar onde não querem estar”, frisa. O alargamento da escolaridade obrigatória foi aprovado por unanimidade no Parlamento em 2009. Matias Alves lembra que, na maior parte dos países da União Europeia, a escolaridade obrigatória não é tão longa como será em Portugal.
Faltam oito meses para a primeira vaga de alunos abrangida por esta medida entrar no 10.º ano. Seja no que respeita à oferta educativa ou ao plano curricular, nada foi ainda alterado para os receber. O actual ministro da Educação, Nuno Crato, indicou em Outubro que tudo “está em aberto” no que respeita à configuração do novo ensino secundário.
“É importante que exista uma maior flexibilidade. Por exemplo, existir uma obrigação formativa, sem que tal passe por obrigar todos os alunos a estar na escola a tempo inteiro por mais estes anos”, defende Matias Alves. Este docente não esconde estar “preocupado com o que vai acontecer”, embora considere que ainda “há tempo” para a nova equipa ministerial adoptar medidas que permitam às escolas fazer face aos problemas criados pelas novas vagas de alunos. E, para lhes fazer face, as escolas necessitam de ter uma autonomia de facto, defende.
“Quem sabe resolver os problemas são as escolas e não as direcções-gerais ou gabinetes ministeriais”, acrescenta. Para Matias Alves, a autonomia das escolas, e a consequente prestação de contas, é também a condição de base para melhores aprendizagens. Defende que, em função das suas características e do contexto em que inserem, devem ter poder para fixar currículos próprios a par de um corpo obrigatório.
“É um desafio que poria fim à ordem feudal de obediência face à tutela que permanece e infantiliza” os seus actores, acrescenta.»
Como participar no milagre económico português. Exportar muito mais.
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“Tejo foi a região vitivinícola portuguesa que mais cresceu em 2011
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Exportações com Aumento Recorde de 74% e Vendas Globais Sobem 27% face a 2010”
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in http://portugalglobal.pt/PT/PortugalNews/Paginas/NewDetail.aspx?newId={1B824688-6983-466A-B352-CD3AE98C6E45}
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Destaques especiais:
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“Este crescimento foi fortemente impulsionado por um aumento de 74% nas exportações globais (União Europeia e países terceiros), número que traduz a venda de aproximadamente 6,7 milhões de garrafas para os mercados internacionais, revela a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo).”
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“Entre os principais mercados importadores de vinhos do Tejo, a Suécia foi o que registou uma maior evolução, tendo aumentado em 494% o volume de litros de vinho adquiridos, sendo actualmente o segundo melhor “cliente” mundial de vinhos da região.”
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“Destaque ainda para a China, país para o qual os vinhos do Tejo aumentaram as exportações em 20%, o que o torna no quarto mercado internacional que mais vinhos da região consome.”
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““No último ano exportamos 43% do total de vinho produzido na região e é alicerçados nos mercados internacionais que, apesar do actual cenário de crise, estimamos poder continuar a registar um crescimento global de 2 a 3%”, antecipa.”
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Esta zona do país já exporta 43% do que produz. O ideal seria exportar 80% mas para lá caminha, se correr bem.
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Ou seja : já dá quase de comer a um milhão de portugueses né A-C ?
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O alargamento da escolaridade obrigatória nunca pode ser entendida como um problema, mas sim como uma vantagem. O problema está nas condições existentes para esse alargamento e nos motivos que o justificam.
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Se mantivermos o erro da via única no ensino básico- ou seja, todos os alunos, independentemente das suas características, percorrerem o mesmo percurso- o alargamento da escolaridade será uma mera medida administrativa. Se, de uma vez por todas, se perceber o erro dessa opção e se criarem, até, vias como uma maior componente técnica/profissionalizante, o alargamento pode ser um sucesso.
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Num contexto de elevado desemprego, é grande a tentação para manter os jovens mais anos na escola… por via administrativa. Se formos por aí, será mais uma aldrabice com o rótulo pomposo de reforma.
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O que o ministro Nuno Crato (não) fez até agora, faz-nos recear que, mais uma vez, a opção recairá na via mais fácil. Por mim, continuo à espera de ver o ministério da educação (o monstro da estrutura administrativa central) a ser implodido…
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Como participar no milagre económico português. Exportar muito mais.
Exportar para a China implantes oftalmológicos a desenvolver pelos investigadores da UBA (Universidade do Bairro do Aleixo) para corrigir os olhos em bico. Sucesso garantido.
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Esta análise não é correcta.
A escolaridade obrigatória termina quando os jovens completam os 18 anos.
Quem chega ao 10º ano concluiu o ensino básico e procura concluir o 12º.
Ninguém chega ali forçado. Não há impactos significativos no Secundário.
Esta questão é do tipo do bug do ano 2000. Um alarme que se viu, foi injustificado.
Haverá problemas. Mas será nas escolas básicas. Aí sim.Haverá um grupo de alunos (bem menor do que se apregoa) que terá 16, 17 anos e não poderá sair da escola até completarem os 18 anos. Terão já anos de insucesso acumulados e necessitarão de uma oferta diferente da regular (onde já fracassaram).
É aqui que poderá haver algum problema, se não houver a tal oferta diferenciante… e não no Secundário.
Um artigo sobre o assunto, de 2009:
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/jornalismocidadao.aspx?content_id=1263145&page=-1
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Compreendo as preocupações de José Matias Alves. Os passos dados na destruição da escola pública serão já irreversíveis e, portanto, esse foi mais um, ainda por cima unânime na AR. As escolas cheias de alunos que até, ao 9.º ano, não querem estudar, mas apenas perturbar quem quer, são o que são. Se ficarem até ao 12.º, continuando a não querer estudar e a prejudicar os que querem, ainda pior. Quanto às perspetivas no ensino, como na saúde, na justiça, etc., etc., “Foi bonita a festa, pá!”
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“Ou seja : já dá quase de comer a um milhão de portugueses né A-C ?”
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Não o entendo. Quando alguém mostra que há em Portugal quem esteja a fazer um bom trabalho, Vc. chora. Quer um lencinho, quer?
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A título de exemplo. Enquanto os portugueses estão a subir a produção e as exportações, por exemplo, os australianos estão com fortes quedas nas vendas. E são o maior produtor mundial do dito “novo mundo”. (E novos produtores.)
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Dá-me a impressão que há quem deseje ver Portugal na miséria, né?, Castanheira?
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Comungando por inteiro dos alertas de JMA (alguém que merece ser escutado, e lido, sempre que o assunto é educação…), junto às justificação para este “pseudo-alargamento” algo mais cínico – diminuir a pressão jovem sobre o mercado de emprego. Nada mais do que isso!
Abr, Paulo
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Dá-me a impressão que há quem deseje ver Portugal na miséria, né?, Castanheira?
Nada disso, nem por sombras mas se encontra a solução na retoma das medidas salazaristas então é implícito que afirma de que os últimos 40 anos foram mera ilusão e muitas vezes destruição do tecido produtivo. Bem sei o que vai dizer : perderam-se umas, ganharam-se outras.
Ainda sobre a escolaridade obrigatória suplementar. Acho muito bem.
Portugal só tem mesmo de pagar para que se continue a emigrar em estilo
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Eu com 18 anos já trabalha no duro!
Acho que nesta altura devia ser recuperado o SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO para mancebos e mancebas.
Organização, disciplina, seerviços à comunidade, combate aos incêndios, limpeza de praias, de rios, florestas, matas,etc.
Essa coisa da juventude andar a roçar o cú pelas esquinas e a bater tacão nas ruas ou nos centros comerciais tem que acabar!
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“Nada disso, nem por sombras mas se encontra a solução na retoma das medidas salazaristas então é implícito que afirma de que os últimos 40 anos foram mera ilusão e muitas vezes destruição do tecido produtivo.”
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Que medidas salazaristas? As medidas de austeridade financeira do Botas foram excelentes. Portanto, independentemente de achar que o Botas foi um mau estadista, nesse aspecto foi excelente. Logo, eu não adopto a tese que só porque um ditador assumiu determinadas políticas, passo-as a rejeitar. Apenas isso.
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Agora, o que me entristece é ver malta contente por ver o país aflito e muita gente na miséria. Mas talvez seja outra das características de alguns. Em termos individuais são arrogantes (e sempre melhor que o resto da malta de Portugal – e é vê-los a fazer figuras tristes por essa Europa fora, como os vejo a fazer) e contra-balançam com o nojo ao colectivo. Ao país. Têm vergonha de serem portugueses. Alguns até se julgam mais importantes quando vão trabalhar lá para fora, como se isso fosse coisa de elevada consideração.
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O que eu penso é que a ignorância sobre economia e até, sobretudo, micro-economia, é mesmo elevada entre os que botam-faladura. E é um país que foi formado por comunas e xuxas, e por isso a própria escola de pensamento económica da maralha é quase toda keynesiana. E não conseguem pensar o mundo fora dos cânones ditos keynesianos. Basta ver esta gente sempre a pedir: – apostem nisto, apostem naqueloutro, postem na “varinha de condão”, etc. Como se coubesse ao Estado definir as apostas e onde apostar. Nenhum país, que eu saiba, se safou com esse intervencionismo estatal. Mas enfim.
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Portugal está a ter uma coisa boa, mas que a maioria dos ignorantes não sabem apreciar. Ter diversos sectores económicos a terem bons crescimentos nas exportações, significa menor volatilidade económica e melhor crescimento. (E mais me espanta ver gente que devia perceber o mínimo de gestão de portefólios e investimentos e andarem a pedir “apostas”, quando nem sequer nas suas carteiras de investimento são capazes de gerar valor!!!!) E esta vantagem, uma enorme vantagem, em vez de ser compreendida e melhor avaliada, é escarnecida e, até pasme-se a burrice destes gajos armados em doutores de economia (com doutoramentos no estrangeiro, claro, para se armarem ao pingarelho entre os nacionais), a pedirem “apostas” e intervenções estatais. É nestas coisas que se vê a merda de comentadores económicos, pensadores económicos e políticos e dirigentes/elites. São mesmo uma anedota.
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Enfim, felizmente o povo é deveras superior a esta merda de bota-faladuras e elites. Graças a deus. E é este mesmo povo, anonimamente, que vai labutando, criando, produzindo e exportando, enquanto os “burros carregados de livros, armados em doutores” pregam aos peixes, como se fizessem a minima ideia do que dizem. (Aliás, para se ter uma ideia de tipo de merda de gente que bota-faladura, temos um Teixeira dos Santos que levou o país à ruína e continua a mandar bitaites sobre merdas que ele foi um eunuco a prever e resolver, mas continua convencido que sabe alguma coisa de economia, só porque foi lá fora “comprar” o canudo!)
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Enfim, este país está a mudar, mas ainda vai custar tanto mandar estes eunucos embora e reformá-los de vez….
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o meu problema A – C é de ver o demasiado que Portugal recuou e o aparente risco de estarmos de novo a viver o Sec. XIX
http://lagosdarepublica.wikidot.com/xli-a-crise-global-de-1891
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ou aqui
Click to access 1218726298J7kLR2hh1En65AF7.pdf
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ou em muitos outros sítios
ou ainda as manobras militares no mediterrâneo ou as ameaças de encerramento do estreito de Ormuz que está nas noticias do dia.
Recuso o pessimismo mas que isto está tempo de puxar chuva, bom isso está.
As grandes crises, nunca ficaram apenas pela resolução de problemas económicos e nos dias que correm pode facilmente levar a deduções trágicas.
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“Recuso o pessimismo mas que isto está tempo de puxar chuva, bom isso está.”
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Isto aqui não é apenas uma questão de pessimismo versus optimismo. É fazer pela vida. Ou seja, é verdade que a coisa parece negra, mas os portugueses não podem esperar por milagres. Têm que fazer pela vida. Ou seja, nós não sabemos se uma depressão económica é inevitável, até porque não depende de nós. Mas o que depende de nós, temos que o fazer. E é isso que importa realçar. Importa é dizer assim: meus amigos, o futuro a deus pertence, mas a sorte costuma é proteger os audazes, logo, façamos por a obter:
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De que me vale chorar? Não, mais vale lutar contra a adversidade e esperar que a sorte nos ajude. Apenas isso.
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Se ainda por cima, as exportações estão a subir, mesmo contra as previsões negativas, quer dizer que o nosso tecido produtivo é mais forte do que se pensa e que, durante estes anos todos, em que o pensamento socialista dizia que sem o Estado por baixo, as nossas empresas nunca sobreviveriam. Ora, as exportações mostram que, ao contrário dos xuxas e demais comunas diziam e pensam, o nosso tecido produtivo não sendo o melhor do mundo, é melhor do que eles gostam de apregoar. E o que é preciso é dizer ao país: meus amigos, o Estado o que precisa é de saber fazer aquilo que lhe compete e deixar o tecido produtivo resolver os seus problemas. É esta a grande mensagem que é preciso dar ao país. Dizer alto e bom som: ao Estado o que compete ao Estado, e à sociedade civil o que compete à sociedade civil. (É mesmo um mistério como é que o Estado é incapaz de exercer bem as suas competências mas depois queira imiscuir-se nas dos demais, como empresas, familias e até à igreja!!!!)
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Uma coisa é certa. Estive uns dias de férias, no Natal, em Portugal, e a imprensa é sensacionalista. Vive mesmo do pessimismo, das más notícias e de repetir até à exaustão as coisas más. Gulp! Enfim, imprensa tabloide a tentar fazer informação, não é?
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” a imprensa é sensacionalista ”
nisso dou-lhe 20 valores. A imprensa portuguesa é de facto muito singular no panorama europeu
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Com o cheque-ensino esse problema já não se punha.
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sobre Cavaco e a sua relação com as pensões de reforma ia helenafmatos a dizer…
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