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O Estado Social é o grande número, o resto são “peanuts”

6 Julho, 2012
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Iliteracia numérica é doença persistente, contagiosa e com propagação garantida a partir dos MSTs da nossa praça, peritos no apelo às emoções fáceis e no apontar de hediondos culpados, eles e só eles os responsáveis pela nossa desgraça. Eles são poucos, umas escassas centenas, entre banqueiros, gestores públicos, concessionários das PPPs, deputados, autarcas e reformados de luxo, todos a locupletarem-se com dinheiros dos nossos impostos. Tudo isto pode ser verdade – e geralmente é – embora raramente se quantifiquem e se ponham em perspectiva os valores em causa.

Mas os MSTs cá do burgo não têm dúvidas: cortem-se as mordomias a toda essa gente – carro, cartão de crédito e ajudas de custo – renegoceiem-se as PPPs, reduzam-se os deputados e autarcas para metade, cortem-se as reformas milionárias e teremos o défice público resolvido. E dispensava-se perfeitamente o corte dos subsídios dos funcionários públicos e pensionistas, até porque “desse lado estão pessoas!”

Há números disponíveis, passíveis de destruir muitas certezas, mas poucos sabem ou querem consultá-los. Aqui está uma síntese muito interessante com a evolução das contas públicas, cobrindo um período longo de 17 anos, quanto baste para se tirarem ilacções minimamente fundamentadas (vd. quadro “Receitas e Despesas das Administrações Públicas”). O gráfico ao lado é baseado no dito quadro e mostra as diferentes componentes das Despesas Correntes em % das Despesas Totais. Só as duas principais rubricas – Prestações Sociais e salários – foram em 2011 responsáveis por 67,4% do total da Despesa. Junte-se-lhe uma grande parte dos Consumos Intermédios, Subsídios e Outras Despesas e teremos o Estado Social a representar mais de 80% da Despesa. Os juros, uma parte não controlável da Despesa e cujo peso tenderá fatalmente a subir, representavam em 2011 7,9%. A parte branca do gráfico, o diferencial para os 100%, constituem as Despesas de Capital, onde se inclui o sacrossanto investimento público – que muitos acham que deve subir – e, portanto, as famigeradas PPPs, muitas das quais (vg., escolas e hospitais) também integram o Estado Social. Ou seja, cerca de 8% de Despesa Total nos últimos anos.

Como explico aqui, os encargos com as PPPs irão inevitavelmente subir nos próximos anos, mesmo que se faça a melhor renegociação possível. Conjugados com a subida dos juros (a dívida já representa cerca de 110% do PIB), implicarão acréscimos na Despesa superiores a 3.000 milhões. Haverá que cortar noutras rubricas e (ou) subir impostos para reduzir o défice.

Sendo o Estado Social intocável, onde se corta??? 

52 comentários leave one →
  1. João Branco permalink
    6 Julho, 2012 18:57

    Um esclarecimento adicional, que o gráfico não mostra: das prestações sociais, cerca de 60% são pensões de reforma da segurança social ou caixa geral de aposentações. O restante inclui coisas como subsidio de desemprego, fundo de capitalização da segurança social, formação, etc.

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  2. João Branco permalink
    6 Julho, 2012 19:03

    E é pena que não individualize essa parcela das pensões de reforma, porque seria possível ver que o principal responsável pelo crescimento da despesa pública nos últimos anos tem sido justamente o aumento desta componente (que vai continuar a aumentar, com o envelhecimento da população). Comparativamente, os salários não tem crescido, ou tem mesmo decrescido, como se vê bem no gráfico.

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  3. João Branco permalink
    6 Julho, 2012 19:07

    De notar que não estou a dizer que foram só as reformas a aumentar de valor (na realidade, é uma combinação de mais pessoas reformadas e pessoas com carreiras contributivas maiores e contribuições maiores durante a vida, levando a maiores pensões de reforma). Na realidade, outras participações sociais também mostram crescimentos significativos, mas alguns desses (ex: subsidio de desemprego) podem ser considerados como devidos ao cíclo económico.

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  4. 6 Julho, 2012 19:07

    João Branco,
    .
    E o que é que isso altera à conclusão?
    E não confunda crescimento de salários com o peso relativo da massa salarial nas despesas, que é o que o gráfico mede.

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  5. António Alves permalink
    6 Julho, 2012 19:24

    faça lá o favor de ouvir isto com atenção e depois apague o post para não passar vergonhas : http://www.youtube.com/watch?v=WOrv8IH1ZB0

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  6. João Branco permalink
    6 Julho, 2012 19:32

    “não confunda crescimento de salários com o peso relativo da massa salarial nas despesas, que é o que o gráfico mede”.

    Certo, os valores apresentados no gráfico são percentuais, não absolutos. No entanto, embora o valor absoluto de todas as categorias tenha crescido ao longo dos anos, desde há cerca de 10 anos o valor de despesas com pessoal mantém-se mais ou menos na mesma, o que significa, mesmo com a diminuição do número de funcionários, actualizações bastante abaixo da inflação.

    O que eu estava a afirmar não era que os cortes não deviam ser feitos aqui ou ali, estava a dizer que o crescimento da dívida tem-se feito sentir muito devido às pensões de reforma, e que se este crescimento não for atenuado, quaisquer cortes nos outros lados dificilmente o compensarão. E penso que concordará que a maior parte das pessoas não vê as pensões de reforma de pessoas que descontaram 40 anos para as obter (e estamos cada vez mais a ter este tipo de situação) como o que geralmente consideramos “prestações sociais”.

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  7. Ricciardi permalink
    6 Julho, 2012 19:33

    Meu caro, resumindo, Portugal tem um superavite no saldo primario. Significa isto que a ‘exploração’ está equilibrada. O problema reside nos pecados do passado que endividou o país. O problema está, pois, no serviço da divida que adicionado ao saldo primario positivo o torna negativo.
    .
    Para resolver alguns dos pecados, o governo devia eliminar de vez os contratos com clausulas leoninas, enfim, de proteção de rentabilidades e tornar o risco de negócio em parcerias totalmente do lado de quem o explora, deixando de assumir qualquer tipo de renda.
    .
    Devia vender todo o patrimonio dispensavel. A comecar pelos dois submarinos que custaram 1000 milhoes.
    .
    Cancelar todas as transferencias para os institutos da despesa.
    .
    Reduzir para metade as transferencias para as autarquias.
    .
    .
    Só depois de fazer isto, entre outras coisas, é que, se for necessario pode avançar com cortes em salarios.
    .
    E mesmo antes de os cortar, o governo tem a obrigação de renegociar melhor os juros que paga assim como o prazo para reembolso de capital. Afinal de contas a divida publica tem aumentado na mesma com a austeridade que este blogue tem defendido.

    Rb

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  8. 6 Julho, 2012 19:53

    António Alves,
    .
    Números contestam-se com números. Diga-me p.f. onde é que as minhas conclusões estão erradas.

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  9. Francisco Colaço permalink
    6 Julho, 2012 19:53

    Ricciardi,
    .
    Quer ficar sem meios de defesa e intercepção submarina? Faz ideia do que fala ou fala sem saber?

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  10. Francisco Colaço permalink
    6 Julho, 2012 20:05

    João Branco,
    .
    Para diminuir o peso das pensões de reforma só pode proceder por três caminhos: paga menos, paga a menos ou paga por menos tempo.
    .
    Infelizmente, nenhuma das três premissas se irão verificar. A cortar-se, corta-se na máquina presente do Estado e nos consumos intermédios.

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  11. 6 Julho, 2012 20:06

    não francisco, portugal dispensa perfeitamente submarinos

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  12. 6 Julho, 2012 20:08

    O LR já ouviu falar na potenciação da capacidade de trabalho com uma boa liderança? Trata-se tão só e apenas disso… Acreditar nas capacidades do chefe.

    Os números podem ser multiplicados e não apenas subtraídos ou somados…

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  13. 6 Julho, 2012 20:11

    Francisco Colaço… um pouco offtopic… Respondi-lhe no post “Enfermeiros” … Obrigado pela sua intervenção

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  14. Francisco Colaço permalink
    6 Julho, 2012 20:18

    rr,
    .
    Então não sabe do que fala.

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  15. ricciardi permalink
    6 Julho, 2012 20:20

    Colaço,
    .
    Quero. Quero ficar sem qualquer submarino para os quais não temos dinheiro. Coisas, enfim, de novo rico.
    .
    rb

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  16. Francisco Colaço permalink
    6 Julho, 2012 20:22

    Mauro Germano,
    .
    Na contabilidade soma-se e subtrai-se, e pronto! As parcelas são invariáveis e não reflectem nem têm de reflectir qualidade de trabalho. Coisa de xuxalista gutérrico e socrático era a firme convicção (ilusão!) de que atirando dinheiro para os problemas eles acabavam por se desvanecer. E agora temos cento e oitenta mil milhões de outros problemas para resolver e os problemas originais, os que eram para ser resolvidos pela áurea injecção, também continuam.

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  17. 6 Julho, 2012 20:30

    Mas como é que se pagam dívidas com dinheiro que não temos?

    Só se o multiplicarmos não?

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  18. 6 Julho, 2012 20:32

    A não ser que o país aumente a sua produtividade nunca conseguiremos pagar as dívidas. Não assume sequer a hipótese de que melhorar a produtividade pode ajudar?

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  19. Francisco Colaço permalink
    6 Julho, 2012 20:38

    Ricciardi,
    .
    Quando o Barracuda e o Delfim fosse o caixão dos seus tripulantes, gostaria de ver o clamor de de metade destas bocas seria emanado, causticando o Estado pela falta de investimento.
    .
    Quem não sabe pra que serve um submarino (eles não existem apenas «porque sim») não devia opinar sobre a sua existência. Se me disser para que serve um submarino correctamente num contexto de defesa de uma pequena nação marítima partecipante em conglomerado militar, talvez então possa opinar sobre as consequências de não os termos.
    .
    Dito isto, devíamos ter comprado o projecto (ou mesmo posto uma universidade a fazê-lo) e fabricado as o protótipo e as unidades num estaleiro nacional. Mais barato seria e teríamos controlo do produto final (eu não sei se os meus submarinos alemães tẽm um botão para desligar remotamente caso tenhamos de defrontar a nação errada). Com sorte, exportaríamos alguns depois para outras nsções.
    .
    Pessoalmente, não gosto que compremos as nossas armas a outras nações, até porque não somos obrigados a isso, mesmo que sejam nossos aliados. Estou no entanto a favor da partilha de munições e de calibres.

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  20. Francisco Colaço permalink
    6 Julho, 2012 20:47

    Mauro Germano,
    .
    A não ser que o país aumente a sua produtividade
    .
    Chavão gasto. E está a confundir produto com produtividade. A chatice é que o produto não sobe por decreto e a produtividade é normalmente lixada pela diarreia legislativa.
    .
    Se quer subir o produto, viva a austeridade a partir do Estado, redimensione o Estado, liberte fundos para ir pagando pouco a pouco a dívida e SÓ ENTÃO desça impostos. Estabeleça um código laboral que permita a mobilidade social (isto é um eufemismo para livre despedimento, eu sei) e faça um pacto fiscal com a nação para quinze anos, com a promessa de que qualquer alteração relaizada será no sentido da baixa de impostos. E já agora, cumpra!
    .
    Deixe de «estimular a economia» fzendo dívida. Passe a deixar a economia funcionar. Quando as pessoas deixarem de ter medo de investir, investirão. Seja para exportar ou para vender localmente. É assim que se sobe o produto.
    .
    Quer a prova de que eu estou certo? Provo pelo erro em que nos metemos (os cento e oitentaq miul milhões de erros que só poderiam ser pagos pelo Crasso).

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  21. 6 Julho, 2012 21:10

    “Estabeleça um código laboral que permita a mobilidade social (isto é um eufemismo para livre despedimento”
    Que medidas estão incluidas ai francisco? Mas já agora digo-lhe o que muitos dizem: é preciso sim é flexibilizar a contratação, porque este é que permite as pessoas irem trabalhar, não o despedimento

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  22. 6 Julho, 2012 21:14

    francisco colaço: o henrique neto(penso que saiba de quem se trata), disse que não é na flexibilzação que se deve centrar.Já não me lembro em que jorna foi,senão metia-lhe aqui o link da entrevista

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  23. 6 Julho, 2012 21:42

    Mauro Germano,
    .
    “O LR já ouviu falar na potenciação da capacidade de trabalho com uma boa liderança? Trata-se tão só e apenas disso… Acreditar nas capacidades do chefe.
    Os números podem ser multiplicados e não apenas subtraídos ou somados…”
    .
    Tenha paciência, mas isso é o paleio da treta de que fala o João Miranda. Você tem um défice de 13.000 milhões para anular, a única forma de conseguir reduzir a dívida e crescer depois de forma sustentada. Como é que você reduz o défice???

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  24. Fredo permalink
    6 Julho, 2012 21:57

    Aqui diminuíram drasticamente as fatias vermelha e castanha do gráfico. Veja o resultado.

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  25. Portela Menos 1 permalink
    6 Julho, 2012 22:12

    “Como é que você reduz o défice???”
    .
    Simples, como defendem os fundamentalistas liberaiss:
    fazerem sentir aos milhões de empregados e reformados que são os culpados da crise
    diminuição de remunerações dos assalariados e pensionistas
    cortes na educação, saúde e prestações sociais
    corte no investimento público
    falências no sector dos não-transacionáveis
    numa palavra: pobreza.

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  26. 6 Julho, 2012 23:12

    Não sou nem liberal nem comunista e também não sou de direita ou esquerda mas parece-me que tanto uns como outros padecem do mesmo problema… Mas quando a realidade não se adequa à ideologia… é porque a ideologia ainda não foi aplicada devidamente…

    Continuo sem perceber e eu de fundamentos teóricos de economia percebo muito pouco… Como é que se reduz a dívida se não houver riqueza para criá-la? É que pela aritmética contabilística não vai dar… Soluções? Só se nos tornarmos melhores no que fazemos e não me parece que alguém se torne melhor no que faz se o objectivo for simplesmente reduzir custos sem que daí advenha qualquer vantagem…

    No outro post o Francisco propôs que uma forma de interessante de reduzi as despesas e que até me pareceu bastante sensata e mais do que tudo realista… Peço desculpa se ao adaptá-la não for fiel à ideia original:

    Em cada organização e mais especificamente, em cada microunidade de gestão, envolver os funcionários na criação dum plano de poupança, tendo como garantia que a qualidade do serviço prestado não fosse piorada, e em que por exemplo, 30% do total poupado fosse distribuído por trabalhadores equitativamente… Todos ficariam contentes… Porque só local a local, serviço a serviço, sabemos o que é que é desperdício e medidas desfocadas das contingências locais e irrealistas não resultam… Existirão locais em que a medida A é desajustada , noutros a medida B já foi aplicada e por aí em diante…

    É necessário adoptar novas formas de gestão que satisfaçam todas as partes ou em que os danos sejam menores… Se a medida é ilegal não sei, eticamente também terá muitas críticas, mas que poderá ser eficaz…

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  27. 6 Julho, 2012 23:21

    Mauro, repito, temos um défice de 13.000 milhões para anular. Essas medidas líricas que você enunciou vão contribuir com quanto?

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  28. Portela Menos 1 permalink
    6 Julho, 2012 23:34

    (…) e não me parece que alguém se torne melhor no que faz se o objectivo for simplesmente reduzir custos sem que daí advenha qualquer vantagem (…) Mauro Germano dixit
    .
    só é pena que os nossos “rapazes de chicago” não saibam ler português…

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  29. 6 Julho, 2012 23:46

    Não são nada líricas… Líricas são as medidas que estão a ser tomadas… Os cientistas da gestão aplicam medidas destas todos os dias, chame-lhe balanced score card, metodologia Kaizen ou qualquer ferramenta de gestão da qualidade… Não me parece é que medidas que só fazem com que os trabalhadores se sintam menos envolvidos na empresa, na instituição, na organização em que trabalham levem a algum lado… Quanto muito a um suicídio colectivo… Ou não lhe parece que todos teríamos a ganhar com o envolvimento de todos?

    Você por acaso acha que qualquer empresa em que os funcionários vejam os seus salários cortados aumentam o seu desempenho? Experimente fazê-lo principalmente se estes souberem que os seus lideres não estão a dar o exemplo e até estão a fazer o contrário?

    Agora… se quer que todos ganhem… trate de potenciar o desempenho de todos… E se a época é de cortar… pergunte primeiro a quem está envolvido nos vários processos de produção como fazê-lo sem afectar o desempenho e garanta-lhe uma fatia dos lucros, neste caso uma percentagem na poupança…
    No meu local de trabalho poderia enunciar-lhe muitas medidas de poupança sem afectar os salários ou o serviço prestado assim como qualquer outro português. Dê-me uma fatia do que se pouparia , assim como a qualquer outro e verá como se poupa. Ou não acha que há muita coisa que pode ser feita sem afectar directamente os salários?

    Liderança… Já que gosta tanto de números, não se restrinja apenas à contabilidade mas sim a modelos de gestão…

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  30. 6 Julho, 2012 23:57

    Meu Caro, estabeleça lá os KPIs mais ambiciosos do mundo, as metodologias mais motivadoras, os modelos de gestão mais sofisticados. Mas lembre-se que neste momento você não tem nada para distribuir, mas um enorme défice para cobrir. Portanto, mais uma vez, daquelas rubricas que eu indiquei no gráfico em quais é que corta e em quanto? Ou que impostos sobe e em quanto?

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  31. ricciardi permalink
    7 Julho, 2012 00:02

    Bem, temos 13 milhões de divida. Mil milhões nos cortes de subsídios são amendoins. Faltam cortar 12 mil milhões. Pagamos 10 mil milhões em juros. Aonde êh que pensa o caro LR poupar para abater aquele valor?
    .
    Os liberais defendem que devemos cortar ateh ao osso. Desbastar o próprio osso e acreditam, como os religiosos, que por obras de Deus nosso senhor, ou do Diabo, o doente sobreviva. Acreditam que mesmo sugado ateh ao tutano aconteça um milagre que, inexplicavelmente, dote o paciente de energia vital. Em suma, acreditam que um doente sem dinheiro para se tratar, sem defesas para resistir, sem trabalho para subsistir, consegue laborar em riquezas imensas.
    .
    Eu, enfim, não acredito em nada disso. Como quem diz – não dou credito. Não financio aventuras rumo ao abismo.
    .
    A lógica manga-alpaquista liberal anda de patas para o ar. Ao invés de dotarem o doente de defesas, ao invés de lhe tirarem o tumor que o aflige, libertando-o de impostos, permitindo que cada pessoa tenha condições para lutar, como quem diz, dinheiro para empreender e consumir, ao invés de começar por cortar nos verdadeiros males que afligem a economia nacional, ao invés disso dizia, propõem dar-lhes um copo de cicuta para acelerar a morte.
    .
    Amigos desse calibre os Portugueses dispensam.
    .
    O défice publico volvido um ano êh de 8%. A política da cicuta não deu resultado algum. Alem de não baixar o défice, aumentou a divida e castrou a iniciativa privada afogando-a em impostos e retirando-lhes liquidez.
    .
    Se a taxa de juro do serviço da divida passar dos 5,5% para 2% consegue-se poupar ou deixar de pagar mais de metade do défice – uns 7 mil milhões. Não compreendo porque ppc não luta por conseguir melhores condições. Aliou-se ao lado errado. Teria sido mais útil para o pais estar ao lado de Espanha e itália e envolver todos os outros. Não seria favor nenhum. As taxas andam na casa dos 0,75% no BCE. Eu sei os Boches não querem. Enquanto ganharem com a desgraça alheia estão na praia. Admira-me êh que os liberais portugueses percebam a perspectiva boche e des. rezem o bem estar dos portugueses.
    .
    Alem da redução de juros, uma redução na cadencia de reembolso de capital faria enorme diferença.
    .
    Se a isto juntarmos toda a poupança que se conseguia na eliminação liminar de todos os institutos da despesa e empresas publicas não monopolistas, direções regionais, fecho de autoestradas, fecho de serviços superfulos, cortes nos rendimentos mínimos a traficantes, então teríamos um superavite no espaço de 3 anos. Se aumentarmos este prazo para 5 anos ainda podemos financiar uma baixa suplementar e competitiva de impostos sobre as empresas de forma a fazer regressar as sedes fiscais das nossas psi20 e fomentar ou atrair novo investimento estrangeiro.
    .
    Rb

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  32. 7 Julho, 2012 00:27

    Assim em termos mais simples: suponha que o orçamento para a saúde é de 10 000 milhões de euros e desses, 2500 milhões são desperdício ( gostaria de saber o desperdício noutras áreas de actividade já agora) e se, digamos. se disponibilizar 500 milhões(20%) para distribuir caso seja feita essa poupança… Já lhe parece uma boa medida?

    Agora questiono-o… como conseguir poupar esses 2500 milhões? Só caso a caso e garantindo que as pessoas estão envolvidas e serão beneficiadas… Parece-lhe imoral? Inexequível?

    NOTA: este desperdício de 25% é um número redondo apontado desde há vários anos pelo Tribunal de Contas e que no entanto eu gostaria de ver melhor explicitado… É que a maioria dos custos na saúde, para grande pena minha, não está devidamente explicada e isso é uma das coisas sobre as quais se reflecte quando se discutem modelos de financiamento de cuidados de saúde… Mas… como será noutros sectores da nossa sociedade que não têm os holofotes sempre apontados?

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  33. 7 Julho, 2012 00:34

    Como lhe tentei fazer ver há dias… Através dum artigo sobre Valor em Saúde ( http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp1011024 ), por cada euro gasto em Portugal obtém-se piores ou melhores resultados de saúde face a outros países? Verá que não são assim tão maus… Mas poderiam ser muito melhores, mais justos e mais satisfatórios… Claro que sim!

    Compare outros sectores de actividade da sociedade portuguesa e já agora note as assimetrias nos recursos humanos e a falta de prestação de contas ( mais por culpa do sistema que não permite controlar adequadamente o que cada profissional faz/fez do que por culpa dos profissionais) dos profissionais e das organizações de prestação de cuidados de saúde…

    Uma organização pública será sempre criminosa aos olhos dum fanático… mas no fim de contas não deveria interessar o cliente? Se é público ou privado tanto faz… o que interessa é se o resultado é bom… Ou não?

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  34. 7 Julho, 2012 00:42

    Ricciardi,
    .
    Ok, tirando as “batatinhas” que está à espera que os credores nos ofereçam (mas é melhor esperar deitado), você cortaria mil milhões nos subsídios. A sua factura de juros será este ano cerca de 8,5 bi, o que significa um aumento de 2 bi face ao ano anterior (muito embora estejamos a pagar uma taxa média muito simpática, 3,8% em 2011 – não sei onde foi você inventar essa dos 5,5% – que se deve manter este ano). A factura das PPP deve aumentar pelo menos em 1 bi. Portanto, um crescimento líquido de 2 bi, que coloca o défice potencial em 15 bi. Todas essas medidinhas que você sugeriu (fecho de auto-estradas???…) valem quanto?

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  35. 7 Julho, 2012 00:51

    Mauro,
    .
    O orçamento da saúde para este ano será da ordem dos 8 bi, incluindo salários, medicamentos, tratamentos, obras, etc. Não tenho dúvidas que haverá muito desperdício, mas 2,5 bi, mais de 30%?… Em que se baseia para afirmar isso? É que isto de atirar nºs, qualquer um faz…

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  36. 7 Julho, 2012 01:52

    Eu pessoalmente acho que é um número exagerado… http://www1.ionline.pt/conteudo/89713-correia-campos-desvaloriza-estimativas-25-30–desperdicio-no-sns

    E que o número apontado pelo Ministro Paulo Macedo é bem mais realista… http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=2244873

    Porém, face às notícias de fraudes no circuito do medicamento que têm vindo à luz do dia, nos últimos dias, e que convenientemente foram tiradas do mapa, não me admiraria que o valor fosse mesmo de 25%…

    È que isto das fraudes é como as apreensões de droga, a que se apreende corresponde a 10% da que anda em circulação.

    Mas para que não me acusem de falta de rigor… recordo que é apenas uma figura de estilo…

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  37. 7 Julho, 2012 11:34

    A discussão está interessante, os posts estão bonitos, mas continuamos todos à espera que este blogue apresente sugestões claras sobre como reduzir o défice. A malta agradece.

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  38. Francisco Colaço permalink
    7 Julho, 2012 12:31

    LR,
    .
    Veja lá como corrigir a primeira frase:
    .
    Iliteracia numérica é doença persistente, contagiosa e com propagação garantida a partir dos comentadeiros sinistros deste blogue, peritos no apelo às emoções fáceis e no apontar de hediondos culpados, eles e só eles os responsáveis pela nossa desgraça.

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  39. Francisco Colaço permalink
    7 Julho, 2012 12:37

    Mauro Germano,
    .
    O Mauro parte da perigosa assumpção de que a produtividade individual se correlaciona com o nível salarial. Desengane-se, tem muito pouco a ver.
    .
    O bom chefe é o que entra primeiro na mina, para saber se é seguro para os canários.

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  40. Paulo permalink
    7 Julho, 2012 13:18

    João Branco
    Não vale a pena, o LR teima em juntar salários com prestações sociais, assim o número é grande e pode esticar ao desespero a tese que os funcionários têm de ser despedidos, os que ficam recebem metade, e com o dinheiro que sobra distribui-se, de preferência por empreendedores, daqueles que gastam 100 e vendem 10,.

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  41. 7 Julho, 2012 14:58

    Paulo,
    .
    Quando você pretende reduzir custos, começa pelas rubricas maiores ou pelas milhentas mais pequenas. Eu dei no gráfico a repartição das despesas correntes. Não se pode cortar salários porque o TC não deixa, não se pode tocar no Estado Social, diga onde se corta antes de se pôr a fazer juízos de valor sobre supostas teses de outrém.

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  42. Harry Lime permalink
    7 Julho, 2012 16:01

    Pois, para os austerianos pode-se baixar os salàrios do funcionario publicos mas fala-se em mandar submarinos para o lixo e ficam logo todos sensiveis.

    São assim is austerianos… Prioridades..

    Rui Silva

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  43. Paulo permalink
    7 Julho, 2012 17:32

    LR
    Declaração de interesse, sou funcionário publico
    Resposta
    O meu salário foi congelado anos pela ministra Ferreira Leite, que à época para calar os sindicatos nos deu dias de férias (e que agora todos olham como uma distorção). Como houve inflação nesses anos, nós baixamos.
    O Santana Lopes teve um desvario, para aí 0,5% acima da inflação.
    O PM Sócrates sempre regateou em valores abaixo da inflação, e no final tirou-me 8% (ainda hoje não percebi a Constitucionalidade dessa redução, a que chamaram temporária!).
    Com o Passos manteve a redeção e aplicou o corte dos subsídios, mais 14, e já vamos em 22.
    Junte a isso que não sou promovido há mais de 10 anos (sim, 10, a conversa das promoções automáticas é treta).
    Por isso nao me diga que a solução exclui redução de massa salarial, já perdi 1/4, e sem contar com IRS, IVA e outros impostos em que sou solidário com os outros.
    .
    Quer solução, retire pensões a quem nunca descontou para as receber.
    Corte 50% aos espertos, que toda a vida descontaram pelo mínimo e dois anos antes da reforma aumentaram de salário para o quíntuplo, e depois ficaram com esse valor de pensão. Muito construtor civil passou de servente a patrão apenas no final da carreira.
    Depois a noss SS que tem dos maiores benefícios do mundo, incluindo não contribuintes, estrangeiros. Faça uma separação das águas, se quiser chame-lhe SS de 1ª e 2 ª.
    A educação e a saúde trata todos como iguais, quer paguem ou não impostos, quer sejam contribuintes há 1 mês ou 30 anos. Faça escalões, como os prémios de seguro para quem não tem acidentes.
    .
    Para terminar, agarre no SIADAP e puna os que não trabalham, que não se esforçam.
    .
    Cortar por igual em todos vai tirar incentivo a quem queria melhorar. Diga-me lá uma empresa que faça isso e tenha sucesso.

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  44. 7 Julho, 2012 21:36

    Paulo, até posso concordar com os cortes que você propões, mas isso tudo vale quanto? Vale 2.000 milhões para compensar os subsídios que agora se irão voltar a pagar?

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  45. Francisco Colaço permalink
    7 Julho, 2012 21:38

    Harry Lime,
    .
    Faz ideia porque são úteis os submarinos para a defesa nacional?
    .
    Já há muito que falo de nós termos de uma vez por todas assumido que era melhor construído os submarinos nós mesmos. Mas as guterrices acharam que não que era melhor comprar quatro à Alemanha, depois três, e depois finalmente dois. Podíamos ter construído seis ou sete com o que pagámos e ainda vendido uns poucos, como fez a Espanha com os porta-aviões.
    .
    Se o Harry não faz ideia daquilo a que se chama defesa nacional, e da imporãncia das suas partes, e da interdiciplinaridade dos seus assuntos, faça um favor a si próprio e deixe de patentear a sua cabal ignorância.

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  46. Francisco Colaço permalink
    7 Julho, 2012 21:42

    Paulo,
    .
    Quando me encontrei descontente com a função pública e as suas limitações, virei as costas e fui fazer outras coisas. Se acha que não o valorizam, pode pôr os pés onde hoje está a boca.
    .
    Assumindo que pode arranjar outra coisa fora tão bem remunerada, é claro. E sinceramente, se é tõ bom profissional como eu penso pelos seus comentários que é (vamos assumindo isso), como é que tem tanta necessidade de estar num lugar onde positivamente ganha o mesmo que os maus?
    .
    Talvez seja porque a vida fora da função pública seja para muitas classes de profissionais infinitamente pior.

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  47. JFP permalink
    7 Julho, 2012 22:42

    “O Mauro parte da perigosa assumpção de que a produtividade individual se correlaciona com o nível salarial.
    Desengane-se, tem muito pouco a ver.”

    Há, aqui, alguma simplificação, mas aceitável pelo facto de a afirmação ser tendencialmente correcta. Mas aceitar isto, significa ficarmos com um problema muito sério na definição das políticas de melhoria de produtividade que constitui um dos maiores problemas da nossa economia (como reforçou o Prof. Braga de Macedo em sessão recente na AR ).

    Do juízo em apreço, deriva que a redução de salários tem menor efeito na produtividade do que a melhoria da “estrutura organizativa”, e esquecer isto enfraquece os resultados. Claro que a comparação de níveis de produtividade – como também foi salientado – é bem mais complexa do que a leitura linear de números.

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  48. 7 Julho, 2012 23:28

    Francisco Colaço

    Podemos perfeitamente tergiversar sobre medidas motivacionais mas uma que resulta mesmo é o envolvimento na cultura da organização: funcionário ou trabalhador algum dará uma gota de suor a mais por uma entidade em que não acredita… e há mil e uma formas de alguém conseguir passar a sua inoperância despercebida. Sabemos que os incentivos monetários , se não forem acompanhadas de outras medidas, têm um impacto muito limitado no tempo, mas a descida do salário, duma forma abusiva e não acompanhada de igual exemplo da liderança, na assumpção de iguais sacrifícios, é meio caminho andado para o abismo.

    Se não houvesse tanta politiquice pelo meio, há muito que modelos de gestão mais dinâmicos e orientados para os resultados, teriam sido implementados na área da Saúde: Dê uma vista de olhos neste relatório, intitulado de “A Organização Interna e a
    Governação dos Hospitais” http://www.spmi.pt/pdf/RelatorioFinalGTHospitaisVersaoFinal2.pdf

    Alguns excertos…: ” Os incentivos devem resultar da melhoria da eficiência do funcionamento dos serviços, sem implicar um aumento dos orçamentos dos hospitais.
    Os incentivos devem ser claramente expressos nos contratosprograma e devidamente divulgados os modelos e critérios de atribuição, privilegiando a qualidade dos cuidados, o desempenho e os resultados.
    Os incentivos não devem ser integrados mensalmente no vencimento, e parte deles poderão destinar-se à formação dos mais jovens.”

    (…) “Mas isto implica a existência de um sistema de informação eficiente e disponível por todos em tempo real, de forma a assumir-se como um instrumento fundamental para a gestão. ”

    Se soubesse o quanto arcaicos são os sistemas de informação da área da Saúde e a falta de accountability que proporcionam…

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  49. Francisco Colaço permalink
    8 Julho, 2012 10:03

    Mauro Germano,
    .
    Terá que conceder que dentro da função pública não há tanto para tantos. Ou despede ou reduz os salários. Eu e os conreibuintes de segunda estamos fartos do peditório à ponta d’arma para as «pessoas» da funçãom pública. Inferindo talvez que nós, os que não estão no clube Med-FP (tome isto com um grão de sal), não são pessoas, e logo não têm direitos constitucionis, mas apenas obrigações.
    .
    Escolha o Mauro: despede ou reduz os salários? Para mim vai quase dar ao mesmo (preferiria apesar de tudo uma máquina estatal com menos pessoas e, por conseguinte, mais ágil).
    .
    Não se esqueça de uma coisa: o seu salário não é pago pelos funcionários públicos, mas pelos utentes que o Mauro serve ou diz servir (acreditamos que é parte da excepção e serve). Nem de outra: o Mauro é tão recebedor líquido, financeiramente falando, como uma sanguessuga do rendimento líquido. A diferença, magistral diferença, é que alguns dos funcionários públicos dão o litro e valem bem aquilo que recebem.
    .
    Infelizmente, aposto que serão os bons os que serão despedidos quando duzentas e tal mil pessoas tiverem de deixar o «clube do dia 22». Salvar-se-ão, para nossa última miséria, os indolentes, incompetentes e acéfalos que conseguem fazer o mínimo para não parecer mal e têm por isso tempo para manobrar as suas asquerosas políticas mucosais (mucosa bocal pero da mucosa anal do decisor). Para perda da nação, pior será o desfecho real que o desfecho desejado.

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  50. Rui Gonçalves permalink
    26 Setembro, 2012 08:22

    Ler a ironia sff:
    Deixa ver se eu me explico, enquanto eu trabalhava eu ganhava bem, em final de carreira estava com muito mais de 3000€ .
    Deu para viver bem, ter um bom carro e fazer férias no estranjeiro.
    Misturado com um dinheirinho e um terrenozito de herança deu para comprar um par de T3 que estão alugados de momento.
    Agora eu recebo 3000€ de reforma e umas rendazinhas.
    Ainda passo férias fora do país e agora é duas vezes por ano.
    Eu quero lá saber dos que recebem menos de 400€ .
    Eu quero lá saber dos que não tomam os remédios por não ter dinheiro para os comprar.
    Eu quero lá saber se faço parte da elite de 10% que recebe mais de 2000€ por mês.
    Eu quero lá saber se nós custamos mais de cem milhões de Euro extra por mês.

    Eu sou um ex, a escolha: Presidente, Ministro, Deputado, Alto Quadro, Professor Universitário, Chefe de Serviço, Cirurgião, Bancário etc…

    Como disse estou bem na vida e nada de me cortar as regalias e reduzir a reforma para 2000€ ! Eu não aceito!
    Eu não quero saber dos mais pobres se isso me custar regalias!

    Queres saber povo de portugal? Muitos dos que se manifestam não pensam em fim de carreira receber menos de 2000€de reforma.

    Moral da história: quem está a destabilizar as contas públicas não são os que trabalham agora, são os que já não trabalham como Eu.
    ———————-
    QUE TAL LIMITAR AS REFORMAS A UM MÁXIMO DE 1800€ POR PESSOA, um casal de doutores receberia no máximo 3600€ um bom dinheirinho e acabavam as tetas e as reformas acumuladas de muitos milhares de Euro. Isso sim é poupança e cortar nas *Gorduras do estado* 99% dessas reformas são da Função Pública : Presidentes, Deputados, Militares, Adjuntos, Assessores, Chefes e Sub-Chefes da Administração Pública e Hospitalar, Gerentes Bancários. Isto já vem desde o 25 de Abril e já nos custou ao preço actual 2011 SEGUREM-SE 44.000.000.000€ ! 100.000.000 x 12 x 37 = 44 mil milhões de Euro . 1/4 da dívida + – YES!!!!!
    ————————–

    FAZ FALTA ACORDAR A MALTA!

    Quantos de vós estais no mesmo barco que eu? Não recebo nem vou receber menos de 500€ nem mais de 2000€ de reforma. Somados aos 2 milhõs que recebem menos de 500€ . QUE TREMENDA FORÇA!
    Sem barulho, sem tiros, nas calmas, nas urnas, de repente o Partido Dos Descontentes tem 70% ou mais dos votos dos Portugueses.

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