Petição por mais impostos
O Diário Económico lançou uma petição contra novo aumento de impostos. No texto da petição pode ler-se o corte de subsídios da função pública é um agravamento fiscal. Pode ainda ler-se que o Governo deve pedir mais tempo à troika para a redução de défice, ou seja, o governo deve optar por mais tempo com défice maior e mais dívida. Obviamente esta dívida será paga com impostos, pelo que os peticionários estão apenas a pedir que se adie o aumento de impostos para mais tarde. Quanto aos pedidos de que se corte na despesa, são vazios e inconsequentes a partir do momento em que se percebe que os peticionários consideram que cortar nos salários da Função Pública é um agravamento fiscal. Isto é particularmente grave quando se sabe que a Função Pública para alem de ter estruturas a mais, paga acima de valores de mercado, e qualquer reforma tem que passar por uma redução de salários.
E se o senhor fosse dar uma volta ao bilhar grande com as regalias da Função Pública relativamente ao privado, ou então… dispenso-me de dizer o resto.
Dou-lhe só 2 exemplos de médias na F. P.: assistentes técnico-administrativos (1.097), assistentes operacionais (714).
Média quer dizer somar tudo e dividir pelo n.º de recebedores. Pegue, por exemplo, na totalidade destas 2 categorias do privado e faça as médias.
Compare depois estes valores com os do privado.
Só podemos comparar o que é comparável.
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JM,
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Porque é que vc acha que paga o seu evental credito à habitacao em 30 anos e nao em 3 anos?
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Se vc pagar em 3 anos paga menos juros. Entao, pague sff em tres anos… Se puder.
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Rb
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Falar em “funcionários públicos” sem especificar, não leva a lado algum. Todos conhecemos vários setores onde faltam; todos conhecemos outros onde são excessivos. O que o João Miranda (e o governo) defendem, são cortes cegos que, naturalmente, criam injustiças e protegem as clientelas.
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Ah! Já agora, convém dizer que para quem está no terreno, nas empresas, a ver sair a mão de obra mais qualificada, essa conversa da necessidade de redução dos salários soa quase a traição nacional. Reduzir para concorrer com quem? Do que precisamos é, pelo contrário, de mais valor acrescentado em TODOS os setores, o que não se consegue nos prazos dos brincalhões do “Excel”, sejam da “Troika”, sejam do governo.
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Passos Coelho, virou PC (Pró-Comunista). Rouba aos trabalhadores portugueses para dar ao Partido Comunista Chinês.
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Estes senhores que pretensamente nos governam,acabam de expôr claramente a sua encompetência, ao procurar fins correctos por métodos òbviamente errados.
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“…a Função Pública … paga acima de valores de mercado, e qualquer reforma tem que passar por uma redução de salários.”
Miranda: tenha juízo!
Onde é que o menino vive?
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O João Miranda mistura corte na despesa superfula que é urgente que se faça, com aumentos de impostos que destroem o sector privado e acabam por agravar o deficit pelo aumento do desemprego e quebra na receita fiscal.
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“Em Portugal, as pessoas são imbecis ou por vocação, ou por coacção, ou por devoção.”
Miguel Torga
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As medidas do governo vão na boa direcção :
– corte na despesa publica (funcionarios publicos) ; consolidação orçamental ;
– redução da carga fiscal sobre as empresas ; redução do custo do trabalho ; melhoria da competitividade das empresas.
A inevitavel redução do rendimento disponivel das familias tende a diminuir e a reorientar o consumo privado : menos importações e menos procura interna de bens e serviços do sector não transaccionavel. Esta tendencia é favoravel à balança comercial e à produção nacional de bens transaccionaveis.
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Fernando S.
Tudo certinho e direitinho como nas comunas.
Só que a puta da realidade não lhe dá razão.
É a vida, como dizia o outro.
É achar que faz o risco na pedra com a palhinha. É uma questão de tempo.
Primeiro come a palhinha, depois morre de fome e a pedra lá fica.
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Comparar o comparável é saber quantos funcionários técnicos administrativos ou assistente operacional, no privado escriturário e servente, estão na função pública desempregados. Depois comparar as comparticipações da adse e da ss para por exemplo um par de óculos ou um dentista e no final comparar com o mesmo tempo e mesma contribuição para a reforma , com quanto fica cada um.
Isso é que era comparar.
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Tiradentes:
Compare também a viatura e o telemóvel de serviço e o subsídio de refeição e o seguro de saúde.
E os ordenados do pessoal técnico e superior.
Compare tudo e conclua
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A oposição da generalidade dos patrões de grandes empresas do sector dos bens e serviços não transaccionaveis aos medidas do governo (Belmiro de Azevedo do Grupo Sonae, Ribeiro da Silva da Endesa, Mira Amaral do Banco BIC, etc, etc) é muito esclarecedora e confirma que estas medidas vão no bom sentido.
Vão poder ter ganhos de milhões de Euros com a redução da TSU ?
Sim, mas percebem que, em resultado da redução de vencimentos, pensões e salarios, podem também vir a perder muito mais pela redução nos volumes e preços das respectivas vendas. Com menos vendas os preços devem baixar e as margens de rentabilidade também.
Se a isto se somar a redução de preços, tarifas e rendas em resultado de outras medidas que o governo pode vir provavelmente a tomar nos proximos tempos, compreende-se melhor que o interesse deste tipo de sectores empresariais seja o de contribuir para a oposição às actuais medidas, na expectativa destas não passarem (agitação social, Tribunal Constitucional, Presidente da Republica, etc) ou até da queda pura e simples do actual governo num prazo relativamente curto.
Torna-se cada vez mais clara a coligação de interesses dos que mais beneficiaram com o modelo economico anterior e a razão de ser da actual campanha conservadora destinada a impedir que a economia portuguesa seja reformada e continue basicamente tudo na mesma !
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Caustico : “Só que a puta da realidade não lhe dá razão.”
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Concretamente ?!…
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“a Função Pública para alem de ter estruturas a mais, paga acima de valores de mercado, e qualquer reforma tem que passar por uma redução de salários.”
Convém começar onde estão as estruturas a mais e onde são pagos valores acima dos mercados. Altos cargos do Governo, das Câmaras, das empresas municipaís. Exemplo: Ministros, Assessores, Administradores não executivos (e há tantos), Administradores executivos, directores municipais. Se retirar a estes parasitas todas as mordomias talvez encontre um valor interessante. Dizer que são mal pagos comparando a outros países europeus é uma falácia, pois o nosso ordenado mínimo também é inferior. Comparar Ministros sem comparar Cantoneiros é criminoso!
Permito-me deixar uma questão, para os técnicos que se queiram incomodar:
Se o ordenado mínimo subisse para 800,00€ qual seria o impacto no nosso PIB?
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Sinto-me tentado a dizer-lhe: se pergunta é porque não vale a pena explicar-lhe.
A realidade não lhe dá razão porque o efeito das medidas é catastrófico e vai agravar a vida das PME’s com reduções brutais do consumo, da arrecadação fiscal e das contribuições para a SSocial.
Em vez de desinfectar e promover a cicatrização, vai ser necessário amputar.
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“redução da carga fiscal sobre as empresas ; redução do custo do trabalho ; melhoria da competitividade das empresas.
A inevitavel redução do rendimento disponivel das familias tende a diminuir e a reorientar o consumo privado : menos importações e menos procura interna de bens e serviços do sector não transaccionavel. Esta tendencia é favoravel à balança comercial e à produção nacional de bens transaccionaveis.”
Caro sr fernando: Nem é moralmente correcto o estado reorientar o consumo, como se de um plano quinquenal fosse(as familias é que se orientam), nem baixar o consumo interno aumenta as exportações nem as exportações alguma vez terão o mesmo potencial do consumo interno.
“A oposição da generalidade dos patrões de grandes empresas do sector dos bens e serviços não transaccionaveis aos medidas do governo (Belmiro de Azevedo do Grupo Sonae, Ribeiro da Silva da Endesa, Mira Amaral do Banco BIC, etc, etc) é muito esclarecedora e confirma que estas medidas vão no bom sentido.”
O sr, tem que ver as declarações do presidente da associação das Pme, que disse que as medidas fiscais são insuficientes para dinamizar a economia.
“Torna-se cada vez mais clara a coligação de interesses dos que mais beneficiaram com o modelo economico anterior e a razão de ser da actual campanha conservadora destinada a impedir que a economia portuguesa seja reformada e continue basicamente tudo na mesma “~
E teem razão, uma vez que o modelo economico está parecido ao do pcp.Mas vejo que voce já tem os modos do miguel abrantes e do valupi.. enfim, o passos coelho precisava do seu valupi(fernando s) e do seu miguel abrantes(joao miranda)
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Fernando:
“A oposição da generalidade dos patrões de grandes empresas do sector dos bens e serviços não transaccionaveis aos medidas do governo (Belmiro de Azevedo do Grupo Sonae, Ribeiro da Silva da Endesa, Mira Amaral do Banco BIC, etc, etc) é muito esclarecedora(…)”.
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Pelos vistos escapou-lhe a notícia de que os pequenos e médios empresários se pronunciaram no mesmo sentido. Depois, inventar essa história das grandes perdas dos belmiros deste país, devido à baixa na procura interna, é não perceber uma das maiores perversões existente no nosso país: o total controlo da distribuição.
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Eu acho engraçado é o empresários queixarem-se da medida, porque reduzirá o consumo, mas não ponderarem devolver a quantia descontada ao trabalhador, minimizando esse efeito! Têm a faca e o queijo na mão. O que lhes falta?
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O DE sempre foi um lacaio da “máfia socialista com experiência na maçonaria”
Não mostrou nenhuma indignação quando o Sókas e corja circundante roubou descaradamente o povo com as muitas negociatas escuras e podres que fizeram……..
PPPs….energias…….parque escolar….sucateiros………PT…….etc
ou quando diminuíu para sempre os salários da função pública ao mesmo tempo q roubava descaradamente e garantia q não havia crise…
ao menos agora todos sabemos q o sókas e gang mafioso assessor deixou o país na bancarrota em junho de 2011…..
.fomos obrigados a pedir esmola á troika ( o DE tb não se indignou com isso…) para haver salários e reformas no fim do mês….
conclusão: o DE ajudou à roubalheira (robalo + alheira)…
e agora indigna-se com o pagamento das dívidas
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Caustico
V Exa “passou-se” foi?
Seguro de saúde, viatura e telemóvel de serviço para escriturarios e serventes? (ops tecnicos admibnistrativos e assistentes operacionais).
Ou já está a querer misturar outras categorias profissionais? Aquelas que seriam equiparáveis ao pessoal tecnico superior da função pública?
Pois então digo-lhe o seguinte. Caso os quadros superiores de uma empresa tenham por alguma razão esses benefícios a juntar aos ordenados eles são suportados pelas empresas que não recorrem aos impostos dos outros para pagar regalias. Ou seja , são custos e depois disso tudo ainda descontam, empresa e funcionário para pagar os seus ditos técnicos superiores.
“Nos finalmente” volte a fazer a conta de quanto cada um deles vai ter de reforma e não se choque.
É que em media fica com uma reforma de cerca de 56% do valor total médio contributivo e no público com cerca de 90% da última remuneração.
Ainda quer um telemóvel e um pópó?
Isto para não lhe dizer que ficaria surpreendido com o número de telemóveis de serviço que por exemplo, muitas câmaras municipais e outros serviços disponibilizam para os seus quadros, assim como refeitórios onde se paga 25% do subsídio de alimentação recebido extensível a um familiar.
Quer continuar?
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Caustico : “…vai agravar a vida das PME’s com reduções brutais do consumo, da arrecadação fiscal e das contribuições para a SSocial.”
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Bom, seguindo este tipo de raciocinio a melhor politica para as empresas, sem excluir as PMEs é …. aumentar o consumo aumentando os salarios liquidos … Foi esta perspectiva, tipicamente keynesiana, que foi seguida no passado e que trouxe o nosso pais para a situação critica em que se encontra actualmente. Aplica-la em tempo de recessão, com empresas pouco competitivas e um Estado praticamente falido, é ainda agravar o mal.
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A diminuição de salarios liquidos tende naturalmente a reduzir o consumo privado em geral. Mas não o faz de modo linear, proporcional e homogéneo.
Como ja alguém lembrou muito bem aqui em cima, a totalidade ou grande parte do dinheiro transferido dos trabalhadores do privado para as empresas privadas volta à economia : através de compras de bens de serviços para o maneio e o investimento, através do aumento de salarios, através do recrutamento de novos trabalhadores (e até pode evitar o despedimento de trabalhadores que teria acontecido caso não existisse esta medida).
A diminuição do consumo privado das familias faz-se sobretudo ao nivel dos bens e serviços de consumo mais superfluos e menos essenciais. Estes são em grande parte oferecidos pelo sector dos não transaccionaveis e importados. Estas actividades e a importação serão muito mais afectadas do que as outras, as que oferecem bens e serviços mais essenciais e necessarios à vida do dia a dia das pessoas. Pode até acontecer que a procura de bens destes sectores aumente. Ou seja, a descida do consumo privado (e publico) nas condições actuais favorece um processo de reajustamento sectorial necessario na economia portuguesa.
Quanto à “arrecadação fiscal e às contribuições para a SSocial” a experiencia ensina que a fuga e a evasão são piores por parte das empresas do que por parte dos trabalhadores assalariados…
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anonimo : “Nem é moralmente correcto o estado reorientar o consumo, como se de um plano quinquenal fosse(as familias é que se orientam), nem baixar o consumo interno aumenta as exportações nem as exportações alguma vez terão o mesmo potencial do consumo interno.”
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Com estas medidas o Estado apenas altera a fiscalidade, a repartição da contribuição que o Estado pede a familias e empresas. Neste sentido é verdade que condiciona o rendimento disponivel apos impostos e contribuições por parte de cada contribuinte. Mas sempre foi assim (apenas não seria se não existisse Estado ou não fossem cobrados impostos). Dito isto, o Estado não interfere depois nas decisões das familias e das empresas quanto à utilização dos respectivos meios. Nada que se pareça com qualquer plano centralizado. Antes pelo contrario, as medidas actuais, se forem levadas até ao fim e completadas por outras, favorecem uma reforma do modelo economico portugues em sentido mais liberal (menos Estado, menos impostos, mais mercado).
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Efectivamente, uma baixa do consumo interno não determina directamente um aumento das exportações. Determina uma diminuição das importações e uma substituição de importações. Neste sentido favorece a balança comercial e a produção nacional. Mas indirectamente também pode favorecer as exportações na medida em que muitas empresas que anteriormente forneciam mais o mercado interno, perante uma diminuição da procura interna, procuram compensar indo procurar mercados no exterior. Na verdade, tudo isto tem vindo a acontecer em Portugal desde ha uns 2 anos. Este processo deve ainda continuar, pelo menos até existir um equilibrio adequado entre sectores internamente e entre procura interna e procura externa.
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Quanto ao “potencial” relativo do consumo interno e das exportações. Depende de varios factores, a começar pela estrutura do consumo interno. O que é certo é que o consumo interno feito com base em importações tem menor “potencial” para a economia nacional, em termos de emprego, rendimentos, contas externas, etc.
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“Com estas medidas o Estado apenas altera a fiscalidade, a repartição da contribuição que o Estado pede a familias e empresas. Neste sentido é verdade que condiciona o rendimento disponivel apos impostos e contribuições por parte de cada contribuinte. Mas sempre foi assim (apenas não seria se não existisse Estado ou não fossem cobrados impostos). Dito isto, o Estado não interfere depois nas decisões das familias e das empresas quanto à utilização dos respectivos meios. Nada que se pareça com qualquer plano centralizado. Antes pelo contrario, as medidas actuais, se forem levadas até ao fim e completadas por outras, favorecem uma reforma do modelo economico portugues em sentido mais liberal (menos Estado, menos impostos, mais mercado).”
Aumentar impostos é um caminho sem retorno em portugal: geralmente falham.E quando um falha, disparase e inventa-se mais taxas.Porém o estado está sim a intervir fiscalmente nas escolhas das pessoas.Sempre foi assim, é verdade,mas já foi muito menos.
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anonimo : “… as declarações do presidente da associação das Pme, que disse que as medidas fiscais são insuficientes para dinamizar a economia.”
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Não vi estas declarações. Mas não me espantaria que tivesse dito algo do género.
Como é natural, os empresarios e seus representantes querem sempre mais medidas do governo para “dinamizar a economia”…
O que é “dinamizar” ? Suponho que seja por um lado baixar os custos das empresas e pelo outro estimular a procura interna.
Uma das medidas anunciadas leva precisamente a uma redução do custo do trabalho para as empresas. Não é suficiente ? Claro que não, é preciso mais, não apenas no plano fiscal mas também no de outras condições de custo e eficiencia das empresas. Mas ja é alguma coisa e o Estado não esta neste momento em condições de ir mais longe (pelo menos no plano fiscal).
Estimular a procura interna é manifestamente impossivel e seria suicidario. O Estado não tem dinheiro para tal. Antes pelo contrario, tem de cortas despesas publicas e aumentar alguns impostos, o que tem um efeito contraccionista sobre a procura. Aumentar a procura interna agravaria ainda mais as contas publicas. Os credores, a Troika, nunca aceitariam e fechariam logo a torneira do crédito.
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De notar que ha PMEs e PMEs. As medidas enunciadas não são efectivamente as mais favoraveis para muitas PMEs do sector dos bens e serviços não transaccionaveis. Penso nomeadamente nas actividades de restauração, turismo interno, pequeno e médio comércio, construção e manutenção, serviços de proximidade, etc, etc. Nalgumas destas areas Portugal tem muitas pequenas e micro empresas que apareceram e existem porque o nivel e o padrão de consumo nacional seguiu o caminho que seguiu nas duas ultimas décadas. Reconheço que é duro dizer isto mas muitas delas estão a desaparecer e muitas vão e deverão ainda desaparecer. Isto não significa que os recursos que elas representam, empreendedores, trabalhadores e meios materiais, se percam. Poderão reaparecer noutras organizações produtivas, noutras empresas, existentes e novas, com projectos e produtos diferentes, eventualmente noutros sectores de actividade (por exemplo, porque não, mais virados para o mercado externo). Os empreendedores e trabalhadores destas empresas são normalmente extremamente flexiveis e dinamicos e serão provavelmente os primeiros a encontrar novas saidas. Assim sendo, não me espanta que estas PMEs e os que as representam pressintam que estas medidas não vão verdadeiramente salva-las de um fecho ou de uma reestruturação de fundo.
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anonimo : “… o modelo economico está parecido ao do pcp.”
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Não percebo bem a que modelo se refere e o que quer dizer …
O modelo economico anterior assentou num crescimento baseado num Estado cada vez maior e omnipresente. Foi o que levou a varios desequilibrios fundamentais na economia : sector não transaccionaveis x sector transaccionaveis ; produção interna x consumo ; consumo x investimento produtivo ; importações x exportações ; receitas publicas x despesas publicas, etc. Estes desequilibrios traduziram-se por um endividamento excessivo, publico e privado, sobretudo relativamente ao exterior, e pela perda de competitividade da economia nacional. Esta situação explica a necessidade de sanear as contas publicas e de reformar a economia em sentido mais liberal.
Este modelo foi sendo implementado pelos partidos de governo, PSD, PS, e CDS, com base em orientações de tipo social-democrata e socialista. Mas é também verdade que, no seguimento do 25 de Abril e do PREC, o PCP e outras forças politica à esquerda, apesar de serem eleitoralmente pouco representativas, conservaram uma influencia real e marcaram fortemente o rumo que foi sendo seguido. Assim sendo, este modelo também é do PCP, sobretudo no que teve e tem de pior.
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anonimo : “…vejo que voce já tem os modos do miguel abrantes e do valupi.. enfim, o passos coelho precisava do seu valupi(fernando s) e do seu miguel abrantes(joao miranda)”
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Não percebo sequer o que quer dizer … Percebo que pretende ser ofensivo (?!?) … Mas pouco importa porque não comento este tipo de frases !!
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“Estimular a procura interna é manifestamente impossivel e seria suicidario. O Estado não tem dinheiro para tal. Antes pelo contrario, tem de cortas despesas publicas e aumentar alguns impostos, o que tem um efeito contraccionista sobre a procura. Aumentar a procura interna agravaria ainda mais as contas publicas. Os credores, a Troika, nunca aceitariam e fechariam logo a torneira do crédito.”
Até pode estimular sim.Mas para isso tem que fazer, aquilo que muito pouco fez, que é fazer a sua dieta.Até porque aumentar impostos ao capital não vai resolver NADA.Pelo contrário , o que parece que a troika na verdade reprova, é a politica fiscal que pessoas como o fernando e o vitor gaspar insistem em implementar.
E segundo, nao vejo qual é a necessidade de diminuir a procura.O problema é do sector publico, nao do privado.O que é preciso é incentivar as exportações, não diminuir a procura interna.Externo e interno não são substitutos mas sim complementares
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Tiradentes Posted 11 Setembro, 2012 at 14:49 | Permalink:
Não faça dos outros indigentes.
1 – A conversa começou porque o autor do post disse que a função pública paga acima dos valores do mercado – o que é mentira. Ou V. quer comparar uma função pública com elevada percentagem de pessoas com formação superior (veja só o caso dos professores e dos médicos que são uma elevada percentagem) com o sector privado? Atentas as qualificações, a função pública só paga mais a pessoas muito pouco qualificadas. Nos outros casos, em regra, paga menos;
2 – A seguir o raciocínio que V/ faz para o público, sempre lhe digo que os benefícios (carro, telemóvel e quejandos) do privado não são suportados pelas empresas, são suportados pelos consumidores. Com direito a dedução nos impostos (ex.º: no caso dos combustíveis); E quanto a descontar prebendas, V. anda mal informado;
3 – Quanto às reformas, e percentagens relativas ao último salário, é mentira o que V. escreve. Mais uma vez, está mal informado. Aconselho-o a actualizar-se;
4 – Bem sei que há casos de abuso dos recursos públicos. São aliás vulgares na administração local. Já denunciei alguns. Se conhece algum caso ilegal, faça o mesmo;
5 – Quantos aos refeitórios, nos mais baratos que conheço (meia-dúzia no país), paga-se 3,8 euros sem direito a bebida. E são geridos, graciosamente, por reformados.
6 – Quer continuar?
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sector não transaccionaveis x sector transaccionaveis ; produção interna x consumo ; consumo x investimento produtivo ; importações x exportações ; receitas publicas x despesas publicas,
Para sanear as contas do estado, há que sobretudo diminuir gastos e não aumentar o financiamento desses gastos.Essa via está provadamente errada.A produção interna está de acordo com o consumo, os gastos mais excentricos digamos isso, vieram de quem os pode pagar, portanto esse parece-me um não-problema.E para aumentar as exportações não há necessidade de diminuir o consumo interno.Aumentar impostos, e penalizar fiscalmente determinados sectores da economia é mais proprio da venezuela, do que da alemanha ou da austrália
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Trinta e tres : “Pelos vistos escapou-lhe a notícia de que os pequenos e médios empresários se pronunciaram no mesmo sentido.”
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Creio que ja respondi a isto num comentario acima.
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Trinta e tres : “inventar essa história das grandes perdas dos belmiros deste país, devido à baixa na procura interna, é não perceber uma das maiores perversões existente no nosso país: o total controlo da distribuição.”
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Não falei em “grandes perdas” …
O que é certo é que por alguma razão estes patrões criticam as medidas do governo. Como bons patrões que são preocupam-se com os interesses das suas empresas.
Pelos vistos o “controlo da distribuição” não é assim tão “total” porque de outro modo não se preocupariam com as consequencias da diminuição dos consumos …
Mas concordo que nalguns destes sectores não transaccionaveis (nem é tanto o caso da grande distribuição) existem protecções e limites à concorrencia que deveriam desaparecer o mais rapidamente possivel. Sabendo-se que o actual governo tenciona avançar nesta direcção, a critica destes patrões é ainda mais compreensivel !
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A conversa continuou, por si com uma comparação. Eu só peguei nela e a desmontei tanto que nenhuma resposta concreta e específica ao seu primeiro post foi feita ao meu contraditório.
De resto amigo Caustico só uma coisa mais lhe digo.
O país produtivo, aquele que gera impostos líquidos não consegue gerá-los em quantidade suficiente para pagar a tantos bem formados, ainda que fossem doutorados na função pública.Claro que há imenso dinheiro mal gasto mas que se fechasse a torneira a eles todos ainda assim não haveria dinheiro suficiente, sem défice para pagar tanto em número como em qualidade (diz vc), o Monstro das Bolachas.
Mas se é assim que a função pública paga menos que o privado na grande maioria dos qualificados, porque é que eles se mantiveram,mantem e querem continuar a ser mal pagos?
Ahhh já sei…são patriotas…só pode.
30 anos a fio em que tal se verificou e o Monstro das Bolachas foi aumentando e aumentando e aumentando ….isto tudo porque …queriam ganhar menos…só pode!!!!
Não faça dos outros estúpidos.
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Tiradentes:
Não vou perder muito tempo consigo. No que respeita à sua questiúncula, está lá a resposta.
Se o país não tem dinheiro para pagar a médicos e professores e polícias e militares e juízes e etc só resta uma solução – manda-os um ano para casa. Um lay-off retemperador. Que me diz, ein?
Agora a sério: V/ acha mesmo que o problema está no que é pago aos funcionários públicos?
Se acha, não vou gastar mais sabão.
Cumprimentos
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Fernando S (Posted 11 Setembro, 2012 at 16:03)
Não extrapole Fernando.
V. não quer perceber o momento que vivemos e remata com teorias descontextualizadas.
Deixe lá o Keynes descansado, que não foi ele que nos trouxe aqui.
O contexto em que vivemos torna as medidas recentes pífias do ponto de vista do estímulo positivo da economia e desastrosas no que respeita aos impactos na confiança dos investidores e dos consumidores.
É só isto. Hoje, qualquer empresário, economista, trabalhador, investidor, político sério, sabe isso.
E V/ também sabe que, em situações limite, os sistemas não se comportam como vem nos livros.
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“a Função Pública para alem de ter estruturas a mais, paga acima de valores de mercado”
É uma verdade opor si evidente. Mas, para os que têm mais dificuldades em perceber a realidade, deito mais uma acha na fogueira:
Nº de horas semanais de full time na função pública: 35
Nº de horas semanais de full time no privado: 40
Ora, se compararmos 2 categorias do mesmo ordenado, por exemplo com o ordenado mínimo, vemos que no público se ganha mais 14,3%, só e apenas pela questão objectiva das horas.
Se considerarmos então outros factores, como o valor da segurança no emprego, então concluímos que, não vale a pena trabalhar no privado.
Por isso este país chegou à desgraça onde chegou.
Só há uma maneira de Portugal ter um esperança: atacar o mal na sua origem: despedir massivamente na função pública.
Se esta medida tivesse sido iniciada há um ano atrás até haveria tempo identificar quem devia ficar e quem devia sair e dinheiro para boas compensações. Neste momento, não há tempo nem dinheiro. Vai ter de ser à bruta e cortar cegamente a direito.
Quanto mais tempo Portugal demorar a decidir-se pior vai ser para todos – que público, quer privados.
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Não pode ser visto só assim. Se para cada lugar na função pública aparecem mil candidatos, o candidato selecionado é muito superior à média dos candidatos. Logo, poderá nas 35 horas produzir muito mais resultados do que a média dos outros nas 40 horas.
Assim, quem não consegue entrar à primeira pode ir tentando, apesar de não ser fácil.
E deverá ser mesmo esta a prática do Estado: manter bom nível de qualificação e recrutar os melhores. Senão, os piores seriam juízes, generais, médicos, professores? Não podia ser.
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É claro que os problemas do país não se resumem a isso Caustico. Esse é um dos problemas e não tanto o que pagam estrito sensu mas tantos outros parametros como os da dimensão da duplicação de serviços, dos serviços que nada servem etc etc.
Fala de professores. Sabe por acaso que o país viveu anos e anos com dois mil professores sindicalistas? Aabe quantos funcionários tinha aqui há 10 anos a secção (rep) respon´savel pela correspondência com as direcções regionais e escolas? Eu digo-lhe um chefe e 24 funcionárias das quais 18 eram proffs, 4 assistentes administrativas e duas assistentes operacionais que passavam o dia sentadas no corredor á espera do funcionário dos correios que vinha levantar a correspondência.
Quer saber quando é que os serviços que tratavam da dispensa do serviço militar obrigatório por objecção de consciência? No segundo mandato de Sócrates em 2006. Saberá quando essa figura da objecção de consciencia deixou de existir na pratica? Em 1981 já os serviços de recrutamento militar por ter excesso de mancebos dispensava automaticamente quem invocava tal. Pergunta: Que terão feito os 35 funcionários dessa repartição desde o inicio dos anos 80 até 2006?
Sabe que até há bem pouco tempo o ministério da agricultura dispunha de 14.000 funcionários? Quantos agricultores?
Amigo, claro que o problema do país não é só esse. Esse é um dos problemas que eu lhe chamaria o Monstro das Bolachas.Esse monstro engordou cavaquistamente com uma reforma que de um dia para o outro deu aumentos de automaticos na carreira que nunca foram considerados aumentos e hj vc tem assistentes administrativas com reformas superiores aos de chefe de repartição de dois ou tres anos antes deles.
A sua realidade pode até ser outra nos dias que correm mas que o legado ficou ficou e os danos pagaremos durante muitos anos.
É claro que além desse há imensos outros problemas dos quais se podem destacar as “comparticipações” milionárias que as EDPs deste mundo recebem para montar ventoínhas e produzir electricidade a preços exorbitantes. Quarenta por cento do custo da electricidade é para esse paradigma tecnológico do “inginheiro” do intentdente, ops…da Independente.
As PPPs são outro paradigma da sua boa gestão, responsável por 50 delas contra as 26 de todos os outros (das quais 19 são guterristas)nos deixaram e deixam um legado de despesa de cerca de 50 mil milhões em 30 anos.
Pior de tudo quer saber?
Os actuais detentores do poder não vão ter tomates para mexer verdadeiramente em nada disso.
Foi o final passe bem.
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@Finca Pé
Achei imensa graça ao seu comentário.
Registo que concorda que os FP ganham mais que os do privado, o que fundamenta com a superioridade da sua rentabilidade.
Fica aqui um exemplo que demonstra a superioridade dos nossos funcionários públicos: Um reformado que, como todos, sofre o confisco de impostos para pagar os vencimentos dos engenheiros civis da Câmara, ainda lhes tem de ensinar publicamente a fazer o seu trabalho.
É vergonhoso!
http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Lisboa&Concelho=Lisboa&Option=Interior&content_id=2766103
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Cáustico (Posted 11 Setembro, 2012 at 23:00) : “O contexto em que vivemos torna as medidas recentes pífias do ponto de vista do estímulo positivo da economia e desastrosas no que respeita aos impactos na confiança dos investidores e dos consumidores.”
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Quais seriam as medidas certas ?…
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Caustico : “… em situações limite, os sistemas não se comportam como vem nos livros.”
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Apenas quando o que está nos livros está errado e não corresponde à realidade. As ditas “situações limite” fazem parte da realidade e devem ser consideradas por qualquer teoria minimamente adequada.
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Como estimular a economia no contexto actual ?
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Os keynesianos previligiam em geral medidas do lado da procura agregada, de apoio ao consumo e ao investimento, que custam dinheiro ao Estado e podem implicar mais intervencionismo nos mercados : mais despesas e investimentos publicos, aumentos de salarios, subsidios às empresas, etc. Este tipo de politica é nefasto em qualquer circunstancia. Mesmo que a economia seja estimulada no curto prazo as consequencias a mais longo prazo são bem piores : degradação das finanças publicas, subida de impostos, inflacção, desequilibrios estruturais na economia, etc. Mas estas medidas são ainda mais desajustadas quando o Estado já não tem dinheiro para tal (ou não pode ir busca-lo à economia e ao crédito externo) e as empresas teem problemas de competitividade. O Estado já estava largamente endividado quando o governo anterior, de José Socrates, procurou combater os efeitos da crise de 2008 aumentando despesas e investimentos publicos. O resultado foi desastroso. Sim, foram ideias destas, de inspiração tipicamente keynesiana (lembra-se quando em 2008 e 2009 Keynes voltou a estar na moda ?…), que agravaram ainda mais a crise estrutural do nosso pais.
Actualmente, mesmo que o governo quizesse seguir esta via, a verdade é que o Estado já não tem qualquer margem, nem dinheiro nem crédito.
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Os liberais preferem em geral medidas do lado da oferta, das condições de competitividade das empresas, de melhoria da produtividade e da redução de custos, através da liberalização dos mercados. A liberalização corresponde a medidas de tipo estrutural, que normalmente não custam dinheiro ao Estado. Por exemplo, a flexibilização do mercado de trabalho, que permite o ajuste do custo do trabalho às possibilidades das empresas. A diminuição de impostos sobre as empresas e sobre as familias pode também fazer parte deste lote de medidas, sobretudo quando a situação de partida é de uma elevada carga fiscal. Mas estas medidas de tipo fiscal custam algum dinheiro ao Estado. Ou melhor, implicam uma redução de receitas fiscais. Por isso é que são normalmente acompanhadas por outras medidas compensatorias destinadas a reduzir os gastos do Estado. Quando isto não acontece o risco é o de desequilibrar as contas publicas, com as consequencias negativas que dai resultam. Os governos anteriores descuraram ou recusaram este tipo de medidas do lado da oferta : a carga fiscal aumentou muito e a concorrencia em certos mercados foi limitada. Esta é uma das principais razões da degradação da competitividade da economia portuguesa ao longo das ultimas duas décadas.
Assim sendo, actualmente, de um ponto de vista liberal, o estimulo à economia deve incidir sobretudo sobre as condições de actividade das empresas e deve vir da liberalização dos mercados (mais concorrencia) e da diminuição da carga fiscal. O actual governo já avançou alguma coisa no plano das reformas ditas estruturais. Modestamente, justificadamente para alguns que reconhecem que este tipo de medidas leva o seu tempo a implementar, injustificadamente para outros que criticam a lentidão e falta de determinação do governo. Mas, no plano fiscal, até aqui nada fora feito no sentido de baixar os impostos sobre as empresas. A razão principal é, mais uma vez, a prioridade que tem de ser dada à consolidação orçamental. Normalmente, baixar impostos implica reduzir a receita fiscal, o que não favorece a consolidação orçamental. Para alguns criticos liberais do governo, a receita fiscal poderia ser reduzida sem prejudicar a consolidação orçamental se fossem paralelamente cortadas despesas publicas, pelo menos no mesmo montante. Também aqui há quem compreenda as dificuldades e a prudencia do governo e quem pelo contrário considere que o governo poderia ir bem mais longe no corte das despesas. Seja como for, o facto é que o governo (em parte sob pressão da Troika) tem preferido dar prioridade à consolidação orçamental em vez de baixar impostos. Aumentou-os mesmo relativamente às familias mas não relativamente às empresas. Com as medidas recentemente anunciadas o governo faz uma primeira e importante baixa de impostos sobre as empresas sem prejudicar directamente a consolidação orçamental. Para tal utiliza a fiscalidade para financiar esta medida a partir de um aumento equivalente de impostos sobre os trabalhadores do privado. Trata-se portanto de uma transferência de recursos dos trabalhadores do privado para as empresas. Há efectivamente um aumento de impostos sobre uma parte dos contribuintes. Mas a novidade e a especificidade desta medida é que este dinheiro não se destina, como é normalmente o caso, a financiar despesa publica. Nem sequer serve para reduzir o déficit ou a dívida. Serve apenas para financiar a baixa de impostos sobre as empresas e, por esta via, a baixa do custo do trabalho. Esta medida é claramente liberal e o objectivo é precisamente o estímulo da actividade e do emprego pela óptica da oferta. Como faz o João Miranda, esta questão pode mesmo ser abordada por um ângulo em que não se vê qualquer aumento de impostos mas sim uma flexibilização indirecta do mercado de trabalho permitindo uma baixa dos salários líquidos pagos pelas empresas. Ou seja, é aberta a possibilidade de as empresas e os trabalhadores, actuais ou futuros, negociaram remunerações abaixo dos níveis actuais de remuneração, anteriormente fixados em condições de maior rigidez laboral. Este raciocínio aplica-se também, naturalmente, ao caso do salário mínimo. Ou seja, tudo se passa como se o governo tivesse reformado a legislação laboral e diminuído o salário mínimo. Nada de mais liberal. Alguns “liberais” críticos da medida têm-na apresentado como um aumento da carga fiscal sobre o sector privado. A verdade é que, com alguns ajustamentos ao nível do IRS que o governo anunciou desde o principio, o efeito sobre a carga fiscal global do privado é perfeitamente neutro. A generalidade dos críticos, sobretudo os menos liberais (onde o Caustico parece incluir-se), têm insistido no que seria um efeito negativo ao nível do consumo privado que por sua vez teria um impacto negativo sobre a actividade superior ao impacto positivo resultante da baixa do custo do trabalho. Mas acontece que o dinheiro que venha a ser transferido para as empresas não desaparece e continua na economia, em consumos finais e intermédios e em investimentos. Mais do que uma queda da procura global esta medida pode é alterar a repartição dessa procura, eventualmente mais dirigida para bens essenciais e de investimento. Assim sendo, é razoável esperar que o efeito final líquido seja efectivamente favorável à actividade produtiva e ao emprego.
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fernando, já agora procure no jornal de negocios o artigo do camilo lourenço sobre esta materia.Ele apresenta solucoes alternativas
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fernando, nao percebo mesmo porque é que tem de haver uma tal de reorientação dos consumos.Qual é a ncessidade disso? É que essa matéria é do foro individual de cada um de nós, não do estado, o estado tem que sim reduzir despesa.Muito obrigado pela preocupação e pelo paternalismo , mas nao preciso que me reorientem , nem a mim nem aos portugueses. Eu em lugar de “trasnferir recursos” que o fernando ou o joao miranda chamem como quiserem, mas é um aumento de fiscalidade, optaria por despedir 100 mil funcionarios publicos
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Fean Rolo,
Obrigado pelo link. Sabia do caso, mas não tinha lido a notícia. Mas olhe que estas coisas não acontecem só nas Câmaras. Acontecem também em nossas casas. E ficam-nos muito caras, gaita! Já quanto à graça que achou, divirta-se que eu também vou tentando… e conseguindo. 🙂
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anonimo (rr),
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Relativamente à “reorientação dos consumos”.
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Trata-se de por o pais a procurar e consumir menos bens e serviços não transaccionaveis (NT) e mais transaccionaveis (T), diminuindo a produção de NT e aumentando a de T. Deste modo se reequilibra a proporção entre estes dois sectores. Menos procura de NT e mais procura de T altera os preços relativos (razões de troca) entre os dois sectores a favor do sector dos T.
Este ajustamento é necessario. Uma das causas principais e um dos sintomas mais visiveis da actual crise da economia portuguesa é precisamente o desajustamento entre estes dois sectores, a hipertrofia do dos NT e a atrofia do dos T. Este desajustamento foi fundamentalmente e principalmente favorecido pelo crescimento do Estado, das despesas publicas, dos investimentos publicos. Esta evolução fez crescer artificialmente o sector dos NT e pesou sobre o dos T. O dinheiro dos impostos e o endividamento publico foi gasto sobretudo em NT (serviços publicos, investimentos publicos, fornecimentos de bens intermediarios, etc), estimulando a procura, os preços e as rentabilidades neste sector . O aumento de impostos, embora incidindo sobre toda a economia, acabou por pesar mais sobre os T tendo em conta que este sector ja tinha à partida margens mais baixas. O aumento do endividamento publico e, por arrastamento, dos NT, acabou por retirar crédito às empresas do T. O forte crescimento do NT favoreceu o aumento das importações. A estagnação do T não permitiu a substituição de importações e traduziu-se em menos exportações. A balança comercial degradou-se. Os bens e serviços do NT constituem consumos intermédios da produção de T. Os preços relativos mais elevados de NT agravaram os custos de contexto de T e diminuiram a competitividade deste sector. Este é o principal bloqueio estrutural da economia portuguesa.
Resumindo. O modelo economico portugues assentou em mais Estado e mais endividamento. Esta realidade favoreceu um crescimento desequilibrado entre os NT e T. Este desequilibrio NT/T desequilibrou também a balança comercial e fez crescer o endividamento externo. O resultado foi a crise. Sair da crise implica agora reorientar a relação entre os sectores, menos NT e mais T. Significa também reduzir o peso e o intervencionismo do Estado : menos despesas e investimentos publicos, menos impostos, mais concorrencia nos mercados.
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Todo este processo foi possivel porque o Estado cresceu em excesso e interveio em excesso na economia. Ou seja, o padrão de repartição da procura global (e da respectiva oferta global) entre NT e T a que se chegou resultou da intervenção dos poderes publicos na economia, em particular através da fiscalidade. Assim sendo, a alteração deste padrão, num sentido mais favoravel aos T relativamente aos NT, e no sentido de uma diminuição estrutural do peso do Estado na economia, tem também de ser conseguida através da intervenção do governo, nomeadamente e também através da fiscalidade. Digamos que se trata de uma espécie de “revolução liberal”. Esta intervenção destina-se a aumentar a margem de liberdade dos agentes economicos, familias e empresas, a favorecer a concorrencia nos mercados. Não ha qualquer intervenção do governo ou Estado nas decisões das familias e e empresas quanto ao modo como utilizam os seus proprios recursos e rendimentos.
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anonimo,
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Despedir imediatamente 100 mil funcionarios publicos ? Como sugere o Camilo Lourenço.
Concordo com muitas das analises e posições do Camilo Lourenço. Mas acho que relativamente a este assunto também ele peca por imprudencia e por não considerar todas as dificuldades e implicações de uma medida como esta.
Critica-se muitas vezes a falta de “sensibilidade social” do actual governo. Mas quem propõe por na rua de uma assentada 100 mil pessoas faz alguma ideia do que é que isso representaria ? Em termos do aumento do desemprego, em termos de situações sociais dificeis, em termos do efeito recessivo, etc.
Como é que o pais reagiria a uma medida destas ? O que faria o PR e o TC ?
Dizem os entendidos que fizeram as contas que o despedimento deste numero de funcionarios representaria no curto prazo um custo (indemenizações, subsididios de desemprego, etc) superior às economias conseguidas !!…
A redução do numero de funcionarios deve ser um objectivo mas de modo preparado e faseado, a médio e longo prazos.
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, sei quem é esse rr, ja o vi na blogosfera, mas acredite em mim, está equivocado em relação á minha pessoa
Mas quer que lhe diga uma coisa? Vi a vossa discussão,e ele tem razão, é melhor o governo preocupar-se com a obesidade do sector publico e não em emagrecer os bolsos dos cidadãos.Isso é um problema que foi causado pelos governantes dos ultimos anos, do qual as familias não teem culpa nenhuma.Mexer nos consumos das familias é uma medida profundamente errada e significa passar ao lados dos problemas reais.O estado não tinha nada que aumentar essa contribuição.Quer liberalismo? Desca a despesa do estado e deixe as familias respirar.Isso é que é verdadeira revolucao liberal
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despedir 100 mil funcionarios é sempre melhor do que taxar os rendimentos de privados.
Essa do longo prazo já não pega comigo meu caro.Já vi muitos dizerem o que voce disse,e a experiencia diz-me que isso é um eufemismo para adiar, adiar,adiar.E como as receitas estão, acredite que assim nem em 2030 teremos receitas
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anonimo,
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Se não é o rr, o rami, etc… parece muito, as mesmas teses e, sobretudo, os mesmos modos !… Mas isto não tem nenhuma importancia para o efeito. Mesmo nenhuma !
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Claro que é importante o governo cortar nas despesas publicas e reduzir estruturalmente o peso do Estado.
Mas isto não se faz num ano, nem em dois, nem em tres, faz-se com preparação, tempo, equilibrio e … sensibilidade social !
Mexer nas despesas do Estado também significa mexer nas vidas de milhares de pessoas. Nas dos funcionarios e suas familias, naturalmente, e que não teem culpa dos erros de politica economica do passado. Mas também nas dos beneficiarios do Estado Social e dos serviços publicos, a maioria dos quais são pessoas de fraca condição economica. Mas ainda no de muita gente que trabalha em sectores de actividade que dependem fortemente das despesas e investimentos publicos. Entre trabalhadores e familias estamos a falar de … milhões de pessoas !
Muitos criticos mostram-se preocupados com as dificuldades acrescidas das pessoas que sofrem cortes nos respectivos rendimentos liquidos em resultado dos cortes de salarios e aumentos de impostos. Estas dificuldades são reais e são sem duvida de lamentar. Mas ainda pior, muito pior, é perder e não ter um emprego. Colocar de uma assentada 100 mil funcionarios na rua criaria situações muito mais dificeis no plano humano. Reduzir drasticamente e rapidamente certas actividades da maquina do Estado levaria ao fecho de muitas e muitas empresas e lançaria muita gente no desemprego.
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Um dos erros dos criticos ditos “liberais” da actual politica de austeridade é não perceberem que as sociedades e as economias são realidades complexas e pesadas. O actual estado das coisas é o resultado de décadas e décadas, para não dizer séculos, de historia. Estas pessoas não compreendem a importancia do tempo nos processos sociais e na economia em particular. Não se muda uma sociedade de uma penada e com decisões radicais e precipitadas. A mudança deve ser gradual. O que conta é a direcção. Inverter (e não anular completamente) o que havia de errado a evolução anterior ja é um resultado importante.
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“Claro que é importante o governo cortar nas despesas publicas e reduzir estruturalmente o peso do Estado.
Mas isto não se faz num ano, nem em dois, nem em tres, faz-se com preparação, tempo, equilibrio e … sensibilidade social !
Mexer nas despesas do Estado também significa mexer nas vidas de milhares de pessoas. Nas dos funcionarios e suas familias, naturalmente, e que não teem culpa dos erros de politica economica do passado. Mas também nas dos beneficiarios do Estado Social e dos serviços publicos, a maioria dos quais são pessoas de fraca condição economica. Mas ainda no de muita gente que trabalha em sectores de actividade que dependem fortemente das despesas e investimentos publicos. Entre trabalhadores e familias estamos a falar de … milhões de pessoas !”
Pode ser mal meu, acredite, mas além de achar que o nosso tempo de mudança não é assim tanto como isso, porque as receitas vão cair quer se aumente quer não impostos(já atingimos o limite) e vamos ser mesmo obrigados mais cedo a fazer escolhas,a cortar com mais vigor despesa, também acho que esse factor não é aplicável,e não diria ingénuo, mas muitos governantes laxistas aproveitam-se desse discurso para irem adiando e adiando, e um dia quando chegam a eleições, que fizeram de relevante? Nada , mais uma legislatura a implementar pecs.E as pessoas reagem muito mais depressa do que voce julga, aos aumentos.Estou-me a lembrar de guterres e de durão por exemplo.
Claro que alguém sempre sentirá dor, e a minha questão nem é essa.O que para mim está em questão é qual a dor mais eficaz, mais aceitável: os trabalhadores do privado e os empreários, que são a maioria da população, ou o sector público, gordo ,e os funcionários publicos,que são bem menos.Para mim a escolha é mais que óbvia
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anonimo,
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A eficiencia das politicas inclui a avaliação dos impactos das mesmas, a começar pelos sociais. Despedir 100 mil duma assentada poria provavemente a propria eficacia politica da medida. Reduzir remunerações da FP ja provoca a celeuma e a resistencia que se tem visto, imagine-se um despedimento seco de 100 mil pessoas !!… Ha outras maneiras menos brutais de ir reduzindo o numero de funcionarios e as despesas de funcionamento. Mas lava o seu tempo. Não é adiar nada mas antes fazer as coisas como deve ser. O mais importante é a direcção. Praticamente, este é o primeiro governo desde ha muito tempo que esta a reduzir significativamente a despesa publica e é que tem no programa uma real redução estrutral do Estado. Deve ser-lhe dada a oportunidade de continuar e de levar a cabo este desafio enorme e dificil. Como tenho dito, qualquer alternativa politica viavel ao actual governo faria muito menos para reduzir despesa publica. Isto é o essencial. O resto é conversa !
Também sou dos que dizem, sempre o disse, que os funcionarios publicos são globalmente priveligiados relativamente às pessoas que trabalham no privado e que esta situação deveser corrigida. Mas isto não faz dos funcionarios “culpados”. Não andaram a roubar ninguém. O que teem é de compreender e aceitar que a saida da actual crise passa pela reforma da administração publica, pelo desaparecimento daqueles privilégios e inclusivamente pelo despedimento. O actual governo tem tomado, e continua, medidas duras para os funcionarios publicos. Globalmente os FP até estão a ter reduções dos respectivos rendimentos mais importantes do as que teem afectado as pessoas do privado (com a descida do TSU os empresarios até nem se podem queixar).
Não perca de vista que as oposições e resistencias mais sérias às medidas do governo não são as dos liberais que gostariam de ver mais cortes nas despesas publicas e mais despedimentos de funcionarios. Estes liberais teem pouco peso politico e social. Mesmo no que se refere ao “fogo amigo”, as criticas vindas das areas do PSD e do CDS, a maioria não defende uma verdadeira politica liberal de reforma e redução do papel do Estado na economia. São bons exemplos a “social-democrata anti-liberal” Manuela Ferreira Leite e o “cristão-democrata-social” Bagão Félix. Nem um nem outro o fizeram quando estiveram nos governos.
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“Reduzir remunerações da FP ja provoca a celeuma e a resistencia que se tem visto, imagine-se um despedimento seco de 100 mil pessoas !!… Ha outras maneiras menos brutais de ir reduzindo o numero de funcionarios e as despesas de funcionamento. Mas lava o seu tempo. Não é adiar nada mas antes fazer as coisas como deve ser. O mais importante é a direcção. Praticamente, este é o primeiro governo desde ha muito tempo que esta a reduzir significativamente a despesa publica e é que tem no programa uma real redução estrutral do Estado. Deve ser-lhe dada a oportunidade de continuar e de levar a cabo este desafio enorme e dificil. Como tenho dito, qualquer alternativa politica viavel ao actual governo faria muito menos para reduzir despesa publica. Isto é o essencial. O resto é conversa !”
Gostava que fosse assim como diz.Gostava que aquilo que vc diz fosse verdade.Mas não é.Na despesa, o governo é apenas um bocadinho mais controlado que o anterior governo, mas não há diferenças politicas substanciais ainda assim.Significativamente é um benevolismo.E continua a ter essa oportunidade, tem mais 3 anos.Mas como pode compreender , é muito dificil apoiar-se quem aumentou mais impostos que todos os governos anteriores.E no entanto, acredito que qualquer partido social-democrata moderado na europa como o spd ou os partidos sociais democratas da escandinávia fariam o que o governo faz, e de resto muito pouco separa o psd e o ps, pelo que acho que possivel fazer muito mais e melhor, pelo contrário.
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“Não perca de vista que as oposições e resistencias mais sérias às medidas do governo não são as dos liberais que gostariam de ver mais cortes nas despesas publicas e mais despedimentos de funcionarios. Estes liberais teem pouco peso politico e social. Mesmo no que se refere ao “fogo amigo”, as criticas vindas das areas do PSD e do CDS, a maioria não defende uma verdadeira politica liberal de reforma e redução do papel do Estado na economia. São bons exemplos a “social-democrata anti-liberal” Manuela Ferreira Leite e o “cristão-democrata-social” Bagão Félix. Nem um nem outro o fizeram quando estiveram nos governos.”
Bem, estamos quase a concluir que a grande maioria dos membros do cds e psd são uns esquerdistas radicais, incluindo vindo de antigos apoiantes do actual primeiro-ministro, creio que antonio nogueira leite e o alexandre relvas são insuspeitos de esquerdismo.Até Medina Carreira contesta já as medidas
Mas duvido que quem aumente brutalmente impostos ou que tenha apoiado o tgv como passos coelho sejam mais liberais que ferreira leite.O que me lembro é em 2009 ver passos coelho e relvas a contribuirem para a derrota do ps,em vez de combaterem sócrates.A minha opinião é que o psd é outro partido socialista, nem mais nem menos do que isto,e são todos iguais,Mas dizerem que passos coelho é mais liberal que ferreira leite? Já acreditei muito mais
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anonimo : “Na despesa, o governo é apenas um bocadinho mais controlado que o anterior governo”
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O anterior não conseguiu sequer estancar o aumento das despesas, quanto mais diminui-mas. O actual diminuiu despesas. Em apenas 1 anos, restam-lhe ainda 3.
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anonimo : “… [o governo actual foi] quem aumentou mais impostos que todos os governos anteriores.”
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Não é verdade. “Todos os governos anteriores” trouxeram a carga fiscal para carca de 50% do rendimento. Nas ultimas 4 décadas a carga fiscal duplicou. Os governos de Socratas aumentaram impostos e aumentaram despesas e endividamento. O actual governo herdou de uma situação critica das finanças publicas. Teve e tem de aumentar impostos por causa das politicas desastrosas dos governos anteriores. Mesmo assim, os aumentos teem sido relativamente contidos. Sobretudo para os privados. O maior aumento para as familias é o aumento da contribuição para a SS em 2013. Em contrapartida as empresas teem uma baixa de impostos. No conjunto da economia, e tendo em conta a recessão no PIB, a % da carga fiscal mantem-se estavel.
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anonimo : “… qualquer partido social-democrata moderado na europa como o spd ou os partidos sociais democratas da escandinávia fariam o que o governo faz,…”
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Se fizer o que fizeram estes partidos sociais-democratas destes paises nas ultimas décadas quando estiveram no governo ja não seria mau : introduziram mais flexibilidade na economia, reformaram o Estado Social, contiveram o custo do trabalho, etc. Também é verdade que mantiveram uma carga fiscal relativamente elevada. Felizmente, para estes paises, a maior produtividade e competitividade permitiu manter um Estado Social importante com uma fiscalidade elevada. Infelizmente, Portugal não tem as mesmas caracteristicas e não parte do mesmo ponto. Com a crise estrutural actual, o governo, qualquer governo responsavel, mais ou menos liberal ou social-democrata, tem de cortar sériamente no Estado Social e tem de sanear rapidamente as contas publicas. Este governo é o primeiro a fazer um esforço importante neste sentido. Os “sociais-democratas” portugueses, do PSD e do PS, não perceberam ainda que não ha outro caminho.
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anonimo : “… muito pouco separa o psd e o ps,… ”
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Muitas vezes foi assim. Ainda hoje pouco separa os “sociais-democratas” do PSD dos “sociais-democratas” do PS. Mas muito separa hoje os “neo-liberais” do PSD (e CDS) dos “sociais-democratas” dos dois partidos. A força e a virulencia das oposições e criticas, transversais aos diferentes partidos, é um sinal evidente destas diferenças.
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anonimo : “… [é] possivel fazer muito mais e melhor, …”
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Em principio, é sempre possivel.
Mas, nas condições concretas actuais, não vejo quem. A queda do actual governo levara a um governo que, esse sim, não sera diferente dos anteriores governos do PSD e do PS.
Por isso é que é estéril e inutil estar agora a discutir se seria ou não possivel fazer melhor. Em teoria, talvez, certamente. Na realidade, não !
PS : Seria certamente possivel fazer melhor em termos de comunicação. As intervenções de Victor Gaspar são correctas quanto ao fundo mas péssimas na forma : excessivamente técnicas e com muita retorica inutil.
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“O anterior não conseguiu sequer estancar o aumento das despesas, quanto mais diminui-mas. O actual diminuiu despesas. Em apenas 1 anos, restam-lhe ainda 3.”
Sobre isso, ver os textos de Ricardo Reis(economista e pessoa real, não o heteronimo),e o penultimo texto do manuel caldeira cabral no jornal de negócios.De qualquer maneira isso não altera o essencial: é um governo deciddo na fiscalidade, mas faz apenas umas cócegas nas despesas reais.
“Não é verdade. “Todos os governos anteriores” trouxeram a carga fiscal para carca de 50% do rendimento. Nas ultimas 4 décadas a carga fiscal duplicou. Os governos de Socratas aumentaram impostos e aumentaram despesas e endividamento. O actual governo herdou de uma situação critica das finanças publicas. Teve e tem de aumentar impostos por causa das politicas desastrosas dos governos anteriores. Mesmo assim, os aumentos teem sido relativamente contidos. Sobretudo para os privados. O maior aumento para as familias é o aumento da contribuição para a SS em 2013. Em contrapartida as empresas teem uma baixa de impostos. No conjunto da economia, e tendo em conta a recessão no PIB, a % da carga fiscal mantem-se estavel.”
Contidos? Aumenta o iva de todos os produtos , bem como outros impostos,e voce chama isso contido? Apetece-me dizer o tão em voga”WTF” Mesmo contido, a politica fiscal é igual á de josé sócrates.Praticamente identica.Para mal de todos nós e da economia.
“Muitas vezes foi assim. Ainda hoje pouco separa os “sociais-democratas” do PSD dos “sociais-democratas” do PS. Mas muito separa hoje os “neo-liberais” do PSD (e CDS) dos “sociais-democratas” dos dois partidos. A força e a virulencia das oposições e criticas, transversais aos diferentes partidos, é um sinal evidente destas diferenças.”
Exacto, pouco separa passos coelho e relvas de socrates e silva pereira.Não admira, são ambos partidos da mesma natureza.No entanto, as criticas feitas pelas personalidades do psd e cds, teem sido feitas do ponto de vista da direita,tanto quanto tenho notado.
“Em principio, é sempre possivel.
Mas, nas condições concretas actuais, não vejo quem. A queda do actual governo levara a um governo que, esse sim, não sera diferente dos anteriores governos do PSD e do PS.
Por isso é que é estéril e inutil estar agora a discutir se seria ou não possivel fazer melhor. Em teoria, talvez, certamente. Na realidade, não !”
Voce acha que não, eu acho que sim.Aqui é questão de opiniões.O governo não precisa de cair, nem isso é mudança.Precisa é de mudar de politica, caso contrário, teremos o ps de volta.E ai a culpa não é de quem quis.Nesse cenário o responsável será o proprio governo
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O anonimo tem em comum com os diversos socialismos, de direita e de esquerda, a ideia de que é possivel sair da actual crise sem diminuir o poder de compra da maioria dos portugueses e sem uma recessão. Melhor ainda, que até é possivel crescer e que é com crescimento que se resolvem os principais desequilibrios, a começar pelo orçamental. Em termos praticos, uns e outros são contra mais impostos, seja em que circunstâncias for.
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O anonimo e outros acreditam que o segredo é o corte das despesas publicas. Corta-se as despesas publicas e arranja-se uma carrada de dinheiro para baixar os impostos e estimular o crescimento. Não imaginam que o corte nas despesas tem um efeito tão recessivo como o aumento de impostos. Muitos (nem todos, eventualmente o anónimo também não) dos que agora acham que seria facil e eficaz cortar desalmadamente na despesa foram no passado contra qualquer desengajamento do Estado da economia e contra qualquer recuo do Estado Social. Mas agora são especialistas e campeões dos cortes. Na verdade, muitos dos que agora pedem sofregamente esses cortes não fazem a minima ideia do que isso seria na pratica e não imaginam sequer que esses cortes os possam também afectar directamente. Os cortes são sempre bons quando são para os outros… Mas quando chegarem a mim !…. Vendo melhor, algumas destas pessoas nem sequer estão verdadeiramente interessadas nos cortes nas despesas publicas mas utilizam este argumento como um pretexto, uma cortina de fumo, para se opôrem pura e simplesmente à austeridade no seu conjunto.
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Fernando, estou a ver que para si, s+o ha 2 polos: os que apoiam cegamente e sem condições o governo são liberais, os outros são uns esquerdista irresponsaveis.Talvez até os republicanos na américa são comunistas.
E voce , partilha de uma prática que há 35 anos acontece em portugal: quando há problemas financeiros, massacra-se o contribuinte, é uma legitimação do roubo, dando um argumento de peso a todos os assaltantes deste pais.Como o marcelo disse, o mexilhão paga sempre as patifarias do bloco central.Quer ps ou psd, quer liberais quer socialistas, a receita sempre foi a mesma.Foi assim que muitos regimes fascistas na europa surgiram.Para mim é pior porque o psd e cds protestaram contra os aumentos de sócrates, e viram-se obrigados a tomar as mesmas medidas.Pior do que implementaram as medidas, foi terem sido mentirosos e hipocratas.O fernando lembra-se do catroga e das palavras dele? Pois.Nem vale a pena voce falar de socialistas aqui ou acolá porque é tudo o mesmo.Tudo! E o governos nos ultimos dias desbaratou muito da sua credibilidade. Que resultado tem dado sempre sugar o contribuinte? Nada.Quando há uma crise financeira só sabem atirar com mais impostos.Depois não consigo compreender porque é que diz que os criticos dentr do psd “são de esquerda”.Bem mas o ps,be e cdu é que acreditam em aumentar impostos no curto prazo para resolver para depois no dia de são nunca á tarde virem recolher os louros.Como o primeiro-ministroHá socialistas n0 governo mas não o que voce diz.Enfim, voce ai mente um bocadinho.O problema é que isso vai aumentar a abstenção e a imigração.
Depois, eu já lhe disse que alguém de sofrer.Mas quem é que errou? O estado ou os privados? Voce esquece-se que os privados já fizeram o seu ajustamento.O estado tem que fazer o seu também, e está na hora disso!
Não há solução sem dor, mas é bem menos doloroso que quem viva do estado faça o grosso do ajustamento,e deixar de fora os privados.Voce pode aumentar os impostos que quiser, pode taxar a terra e o ar , mas vá por mim fernando, não é por ai que este jogo se faz.E sobre esse eufemismo “transferencia de recursos” veja o que disse hoje o presidente da cip.Também é esquerdista o antonio saraiva.Todos são pelos vistos
Eu por mim,nunca votei em ps, sempre votei psd.Sei qual é a solução, sei o que quero, e estou aonde sempre estive.Sei bem que para descer impostos é preciso reduzir despesa.Chegou a hora do estado juntar-se a nós no esforço, porque nos ja fizemos a nossa part
Mas eu nao sou tao mau, tao impaciente quanto diz:apesar de tudo o governo tem mais 2 anos e meio para para mostrar o que vale.Mas eu nunca me engano quanto a estes maus sinais.Oxalá eu esteja enganado,mas isto vai acabar mal,e voce vai ver que tenho razão quanto a isto
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anonimo : “estou a ver que para si, s+o ha 2 polos: os que apoiam cegamente e sem condições o governo são liberais, os outros são uns esquerdista irresponsaveis.”
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Eu apoio o actual governo. Mas não apoio nada “cegamente e sem condições”. Rebato criticas ao actual governo que me parecem erradas e irresponsaveis. Inclusivé da parte de quem faz ou diz fazer parte do eleitorado dos partidos que apoiam o governo e de quem se diz “liberal”.
Não falei em “esquerdistas” nos meus comentarios. Existem mas não me referi a eles.
Por isso não percebo o sentido da sua frase…
O que disse, e repito, é que ha muito em comum entre os que criticam o governo mais à esquerda e os que o criticam em nome de um “verdadeiro liberalismo”. Talvez por isso estejam hoje unidos na campanha de diabolização de descredibilização do actual governo. O objectivo é o mesmo : fazer cair o actual governo e impedir a realização do programa de austeridade nos moldes acordados com a Troika.
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anonimo : “Mas eu nunca me engano quanto a estes maus sinais.Oxalá eu esteja enganado,mas isto vai acabar mal,e voce vai ver que tenho razão quanto a isto”
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Como diz : oxala esteja enganado e que este governo consiga tirar o pais da crise actual. Se não conseguir é um desastre. Porque não ha outra alternativa viavel.
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Boa noite !
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“O que disse, e repito, é que ha muito em comum entre os que criticam o governo mais à esquerda e os que o criticam em nome de um “verdadeiro liberalismo”. Talvez por isso estejam hoje unidos na campanha de diabolização de descredibilização do actual governo. O objectivo é o mesmo : fazer cair o actual governo e impedir a realização do programa de austeridade nos moldes acordados com a Troika.”
E o que também já disse e repito, é que há muito em comum entre as politicas fiscais do ps todo e do psd actual.E que as criticas que faço são opostas ás que á esquerda fazem, veja se percebe,embora espero que também perceba que o consenso social dos ultimos dias acabou..E o meu objectivo não é a mudança de governo.O que pretendo é que haja um muito maior esforço na despesa: que o estado de corda aos sapatos e comece a fazer o que nós todos fazemos.Só assim é que se vai ultrapassar a crise.E fernando, essa retórica vitimizante não resulta.Faz-me lembrar os ultimos tempos de socrates no ps, quando apontava o dedo a todos os partidos á sua direita e esquerda.E por falar em cair governos em conjunto com os partidos da extrema-esquerda, não foi isso que o psd e cds fizeram ao anterior governo? Pois.. não tem muita moral para falar de conspirações
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