Saltar para o conteúdo

Parar de escavar

19 Março, 2014
Alguns movimentos de independência na Europa

 

Albânia
Épiro do Norte
Bélgica
Flandres
Valónia
República Checa
Morávia
Dinamarca
Ilhas Faroé
Bornholm
Finlândia
Åland
Sápmi
França
País Basco
Bretanha
Córsega
Nice
Saboia
Occitânia
Alsácia
Normandia
Alemanha
Baviera
Itália
Tirol do sul ou integração na Áustria
Veneto
Sardenha
Holanda
Frísia
Polónia
Alta Silésia
Portugal
Açores (ver PDA)
Hungria
Székelyföld
Espanha
Canárias
Andaluzia
Aragão
Astúrias
Ilhas Baleares
País Basco
Cantábria
Catalunha
Castela e País Leonês
Galiza
Reino Unido
Escócia
Cornualha
Inglaterra
Mércia
Wessex
Yorkshire
Ulster
Orkney e Shetland
Hébridas Exteriores
País de Gales
Ilhas do Canal
Jersey
Isle of Man
Gibraltar

O que leva pessoas encantadas com ideias chanfradas como mutualização da dívida a não perceberem a ironia de um post como este, que avança uma ideia mirabolante de fusão de parte da Galiza com Portugal? Nas últimas semanas não faltaram referências à independência da Escócia ou ainda, em pequena escala, notícias sobre o referendo pela independência de Veneto. Houve um referendo na Crimeia pela integração na Rússia; as fronteiras, como as conhecemos, são sempre passíveis de mudar. Aliás, a estabilidade fronteiriça é a excepção e não a norma histórica na Europa, por muito que custe a compreender em países de fronteiras estáveis como Portugal.

Não faltam ideias de independência em várias regiões. Só a Espanha tem vários movimentos, incluindo os que dão o tom de alguma credibilidade à sátira do post. O Acción Galega agrega 5 partidos nacionalistas e o BNG – Bloque Nacionalista Galego, apesar da queda de votos nas últimas eleições municipais, conseguiu obter 16,52% dos votos.

O que une a maioria dos movimentos independentistas é, exactamente, a antítese da ideia mutualista de dívida pública: através da independência procuram a liberdade económica perdida no centralismo das respectivas capitais.

Que os movimentos de independência europeus têm diferentes lastros e dimensões que vão da insignificância à realização efectiva de referendos e organização em partidos com expressão não marginal, isso é dado adquirido; que representam a ideia de canalizarem os seus impostos para causa própria, também o é. Que as propostas dos jarretas e de Seguro funcionam como catalisadores de reacção anti-centralista, só não vê quem apenas frequenta pastelarias lisboetas.

20 comentários leave one →
  1. Vivendi's avatar
    19 Março, 2014 11:07

    Boa Vítor!

    Seja pela independência ou por uma maior autonomia a realidade europeia está em transformação e sabemos que este processo irá beneficiar o mercado livre em detrimento do centralismo.

    https://www.facebook.com/portocidadeestado

    Gostar

  2. Ze Gneiss's avatar
    Ze Gneiss permalink
    19 Março, 2014 12:14

    Parece que já se esqueceram da génese da União Europeia.
    O mundo assitiu a duas guerras mundiais devastadoras, a última terminou há quase 70 anos.

    Gostar

    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      19 Março, 2014 12:58

      Foram todas graças a manifestos palermas ou equivalente.

      Gostar

      • Ze Gneiss's avatar
        Ze Gneiss permalink
        19 Março, 2014 14:20

        Convém estudar um bocadinho de História para não fazer figuras tristes.
        Talvez nesse capítulo “os jarretas” o possam ajudar.

        Gostar

      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        19 Março, 2014 14:21

        Ou ler o que está escrito. Para não se fazer figuras tristes a comentar o que não está.

        Gostar

  3. Aladdin Sane's avatar
    19 Março, 2014 12:55

    Vítor Cunha, uma “picuinhice”: Székelyföld é na Hungria e não na Roménia. O seu argumento toca num ponto essencial (já pareço aqueles analistas de ar sério nos (n)infocanais de tv): a profusão de movimentos independentistas na Europa parecem indiciar que as populações já não se revêem no Estado central, já estão insatisfeitas debaixo do “guarda-chuva”, e pretender que as dívidas nacionais ou – mais aberrante – as despesas resultantes do “excesso” da taxa de desemprego sejam mutualizadas é distorcer/”esticar” o conceito de subsidiariedade aplicado pela União Europeia.

    Há uma curta-metragem, “O duche europeu” ou “O banho europeu”, que retrata a situação atual muito bem: enquanto havia água à farta todos se davam bem e se revezavam até; quando ela escasseia todos se empurram para beneficiarem do que ainda vai pingando. Tentar que outros continuem a pagar os nossos erros é enfiar a cabeça na areia.

    Gostar

    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      19 Março, 2014 13:01

      Obrigado, vou corrigir.

      Esse é aquele do Peter Greenaway? Acho que está online.

      Gostar

    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      19 Março, 2014 13:06

      The European Showerbath (2004)

      Gostar

      • Aladdin Sane's avatar
        Aladdin Sane permalink
        19 Março, 2014 13:16

        Sim, é esse mesmo, obrigado.

        Gostar

    • zazie's avatar
      19 Março, 2014 13:23

      O Peter Greenway a fazer documentários por causa dos direitos palestinianos?

      Não faço a menor ideia do que poderá ter saído dali.
      Ele é todo história da arte. Mas, é estranho que nunca consegui gostar muito daquilo.

      Gostar

      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        19 Março, 2014 13:27

        Esta curta é gira. As pessoas estão nuas excepto pela tinta das bandeiras de cada país; durante o banho, à medida que vão ficando mais iguais sem a tinta para distinguir, vão-se afastando para obterem mais espaço.

        Gostar

      • zazie's avatar
        19 Março, 2014 13:46

        Ah é? vou espreitar isso.

        Gostar

  4. soudefaro's avatar
    19 Março, 2014 14:11

    Viva o MIA – Movimento pela Independência do Algarve

    Gostar

  5. Carlos Dias's avatar
    Carlos Dias permalink
    19 Março, 2014 15:50

    Neste momento pertenço a um movimento que pretende a independência total de Paranhos (linda cidade perto do Porto).
    Já somos milhares, e quando pagarmos a dívida em 2035 à “Cervejaria Mundial” seremos milhões.

    Gostar

    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      19 Março, 2014 15:57

      Vocês aí têm boa natalidade. Não os deixem sair aí da nação.

      Gostar

  6. Ze Gneiss's avatar
    Ze Gneiss permalink
    19 Março, 2014 16:02

    Não fique chateado por eu ler nas entrelinhas.
    As pretensões autonomistas e independentistas de muitas regiões da europa têm muito pouco a ver com considerações economicistas como nos quer fazer crer.
    Se por absurdo todas aquelas regiões atingissem a independência pode ter a certeza que a Europa, tal como a conhecemos terminaria e jamais viveriamos nesta paz relativa.
    Outros problemas se seguiriam como é fácil de prever.
    Toda a gente detesta os malefícios do centralismo mas nunca abdica dos seus benefícios.
    Se quiser pergunte ao Alberto João que ele explica-lhe como é.
    Agora a dívida pública de Portugal e outras países e a sua hipotética mutualização, isso é outro assunto que, ao contrário do Vitor, eu acho que pode ser discutido abertamente por toda a gente, mesmo pelos “jarretas”.

    Gostar

    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      19 Março, 2014 16:03

      Quem impediu os jarretas de discutirem o que lhes apetecer? Quero insultar esses indivíduos.

      Gostar

      • Ze Gneiss's avatar
        Ze Gneiss permalink
        19 Março, 2014 16:26

        Se isso o faz feliz, força…

        Gostar

      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        19 Março, 2014 16:29

        O que me faz feliz é gente que depois de insinuar coisas é capaz de as manter.

        Gostar

  7. Fincapé's avatar
    Fincapé permalink
    19 Março, 2014 21:58

    Um amigo meu gosta de pescar sempre no mesmo local do rio que passa perto e senta-se sempre na mesma rocha. Está a formar um movimento de independência dessa rocha. Diz ele, ali nunca mais ninguém se senta! Alega interesses económicos por causa dos barbos. Egoísta!

    Gostar

Deixe uma resposta para soudefaro Cancelar resposta