a ordem natural das coisas
Foi bom que Rui Rio tivesse ganho a eleição no PSD: se a tivesse perdido ontem, ficaria a convicção de que não o tinham deixado governar o partido e levá-lo a vencer as eleições nacionais que se avizinham. Rui Rio sempre se definiu como um vencedor e alega ter perdido as últimas legislativas por factores exteriores à sua personalidade, principalmente o ambiente de intriga e traição em que o PSD está submerso. Assim, Rio terá dois anos de mandato e umas eleições autárquicas para mostrar o que vale. Mas, valha muito, valha pouco, há uma coisa que ele não será capaz de fazer: unir a direita num projecto alternativo ao da frente de esquerda que detém o poder com António Costa. Dito doutro modo, o líder do PSD será o líder de uma grande coligação de direita capaz de levar o partido para o governo, ou não será coisa nenhuma. Daqui por dois anos se verá quem, de facto, está em condições de o fazer.
O autor do texto, que até é bom, tem porém uma deficiência: ainda não percebeu que o PSD é um partido social-democrata, o que em termos políticos significa que abrange desde o centro-esquerda ao centro-direita e não tem forçosamente de encabeçar a “direita”, pois pode não só ganhar sózinho, como formar uma coligação com quem d~e mais garantias de melhorar a qualidade de vida dos portugueses.
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Ainda não foi inventada a “super-cola”, capaz de unir o PSD (muito menos a direita).
Já no tempo de Sá Carneiro (que tinha carisma para dar e vender), circulavam na Gomes Teixeira rumores duma aliança secreta, dentro do PPD, para derrubar o líder, sendo ele 1º ministro ! E o facto é que foi mesmo “derrubado”, resta saber por quem !
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Entre o abrilesco da igualdade e o liberal do crescimento, o PSD não sabe ao que servir de modo decidido.
E não toca na matilha socialista no seu excelente desempenho de instalar a cambada em lugares público que cria a todo o tempo.
Sobra-lhe o quê?
Competir por lugares para matilha própria?
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Portanto, para rui.a, o desafio que se coloca a Rui Rio é o de “unir a direita num projecto alternativo ao da frente de esquerda que detém o poder com António Costa” ou, “[] dito doutro modo, [de formar e liderar] uma grande coligação de direita capaz de levar o partido [PSD] para o governo,”
Muito bem.
Não se percebe bem é se rui.a considera que Rui Rio é ou não “capaz de o fazer” : primeiro diz que, de qualquer modo, “ele não será capaz de [o] fazer” e depois acaba por admitir que “[] daqui por dois anos se verá quem, de facto, está em condições de o fazer” [entenda-se, se ele ou outro].
Não é um mero detalhe formal porque se trata de saber se, sim ou não, com um PSD liderado por Rui Rio, vale a pena apostar e contribuir para que essa união e grande coligação se realize e consiga chegar ao governo ou se, pelo contrário, mais vale concentrar esforços na afirmação de uma opção politica claramente alternativa e autónoma relativamente ao PSD (por exemplo, tipo uma IL que acha que o PSD não é diferente do PS).
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«Não se percebe bem é se rui.a considera que Rui Rio é ou não “capaz de o fazer”»: porque ele mesmo e os seus dizem não querer nada com a direita. Mas as pessoas mudam, como se sabe, e em política…
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“ele mesmo e os seus dizem não querer nada com a direita.”
Diz mesmo que “não quer nada” ?… Ele diz sobretudo que não é de direita. Mas, na realidade e na visão da esmagadora maioria dos portugueses, ele está mesmo à direita da tal “frente de esquerda” e sabe bem que, para chegar ao governo, não lhe bastam os votos de uma parte dos eleitores de centro esquerda e de centro direita mas precisa acima de tudo dos votos do grosso do eleitorado de direita, tanto através do próprio PSD como através de partidos “coligáveis” mais à direita.
Acontece que, não sendo nada provável que outro partido à direita consiga entretanto constituir-se como base e liderança de uma outra alternativa à “frente de esquerda, o grosso dos eleitores de direita acabará por votar no PSD ou em partidos à direita susceptiveis de integrar uma coligação liderada pelo PSD (como tem acontecido históricamente com o CDS e pode vir a acontecer no futuro com novos partidos).
É verdade que é preciso que o PSD de Rui Rio dê a todos esses eleitores um minimo de sinais e garantias de que o seu projecto de governo é, por pouco que seja, suficientemente diferente e alternativo ao do PS. Não me parece que seja assim tão complicado e que se esteja assim tão longe. Mesmo que Rui Rio “não mude”, que continue a dizer que não é de direita e que o seu partido se continue a chamar “social-democrata”. Mesmo que esse projecto apareça a muitos desses eleitores como não sendo tão liberal ou tão conservador como desejariam.
Mas é também verdade que é preciso que os criticos de Rui Rio e os partidos à direita do PSD que querem mesmo pôr fim à actual dominação do PS assumam claramente e formalmente que um governo apoiado numa coligação de direita liderada pelo PSD, mesmo o de Rui Rio, não se confunde e é sempre preferivel com/a qualquer governação do PS, com ou sem “frente de esquerda”.
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É necessário clarificar este empate 50% – 50%.
Uma forma correta seria seguir o que fez Santana Lopes (um partido com os “seus” para poder medir espingardas nas urnas).
Criar o Partido PSD-Montenegro e deixar o PSD-PPD para o RRio.
É nas legislativas que se vê quem apoia um e quem apoia o outro.
No Aliança viu-se…
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Se fizerem mais espectáculos destes destronam a Cristina Ferreira do lugar de líder de audiências
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Sim, mas o ambiente de intriga e traição de que Rio se queixa para não ter vencido as legislativas foi o mesmo, ou melhor, mais acentuados ainda, que teve Passos Coelho, e este, apesar do desgaste político após ter tirado o país da bancarrota socrática, ganhou as legislativas que o trafulhas do Kosta das aldrabices desvergonhadamente lhe roubou.
Rio não é um agregador, é esquerdista e jamais irá reunir em torno dum projecto credível a Direita. O complexo de esquerda da criatura impossibilita-o de ir longe. O centro, que reclama, está ocupado pelos manhosos socialistas,
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