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O medo e a suspensão voluntária da liberdade

22 Maio, 2020

Na coluna semanal da Oficina da Liberdade no Observador, Carlos M. Fernandes:

As gerações contemporâneas, criadas num sentimento de exclusividade, acreditam estar a viver o apogeu do progresso. O erro de paralaxe geracional, comum a todas as épocas mas hoje ampliado por um sistema educativo que substituiu o ensino da História por um ajuste de contas com o passado.

Basta agora um sobressalto, uma inquietação, uma incerteza momentânea para desencadear um processo imparável de submissão voluntária.

Os déspotas de amanhã, e alguns do presente (…) serão os burocratas anónimos, os cidadãos diligentes, os operários das novas técnicas digitais, os vizinhos invejosos ou amedrontados.

O texto completo, aqui.

 

 

9 comentários leave one →
  1. Weltenbummler permalink
    22 Maio, 2020 10:11

    excepto para os diligentes

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  2. LTR permalink
    22 Maio, 2020 10:23

    Lembram-se da discussão da rede 5G que vai passar tudo o que trocarmos (incluindo os segredos de login que o Google nos envia por SMS) e sobre a qual fomos os mais inovadores do mundo (quer dizer, o nosso governo vermelho), não lembram?

    https://www.bloomberg.com/news/features/2018-10-04/the-big-hack-how-china-used-a-tiny-chip-to-infiltrate-america-s-top-companies

    Parece de filme, não é? A cloroquina de Trump e Bolsonaro passa dia e noite na TV, não passa? E isto? Passa, não passa?

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    • Jornaleca permalink
      22 Maio, 2020 11:15

      A direita norte-americana já sabe disso, faz tanto tempo. Agora a esquerda podre norte-americana ajudou ao irmão comunista chinês, claro.

      Para isso não é preciso a rede 5G!!

      A rede 5G é que vai permitir dar ao seu frigorífico um próprio endereço na Internet. O seu relógio também. Porque trabalha à base de IPv6, que oferece muito, muito mais endereços possíveis.

      Mas a espionagem era e é feita tal igual com ou sem 5G. Existem programas escondidos no fundo de cada sistema operacional, que conseguem ler tudo, o que o cliente faz no teclado e envia para onde for necessário.

      Só que com o sistema 5G praticamente tudo na nossa vida, vai poder ter um endereço único. E o 5G permite lidar com isso tudo.

      Olhe para a China comunista já de agora. A perseguição digital é total. Até na rua. As máquinas “inteligentes” já conseguem reconhecer um ser humano, pelo simples modo, como ele anda, pelo andar. E muito, muito mais. E os comunistas praticam tudo isso na China, já agora.

      Você quer viver num país desses?

      Na China comunista há os escravos, os membros do partido comunista (71 milhões) e uma camada de elite podre. A elite podre usa os membros do partido comunista para explorar o resto do povo.

      Lembre-se. Na China comunista não existe direito nenhum.

      O direito é o que o partido comunista decide, decidir. E nesse manda só uma pequena camada de macacos falsos.

      Quem fazer negócios na China e tornar-se demasiado poderoso ou intrometer-se com interesses nacionais vai parar à prisão e roubam-lhe tudo o que tinha.

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      • chipamanine permalink
        22 Maio, 2020 20:23

        Jornaleca. Com 5G ou sem ele esse é o ideário final de qualquer hominídius socialisticus de tanto pensar que deseja a “justiça a igualdade ” e outras palermices vendidas como se de uma religião santificada fosse. É claro que as NT as TI são uma ferramenta ideal para controlar não só os passos de cada um como também o cérebro e caso mesmo assim haja “desvios” castigar os “desavindos” (alguns inconscientes) dos “valores mais elevados”.
        Os “super-sumos” (LFV) dos tais valores sabem disso e sabem que as usando terão controlo absoluto sobre o rebanho dos crentes e mesmo que haja algum “desvio” rapidamente o “extraem” da sociedade para não causar “danos” aos amanhas que cantam.
        É a janela de oportunidade deles.

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    • Filipe Bastos permalink
      22 Maio, 2020 12:02

      Jornaleca, não se preocupe, v. está seguro: o penico que usa na cabeça bloqueia o 5G. Nem é preciso chapéu de alumínio.

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  3. 22 Maio, 2020 10:46

    O medo é sempre mau conselheiro…

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  4. 22 Maio, 2020 11:28

    “(…) um sistema educativo que substituiu o ensino da História por um ajuste de contas com o passado.”
    Beautifully put!

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    • chipamanine permalink
      22 Maio, 2020 11:54

      e os novi-déspotas serão os diligentes operários das tecnologias digitais (TI IT e afins)…….aliás que já se vem notando até aqui em alguns comentários

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  5. Expatriado permalink
    22 Maio, 2020 14:09

    Para que conste, cito:

    “ FARÁ PEDRO SIMAS PARTE DA “EQUIPA DE EPIDEMIOLOGISTAS” QUE ACONSELHA MARCELO E COSTA?

    BRI-LHAN-TE

    Pedro Simas é médico, professor na Faculdade de Medicina de Lisboa, virologista e líder da equipa de investigadores do Instituto de Medicina Molecular que isolou pela primeira vez o novo coronavírus em Portugal. Em recente entrevista ao Expresso, disse que “o próprio vírus é a solução, o único caminho é a imunidade de grupo”, identificando na sociedade “um excessivo medo de morrer: é fácil criar esse medo porque se olha para o raro e não para o global… Mesmo que um jovem saudável de 30 anos precise de ventilador tem uma probabilidade de recuperação muito grande. A nível mundial, as mortes por COVID 19 abaixo dos 30 anos são cerca de 0,2%. É um risco que faz parte da natureza”, afirmou na altura.
    Anteontem foi ao telejornal da TVI. Patético, o entrevistador José Alberto Carvalho nem queria acreditar quando o cientista afirmou que “98% das pessoas que estão infectadas com o coronavírus têm infecções ligeiras”. E que apenas 4,5% das mortes que houve foram abaixo dos 60 anos (e nestas haverá que apurar as patologias prévias de que eram portadores, bem como o contributo relativo do vírus). Espantado, o José Alberto abriu os olhos de espanto quando o cientista continuou, afirmando que “o vírus, ficando endémico, vai ser um vírus normal da constipação, um vírus normal”. Ou seja, apenas mais um, a juntar-se aos vários que andam por aí – e que provocaram na época de 2104-15 a morte por gripe de 5591 pessoas (sim, leram bem: cinco mil quinhentas e noventa e uma), facto que não abriu telejornal nenhum. Nem provocou a curiosidade jornalística de quase ninguém, nem o terror colectivo. E muito menos parou o país também em 2017, ano em que se verificaram 3700 óbitos em Portugal por gripe. No ano seguinte matou mais de 1000 (mil) pessoas em 3 semanas, motivando a Drª Graça Freitas, já então Directora Geral da Saúde, a dizer que “há que desmistificar a gravidade da gripe A, que agora é uma gripe absolutamente normal, é um vírus igual aos outros residentes que circulam na natureza” (sic).

    A venda do medo, estava, pois, a correr mal. Era preciso apelar a um frisson que agitasse o cenário, pelo que o jornalista interrompeu a objectividade simples e clara do virologista para entrevistar uma “catedrática de ética” da Universidade dos Açores – seja lá o que for a ética, no caso (será da Saúde?). Então, com voz grave e dramática colocou a questão do século: ”É legítimo as pessoas irem-se abaixo nesta altura?”, indagou. Ao que a “catedrática de ética” respondeu que sim, que “é perfeitamente natural irmo-nos abaixo perante uma ameaça tão grave”. Isto antes de divagar por recantos de psicologia de cordel, com ditos como “os afectos também vivem na sua profundidade por sentimentos” e bizarrias do género.

    Há algum tempo atrás publiquei no Fbook as minhas dúvidas acerca do modo como se está a lidar com esta “crise epidemiológica” num texto intitulado QUO VADIS, COVID 19? E SE ESTIVESSE (QUASE) TUDO ERRADO ?, o qual mereceu notável atenção por muitas pessoas (com cerca de 200 partilhas), tão angustiadas e perplexas quanto eu. Nesse texto (consultável na minha página) apontava alguns FACTOS, que recupero agora (alguns números corrigidos) e que fazem reflectir:
    – A mortalidade geral em portugal considerada como “normal” pelas autoridades de saúde é de 300 pessoas. POR DIA!
    – Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, faleceram até hoje (15 de maio) 1190 pessoas oficialmente por COVID 19 (passe a polémica relativa à(s) causa(s) de morte: por COVID ou com COVID são, obviamente, cenários diferentes). Ou seja, em média não chega às 16 pessoas / dia.
    – Os óbitos COVID 19 são preponderantemente de pessoas muito idosas e/ou com multipatologias graves. Cada morte, seja de quem for, é sempre uma tragédia – mas é sabido que a idade de uma população é uma das variáveis que mais impacto tem nos fenómenos vitais, aumentando notoriamente a probabilidade ou risco de morrer com o seu avançar. No caso das mortes COVID, a enormíssima maioria dos óbitos sucede em pessoas com mais de 70 anos, em particular com mais de 80 anos. Bastará dizer que, dos 1190 contabilizados hoje (15 maio), apenas 105 estão no intervalo 60 – 69 anos, 40 na faixa 50 – 59 anos, 13 mortes no intervalo 40 – 49 e UM abaixo dos 40 anos – um cidadão do Bangladesh, com patologias crónicas múltiplas. O que, aliás, é frequentíssimo nos óbitos COVID;
    – Os óbitos por doenças cardiovasculares são 96 por DIA; por tumores malignos, 75 por DIA; por AVC 31 por DIA. Muitos destes óbitos são de pessoas ainda jovens. Entre outras causas de morte, o suicídio (cerca de 1300 por ano) surge como a segunda causa que mais mata na faixa etária entre os 15 e os 29 anos;
    – O comportamento dos portugueses perante as ordens das autoridades foi profusamente elogiado pelo Primeiro Ministro e pelo Presidente da República. Fecharam-se em casa, correram a mascarar-se, fulminaram quem ousasse questionar fosse o que fosse, houve quem denunciasse o vizinho por não “cumprir as regras”. Tudo para cuidar da sua saúde, claro – Marcelo chamou-lhes “heróis”, o “milagre português”. Ora, espera-se então que, coerentemente, estas acções tão preocupadas ultrapassem o domínio estrito do coronavírus e cheguem também às outras causas de doenças e mortes. É que doenças como as cardiovasculares, tumores e AVC estão muito fortemente associadas ao estilo e hábitos de vida. E matam muitíssimo mais do que o coronavírus: ultrapassam as duzentas mortes por dia, incomparável com as quase 16 do COVID. Portanto, equivalentemente ao pânico desencadeado pelas televisões quando anunciam “mais 16 mortes por coronavírus em 24 horas!”, espera-se reacção no mínimo semelhante de ansiedade colectiva quando anunciarem “hoje morreram 202 pessoas por AVC, doenças cardiovasculares e tumores, por causas em grande parte evitáveis”. E aí vai ser ver toda a gente a deixar de fumar, a comer saudavelmente (incluindo limitação do consumo de produtos de origem animal), a fazer regularmente exercício físico, a tomar bebidas alcoólicas ocasional e moderadamente.

    Não sei se Pedro Simas faz parte da equipa de cientistas que aconselham Marcelo e Costa. Se fizer, não sei se é ouvido na flagrante contradição entre a objectividade dos números e o pânico promovido e dramatizado pelos “media” e prosseguido pelos políticos. O que sei é que, segundo a própria DGS, 64% das infecções foram contraídas no cenário tão propagandeado do “fique em casa” (32% em lares de idosos, outras 32% em cohabitantes), enquanto apenas 7% foram contraídas em “ambiente social” (sic). Tal não impediu o catrastrófico fecho de um país, com tremendas implicações – sim, a pobreza também mata, devastadoramente e de várias maneiras. Numa altura em que a polícia aborda repressivamente pessoas que estão simplesmente sentadas na areia de uma praia deserta, em que crianças com 3 anos são cruel e insanamente impedidas de brincar umas com as outras, já não é do coronavírus que se trata. Trata-se, sim, de um invasivo cancro que corrói a Liberdade, que tanto custou a ganhar.

    Texto: Paulo Figueiredo”

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