Um banco salazarento
O nosso governo é saudosista de Salazar.
A afirmação explica-se facilmente.
Nos anos vinte do século passado defendia-se as virtudes da intervenção estatal na sociedade, havia a convicção de que a banca comercial era incapaz de satisfazer as necessidades de crédito da economia e procurava-se reduzir a dependência das importações ao mesmo tempo que se fomentava a industrialização do país.
António de Oliveira Salazar reformou profundamente a Caixa Geral de Depósitos e no final dos anos 50 viria até a criar um Banco de Fomento com o objectivo de ser um instrumento de apoio ao desenvolvimento económico fornecendo crédito em condições favoráveis às empresas de certos sectores que encontravam dificuldade junto da banca comercial na obtenção de crédito, ou que não conseguiam fornecer as garantias exigidas para os empréstimos.
Ora isto é quase ipsis verbis o que António Costa definiu como missão do seu Banco de Fomento que criou recentemente. Conforme diz nos estatutos da instituição, trata-se de “um banco promocional de desenvolvimento”; para “estímulo e orientação do investimento empresarial”; “disponibilização de soluções de financiamento em condições de preço e prazo adequadas às empresas”; com vista a “colmatar falhas de mercado” e prestar “apoio à exportação”.
Temos é ainda a desvantagem de hoje o peso do Estado na economia ser sensivelmente o dobro do do tempo de Salazar, a poupança dos portugueses estar a descer (e não a subir como durante o Estado Novo) e a dívida pública ser em 2020 de valor estratosfericamente mais alto do que no passado.
A narrativa de António Costa, pode-se dizer que é por isso salazarenta, mas condimentada agora com os termos do lero-lero moderno: “sustentabilidade”; “neutralidade carbónica”; “economia circular”; “economia verde”; “transição digital”, “empreendedorismo”, “inteligência artificial”, “conectividade digital”, “neutralidade carbónica”, “transição energética”, etc…
Para além deste obtuso discurso, a missão do Banco de António Costa é alargada à tomada de participações no capital em empresas privadas; à prestação de serviços de consultoria às empresas e, claro, à gestão dos chamados Fundos Europeus.
Ou seja, o Banco de Fomento deste governo socialista financiará projectos que a banca privada avaliou como de risco demasiado elevado e o contribuinte será chamado a pagar em caso de perdas nessas aventuras. Distribuir-se-ão rios de dinheiro de subsídios europeus pelas grandes obras públicas, os ditos projectos “estratégicos” e os amigos do costume, tal como aconteceu nas duas décadas anteriores de que resultou um crescimento anémico ou inexistente da nossa economia.
Em 2018 existiam em Portugal um milhão e 295 mil empresas. Cerca de 875 mil empresas individuais e mais de 420 mil sociedades. Apenas 26.000 empresas têm algum perfil exportador, ou seja, 2% do total. E oito em cada dez trabalhadores está empregado em empresas que se dedicam apenas ao mercado nacional. Como em tempos de covid19 o governo tem como bandeira a suposta defesa do emprego, não se percebe a razão de o Banco de Fomento beneficiar potencialmente um número muito limitado de projectos, deixando todos os outros sem acesso à gamela.
À boa maneira socialista não se cria riqueza nem condições de maior competitividade económica. Apenas se brinca com os artifícios e distorções das políticas públicas.
O contribuinte pagará o preço destas ineficiências e da crescente desigualdade de oportunidades.
Abaixo, clickando na imagem, ligação para video de 04 de Janeiro de 1960 com reportagem do noticiário nacional sobre início da atividade do Banco de Fomento Nacional.

O António Costa precisa desesperadamente de investir em inteligência artificial.
Os artifícios dele não mostram muita inteligência.
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Que irá o Banco de Fomento fazer diferente do que pode e deve fazer a CGD?
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Boa pergunta .
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Muitas coisas,
Mais lugares de administração para distribuir por exemplo.
E mais crédito para os “amigos”, perdão “dependentes”, perdão “clientes”….
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Tem razão luckucky, só para elaborar os estatutos, quantas administrações o BFomento já teve?
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Tiro ao Alvo ´
Precisamente, e depois temos os contratos de consultadoria, apoio legal, reeducação igualitária, etc…
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Criar MAIS TACHOS para os salafrários e corruptos!
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Salazar tinha a PIDE, Costa tem a DGS!
Já agora DESDE QUANDO é que a Banca PRIVADA ou PÚBLICA serve para ajudar a manada de escravos boçais?
Nem depois de um ano inteiro a serem F O DIDOS vocês aprendem!
À MANADA MANSA!
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Mesmo agora o meu cunhado confidenciou que a empresa dele ficou de fora dos fundos pois tem capitais próprios negativos, foda-se vejo presos com casas camarárias arrendar as casas enquanto estão presos e uma empresa por ter capitais próprios negativos já não pode aceder ás ajudas?
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Isso é divertidamente irónico numa época em que o Banco Comunista Europeu (seguindo ordens do BIS) estabelece taxas de juros negativas!
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“À boa maneira socialista não se cria riqueza nem condições de maior competitividade económica”. É verdade.
Mas como é possível criar competitividade se por exemplo os investidores de referência mandam fazer hospitais cujos serviços são caros demais para o bolso dos portugueses? e para resolver esses problema inventam-se PPPs?
O mesmo se passa na educação, e nos lares e creches.
Os empresários só aceitam arriscar os tostões que ainda têm, se lhes for concedido um lucro mínimo garantido pelo Estado.
Não se queixem, portanto, do socialismo, pois este que temos por cá anda a dar mama a toda a gente.
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Os empresários também são socialistas que tal como todos os outros que vc arola já foram “educados” para assim serem…em complemento de há mais de 45 anos também se entender que o Estado é pai.
Porque se queixa? Só do socialismo dos empresários? Os empresários de hoje ( até alguns com mais de 45 anos) já foram “educados” dessa forma e verificando na pratica na maior parte dos anos que depois do 25A, nomeadamente nos ultimos 20 e poucos que se não forem socialistas jamais poderão investir com alguma ideia de retorno e se o tiverem são demonizados (excepto os empresários socialistas) pelo lucro.
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PPP,s porque não?
Os marxistas têm medo da comparação dos resultados da gestão, por isso é que querem irradicar as PPP’s.
Ainda assim, se ‘mamarem’ é porque os incapazes marxistas quie estão a ‘gerir’ o Estado ou são ignorantes/incompetentes e não sabem negociar, como disse o Cravinho, ou são corruptos como já aconteceu muitas vezes.
Se os doentes forem a um hospital sns e lhes disserem que têm que pagar o tratamento pelo preço de custo preferem morrer …
Socialismo só nos traz miséria e opressão. Se discorda, vá tentar convencer os polacos, os húngaros, os romenos e os outros todos da beleza dos seus amanhãs cantantes …
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banco do fumento ou fumarento?
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Tanto faz! O importante é a criação de novos lugares para os BOYS/GIRLS!
Neste caso ainda não há vagas para os sexualmente indefinidos…
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Comparar o Estadista, prof. Oliveira Salazar com um incompetente, mas manhoso, como A.Costa, revela um espírito tacanho, equiparável ao da esquerda.
É por estas e outras que não saímos da cepa torta!
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