Habitação acessível e eleições autárquicas
O preço elevado da Habitação tem sido um dos temas centrais da campanha eleitoral. Os políticos de todos os quadrantes prometem implementar políticas públicas para corrigir supostas anomalias do mercado e proporcionar aos seus munícipes habitação a preços acessíveis.
Mas é extraordinário que os candidatos não percebam que o problema é causado pelos políticos que não permitem aos promotores construir apartamentos para a classe média, e que única maneira de haver preços acessíveis é haver mais casas no mercado.
Comparando com outro sector, o MacDonalds ganha muito dinheiro servindo refeições a preços acessíveis à grande massa da população. Já os promotores imobiliários têm orientado os seus investimentos para o segmento mais elevado do mercado, simplesmente porque só conseguem ganhar dinheiro vendendo casas a gente rica ou a estrangeiros.
Os burocratas exigem requisitos técnicos de construção tão extensos e pormenorizados que isso encarece de sobremaneira o preço final das casas. Ou seja, em vez de os promotores poderem construir habitação de acordo com as opções e prioridades de cada consumidor, tendo uma oferta para todos os segmentos de mercado, são antes incentivados por via legal a responder às exigências de uma classe dirigente de conforto estabelecido que prefere impor através da lei que ou se tem uma casa XPTO ou dorme debaixo da ponte. O hamburguer é menos saudável que um prato de tofu ou seitã, mas o cliente do macdonalds prefere pagar preço baixo a não ter refeição.
Por outro lado, a conversa idiota dos perigos da gentrificação e das cidades sustentáveis além de serem um encapotado proteccionismo a quem vive em zonas mais apetecíveis, atira para os subúrbios uma grande camada da população que acaba por gerar uma pegada ecológica mais significativa. À conta destes activismos da moda, protegem-se mais os edifícios do que as pessoas. Por exemplo, não se permite densificar o edificado nos centros das cidades para lá morar mais gente. Ou impede-se por via dos PDMs mais construção em altura que seria uma forma de colocar no mercado mais casas quando há limitação de espaço de expansão.
Outra tragédia é a complexidade e incerteza jurídica para quem quer construir. O gigante labirinto de licenças e processos burocráticos que demoram tempos infindos a desbloquear pelos serviços das câmaras e organismos diversos são dos maiores entraves a novos investimentos em habitação e fonte de compadrios, quando não de pura corrupção. E tudo isso tem um custo que, obviamente, é repassado ao cliente final.
Importa também referir que contas exaustivas feitas por especialistas demonstram que em toda a cadeia de valor da promoção imobiliária, desde a compra do terreno, passando pelo projecto, construção até à venda final das casas, o Estado fica com 40% do volume de vendas que cada projecto imobiliário gera. Num exercício mais fácil de entender, num apartamento que se venda por 170.000€ o Estado abarbata ao longo do processo mais de 70.000€. Ao que sobra desconte-se o custo directo dos materiais e mão-de-obra na construção e fica a perceber-se melhor por que razão a habitação não tem preços acessíveis.
O Estado não é a solução, é o problema da Habitação.
Infelizmente todos os candidatos autárquicos parecem sofrer de dissonância cognitiva ao querer resolver o problema com a sua causa.
O meu vídeo de hoje, aqui:
Especialista é aquele que estuda exaustivamente determinada matéria!
Para além de palerma, qual o nome a dar a quem, vaga e superficialmente, se acha capaz de discutir sobre tudo e qualquer coisa ???
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Sinceramente não percebo de onde vem essa conversa de que é preciso mais casas.
Ainda me lembro há cerca de 15 anos, a choradeira das casas que não se vendiam, e de haver cerca de 10% mais casas que o necessário para a população existente.
A população cresceu 10% nos últimos 15 anos? Não, até decresceu entre 2011 e 2021.
Se calhar não há é casas onde os meninos bem, com papás com acesso aos media querem viver. Onde é que já se viu ir para os subúrbios?
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Então onde é que vais meter os “refugiados” que hão de vir aos magotes brevemente, senão se construir construção condignas ;).
Lembra-te que que a mamã europa, só nos dá as bazucas se obedecermos aos seus caprichos.
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Lei da oferta de da procura é a lei natural da economia e é a única que funciona na realidade . As manipulações dos politicos , justificando-se sempre com as melhores das intenções , dão sempre , mais tarde ou mais cedo , em desiquilibrios de varias ordens que prejudicam mais do que ajudam , provocando ou excessos ou escassez ou degradação ou preços desiquilibrados .
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o cão-tribuinte paga e não bufa
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Telmo estou desiludido consigo: desde quando o tofu é mais saudável que a maravilhosa carne de vaca?
Francamente, cuidado com as modas perigosas!
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Tinha receio que a mama do imobiliário não fosse culpa do Estado. Ufa. Claro que é. Tudo nesta vida é culpa do Estado. Só do Estado.
Jamais podia ser culpa do ‘mercado’: o mercado é infalível. O mercado é Deus. Como disse o castanheira, é a “lei natural”. É assim como a física, a gravidade ou o cagar de cócoras. Resta aceitar e obedecer.
Daí a ganância dos senhorios, dos ‘investidores’, dos fundos imobiliários ou dos Airbnbs da vida ser natural, desejável, inquestionável. É para isso que existem casas, é essa a sua real função: encher mamões. E chulos que ganham mais a alugar do que a trabalhar. Aliás, só idiotas ainda trabalham.
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Ao ler os teus comentários comprova-se que o atra0 mental e a estup1dez natural não têm mesmo limite. Obrigado por ajudar a demonstrar isso.
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Só idiotas trabalham porque quem não faz nada como toda a esquerdalha E O ESTADO recebem subsídios e impostos … Claro desAtento, sempre escravo do Kostavirus!!!
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