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Demissão do Governo e o papel de Marcelo

12 Abril, 2023

A conversa sobre a dissolução da assembleia da república ou da demissão do actual governo é deprimente.

É certo que António Costa lidera um farrapo pestilento de peões que são úteis à sua sobrevivência política e a que chama de ministros. Estes homúnculos, como se sabe, prestam-se à sabujice ao caudilho porque não têm maneira de assegurar de forma autónoma e decente a sua existência senão pela outorga de Costa.

Também é evidente que António Costa nem uma política socialista coerente tem, o que já de si seria um descalabro para os Portugueses acelerando a vertigem da sociedade para a pobreza e a indigência.

Mas o mais humilhante e vexatório é o poder de convocar eleições ou de obrigar à recomposição do executivo estar hoje nas mãos do mais tratante, egomaníaco, leviano e oco presidente da república que Portugal já teve.

Marcelo Rebelo de Sousa avacalhou por completo as funções e credibilidade que era no passado, apesar de tudo, atribuída à Presidência da República. Além de perverter com frequência o mínimo que seria exigível em termos de respeito pelo Estado de Direito e o núcleo basilar constitucional de defesa da liberdade e direitos dos cidadãos, o incontinente comentador pimba de Cascais tem ao longo dos seus mandatos contribuído activa e conscientemente para a degradação do nosso sistema ex-democrático, promovendo padrões de cultura ética próprios de Estados falhados, e fomentando uma exigência de escrutínio público e político tão eficaz quanto a de um cachaceiro numa campanha anti-alcoolismo.

Acalentar a esperança de que a intervenção de Marcelo possa colocar os nossos dirigentes políticos numa rota de decência ou que Rebelo de Sousa possa minimizar a rebaldaria do PS e usucapião que este partido tem feito ao país é uma ilusão. Ter essa expectativa é cavar mais fundo o buraco em que estamos a cair.

A única forma de Portugal ser um país e não uma chalaça é não ter um pingo de respeito pelos personagens que nos querem pastorear.

A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:

4 comentários leave one →
  1. RC - beirão permalink
    13 Abril, 2023 10:25

    Um poderoso soco na boca do estômago dos trapaceiros que se apoderam do sítio e, sem vergonha, deram com ele em pantanas, lançando o para o fundo do poço. Bravo Telmo! Que nunca lhe falte o ânimo para prosseguir esta luta contra esta gente desqualificada e absolutamente irresponsável que está fazendo em fanicos este pobre e triste país. Abraço.

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  2. carlos rosa permalink
    13 Abril, 2023 23:18

    Eu gosto da sinceridade do Sr Telmo.
    Não há dúvida que o Costa está a rebentar com o que sobra de um Portugal que já foi grande. O Costa, o Vieira da Silva, o Santos Silva, o Carlos César e todos os jacobinos que tomaram conta de Portugal.
    Temos que os derrotar. Derrotar.
    Para isso é preciso atuar com um objetivo claro para sabermos muito bem o que fazer agora, amanhã e depois.
    O mais fácil é derrubar o Costa . O mais difícil é derrotar os jacobinos para que não voltem a tramar novamente a vida dos portugueses.
    Quando conseguirmos formar um governo amigo de Portugal e dos portugueses temos que ter já bem formulada a defesa desse governo.
    O Passos Coelho fez várias coisas boas mas fez também asneiras que abriram caminho ao governo destruidor do Costa. Como as atitudes que tomou subjacentes à ideia de ” que se lixem as eleições”. Pois é, isto tem que se lhe diga.
    Um governo competente que tome posse para governar bem Portugal tem que se preparar para o embate que vai ter com toda a espécie de agentes do PS que estão instalados nas mais diversas posições do aparelho do Estado. Falo dos Agentes do PS incompetentes que são a esmagadora maioria.
    Vão reagir e oferecer resistência quando chegar o momento da sua substituição.
    Mas se não forem substituídos vão deitar outra vez tudo a perder.
    Só um governo a sério pode saber como atuar.
    Se não for um governo como deve ser, cai em pouco tempo.

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  3. Maria permalink
    16 Abril, 2023 22:33

    Mais outro imperdível artigo ou crónica de Telmo Azevedo Fernandes. Nem outra coisa seria de esperar. Mais escrevera mais acertara.
    Sempre fui admiradora de Marcelo mais que não fosse por ser do PSD, partido de que sempre gostei. Deixei de o ser a partir do dia em que (supostamente) ele ganhou as eleições presidenciais. Quase no fim da campanha um jornalista perguntou a Costa qual dos concorrentes gostaria que ganhasse, ele com o sorriso cínico costumeiro respondeu de chofre “gostava que fosse o Prof. Marcelo.”… Como não? Claro que sim. A razão tem estado mais do que à vista desde o início desta legislatura. M.R.S. é falso como Judas (exactamente como o traidor Balsemão de quem sempre foi amigo íntimo desde antes do 25/4), é um vendido independentemente do partido, de esquerda ou de direita, que estiver a cada momento no poder e é um oportunista da mais pura água.
    Aliás estas e outras ‘qualidades’ de um dos maiores farsantes que este regime pariu, estão superiormente esquematizadas no brilhante texto de Telmo.

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